1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Setembro de 2021 e definitivos para 2020, com última actualização em 9 de Novembro de 2021, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +20,1% (+7808 milhões de Euros), a par de uma subida nas importações de +18,1% (+8999 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Setembro de 2021
um acréscimo de +19,3% (+5364 milhões de Euros), tendo as exportações para os
países terceiros aumentado +22,1% (+2445 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +18,2% (+6669 milhões de Euros), com as
originárias dos países terceiros a crescerem +17,8% (+2330 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +10,8% ao situar-se em -12181
milhões de Euros (superior em 1191 milhões ao do ano anterior), a que
correspondeu um agravamento de 1305 milhões no comércio intracomunitário e um decréscimo
de 114 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura
(Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 78,0%, em 2020, para 79,3%,
em 2021.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos
primeiros nove meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2020, de 304 para 409 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a
cotação de Outubro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
11,0% no total das importações no período de Janeiro-Setembro de 2021 e 6,0% do
lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
sobe de 79,3%, no comércio global, para 83,7%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro a Setembro de 2021, as exportações para a UE (expedições),
que representaram 71,1% do Total, cresceram +19,3%, contribuindo com +13,8 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +20,1%. As exportações para o espaço extracomunitário
(28,9% do Total), cresceram +22,1%, contribuindo com +6,3 p.p. para a taxa de ‘crescimento’
global.
Os
principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a
Espanha (26,3%), a França (13,2%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,7%), o Reino
Unido incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a
Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%), a Polónia e Angola (1,4% cada), a Suécia (1,2%),
o Brasil e a China (1,1% cada), destinos que representaram 80,2% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos
EUA, registou no período em análise um aumento de 3,8% nas nossas exportações (+24,6
milhões de Euros), envolvendo os acréscimos 7 dos 11 grupos de produtos: “Máquinas,
aparelhos e partes” (+33,1 milhões), “Produtos acabados diversos” (+6,0
milhões), Químicos (+5,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel”
(+2,4 milhões), “Minérios e metais” (+2,3 milhões), “Aeronaves,
embarcações e partes” (+1,8 milhões) e “Material de transporte terrestre
e partes“ (+1,6 milhões).
As
excepções incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-26,3 milhões de
Euros), “Energéticos” (-1,2 milhões), “Têxteis e vestuário” (-466
mil Euros) e “Calçado, peles e couros” (-324 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+20,1%) pertenceram a Espanha (+6,4 p.p.), à França
(+2,1 p.p.), aos EUA (+1,7 p.p.), à Alemanha (+1,2 p.p.), à Itália (+1,1 p.p.),
aos Países Baixos (+0,9%), a Marrocos (+0,8 p.p.) e ao Reino Unido (+0,7 p.p.).
Os maiores
contributos negativos couberam às Provisões de Bordo para países
comunitários (-0,2 p.p.), à Irlanda e à Áustria (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram na Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica, Polónia,
Suécia, Rep. Checa e Finlândia. Os maiores decréscimos couberam às
Provisões de Bordo, à Irlanda e Áustria.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores
acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Marrocos, o Reino Unido, Gibraltar,
a China, Israel, a Noruega, a África do Sul, o México, a Austrália, a Tunísia e
a Turquia.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Taiwan, da Suíça e da
Malásia.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Setembro de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na
UE, que representaram 73,7% do total, registaram um acréscimo de +18,2% e
contribuíram com +13,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +18,1%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +17,8%, representando 26,3% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +4,7 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,6% do
Total) e a Alemanha (13,0%). Seguiram-se a França (6,8%) os Países Baixos (5,4%),
a Itália (5,1%), a China (4,5%), o Brasil (3,2%), Bélgica (3,1%), os EUA (2,1%),
a Nigéria (2,0%) e a Polónia (1,9% cada). Estes países representaram, no seu
conjunto, 79,7% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de
Janeiro a Setembro de 2021 (+18,1%) destacaram-se os da Espanha, (+6,7 p.p.) e da
Alemanha (+2,0 p.p.), seguidos do Brasil (+1,3 p.p), da Itália e dos Países
Baixos (+0,9 p.p. cada), da Bélgica, dos EUA e da China (+0,8 p.p. cada). Os
principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,4 p.p.), em
Angola (‑0,6 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,4 p.p.), na Argélia (-0,2 p.p.), na
Dinamarca e Arábia Saudita (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros entre o período em análise de 2021 e o período homólogo do ano anterior.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período acumulado de Janeiro a Setembero de 2021, os maiores saldos
positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2186 milhões
de Euros) e ao Reino Unido (+1693 milhões). Seguiram-se os EUA (+1383 milhões),
Angola (+594 milhões) e Marrocos (+512 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-6863 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-2480 milhões), da China
(‑2128 milhões), do Brasil (‑1370 milhões) e dos Países Baixos (-1351 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Todos os
grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (-29 milhões de
Euros) registaram em 2021 acréscimos nas exportações face ao período homólogo
de 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,5% do Total e +1216 milhões de
Euros), “Químicos” (13,8% e +1292 milhões), “Agro-alimentares” (12,9% e +569 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e +546 milhões),
“Minérios e metais” (10,8% e +1397 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,5% e +602 milhões), “Têxteis
e vestuário” (8,7% e +569 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,4%
e +519 milhões), “Energéticos” (6,0% e +975 milhões) e “Calçado,
peles e couros” (3,3% e +152 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Também
nas importações o único grupo de produtos em que se registou um decréscimo em
valor nos nove primeiros meses de 2021 foi “Aeronaves, embarcações e partes”,
com um peso de 0,9% na estrutura, (‑346 milhões de Euros).
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(19,2% e +2134 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (18,4% e +1478 milhões), “Agro-alimentares” (14,8% e +638 milhões), “Energéticos” (11,0% e +1863 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,8% e +567 milhões),
“Minérios e metais” (9,8% e +1661 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (6,3% e +477 milhões), “Têxteis
e vestuário” (5,1% e +195 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2%
e +289 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,6% e +44 milhões de
Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 26,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida da França, do Brasil, do Reino Unido e da Roménia.
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,2%), a
Alemanha (11,0%), os EUA (5,7%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%) e a Polónia (1,4%).
Estes dez países representaram 75,3% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,6% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, da Alemanha, dos EUA e
das Ilhas Virgens Britânicas).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,0%), a
França (6,8%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,5%), o
Brasil (3,2%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,1%) e a Nigéria (2,0%).
Estes dez
países cobriram 77,8% das importações totais.
Alcochete, 11 de Novembro de 2021.
ANEXO
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