sábado, 10 de outubro de 2020

Série Mensal - Janeiro-Agosto 2020 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série Mensal -
Janeiro a Agosto de 2020 

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Outubro de 2020, para o período acumulado de Janeiro a Agosto de 2020, e dados já definitivos para o ano de 2019, as exportações de mercadorias, face ao mesmo período do ano anterior, decresceram em valor ‑14,1% (‑5,6 mil milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -18,3% (-9,7 mil milhões). 

Estas descidas reflectem quebras mensais significativas, em termos homólogos, verificadas de Março a Julho, principalmente nos meses de Abril e Maio (-39,2% e ‑39,5% nas importações e -41,3% e -38,7% nas exportações). A partir de então o volume destas quebras face ao mês homólogo do ano anterior tem-se vindo a reduzir sucessivamente, situando-se no mês de Agosto em ‑11,6% nas importações e -1,4% nas exportações.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo Total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido excluído), registaram no período de Janeiro a Agosto uma quebra de ‑13,4% (‑3,8 mil milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -15,8% (‑1,8 mil milhões). Por sua vez, as importações vindas da UE (chegadas) diminuiram –18,4% (-7,2 mil milhões), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -18,2% (-2,6 mil milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -30,6% ao situar-se em -9,4 mil milhões de Euros (menos 4,1 mil milhões do que no ano anterior), a que correspondeu uma redução de 3,4 mil milhões no comércio intracomunitário e de 746 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 74,5%, em 2019, para 78,4%, em 2020.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020, neste período, o valor médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2019, de 435 para 307 Euros/Ton., com prática estagnação nos últimos três meses.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (11,6% e 9,4% do total das importações em 2019 e 2020 no período em análise, e 5,9% e 4,8% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2020, de 78,4% para 82,4%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2020, no período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 71,4% do total (70,9% em 2019), decresceram em valor -13,4%, contribuindo com -9,5 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -14,1%.

As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram os restantes 28,6% do total em 2020 (29,1% em 2019), decaíram -15,8%, contribuindo com -4,6 p.p. para o ‘crescimento’ global.

Os principais destinos nos primeiros sete meses de 2020 foram a Espanha (25,1%), a França (13,7%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (5,5%), os EUA (5,2%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,7%), a Polónia e o Brasil (1,3% cada), a Suíça e a Suécia (1,2% cada) e a Turquia (1,0%), destinos que  representaram 79,7% do total das exportações.

Angola, o terceiro maior mercado entre os países terceiros depois do Reino Unido e dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –29,4% em 2020 (-240,3 milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-68,7 milhões de Euros), “Minérios e metais” (-37,9 milhões), “Químicos” (‑37,5 milhões), “Agro-alimentares” (-33,1 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑25,7 milhões), e “Têxteis e vestuário” (-13,5 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (-13,2 milhões de Euros). 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ negativo das exportações neste período (-14,1%), pertenceram à Irlanda (+0,13 p.p.), à Suécia (+0,04 p.p.) e a Cabo Verde (+0,01 p.p.).

O maior contributo negativo coube a Espanha (‑3,0 p.p.), seguida da Alemanha (-1,8 p.p.), do Reino Unido e França (-1,3 p.p. cada), da Itália (-0,9 p.p.), dos EUA (‑0,8 p.p.), dos Países Baixos (-0,7 p.p.), de Angola (-0,6 p.p.), das Provisões de Bordo para Países Terceiros e Canadá (-0,5 p.p. cada). 

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário, em termos homólogos, incidiram na Irlanda e na Suécia. Os maiores decréscimos couberam a Espanha, Alemanha, França, Itália e Países Baixos, seguidos das Provisões de Bordo, Áustria, Bélgica, Polónia, Grécia, Eslováquia, Finlândia, Bulgária e Eslovénia.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os do Japão, Coreia do Sul, Gibraltar, Israel e Ceuta.

Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido dos EUA, Angola, Provisões de Bordo, Canadá, Marrocos, China, México, Egipto, Argélia, África do Sul, Noruega, Índia e Suíça. 

3.2 - Importações

De Janeiro a Agosto de 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE representaram 73,4% do total (73,4% também em 2019), registaram um decréscimo de -18,4% e contribuíram com -13,5 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de ‑18,3%%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑18,2%, representando 26,6% do total em 2020 e 2019, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -4,8 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2020, foram a Espanha (32,0% do Total), a Alemanha (13,2%) e a França (7,1%).

Seguiram-se os Países Baixos (5,6%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,8%), o Brasil (2,7%), a Nigéria e os EUA (1,7% cada).

Estes países representaram, no seu conjunto, 79,3% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑18,3%) destacou-se o do Brasil (+1,0 p.p.), seguido da Nigéria (+0,5 p.p.), e de Taiwan (+0,1 p.p.).

Os maiores contributos negativos couberam a França (-4,4 p.p.), Espanha (-3,9 p.p.), e Alemanha (-2,3 p.p.).

Seguiram-se a Federação Russa e a Itália (-1,0 p.p. cada), o Azerbaijão, Angola e Bélgica (-0,7 p.p. cada), a Arábia Saudita (-0,6 p.p.) e os EUA (-0,5 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.




4 – Saldos da Balança Comercial

Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1585 milhões de Euros), aos EUA (+1005milhões) e ao Reino Unido (+653 milhões). Seguiram-se a Turquia (+353 milhões) e Angola (+229 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5338 milhões de Euros), seguido dos da China (‑1652 milhões), da Alemanha (-1631 milhões), dos Países Baixos (-1104 milhões) e da Itália (-733 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando 54,3% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do total e ‑10,6% de TVH), “Agro-alimentares” (14,1% e TVH +2,5%), “Químicos” (13,3% e ‑11,1%) e “Material de transporte terrestre e partes” (12,9% e -26,0%).

À excepção do grupo “Agro-alimentares”, (+119 milhões de Euros), em todos os restantes dez grupos se registaram decréscimos nas exportações face a 2019. Os maiores contributos para o decréscimo global (-5,6 mil milhões de Euros), couberam aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,5 mil milhões de Euros), “Energéticos” (‑727 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-571 milhões), “Quimicos” (-563 milhões), “Minérios e metais” (-524 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑502 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-489 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,1% do total, foram “Químicos” (18,7% do total e TVH -6,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,3% e TVH -14,4%), “Agro-alimentares” (16,3% e TVH -5,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,4% e TVH -29,5%) e “Energéticos” (9,4% e TVH -33,7%).

Verificaram-se decréscimos em todos os 11 grupos de produtos, num total de -9,7 mil milhões de Euros, cabendo os mais significativos aos grupos “Energéticos” (-2,1 mil milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-1,9 mil milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (‑1,5 mil milhões). “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,3 mil milhões), “Minérios e metais” (-685 milhões de Euros) e “Químicos” (-557 milhões).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, dos EUA, da França e da Roménia).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,7%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (5,5%), os EUA (5,2%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,7%) e Polónia (1,3%). Estes dez países representaram 75,0% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,0% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (2ª posição, precedida da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Alemanha e EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,2%), a França (7,1%), os Países Baixos (5,6%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica (2,9 %), o Reino Unido (2,8%), Brasil (2,7%) e Nigéria (1,7%). Estes dez países cobriram 77,84% das importações totais.

Alcochete, 10 de Outubro de 2020.

ANEXO 



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