segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Evolução recente do comércio internacional no 'Ramo automóvel' - 1º Semestre 2020-2021

 

Evolução recente do Comércio Internacional

no 'Ramo Automóvel'
(1º Semestre 2020-2021)

( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

O comércio internacional português de veículos automóveis, suas partes, acessórios e componentes diversos, que designamos aqui por ‘Ramo automóvel’, tem um peso importante no comércio internacional português, tendo representado 12,0% das importações globais, tanto no 1º Semestre de 2020 como em 2021, e 17,3% e 18,1%, respectivamente, na estrutura das exportações.

Neste trabalho, para além dos produtos que integram o Capítulo 87 da Nomenclatura Combinada foram incluídos outros componentes desta indústria dispersos por outros capítulos, como motores, dispositivos eléctricos, assentos, pneus e muitos outros, que não sendo exaustivos, por limitação imposta pelos descritivos da NC, complementam o tipo de produtos em causa.

2 – Balança Comercial

De acordo com os dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em versões ainda preliminares para os dois semestres, a Balança Comercial deste conjunto de produtos foi favorável.

Entre os dois semestres, as importações cresceram +16,9% e as exportações +30,4%, subindo o saldo positivo de +397 milhões de euros para +1050 milhões, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a subir de 110,1% para 122,8%.

Tanto na importação como na exportação predominam as “Partes, acessórios e componentes diversos” (49,5% e 58,0% respectivamente no 1º Semestre de 2021), seguidas dos “Veículos ligeiros de passageiros e uso misto” (38,6% e 32,4%) e dos “Outros veículos” (11,9% e 9,6%).

Os maiores acréscimos em Euros no 1º semestre de 2021, face ao homólogo do ano anterior, nas duas vertentes comerciais, incidiram nas “Partes, acessórios e componentes diversos” (+472 e + 812 milhões, respectivamente), seguidas dos “Veículos ligeiros de passageiros e uso misto” (+90 e +439 milhões) e dos “Outros veículos” (+103 e +68 milhões de Euros).

3 – Principais produtos importados e exportados

3.1- Veículos ligeiros de passageiros e uso misto

No 1º Semestre de 2021, os veículos novos pesaram 77,1% nas importações de automóveis ligeiros de passageiros e uso misto e 98,7% nas exportações, predominando os veículos a  gasolina.

Começam a ter peso considerável do lado da importação os veículos com motor a gasolina/eléctrico, diesel/eléctrico ou apenas eléctrico.


No quadro em ANEXO pode observar-se os diversos conjuntos de produtos com uma maior desagregação, incluindo a cilindrada dos veículos.

3.2- Outros veículos

No 1º Semestre de 2021, o conjunto dos restantes veículos representou 11,9% das importações (11,3% em 2020) e 9,6% das exportações (10,9% em 2020), englobando, para além dos ‘Veículos para transporte de mercadorias’ e dos ‘Veículos para 10 ou mais pessoas’, os ‘Veículos para usos especiais’, como por exemplo os de auto-socorro, carros de bombeiros ou carros-betoneira, ‘Outros veículos’, como tractores, carros blindados de combate, reboques, semi-reboques e veículos sem dispositivo de elevação de carga utilizados em fábricas, armazéns, portos e aeroportos, e ainda os ‘Chassis com motor’ e as ‘Carroçarias, incluindo cabines’

Nas importações destaca-se, no 1º Semestre de 2021, o conjunto dos ‘Veículos para transporte de mercadorias’, praticamente a par dos ‘Outros veículos’, principalmente tractores, reboques e semi-reboques.

Nas exportações sobressaem os ‘Veículos para transporte de mercadorias’.

3.3- Partes, acessórios e componentes diversos

No 1º Semestre de 2021, o conjunto das “Partes, acessórios e componentes diversos”, muito diversificado, representou 49,5% das importações do ‘Ramo automóvel’ (45,9% em 2020) e 58,0% das exportações (57,0% em 2020), a que correspondeu um saldo positivo de +1001  milhões de Euros (+661 milhões em 2020).

Na vertente das importações destacaram-se, em 2021, as aquisições do conjunto ‘Outras partes e acessórios’ como caixas de velocidades, acessórios de carroçarias, travões e servofreios, tubos de escape, “airbags”, volantes e caixas de direcção, rodas, suspensão e eixos, a que se seguiram os ‘Outros componentes’, principalmente pneus, os ‘Motores’, tanto a diesel como de explosão, e os ‘Componentes eléctricos’, como cablagens, aparelhos de iluminação e sinalização, baterias e aparelhos de ar condicionado, entre muitos outros.

Nas exportações predominaram as de ‘Outras partes e acessórios’, como tubos de escape, “airbags”, caixas de velocidades, acessórios de carroçaria, travões e servofreios, volantes e caixas de direcção. Seguiram-se os ‘Outros componentes’, como pneus, conta-quilómetros, fechaduras, obras de borracha vulcanizada, e os ‘Componentes eléctricos’, como rádios com gravador ou reprodutor de som, cablagens, distribuidores e bobinas de ignição, entre outros.

No quadro em ANEXO pode observar-se a grande diversidade dos restantes produtos.

4 – Principais mercados de origem e de destino

Os principais mercados de origem das importações portuguesas de Veículos automóveis, chassis com motor e carroçarias’ encontram-se na União Europeia (91,2% no 1º Semestre de 2021 e 90,3% no ano anterior). 

No 1º Semestre de 2021 o principal fornecedor foi a Espanha (32,4% do Total e 24,7% em 2020), seguida da Alemanha (20,8% e 25,5%) e da França (16,0% e 17,1%), cobrindo estes três países pouco menos de 70% dos fornecimentos nestes dois anos.








Entre os restantes fornecedores destacaram-se a Bélgica (7,4% em 2021 e 8,5% em 2020), a Itália (3,2% nos dois anos), os Países Baixos (2,3% e 2,2%), a Coreia do Sul (2,2% e 1,8%), a Hungria (2,1% e 2,5%), a Turquia (2,0% e 2,7%) e a Eslováquia (1,7% e 1,9%).

Também os principais destinos das exportações portuguesas de ‘Veículos automóveis, chassis com motor e carroçarias’ se encontram na União Europeia (73,1% no 1º Semestre de 2021 e 81,2% no ano anterior).

Em 2021, o principal mercado de destino foi a França (17,3% e 18,9% em 2020), seguida da Alemanha (16,6% e 23,6%), da Itália (11,6% e 10,4% em 2017), da Espanha (11,1% e 10,2%) e do Reino Unido (9,2% e 8,8%), cobrindo estes cinco países 65,8% do Total em 2021 e  71,9% em 2020.

No âmbito das ‘Partes, acessórios e componentes diversos’ os principais mercados de origem das importações encontram-se igualmente no espaço comunitário (92,0% no 1º Semestre de 2021 e 91,7% em 2020), predominando também aqui os mesmos três países: a Espanha (33,7% e 36,5%, respectivamente), a Alemanha (27,0% e 26,6%) e a França (9,4% e 9,2%), com uma quota superior a 70% nos dois anos. 


Também aqui os principais destinos das exportações de Partes, acessórios e componentes diversos’ se encontram no espaço comunitário (83,5% no 1º Semestre de 2021 e 85,0% em 2020), predominando as exportações para Espanha (31,0% do Total em 2021 e 22,7% em 2020), Alemanha (21,0% e 22,7%), França (12,0% e 12,3%), cobrindo estes quatro países 64,0% do Total das exportações em 2021 e 67,3% em 2020.


Alcochete, 23 de Setembro de 2021.


ANEXO




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