Exportações de mercadorias
da UE-28 para a China
e quotas de Portugal
(2017-2018)
1 – Nota introdutória
De acordo com estatisticas alfandegárias chinesas,
constantes da base de dados do “International Trade Centre” (ITC),
em 2018 as importações com origem no conjunto dos 28 países comunitários
representou 12,8% do total, seguido da Coreia do Sul (9,6%), do Japão (8,4%),
de Taiwan (8,3%), dos EUA (7,3%) e da própria China (6,9%), estas
principalmente relativas a reimportações de produtos de origem chinesa “exportados”
para Hong-Kong e reimportados através da província de Guangdong, por conveniência
geográfica e logística.
Neste trabalho vão analisar-se as exportações do
conjunto de países que integram a UE-28 para a China em 2018, por grupos de
produtos, desagregados pelos principais produtos definidos a quatro dígitos da
Nomenclatura Combinada (coincidentes a esse nível com o Sistema Harmonizado) e
as correspondentes quotas de Portugal, com o objectivo último de identificar
possíveis pistas para o incremento das exportações portuguesas com este
destino.
São aqui utilizadas estatísticas do EUROSTAT para as
exportações dos 28 Estados-membros para a China em 2018, que embora
consentâneas, em termos globais, com as estatísticas chinesas de importação,
divergem por vezes grosseiramente ao nível de país, a que não será alheia uma
possível atribuição alfandegária do país de origem a partir do local de despacho
ou embarque das mercadorias.
2 – Posição relativa dos fornecedores
comunitários
As exportações da UE-28 para a China rondaram os 210
mil milhões de Euros em 2018, tendo registado um acréscimo de +6,2% face a 2017.
O principal fornecedor foi a Alemanha (44,6% do Total em 2018), seguida do
Reino Unido (11,1%), da França (9,9%), da Itália (6,3%), dos Países Baixos
(5,3%), da Bélgica (3,3%), da Suécia (3,1%) e da Espanha (3,0%).
Portugal ocupou em 2018 a 19ª posição no “ranking”
dos fornecedores comunitários, tendo as exportações registado uma significativa
quebra de -21,8% face ao ano anterior.
3 – Exportações da UE-28 para
a China
por Grupos de Produtos
Por Grupos de Produtos (ver
definição do conteúdo em quadro Anexo), as principais exportações
comunitárias para a China em 2018 incidiram no grupo “Máquinas, aparelhos e
partes” (30,3%), seguido dos grupos “Material de transporte terrestre e
partes” (16,9%), “Químicos” (14,3%), “Produtos acabados diversos”
e “Minérios e metais” (9,7% cada), “Aeronaves, embarcações e partes”
(5,7%), “Agro-alimentares” (5,0%), “Energéticos” (2,8%), “Madeira,
cortiça e papel” (2,4%), “Têxteis e vestuário” (2,0%) e “Calçado,
peles e couros (1,1%).
No quadro
seguinte encontram-se relacionadas, por grupos de produtos, as principais
exportações do conjunto dos países comunitários para a China em 2018, desagregadas
a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada, sempre com uma representatividade
superior a 85%, e as correspondentes quotas das exportações portuguesas.
Face à apetência do mercado chinês pela importação de diversos tipos de
produtos oriundos do espaço comunitário e respectiva comparticipação actual portuguesa,
poderão eventualmente ser identificadas pistas indicadoras da possibilidade de um
futuro incremento das exportações nacionais com este destino.
No último
ponto do trabalho, a par das quotas de Portugal nas exportações comunitárias
para a China em 2018, apresenta-se a evolução nos dois últimos anos das principais
exportações portuguesas por grupos de produtos, desagregadas a quatro dígitos
da Nomenclatura.
4 – Exportações portuguesas
para a China por Grupos de Produtos
Em 2018 a quota de Portugal no conjunto das
exportações comunitárias de mercadorias para a China foi de apenas 0,31% do
Total.
Ao nível
dos grupos de produtos as maiores quotas incidiram nos grupos “Madeira,
cortiça e papel” (2,19%), “Têxteis e vestuário” (1,40%), “Calçado,
peles e couros” (1,10%) e “Agro-alimentares” (0,70%). Seguiram-se os
grupos “Minérios e metais” (0,47%), “Material de transporte terrestre
e partes” (0,43%), “Químicos” (0,15%), “Produtos acabados
diversos” (0,13%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (0,11%).
Em 2018, face ao ano anterior, as exportações portuguesas para a China
registaram um decréscimo de -183,8 milhões de Euros, que envolveu oito dos onze
grupos de produtos.
As quebras mais
significativas incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e
partes” (‑136,0 milhões de Euros), essencialmente automóveis de passageiros,
“Minérios e metais” (-32,6 milhões), principalmente minérios de cobre,
que não se exportaram em 2018 (-43,6 milhões) e desperdícios, resíduos e sucata
de cobre (-8,0 milhões), “Agro-alimentares” (-28,3 milhões),
principalmente cerveja de malte (-27,0 milhões) e “Madeira, cortiça e papel”
(-14,0 milhões), com maior incidência nas pastas químicas de madeira à
soda/sulfato ou de dissolução (-18,6 milhões de Euros).
ANEXO
Alcochete, 5 de Agosto de 2019.
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