segunda-feira, 22 de junho de 2020

Comércio Internacional do Vinho (2017-2019)


Comércio Internacional português 
do Vinho
2017-2019
e período de Janeiro-Abril 2019-2020

                                                 " Disponível para download > aqui "

1 - Nota introdutória


O “Vinho” abordado neste trabalho reporta-se ao vinho de uvas frescas, espumantes incluídos, e mostos de uvas excepto sumos, designações incluídas na posição pautal da Nomenclatura Combinada / Sistema Harmonizado com o código a quatro dígitos 2204. 
Ao longo dos três últimos anos a exportação portuguesa de Vinho pesou cerca de 11% na exportação de produtos “Agro-alimentares” e 1,4% na exportação global, tendo o seu valor subido sustentadamente. 
Neste período, o valor das importações de Vinho face ao das exportações subiu de 17,6%, em 2017, para 20,6% em 2019. 
Utilizam-se neste trabalho dados de base do “Instituto Nacional de Estatística” (INE) e do “International Trade Centre” (ITC).

2 – Balança Comercial do Vinho


As importações de Vinho cresceram, em termos homólogos, +15,2% em 2018 e +7,0% em 2019, ano em que atingiram 169,1 milhões de Euros.
Por sua vez as exportações aumentaram respectivamente +3,0% e +2,6%, cifrando-se em 822,1 milhões de Euros em 2019.

3 – Importação

O principal tipo de Vinho importado nos três últimos anos foi o vinho de uvas frescas em recipientes com capacidade superior a 10 litros, cuja valor subiu de 64,8 milhões de Euros, em 2017, para 90,9 milhões, em 2019. 
O mesmo tipo de vinho, mas agora engarrafado passou, entre estes dois anos, de 38,5 milhões para 43,2 milhões de Euros. 
Por sua vez, a importação de espumantes no mesmo período oscilou entre 22 e 25 milhões de Euros.

O principal mercado de origem da importação de Vinho é a Espanha, que em 2019 forneceu 75,2% do total. Seguiram-se a França, a Itália, respectivamente com 12,4% e 7,6% do total.

4 – Exportação

4.1 – Quotas dos maiores exportadores mundiais de Vinho nos                              principais mercados em 2019 

De acordo com dados de base disponíveis no portal do “International Trade Centre” (ITC), em 2019 Portugal terá ocupado a 9ª posição entre os maiores exportadores mundiais de vinho, com 2,5% do total.  
O principal exportador foi a França (30,4% do Total), seguida da Itália (20,3%), da Espanha (8,7%), da Austrália (5,8%), do Chile (5,3%), dos EUA (3,8%), da Nova Zelândia (3,4%), da Alemanha (3,2%) e de Portugal. Alinharam-se depois o Reino Unido (2,3%), a Argentina (2,2%) e a África do Sul (1,8%). Este conjunto de doze países totalizou cerca de 90% da exportação mundial de Vinho neste ano.
No quadro seguinte pode observar-se o Peso de Portugal, a par dos restantes maiores exportadores, nos principais mercados importadores.

As maiores quotas de Portugal nos principais mercados importadores de Vinho incidiram no Brasil (17,0%), em França (13,3%), na Polónia (7,6%) e em Espanha (7,2%).
Seguiram-se a Bélgica (4,7%), os Países Baixos (3,9%), a Dinamarca (3,6%), a Finlândia (3,4%), a Suécia e a Suíça (3,1% cada).
O peso do Vinho no total das exportações portuguesas é tendencialmente decrescente desde o início do milénio, tendo registado uma inversão pontual dessa tendência em 2009. De 1,91% do total das exportações em 2000, o seu peso desceu para 1,37% em 2019.


4.2 – Exportação portuguesa de Vinho (2017 a 2019)


As exportações de Vinho, sustentadamente crescentes ao longo dos últimos anos, cifraram-se em 822,1 milhões de Euros em 2019. As principais exportações incidem nos vinhos engarrafados de uvas frescas, até 2 Litros, que ao longo do último quinquénio representaram mais de 90% do total. Incluem-se nesta categoria, com um peso superior a 40% nos três anos, as exportações de Vinho do Porto.


Seguem-se os vinhos de uvas frescas em recipientes com capacidade de 2 a 10 Litros, que pesaram 3,6% do total em 2019.
Por sua vez, no mesmo ano, este tipo de vinhos, mas em recipientes com capacidade superior a 10 Litros, pesou 2,8%. Os espumantes, com um comportamento algo irregular, representaram 1,2% e os mostos de uvas, com um peso muito pouco significativo, representaram apenas 0,02% do total.

4.3 – Taxas de variação anual homóloga em Valor, Volume e Preço
          por tipos de vinhos (2019 / 2018)


Foram calculados índices de preço de Paasche para o ano de 2019, a preços e 2018, utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos índices de volume, para os diferentes tipos de vinhos considerados á excepção, dada a sua exiguidade e comportamento, dos mostos de uvas.

Em 2019, a exportação de Vinho registou um acréscimo em valor de +2,6% face ao ano anterior, com aumentos em Preço e Volume respectivamente de +0,8% e +1,8%. Os vinhos de uvas frescas, com um peso no total de 98,8%, registaram naturalmente índices de Valor, Volume e Preço aproximados ao Total, +3,0%, +2,2% e +0,8%, influenciados pelo comportamento das exportações de espumantes, com quebras em valor e volume de -20,6% e -22,7% e um crescimento em preço de +2,6%.

4.4 – Mercados de destino


O principal mercado de destino das exportações portuguesas de Vinho é a França, que em 2019 absorveu 13,9% do total. Seguiram-se os EUA (10,9%), o Reino Unido (9,5%) e o Brasil (6,7%).

Com pesos da ordem dos 6% alinharam-se depois a Alemanha, o Canadá, a Bélgica e os Países Baixos.
Angola ocupou a 9ª posição (4,5%), seguida, com pesos inferiores a 4%, pela Suíça, Dinamarca, Polónia, Suécia, China, Espanha, Luxemburgo, Noruega, Finlândia, Japão e Itália.


Com uma ligeira desaceleração em 2010, a exportação portuguesa de Vinho para os “Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa” (PALOP), foi sustentadamente crescente de 2000 a 2014, ano em que atingiu 15,7% do total, para decrescer acentuadamente nos dois anos seguintes (6,7% em 2016), e com um comportamento  tendenciamente decrescente a partir de então (6,2% em 2019).


5 – Evolução no período de Janeiro-Abril 2019-2020

5.1 – Balança Comercial

Nos primeiros quatro meses de 2020, face ao período homólogo do ano anterior, a importação de vinho cresceu +1,5%, cifrando-se em 52 milhões de Euros (+756 mil Euros do que no ano anterior). As exportações, com um valor de 244,2 milhões Euros, cresceram +0,4% (+916 mil Euros).


5.2 – Importação


Os maiores aumentos, em termos percentuais, verificaram-se nas importações de mostos de uvas (+33,0%, +349 mil Euros), seguidas das de vinho em recipientes de 2 a 10 Litros (+14.8% e +252 mil Euros) e de capacidade superior 10 Litros (+7,2% e +2,0 milhões de Euros). 
Verificaram-se descidas nas importações de espumantes (-24,4% e -1,5 milhões de Euros) e de vinho engarrafado até 2 Litros (-2,6% e -369 mil Euros). 
As importações dominantes inserem-se no vinho em recipientes superiores a 10 Litros, que representaram nestes quatro primeiros meses 58,3% do Total (55,2% no período homólogo do ano anterior).

 


Nas figuras seguintes pode observar-se a evolução da importação dos diversos tipos de vinhos no período de Janeiro a Abril de 2020, por meses não acumulados, face ao período homólogo do ano anterior.


5.3 – Exportação

Os maiores aumentos, em termos percentuais, verificaram-se nas exportações de mostos de uvas (+92,4% e +36 mil Euros), seguidas das de espumantes (+27,2% e +649 mil Euros), de vinho em recipientes de 2 a 10 Litros (+14.9% e +1,5 milhões de Euros) e de capacidade superior 10 Litros (+7,2% e +480 mil Euros).


Verificaram-se descidas nas exportações de vinho engarrafado até 2 Litros (-0,8% e -1,7 milhões de Euros), que representaram nestes quatro primeiros meses 91,0% do Total (92,1% no período homólogo do ano anterior). Inclui-se aqui o Vinho do Porto que, pesando cerca de 1/3 nestas exportações no período em análise, viu o seu valor decrescer -7,5 milhões de Euros. 
Nas figuras seguintes pode observar-se a evolução da exportação dos diversos tipos de vinhos no período de Janeiro a Abril de 2020, por meses não acumulados, face ao período homólogo do ano anterior.



5.4 – Mercados de origem e destino do Vinho 

Cerca de 50% das importações e exportações portuguesas de Vinho envolvem três países: Espanha, França e Alemanha. 
No período acumulado de Janeiro a Abril de 2010, os principais países de origem foram a Espanha (30,2%), a Alemanha (13,0%), a França (7,7%), os Países Baixos (5,2%), a Itália (4,8%) e a China (4,1%). 
Do lado da exportação destacaram-se a Espanha (25,0%), a França (13,0%), a Alemanha (11,4%), o Reino Unido (5,8%), os EUA (5,4%), a Itália (4,5%) e os Países Baixos (3,9%).


Alcochete, 22 de Junho de 2020.



































































































































Alcochete, 22 de Junho de 2020.



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