segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Série mensal - Janeiro-Outubro 2020 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série Mensal -
Janeiro a Outubro de 2020 

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 10 de Dezembro de 2020, para o período acumulado de Janeiro a Outubro de 2020, e definitivos para o ano de 2019, as exportações de mercadorias, face ao mesmo período do ano anterior, decresceram em valor ‑11,5% (‑5,8 mil milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -16,5% (-11,0 mil milhões).

Estas descidas reflectem quebras mensais significativas, em termos homólogos, verificadas de Março a Julho, principalmente nos meses de Abril e Maio (-39,2% e ‑39,4% nas importações e -41,3% e -38,8% nas exportações). A partir de então, e até Setembro, o volume destas quebras, face ao mês homólogo do ano anterior, reduziu-se sucessivamente, situando-se a taxa de variação em -8,8% nas importações, tornando-se mesmo ligeiramente positiva nas exportações, +0,2%, para em Outubro se inverter esta tendência, com taxas de -11,8% nas importações  e de –2,2% nas exportações.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo Total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido excluído), registaram no período acumulado de Janeiro a Outubro uma quebra de ‑10,5% (‑3,7 mil milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -14,0% (‑2,1 mil milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) diminuíram  –15,9% (-7,9 mil milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -18,0% (-3,2 mil milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -31,2% ao situar-se em -11,7 mil milhões de Euros (menos 5,3 mil milhões do que no ano anterior), a que correspondeu uma redução de 4,1 mil milhões no comércio intracomunitário e de -1,1 mil milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 74,7%, em 2019, para 79,2%, em 2020.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020, neste período, o valor médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2019, de 431 para 301 Euros/Ton, após prática estagnação em torno de 288 Euros nos quatro meses anteriores.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (11,5% e 9,0% do total das importações em 2019 e 2020, no período em análise, 5,7% e 4,5% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações no comércio global sobe, em 2020, de 79,2% para 83,1%.


2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2020, no período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 71,6% do total (70,7% em 2019), decresceram em valor -10,5%, contribuindo com -7,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -11,5%.

As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram os restantes 28,4% do total em 2020 (29,3% em 2019), decaíram -14,0%, contribuindo com -4,1 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos nos primeiros dez meses de 2020 foram a Espanha (25,3%), a França (13,7%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (5,6%), os EUA (5,0%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,6%), a Polónia, o Brasil e a Suíça (1,3% cada), a Suécia (1,1%) e a Turquia (1,0%), destinos que  representaram 79,7% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros depois do Reino Unido e dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –30,4% em 2020 (-316,8 milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-85,9 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (-67,0 milhões), “Químicos” (‑47,2 milhões), “Minérios e metais” (-42,8 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑29,6 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-20,9 milhões), e “Têxteis e vestuário” (-13,3 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ (negativo) das exportações neste período (-11,5%), pertenceram à Irlanda (+0,1 p.p.), Roménia (+0,06 p.p.), Suécia (+0,05 p.p.), Suíça (+0,04 p.p.) e Dinamarca (+0,03 p.p.).

O maior contributo negativo coube a Espanha (‑2,5 p.p.), seguida da Alemanha (-1,5 p.p.), do Reino Unido (-1,1 p.p.), da França (-0,9 p.p.), da Itália (-0,7 p.p.), de Angola, e Provisões de Bordo para Países Terceiros, EUA, Países Baixos e Canadá (todos com -0,6 p.p.). 

Os maiores acréscimos, de pequena monta, nas expedições para o espaço comunitário, em termos homólogos, incidiram na Irlanda e na Roménia. Os maiores decréscimos couberam a Espanha, Alemanha, França, Itália, Países Baixos e Provisões de Bordo, seguidos da Áustria, Bélgica, Grécia, Polónia, Finlândia, Eslováquia, Eslovénia, Bulgária e Malta.

No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os do Japão, da Coreia do Sul e de Gibraltar.

Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido de Angola, Provisões de Bordo, EUA, Canadá, Marrocos, México, Egipto, China, Argélia e Brasil.

3.2 - Importações

De Janeiro a Outubro de 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,0% do total (73,5% em 2019), registaram um decréscimo de -15,9% e contribuíram com -11,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de ‑16,5%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑18,0%, representando 26,0% do total em 2020 (26,5% em 2019), com um contributo para o ‘crescimento’ global de -4,8 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2020 foram a Espanha (32,1% do Total), a Alemanha (13,5%) e a França (7,3%).

Seguiram-se os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,7%), o Brasil (2,5%), os EUA (1,9%) e a Nigéria (1,7%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 79,7% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑16,5%) destacou-se o do Brasil (+0,9 p.p.), seguido da Nigéria (+0,4 p.p.), da China e da Polónia (+0, 1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a França (-3,8 p.p.), Espanha (-3,5 p.p.) e Alemanha (-1,9 p.p.).

Seguiram-se Angola (-1,0 p.p.), a Federação Russa (-0,9 p.p.), a Itália (-0,8 p.p.), a Bélgica, Azerbaijão e Arábia Saudita (-0,6 p.p. cada) e os Países Baixos (-0,4 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial

Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2008 milhões de Euros), aos EUA (+1154milhões) e ao Reino Unido (+968 milhões). Seguiram-se a Turquia (+456 milhões) e Angola (+338 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-6750 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (-2202 milhões), da China (‑2147 milhões), dos Países Baixos (-1401 milhões) e da Itália (-971 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando 65,4% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,5% do total e ‑6,9% de TVH), “Agro-alimentares” (13,9% e +2,2%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,8% e -18,6%), “Químicos” (13,2% e ‑9,0%) e “Produtos acabados diversos” (10,0% e -9,9%).

À excepção do grupo “Agro-alimentares”, (+135 milhões de Euros), em todos os restantes dez grupos se registaram decréscimos nas exportações face a 2019. Os maiores contributos para o decréscimo global (-5,8 mil milhões de Euros), couberam aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,4 mil milhões de Euros), “Energéticos” (‑831 milhões), “Quimicos” (-581 milhões), “Minérios e metais” (-562 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-540 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 81,4% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,8% e TVH -11,3%), “Químicos” (18,5% do total e TVH -4,9%), “Agro-alimentares” (16,1% e TVH -4,89%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,7% e TVH -26,8%), “Energéticos” (9,0% e TVH -34,8%) e “Minérios e metais” (8,3% e TVH -13,6%).

Verificaram-se decréscimos em todos os 11 grupos de produtos, num total de -11,0 mil milhões de Euros, cabendo os mais significativos aos grupos “Energéticos” (-2,7 mil milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,2 mil milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (‑1,6 mil milhões). “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,3 mil milhões.

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, precedida do Brasil, da França, da Roménia, dos EUA e do Reino Unido).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,7%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (5,6%), os EUA (5,0%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,6%) e a Polónia (1,3%). Estes dez países representaram 75,0% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,1% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (2ª posição, precedida da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, Alemanha, EUA e Ilhas Virgens Britânicas).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,5%), a França (7,3%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica (2,9 %), o Reino Unido (2,7%), o Brasil (2,5%) e os EUA (1,9%). Estes dez países cobriram 78,0% das importações totais.

Alcochete, 12 de Dezembro de 2020.

ANEXO


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