Comércio Internacional de mercadoriascom a Índia- A Índia face ao Mundo- Comércio de Portugal com a Índia (2015-2019 e Janeiro-Novembro 2019-2020)
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1 – Nota introdutória
A Índia, o maior país do subcontinente indiano e o 7º em
área geográfica no mundo, faz fronteira com o Paquistão, China, Nepal, Butão,
Bangladesh e Myanmar (antiga Birmânia). Com uma superfície de 3 287 mil Km2, compreende
vinte e oito “Estados” (um dos quais Goa) e sete “Territórios da União” (um deles
Damão e Diu). De acordo com estimativas do Banco Mundial para 2019 a sua
população era então de 1 353 milhões de habitantes, o 2º país mais populoso do
mundo, sendo de 2 100 US$ o seu PIB per capita (PPP).
Neste trabalho encontra-se reunido um
breve conjunto de dados sobre o comércio externo da Índia face ao mundo entre
2015 e 2019, a partir de dados de base do “International
Trade Centre” (ITC), e é analisada, com algum detalhe, a evolução das
importações e das exportações de mercadorias entre Portugal e a Índia ao longo desses
anos e período acumulado de Janeiro a Novembro de 2019 e 2020, com base em
dados estatísticos do Instituto Nacional
de Estatística (INE), com última actualização em 8 de Janeiro de 2021.
2 – A Índia face ao mundo
2.1 - Balança Comercial
De acordo com dados de fonte ITC
disponíveis para o período de 2015 a 2019, a Balança Comercial do comércio externo
de mercadorias da Índia foi deficitária entre 2015 e 2019, com um saldo de -139,0
mil milhões de Euros no último ano, tendo o défice atingido o seu valor máximo
em 2018 (-156,9 mil milhões de Euros).
O grau de cobertura das importações
pelas exportações oscilou, neste quinquénio, entre 63,6%, em 2018 e 73,2%, em
2016.
2.2 – Principais mercados do Comércio Externo da Índia em
2019 Saldos positivos e negativos acima de mil
milhões de Euros
Os principais países fornecedores das importações da Índia em 2019 foram a China (14,3% do Total), seguida dos EUA (7,3%), dos Emiratos Árabes Unidos (6,3%), da Arábia Saudita (5,6%) e do Iraque (4,6%). O primeiro país comunitário no ‘ranking’ foi a Alemanha (12ª posição com 2,6%), seguida da Bélgica (17ª e 2,0%), da Itália (26ª e 1,0%), da França (29ª e 0,8%) e dos Países Baixos (31ª e 0,8%), tendo Portugal ocupado o 95º lugar, com 0,03% do Total.
Entre os países de destino das
exportações indianas destacaram-se, a grande distância dos restantes, os EUA
(16,8%), seguidos dos Emiratos Árabes Unidos (9,1%) e da China (5,3%).
O maior saldo positivo da Balança Comercial
da Índia em 2019 ocorreu com os EUA (+17,3 mil milhões de Euros) e o maior
saldo negativo coube às trocas com a China (-45,7 mil milhões de Euros).
2.3 Importações e
exportações na Índia por grupos de produtos
Os capítulos
da Nomenclatura (SH-2) foram aqui agregados em 11 grupos de produtos em cada uma
das vertentes comerciais (ver Anexo).
Nos quadros seguintes, a par do valor das importações e das exportações em cada grupo de produtos de 2015 a 2019 consta, para cada um deles, o contributo de Portugal em 2019, de acordo com os dados constantes na base de dados o ITC.
Do lado das exportações destacou-se o
grupo “Minérios e metais” (20,9% do Total em 2019 e 21,8% em
2018), seguido de “Químicos” (18,3% e 17,3%), “Energéticos”
(13,8% e 15,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (11,2% e 10,0%), “Têxteis
e vestuário” (11,1% e 11,5%) e “Agro-alimentares” (10,8%
e 10,9%).
3 – Comércio de Portugal com a Índia
Em 2019 a Índia ocupou a 9ª posição
nas importações de Portugal com origem nos Países Terceiros (3,9% do Total) e a
7ª no período de Janeiro a Novembro de 2020 (3,6%).
Na vertente das exportações ocupou a
26ª posição em 2019 (0,7% do Total) e a 30ª nos primeiros onze meses de 2020
(0,6%).
Em 2019, no contexto do comércio da
UE-27 com a Índia (Reino Unido excluído), Portugal ocupou a 8ª posição na
importação, com 2,1% do Total, e a 17ª na exportação, com 0,3%.
Ao longo dos últimos cinco anos as
importações portuguesas com origem na Índia cresceram a um ritmo sustentado,
atingindo em 2019 um aumento de +80,4% face do valor que detinham em 2015.
Por sua vez as exportações cresceram +49,8%
entre 2015 e 2017, decaíram no ano seguinte, tendo regressado em 2019 praticamente
ao valor de 2017, representando um acréscimo de +50,1% face a 2015.
3.1 – Balança
Comercial
A Balança Comercial de Portugal com a
Índia, sustentadamente deficitária em termos anuais desde 2015, registou em
2019 um saldo de -710 milhões de Euros, com um grau de cobertura das
importações pelas exportações de apenas 14,3%.
Nos primeiros onze meses de 2020 o défice baixou de -668 milhões de
Euros, em igual período do ano anterior, para -487 milhões, com um grau de cobertura
das importações pelas exportações de 15,7%.
3.2 – Importações
por grupos de produtos
No período de Janeiro a Novembro de
2020 o grupo de produtos dominante nas importações foi “Têxteis e vestuário”
(33,8% do Total em 2020 e 27,6% em 2019), seguido do grupo “Químicos”
(27,7% e 21,4%, respectivamente).
No quadro seguinte relacionam-se, por grupos de produtos, os principais produtos importados, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada.
No período de Janeiro a Novembro de
2020 as maiores exportações incidiram no grupo de produtos “Químicos” (24,9% do Total e 23,3% no período homólogo do ano anterior), destacando-se entre
outros produtos, os antibióticos, os polímeros de etileno, cloreto de vinilo e
outras olefinas em formas primárias, e as essências de terebintina, pinheiro ou
do fabrico de pasta de papel.
Seguiu-se o grupo “Máquinas,
aparelhos e partes” (19,2% em 2020 e 24,0% em 2019), muito
diversificadas, como máquinas de impressão, acumuladores eléctricos, motores e
geradores eléctricos, partes de motores de explosão ou a diesel, fios e cabos
eléctricos e fibra óptica, receptores de TV, bombas de ar ou vácuo,
compressores, ventiladores, exaustores, caixas de fundição e moldes, entre muitos
outros.
Entre os “Minérios e metais” (17,7%
em 2020 e 17,9% no ano anterior), destacaram-se os desperdícios, resíduos e sucata
de alumínio e de cobre, os mármores e pedras calcárias em blocos ou placas, ferramentas
e máquinas-ferramenta e laminados planos de ferro ou aço.
Seguiu-se o grupo “Madeira,
cortiça e papel” (12,1% e 9,3%), com destaque para o papel e cartão
para reciclagem, papel e cartão em rolos ou folhas, cortiça natural em bruto,
simplesmente preparada ou aglomerada e suas obras.
As exportações de “Material de
transporte terrestre e partes”, muito reduzidas em 2019, representaram 9,5% do Total em 2020, centradas nos automóveis de passageiros.
Cada um dos restantes grupos de
produtos representou menos de 7,5% do total das exportações nos dois anos.
No quadro seguinte encontram-se
relacionados, por grupos, os principais produtos exportados nos primeiros onze
meses de 2019 e 2020, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada.
Alcochete, 14 de Janeiro de 2021.
ANEXO
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