1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Julho de 2021 e também ainda preliminares para 2020, com última actualização em 9 de Setembro de 2021, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +22,2% (+6698 milhões de Euros), a par de uma subida nas importações de +17,3% (+6669 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Julho de 2021 um acréscimo de +22,3% (+4803 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +22,2% (+1895 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +19,2% (+5436 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +12,0% (+1233 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -0,3% ao situar-se em -8527
milhões de Euros (inferior em 28 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu
um agravamento de 633 milhões no comércio intracomunitário e um decréscimo de 662
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações subiu de 77,9%, em 2020, para 81,2%, em 2021.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos
primeiros sete meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2020, de 313 para 394 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a
cotação de Agosto).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
10,1% no total das importações no período de Janeiro-Julho de 2021 e 5,7% do lado
das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
sobe de 81,2%, no comércio global, para 85,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período mensal em análise, as exportações para a UE (expedições), que
representaram 71,6% do total (71,6% também em 2020), cresceram +22,3%, contribuindo
com +16,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global
de +22,2%. As exportações para o
espaço extracomunitário (28,4% do total nos dois anos), cresceram +22,2%,
contribuindo com +6,3 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os
principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a Espanha
(26,3%), a França (13,5%), a Alemanha (11,1%), os EUA (5,3%), o Reino Unido
incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%),
Marrocos (1,5%), a Polónia e Angola (1,4% cada), a China, <brasil e Suécia
(1,1% cada), destinos que representaram 80,2% do total das exportações.
Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise um aumento de 0,5% nas nossas exportações (+2,3 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos 7 dos 11 grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+25,0 milhões), “Produtos acabados diversos” (+5,6 milhões), “Material de transporte terrestre e partes“ (+1,7 milhões), “Minérios e metais” (+3,3 milhões), Químicos (+652 mil Euros) e “Têxteis e vestuário” (+388 mil Euros). As excepções incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-32,6 milhões de Euros), “Energéticos” (-2,0 milhões), “Calçado, peles e couros” (-538 mil Euros) e “Madeira, cortiça e papel” (-31 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+22,2%) pertenceram a Espanha (+7,0 p.p.), à França
(+2,7 p.p.), à Alemanha (+1,6 p.p.), aos EUA (+1,3 p.p.), à Itália (+1,2 p.p.),
aos Países Baixos (+1,0%) e ao Reino Unido (+0,9 p.p.). Os maiores contributos
negativos couberam às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,4
p.p.) e à Irlanda e Provisões de Bordo para Países terceiros (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram na Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica, Polónia
e Finlândia.
Os maiores decréscimos couberam às Provisões de Bordo.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores
acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Marrocos, Reino Unido, Gibraltar,
China, Japão, Turquia, Austrália, Israel, África do Sul, Vietname, Noruega e
México. Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Provisões de Bordo e Taiwan.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Julho de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 74,6% do total (73,4% em 2020), registaram um acréscimo de +19,2%
e contribuíram com +14,1 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +17,3%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +12,0%,
representando 25,4% do total em 2021 (26,6% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’
global de +3,2 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,6% do
Total) e a Alemanha (13,3%). Seguiram-se a França (6,8%) os Países Baixos (5,5%),
a Itália (5,1%), a China (4,3%), o Brasil (3,2%), a Bélgica (3,1%), a Polónia e
os EUA (2,1% cada), e a Nigéria (1,9%). Estes países representaram, no seu
conjunto, 80,0% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de
Janeiro a Julho de 2021 (+17,3%) destacaram-se os da Espanha, (+6,6 p.p.) e da Alemanha
(+2,5 p.p.), seguidos da Itália, Países Baixos e Polónia (+0,9 p.p. cada) e dos
EUA (+0,8 p.p.). Os principais contributos negativos incidiram no Reino
Unido (-1,5 p.p.), em Angola (‑0,6 p.p.), na Guiné Equatorial e Argélia (-0,3
p.p. cada), e na Dinamarca (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros entre 2020 e 2021.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período acumulado de Janeiro a Julho de 2021, os maiores saldos
positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1889 milhões
de Euros) e ao Reino Unido (+1382 milhões). Seguiram-se os EUA (+1026 milhões),
Marrocos (+381 milhões) e Angola (+445 milhões) e Marrocos (+416 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-5100 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-1968 milhões), da China
(‑1542 milhões), do Brasil (-1040 milhões) e dos Países Baixos (‑1024 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Todos os
grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (-10 milhões de
Euros) registaram acréscimos nas exportações face ao período homólogo de 2020,
sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,5% do Total e +1058 milhões de
Euros), “Químicos” (13,7% e +987 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,3% e +959
milhões), “Agro-alimentares” (12,5% e
+378 milhões), “Minérios e metais” (10,7% e +1065 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7% e +313 milhões), “Têxteis
e vestuário” (8,8% e +494 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,3%
e +350 milhões), “Energéticos” (5,7% e +670 milhões) e “Calçado,
peles e couros” (3,2% e +136 milhões de Euros).
5.2 – Importações
O único
grupo de produtos em que se registou um decréscimo no valor das importações no
1º semestre de 2021 foi “Aeronaves, embarcações e partes”, com um peso
de apenas 0,9% na estrutura (‑244 milhões de Euros).
Os grupos
de produtos com maior peso nas importações foram “Químicos” (19,4% e +1570 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,7% e +1363 milhões), “Agro-alimentares” (14,6% e +425 milhões),
“Material de transporte terrestre e
partes” (10,5% e +598 milhões), “Energéticos”
(10,1% e +961 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,8% e +1189 milhões), “Produtos
acabados diversos” (6,3% e +401 milhões), “Têxteis e vestuário”
(5,0% e +102 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,1% e +191 milhões) e
“Calçado, peles e couros” (1,6% e +6 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 26,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida da França, do Reino Unido, do Brasil da Roménia.
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,6%), a
Alemanha (11,1%), os EUA (5,3%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,6%), os
Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%) e a Polónia (1,4%).
Estes dez
países representaram 75,4% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 32,6% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida do
Brasil e da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar,
depois da Alemanha, França e EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a
França (6,8%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,3%), o
Brasil (3,2%), a Bélgica (3,1%), a Polónia e os EUA (2,1% cada).
Estes dez países cobriram 78,1% das importações totais.
Alcochete, 13 de Setembro de 2021.
ANEXO
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