domingo, 10 de janeiro de 2021

Série mesnal - Janeiro-Novembro 2020 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série Mensal -
Janeiro a Novembro de 2020 

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 8 de Janeiro de 2021, para o período acumulado de Janeiro a Novembro de 2020, e definitivos para 2019, as exportações de mercadorias, face ao período homólogo do ano anterior, decresceram em valor ‑10,5% (‑5,8 mil milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -16,0% (-11,8 mil milhões).

Estas descidas reflectem quebras mensais significativas, em termos homólogos, verificadas de Março a Julho, principalmente nos meses de Abril e Maio (-39,2% e ‑39,4% nas importações e -41,3% e -38,8% nas exportações). A partir de então, e até Setembro, o volume destas quebras, face ao mês homólogo do ano anterior, reduziu-se sucessivamente, situando-se a taxa de variação em -8,7% nas importações, tornando-se mesmo ligeiramente positiva nas exportações, +0,2%. Em Outubro inverteu-se esta tendência, com taxas de -11,4% nas importações  e de –2,3% nas exportações, para em Novembro se situarem respectivamente em -12,1% e -0,4%.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido excluído), registaram no período acumulado de Janeiro a Novembro uma quebra de ‑9,5% (‑3,7 mil milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -12,7% (‑2,0 mil milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) diminuíram –15,0% (-8,2 mil milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -18,6% (-3,6 mil milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -32,3% ao situar-se em -12,6 mil milhões de Euros (menos 6,0 mil milhões do que no ano anterior), a que correspondeu uma redução de 4,4 mil milhões no comércio intracomunitário e de -1,6 mil milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 74,8%, em 2019, para 79,7%, em 2020.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020, neste período, o valor médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2019, de 431 para 297 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que no período em análise pesou 9,0% no total das importações em 2020 e 4,5% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações no comércio global sobe de 79,7% para 83,4%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2020, no período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 71,6% do total (70,9% em 2019), decresceram em valor -9,5%, contribuindo com -6,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -10,5%.

As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram os restantes 28,4% do total em 2020 (29,1% em 2019), decaíram -12,7%, contribuindo com -3,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos nos primeiros dez meses de 2020 foram a Espanha (25,4%), a França (13,6%), a Alemanha (11,9%), o Reino Unido (5,7%), os EUA (4,9%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,6%), a Polónia (1,4%), o Brasil /1,3%), a Suíça (1,2%), a Suécia e Marrocos (1,1% cada), destinos que  representaram 79,7% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros depois do Reino Unido e dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –30,0% em 2020 (-346,6 milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-90,7 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (-85,1 milhões), “Químicos” (‑50,1 milhões), “Minérios e metais” (-43,8 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑28,3 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-23,0 milhões), e “Têxteis e vestuário” (-14,6 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ (negativo) das exportações neste período (-11,5%), pertenceram à Irlanda (+0,14 p.p.), Roménia (+0,06 p.p.), Suécia e Suíça (+0,04 p.p. cada), e Dinamarca (+0,03 p.p.).

O maior contributo negativo coube a Espanha (‑1,9 p.p.), seguida da Alemanha (-1,4 p.p.), do Reino Unido (-1,0 p.p.), da França (-0,8 p.p.), das Provisões de Bordo para Países Terceiros, Angola, EUA, Itália e Países Baixos (todos com -0,6 p.p.) e Provisões de Bordo para Países Comunitários (-0,5 p.p.). 

Os maiores acréscimos, nas expedições para o espaço comunitário, em termos homólogos, incidiram na Irlanda, seguida da Roménia. Os maiores decréscimos couberam a Espanha, Alemanha, França, Itália, Países Baixos e Provisões de Bordo, seguidos da Áustria, Bélgica, Grécia, Finlândia, Eslováquia, Polónia, Chipre, Eslovénia e Bulgária.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os do Japão, de Gibraltar, da Coreia do Sul e de Israel.

Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido das Provisões de Bordo, Angola, EUA, Canadá, Marrocos, México, Egipto, Argélia, China, Brasil e África do Sul.

3.2 - Importações

De Janeiro a Novembro de 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total (73,7% em 2019), registaram um decréscimo de -15,0% e contribuíram com -11,1 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de ‑16,0%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑18,6%, representando 25,5% do total em 2020 (26,3% em 2019), com um contributo para o ‘crescimento’ global de -4,9 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2020 foram a Espanha (32,3% do Total), a Alemanha (13,5%) e a França (7,4%).

Seguiram-se os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,2%), a China (4,5%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,7%), o Brasil (2,3%), os EUA (1,8%) e a Nigéria (1,7%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 79,9% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑16,0%) destacou-se o do Brasil (+0,7 p.p.), seguido da Nigéria (+0,2 p.p.), da China e da Polónia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a França (-3,8 p.p.), Espanha (-3,1 p.p.) e Alemanha (-2,0 p.p.).

Seguiram-se Angola (-0,9 p.p.), a Federação Russa (-0,8 p.p.), a Itália (-0,7 p.p.), a Bélgica (0,6 p.p.), a Arábia Saudita e Azerbaijão (-0,5 p.p. cada) e os Países Baixos (-0,4 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial

Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2144 milhões de Euros), aos EUA (+1288 milhões) e ao Reino Unido (+1117 milhões). Seguiram-se a Turquia (+503 milhões) e Angola (+420 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-7540 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (-2453 milhões), da China (‑2311 milhões), dos Países Baixos (-1556 milhões) e da Itália (-1055 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando 65,7% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,6% do total e ‑5,8% de TVH), “Material de transporte terrestre e partes” (14,1% e -16,6%), “Agro-alimentares” (13,8% e +2,1%), “Químicos” (13,2% e ‑7,2%) e “Produtos acabados diversos” (10,0% e -8,8%).

À excepção do grupo “Agro-alimentares”, (+140 milhões de Euros), em todos os restantes dez grupos se registaram decréscimos nas exportações face a 2019. Os maiores contributos para o decréscimo global (-5,8 mil milhões de Euros), couberam aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,4 mil milhões de Euros), “Energéticos” (‑982 milhões), “Têxteis e vestuário” (-571 milhões), ), “Minérios e metais” (-519 milhões) e “Quimicos” (-508 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 81,3% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (19,0% e TVH -9,9%), “Químicos” (18,5% do total e TVH -3,4%), “Agro-alimentares” (15,9% e TVH -4,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,8% e TVH -25,3%), “Energéticos” (8,7% e TVH -35,8%) e “Minérios e metais” (8,4% e TVH -12,3%).

Verificaram-se decréscimos em todos os 11 grupos de produtos, num total de -11,8 mil milhões de Euros, cabendo os mais significativos aos grupos “Energéticos” (-3,0 mil milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,3 mil milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (‑2,0 mil milhões). “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,3 mil milhões.

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, precedida do Brasil, da França, da Roménia, dos EUA e do Reino Unido).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,6%), a Alemanha (11,9%), o Reino Unido (5,7%), os EUA (4,9%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,6%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países representaram 75,0% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,3% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (2ª posição, precedida da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, Alemanha, EUA e Ilhas Virgens Britânicas).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,5%), a França (7,4%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,2%), a China (4,5%), a Bélgica (2,9 %), o Reino Unido (2,7%), o Brasil (2,3%) e os EUA (1,8%). Estes dez países cobriram 78,2% das importações totais.

 Alcochete, 10 de Janeiro de 2021.

ANEXO



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