Evolução recente do Comércio Internacional
( disponível para download >> aqui )
1 – Nota
introdutória
O comércio internacional português de
veículos automóveis, suas partes, acessórios e componentes diversos, que designamos
aqui por ‘Ramo automóvel’, tem um peso importante no comércio internacional
português, tendo representado 12,0% das importações globais, tanto no 1º
Semestre de 2020 como em 2021, e 17,3% e 18,1%, respectivamente, na estrutura das exportações.
Neste trabalho, para além dos produtos
que integram o Capítulo 87 da Nomenclatura Combinada foram incluídos outros componentes
desta indústria dispersos por outros capítulos, como motores, dispositivos eléctricos,
assentos, pneus e muitos outros, que não sendo exaustivos, por limitação imposta
pelos descritivos da NC, complementam o tipo de produtos em causa.
2 – Balança Comercial
De acordo com os dados de base divulgados
pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em versões ainda preliminares
para os dois semestres, a Balança Comercial deste conjunto de produtos foi favorável.
Entre os dois semestres, as importações
cresceram +16,9% e as exportações +30,4%, subindo o saldo positivo de +397
milhões de euros para +1050 milhões, com o grau de cobertura das importações pelas
exportações a subir de 110,1% para 122,8%.
Tanto na importação como na exportação
predominam as “Partes, acessórios e componentes
diversos” (49,5% e 58,0%
respectivamente no 1º Semestre de 2021), seguidas dos “Veículos ligeiros de passageiros e uso misto”
(38,6% e 32,4%) e dos “Outros veículos” (11,9% e 9,6%).
Os maiores acréscimos em Euros no 1º
semestre de 2021, face ao homólogo do ano anterior, nas duas vertentes
comerciais, incidiram nas “Partes, acessórios
e componentes diversos” (+472 e + 812
milhões, respectivamente), seguidas dos “Veículos ligeiros de passageiros e uso misto” (+90 e +439 milhões) e dos “Outros veículos” (+103 e +68 milhões de
Euros).
3 – Principais
produtos importados e exportados
3.1- Veículos
ligeiros de passageiros e uso misto
No 1º Semestre de 2021, os veículos novos pesaram 77,1% nas importações de automóveis ligeiros de passageiros e uso misto e 98,7% nas exportações, predominando os veículos a gasolina.
Começam a ter peso considerável do lado da importação os veículos com motor a gasolina/eléctrico, diesel/eléctrico ou apenas eléctrico.
No quadro em ANEXO pode observar-se os
diversos conjuntos de produtos com uma maior desagregação, incluindo a cilindrada
dos veículos.
3.2- Outros veículos
No 1º Semestre de 2021, o conjunto dos
restantes veículos representou 11,9% das importações (11,3% em 2020) e 9,6% das
exportações (10,9% em 2020), englobando, para além dos ‘Veículos para transporte de mercadorias’ e dos ‘Veículos para 10 ou mais pessoas’, os ‘Veículos para usos especiais’, como por
exemplo os de auto-socorro, carros de bombeiros ou carros-betoneira, ‘Outros veículos’, como tractores, carros blindados de combate, reboques, semi-reboques
e veículos sem dispositivo de elevação de carga utilizados em fábricas,
armazéns, portos e aeroportos, e ainda os ‘Chassis
com motor’ e as ‘Carroçarias,
incluindo cabines’.
Nas importações destaca-se, no 1º
Semestre de 2021, o conjunto dos ‘Veículos
para transporte de mercadorias’, praticamente a par dos ‘Outros veículos’, principalmente tractores, reboques e semi-reboques.
Nas exportações sobressaem os ‘Veículos para transporte de mercadorias’.
3.3- Partes,
acessórios e componentes diversos
No 1º Semestre de 2021, o conjunto das
“Partes, acessórios e componentes diversos”,
muito diversificado, representou 49,5% das importações do ‘Ramo automóvel’ (45,9% em 2020) e 58,0% das exportações (57,0% em
2020), a que correspondeu um saldo positivo de +1001 milhões de Euros (+661 milhões em 2020).
Na vertente das importações destacaram-se, em 2021, as aquisições do conjunto ‘Outras partes e acessórios’ como caixas
de velocidades, acessórios de carroçarias, travões e servofreios, tubos de escape,
“airbags”, volantes e caixas de direcção, rodas, suspensão e eixos, a que se
seguiram os ‘Outros componentes’, principalmente
pneus, os ‘Motores’, tanto a diesel
como de explosão, e os ‘Componentes
eléctricos’, como cablagens, aparelhos de iluminação e sinalização, baterias
e aparelhos de ar condicionado, entre muitos outros.
Nas exportações predominaram as de ‘Outras
partes e acessórios’, como tubos de escape, “airbags”, caixas de velocidades, acessórios de carroçaria, travões
e servofreios, volantes e caixas de direcção. Seguiram-se os ‘Outros componentes’, como pneus, conta-quilómetros,
fechaduras, obras de borracha vulcanizada, e os ‘Componentes eléctricos’, como rádios com gravador ou reprodutor de
som, cablagens, distribuidores e bobinas de ignição, entre outros.
No quadro em ANEXO pode observar-se a
grande diversidade dos restantes produtos.
4 – Principais mercados
de origem e de destino
Os principais mercados de origem das importações
portuguesas de ‘Veículos automóveis, chassis com motor e carroçarias’
encontram-se na União Europeia (91,2% no 1º Semestre de 2021 e 90,3% no ano
anterior).
No 1º Semestre de 2021 o principal fornecedor
foi a Espanha (32,4% do Total e 24,7% em 2020), seguida da Alemanha (20,8% e 25,5%)
e da França (16,0% e 17,1%), cobrindo estes três países pouco menos de 70% dos fornecimentos
nestes dois anos.
Entre os restantes fornecedores
destacaram-se a Bélgica (7,4% em 2021 e 8,5% em 2020), a Itália (3,2% nos dois
anos), os Países Baixos (2,3% e 2,2%), a Coreia do Sul (2,2% e 1,8%), a Hungria
(2,1% e 2,5%), a Turquia (2,0% e 2,7%) e a Eslováquia (1,7% e 1,9%).
Também os principais destinos das exportações
portuguesas de ‘Veículos automóveis,
chassis com motor e carroçarias’ se encontram na União
Europeia (73,1% no 1º Semestre de 2021 e 81,2% no ano anterior).
Em 2021, o principal mercado de
destino foi a França (17,3% e 18,9% em 2020), seguida da Alemanha (16,6% e 23,6%),
da Itália (11,6% e 10,4% em 2017), da Espanha (11,1% e 10,2%) e do Reino Unido
(9,2% e 8,8%), cobrindo estes cinco países 65,8% do Total em 2021 e 71,9% em 2020.
No âmbito das ‘Partes, acessórios
e componentes diversos’ os principais mercados de origem das importações
encontram-se igualmente no espaço comunitário (92,0% no 1º Semestre de 2021 e 91,7%
em 2020), predominando também aqui os mesmos três países: a Espanha (33,7% e
36,5%, respectivamente), a Alemanha (27,0% e 26,6%) e a França (9,4% e 9,2%), com
uma quota superior a 70% nos dois anos.
Também aqui os principais destinos das
exportações de ‘Partes,
acessórios e componentes diversos’ se encontram no espaço comunitário (83,5%
no 1º Semestre de 2021 e 85,0% em 2020), predominando as exportações para Espanha
(31,0% do Total em 2021 e 22,7% em 2020), Alemanha (21,0% e 22,7%), França (12,0%
e 12,3%), cobrindo estes quatro países 64,0% do Total das exportações em 2021 e
67,3% em 2020.
Alcochete, 23 de Setembro
de 2021.