1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) para o período de Janeiro a Abril de 2021 e também ainda
preliminares para 2020, com última actualização em 9 de Junho de 2021, as
exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +18,9% (+3297
milhões de Euros), a par de uma subida nas importações de +6,6%% (+1520 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -30,9% ao situar-se em -3973
milhões de Euros (inferior em 1777 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam reduções de 610 milhões no comércio intracomunitário e de 1167
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações subiu de 75,2%, em 2020, para 83,9%, em 2021.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos
primeiros quatro meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto
subiu, face ao período homólogo de 2020, de 361 para 365 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a
cotação de Maio).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
9,4% no total das importações no período de Janeiro-Abril de 2021 e 5,9% do lado das
exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe
de 83,9%, no comércio global, para 87,2%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,6%
do total (70,6% em 2020), cresceram +20,6%, contribuindo com +14,5 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +18,9%. As exportações para o espaço
extracomunitário (28,4% do total em Janeiro-Abril de 2021 e 29,4% em 2020), cresceram
+14,8%, contribuindo com +4,4 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os
principais destinos das exportações nos primeiros quatro meses de 2021 foram a
Espanha (26,0%%), a França (13,6%), a Alemanha (11,1%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (5,4%), os EUA (5,1%), a Itália (4,7%), os Países Baixos (3,9%), a
Bélgica (2,5%), Marrocos (1,8%), a Polónia (1,4%), Angola (1,3%), China, Brasil
e Suécia (1,1% cada), destinos que representaram 80,1% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos
EUA, registou no período em análise uma quebra nas exportações de –8,3% (‑24,6
milhões de Euros), envolvendo 6 dos 11 grupos de produtos, sendo as excepções
os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+7,7 milhões), “Material de
transporte terrestre“ (+2,2 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,8
milhões), “Têxteis e vestuário” (+1,5 milhões) e “Químicos” (+626 mil
Euros).
A
principal descida nas exportações portuguesas para Angola incidiu no grupo de
produtos “Agro-alimentares” (-32,2 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+18,9%) pertenceram a Espanha (+5,9 p.p.), à França
(+3,3 p.p.), à Alemanha (+1,6 p.p.), à Itália (+1,2 p.p.) e a Marrocos (+1,1
p.p.). Os maiores contributos negativos couberam às Provisões de Bordo
para países comunitários (-0,6 p.p.) e também para países terceiros (-0,5 p.p),
ao Brasil e à Irlanda (-0,2 p.p. cada), e a Angola e Cabo Verde (-0,1 p.p.cada).
Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Espanha, França, Alemanha, Itália e Países Baixos. Os maiores decréscimos couberam às Provisões de Bordo e à Irlanda.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores
acréscimos nas exportações destacaram-se os de Marrocos, dos EUA, de Gibraltar,
do Reino Unido, do Japão e da China.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Provisões de Bordo, do Brasil,
de Taiwan, de Angola, de Ceuta e dos Emiratos.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Abril de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 74,8% do total (71,4% em 2020), registaram um acréscimo de +11,6%
e contribuíram com +8,3 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +6,6%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑6,1%,
representando 25,2% do total em 2021 (28,6% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’
global de -1,8 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,0% do
Total) e a Alemanha (13,8%). Seguiram-se a França (7,3%) os Países Baixos (5,5%),
a Itália (5,0%), a China (4,5%), a Bélgica (2,9%), o Brasil (2,6%), os EUA e a
Polónia (2,2% cada), e a Nigéria (2,0%). Estes países representaram, no seu
conjunto, 80,0% das importações totais.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de
Janeiro a Abril de 2021 (+6,6%) destacaram-se os da Espanha, (+4,1 p.p.), da Alemanha
(+1,7 p.p.), da Polónia (+0,8 p.p.), da Federação Russa (+0,7 p.p.), da China e
Países Baixos (+0,6 p.p. cada) e da Itália (+0,5 p.p.).
Os
principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,6 p.p.), em
Angola (-1,2 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,7 p.p.), na Argélia (-0,5 p.p.), no
Brasil (-0,3 p.p.) e na Suécia (-0,2 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária (chegadas) e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período acumulado de Janeiro a Abril de 2021, os maiores saldos
positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1021 milhões
de Euros) e ao Reino Unido (+814 milhões). Seguiram-se os EUA (+521 milhões), Marrocos
(+291 milhões), e Angola (+263 milhões). O maior défice, a grande
distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-2521 milhões de Euros), seguida
da Alemanha (-1105 milhões), da China (‑882 milhões), dos Países Baixos (‑557
milhões) e da Nigéria (-475 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Os grupos
com maior peso nas exportações, no período em análise, representando 83,5% do
total, foram “Material de transporte
terrestre e partes” (14,7% do Total e TVH de +36,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% e +23,5%), “Químicos”
(13,4% e +20,6%), “Agro-alimentares”
(12,3% e +5,5%), “Minérios e metais” (10,1% e +30,3%), “Produtos
acabados diversos” (9,7% e +23,7%) e “Têxteis e vestuário” (8,6% e +15,8%).
Verificaram-se
acréscimos, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de
produtos.
5.2 – Importações
Os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 84,0% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (19,5% do Total e TVH +20,6%), “Químicos” (19,4% e +12,1%), “Agro-alimentares” (14,5% e +1,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,1% e +6,1%), “Energéticos” (9,4% e -13,5%) “Minérios e metais” (9,4% e +20,9%).
Os
maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Máquinas, aparelhos e
partes” (+823 milhões de Euros), “Químicos” (+516 milhões), “Minérios
e metais” (+399 milhões), “Produtos acabados diversos” (+168
milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+156 milhões).
Por sua
vez os principais decréscimos couberam aos grupos “Energéticos” (-362
milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (-111 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 26,0% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida do Reino Unido, Roménia França e Brasil).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,6%), a
Alemanha (11,1%), o Reino Unido (5,4%), os EUA (5,1%), a Itália (4,7%), os Países
Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,8%) e a Polónia (1,4%). Estes dez
países representaram 75,5% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 32,0% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida da
Nigéria e do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar,
depois da França, Alemanha, EUA e Singapura).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,8%), a França (7,3%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,0%), a China (4,5%), a Bélgica (2,9%), o Brasil (2,6%), os EUA e a Polónia (2,2% cada). Estes dez países cobriram 78,0% das importações totais.
Alcochete, 11 de Junho de 2021.
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