domingo, 4 de agosto de 2019

Exportações da UE-28 para a China e quotas de Portugal (2017-2018)


Exportações de mercadorias 
da UE-28 para a China
e quotas de Portugal
(2017-2018)
(disponível para download  >> aqui )


1 – Nota introdutória 


De acordo com estatisticas alfandegárias chinesas, constantes da base de dados do “International Trade Centre” (ITC), em 2018 as importações com origem no conjunto dos 28 países comunitários representou 12,8% do total, seguido da Coreia do Sul (9,6%), do Japão (8,4%), de Taiwan (8,3%), dos EUA (7,3%) e da própria China (6,9%), estas principalmente relativas a reimportações de produtos de origem chinesa “exportados” para Hong-Kong e reimportados através da província de Guangdong, por conveniência geográfica e logística. 

Neste trabalho vão analisar-se as exportações do conjunto de países que integram a UE-28 para a China em 2018, por grupos de produtos, desagregados pelos principais produtos definidos a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (coincidentes a esse nível com o Sistema Harmonizado) e as correspondentes quotas de Portugal, com o objectivo último de identificar possíveis pistas para o incremento das exportações portuguesas com este destino.
São aqui utilizadas estatísticas do EUROSTAT para as exportações dos 28 Estados-membros para a China em 2018, que embora consentâneas, em termos globais, com as estatísticas chinesas de importação, divergem por vezes grosseiramente ao nível de país, a que não será alheia uma possível atribuição alfandegária do país de origem a partir do local de despacho ou embarque das mercadorias.
2 – Posição relativa dos fornecedores comunitários
As exportações da UE-28 para a China rondaram os 210 mil milhões de Euros em 2018, tendo registado um acréscimo de +6,2% face a 2017. O principal fornecedor foi a Alemanha (44,6% do Total em 2018), seguida do Reino Unido (11,1%), da França (9,9%), da Itália (6,3%), dos Países Baixos (5,3%), da Bélgica (3,3%), da Suécia (3,1%) e da Espanha (3,0%).
Portugal ocupou em 2018 a 19ª posição no “ranking” dos fornecedores comunitários, tendo as exportações registado uma significativa quebra de -21,8% face ao ano anterior.

3 – Exportações da UE-28 para a China 
por Grupos de Produtos
Por Grupos de Produtos (ver definição do conteúdo em quadro Anexo), as principais exportações comunitárias para a China em 2018 incidiram no grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (30,3%), seguido dos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (16,9%), “Químicos” (14,3%), “Produtos acabados diversos” e “Minérios e metais” (9,7% cada), “Aeronaves, embarcações e partes” (5,7%), “Agro-alimentares” (5,0%), “Energéticos” (2,8%), “Madeira, cortiça e papel” (2,4%), “Têxteis e vestuário” (2,0%) e “Calçado, peles e couros (1,1%).


No quadro seguinte encontram-se relacionadas, por grupos de produtos, as principais exportações do conjunto dos países comunitários para a China em 2018, desagregadas a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada, sempre com uma representatividade superior a 85%, e as correspondentes quotas das exportações portuguesas.
Face à apetência do mercado chinês pela importação de diversos tipos de produtos oriundos do espaço comunitário e respectiva comparticipação actual portuguesa, poderão eventualmente ser identificadas pistas indicadoras da possibilidade de um futuro incremento das exportações nacionais com este destino.
No último ponto do trabalho, a par das quotas de Portugal nas exportações comunitárias para a China em 2018, apresenta-se a evolução nos dois últimos anos das principais exportações portuguesas por grupos de produtos, desagregadas a quatro dígitos da Nomenclatura.

4 – Exportações portuguesas para a China por Grupos de Produtos
Em 2018 a quota de Portugal no conjunto das exportações comunitárias de mercadorias para a China foi de apenas 0,31% do Total.
Ao nível dos grupos de produtos as maiores quotas incidiram nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (2,19%), “Têxteis e vestuário” (1,40%), “Calçado, peles e couros” (1,10%) e “Agro-alimentares” (0,70%). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (0,47%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,43%), “Químicos” (0,15%), “Produtos acabados diversos” (0,13%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (0,11%).


Em 2018, face ao ano anterior, as exportações portuguesas para a China registaram um decréscimo de -183,8 milhões de Euros, que envolveu oito dos onze grupos de produtos.
As quebras mais significativas incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (‑136,0 milhões de Euros), essencialmente automóveis de passageiros, “Minérios e metais” (-32,6 milhões), principalmente minérios de cobre, que não se exportaram em 2018 (-43,6 milhões) e desperdícios, resíduos e sucata de cobre (-8,0 milhões), “Agro-alimentares” (-28,3 milhões), principalmente cerveja de malte (-27,0 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (-14,0 milhões), com maior incidência nas pastas químicas de madeira à soda/sulfato ou de dissolução (-18,6 milhões de Euros).




ANEXO



Alcochete, 5 de Agosto de 2019.

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