quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Comércio internacional com a Índia - 2015-2019 e Janeiro-Novembro 2019-2020

 

Comércio Internacional de mercadorias
com a Índia
- A Índia face ao Mundo
- Comércio de Portugal com  a Índia
  (2015-2019 e Janeiro-Novembro 2019-2020)

                                                       (disponível para download >> aqui )

1 – Nota introdutória

A Índia, o maior país do subcontinente indiano e o 7º em área geográfica no mundo, faz fronteira com o Paquistão, China, Nepal, Butão, Bangladesh e Myanmar (antiga Birmânia). Com uma superfície de 3 287 mil Km2, compreende vinte e oito “Estados” (um dos quais Goa) e sete “Territórios da União” (um deles Damão e Diu). De acordo com estimativas do Banco Mundial para 2019 a sua população era então de 1 353 milhões de habitantes, o 2º país mais populoso do mundo, sendo de 2 100 US$ o seu PIB per capita (PPP).

Neste trabalho encontra-se reunido um breve conjunto de dados sobre o comércio externo da Índia face ao mundo entre 2015 e 2019, a partir de dados de base do “International Trade Centre” (ITC), e é analisada, com algum detalhe, a evolução das importações e das exportações de mercadorias entre Portugal e a Índia ao longo desses anos e período acumulado de Janeiro a Novembro de 2019 e 2020, com base em dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 8 de Janeiro de 2021.

2 – A Índia face ao mundo

2.1 - Balança Comercial

De acordo com dados de fonte ITC disponíveis para o período de 2015 a 2019, a Balança Comercial do comércio externo de mercadorias da Índia foi deficitária entre 2015 e 2019, com um saldo de -139,0 mil milhões de Euros no último ano, tendo o défice atingido o seu valor máximo em 2018 (-156,9 mil milhões de Euros).

O grau de cobertura das importações pelas exportações oscilou, neste quinquénio, entre 63,6%, em 2018 e 73,2%, em 2016.

2.2 – Principais mercados do Comércio Externo da Índia em 2019
         Saldos positivos e negativos acima de mil milhões de Euros

Os principais países fornecedores das importações da Índia em 2019 foram a China (14,3% do Total), seguida dos EUA (7,3%), dos Emiratos Árabes Unidos (6,3%), da Arábia Saudita (5,6%) e do Iraque (4,6%). O primeiro país comunitário no ‘ranking’ foi a Alemanha (12ª posição com 2,6%), seguida da Bélgica (17ª e 2,0%), da Itália (26ª e 1,0%), da França (29ª e 0,8%) e dos Países Baixos (31ª e 0,8%), tendo Portugal ocupado o 95º lugar, com 0,03% do Total.

Entre os países de destino das exportações indianas destacaram-se, a grande distância dos restantes, os EUA (16,8%), seguidos dos Emiratos Árabes Unidos (9,1%) e da China (5,3%).

O maior saldo positivo da Balança Comercial da Índia em 2019 ocorreu com os EUA (+17,3 mil milhões de Euros) e o maior saldo negativo coube às trocas com a China (-45,7 mil milhões de Euros).

2.3 Importações e exportações na Índia por grupos de produtos

Os capítulos da Nomenclatura (SH-2) foram aqui agregados em 11 grupos de produtos em cada uma das vertentes comerciais (ver Anexo).

Nos quadros seguintes, a par do valor das importações e das exportações em cada grupo de produtos de 2015 a 2019 consta, para cada um deles, o contributo de Portugal em 2019, de acordo com os dados constantes na base de dados o ITC.


Nas importações, o grupo de produtos dominante em 2019 e no ano anterior foi “Energéticos” (respectivamente 31,9% e 33,3%), seguido de “Minérios e metais” (20,0% e 20,9%), “Máquinas aparelhos e partes” (19,9% e 18,8%) e “Químicos” (13,8% e 13,3%).

Do lado das exportações destacou-se o grupo “Minérios e metais” (20,9% do Total em 2019 e 21,8% em 2018), seguido de “Químicos” (18,3% e 17,3%), “Energéticos” (13,8% e 15,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (11,2% e 10,0%), “Têxteis e vestuário” (11,1% e 11,5%) e “Agro-alimentares” (10,8% e 10,9%).

3 – Comércio de Portugal com a Índia

Em 2019 a Índia ocupou a 9ª posição nas importações de Portugal com origem nos Países Terceiros (3,9% do Total) e a 7ª no período de Janeiro a Novembro de 2020 (3,6%).

Na vertente das exportações ocupou a 26ª posição em 2019 (0,7% do Total) e a 30ª nos primeiros onze meses de 2020 (0,6%).

Em 2019, no contexto do comércio da UE-27 com a Índia (Reino Unido excluído), Portugal ocupou a 8ª posição na importação, com 2,1% do Total, e a 17ª na exportação, com 0,3%.

Ao longo dos últimos cinco anos as importações portuguesas com origem na Índia cresceram a um ritmo sustentado, atingindo em 2019 um aumento de +80,4% face do valor que detinham em 2015.

Por sua vez as exportações cresceram +49,8% entre 2015 e 2017, decaíram no ano seguinte, tendo regressado em 2019 praticamente ao valor de 2017, representando um acréscimo de +50,1% face a 2015.

3.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial de Portugal com a Índia, sustentadamente deficitária em termos anuais desde 2015, registou em 2019 um saldo de -710 milhões de Euros, com um grau de cobertura das importações pelas exportações de apenas 14,3%.

Nos primeiros onze meses de 2020 o défice baixou de -668 milhões de Euros, em igual período do ano anterior, para -487 milhões, com um grau de cobertura das importações pelas exportações de 15,7%.

3.2 – Importações por grupos de produtos

No período de Janeiro a Novembro de 2020 o grupo de produtos dominante nas importações foi “Têxteis e vestuário” (33,8% do Total em 2020 e 27,6% em 2019), seguido do grupo “Químicos” (27,7% e 21,4%, respectivamente).

No quadro seguinte relacionam-se, por grupos de produtos, os principais produtos importados, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada.


3.3 – Exportações por grupos de produtos

No período de Janeiro a Novembro de 2020 as maiores exportações incidiram no grupo de produtos “Químicos (24,9% do Total e 23,3% no período homólogo do ano anterior), destacando-se entre outros produtos, os antibióticos, os polímeros de etileno, cloreto de vinilo e outras olefinas em formas primárias, e as essências de terebintina, pinheiro ou do fabrico de pasta de papel.

Seguiu-se o grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (19,2% em 2020 e 24,0% em 2019), muito diversificadas, como máquinas de impressão, acumuladores eléctricos, motores e geradores eléctricos, partes de motores de explosão ou a diesel, fios e cabos eléctricos e fibra óptica, receptores de TV, bombas de ar ou vácuo, compressores, ventiladores, exaustores, caixas de fundição e moldes, entre muitos outros.

 Entre os “Minérios e metais” (17,7% em 2020 e 17,9% no ano anterior), destacaram-se os desperdícios, resíduos e sucata de alumínio e de cobre, os mármores e pedras calcárias em blocos ou placas, ferramentas e máquinas-ferramenta e laminados planos de ferro ou aço.

Seguiu-se o grupo “Madeira, cortiça e papel” (12,1% e 9,3%), com destaque para o papel e cartão para reciclagem, papel e cartão em rolos ou folhas, cortiça natural em bruto, simplesmente preparada ou aglomerada e suas obras.

As exportações de “Material de transporte terrestre e partes”, muito reduzidas em 2019, representaram 9,5% do Total em 2020, centradas nos automóveis de passageiros.

O grupo de produtos “Têxteis e vestuário”, que no período de Janeiro a Novembro de 2019 havia representado 11,0% das nossas exportações para a Índia, viu o seu peso descer para cerca de metade em 2020, incidindo principalmente em produtos e artefactos têxteis para usos técnicos, fitas de fios ou fibras e tecidos de vários tipos.

Cada um dos restantes grupos de produtos representou menos de 7,5% do total das exportações nos dois anos.

No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos, os principais produtos exportados nos primeiros onze meses de 2019 e 2020, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada.


Alcochete, 14 de Janeiro de 2021.

                                                                                     ANEXO


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