quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Série mensal - Janeiro a Setembro 2021 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Setembro de 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Setembro de 2021 e definitivos para 2020, com última actualização em 9 de Novembro de 2021, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +20,1% (+7808 milhões de Euros), a par de uma subida nas importações de +18,1% (+8999 milhões).

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Setembro de 2021 um acréscimo de +19,3% (+5364 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +22,1% (+2445 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +18,2% (+6669 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +17,8% (+2330 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +10,8% ao situar-se em -12181 milhões de Euros (superior em 1191 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 1305 milhões no comércio intracomunitário e um decréscimo de 114 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 78,0%, em 2020, para 79,3%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros nove meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 304 para 409 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a cotação de Outubro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,0% no total das importações no período de Janeiro-Setembro de 2021 e 6,0% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 79,3%, no comércio global, para 83,7%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período de Janeiro a Setembro de 2021, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,1% do Total, cresceram +19,3%, contribuindo com +13,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +20,1%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,9% do Total), cresceram +22,1%, contribuindo com +6,3 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a Espanha (26,3%), a França (13,2%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,7%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%), a Polónia e Angola (1,4% cada), a Suécia (1,2%), o Brasil e a China (1,1% cada), destinos que representaram 80,2% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise um aumento de 3,8% nas nossas exportações (+24,6 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos 7 dos 11 grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+33,1 milhões), “Produtos acabados diversos” (+6,0 milhões), Químicos (+5,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+2,4 milhões), “Minérios e metais” (+2,3 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,8 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes“ (+1,6 milhões).

As excepções incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-26,3 milhões de Euros), “Energéticos” (-1,2 milhões), “Têxteis e vestuário” (-466 mil Euros) e “Calçado, peles e couros” (-324 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+20,1%) pertenceram a Espanha (+6,4 p.p.), à França (+2,1 p.p.), aos EUA (+1,7 p.p.), à Alemanha (+1,2 p.p.), à Itália (+1,1 p.p.), aos Países Baixos (+0,9%), a Marrocos (+0,8 p.p.) e ao Reino Unido (+0,7 p.p.).

Os maiores contributos negativos couberam às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,2 p.p.), à Irlanda e à Áustria (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica, Polónia, Suécia, Rep. Checa e Finlândia. Os maiores decréscimos couberam às Provisões de Bordo, à Irlanda e Áustria.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Marrocos, o Reino Unido, Gibraltar, a China, Israel, a Noruega, a África do Sul, o México, a Austrália, a Tunísia e a Turquia.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Taiwan, da Suíça e da Malásia.  

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Setembro de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,7% do total, registaram um acréscimo de +18,2% e contribuíram com +13,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +18,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +17,8%, representando 26,3% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +4,7 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,6% do Total) e a Alemanha (13,0%). Seguiram-se a França (6,8%) os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,5%), o Brasil (3,2%), Bélgica (3,1%), os EUA (2,1%), a Nigéria (2,0%) e a Polónia (1,9% cada). Estes países representaram, no seu conjunto, 79,7% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de Janeiro a Setembro de 2021 (+18,1%) destacaram-se os da Espanha, (+6,7 p.p.) e da Alemanha (+2,0 p.p.), seguidos do Brasil (+1,3 p.p), da Itália e dos Países Baixos (+0,9 p.p. cada), da Bélgica, dos EUA e da China (+0,8 p.p. cada). Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,4 p.p.), em Angola (‑0,6 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,4 p.p.), na Argélia (-0,2 p.p.), na Dinamarca e Arábia Saudita (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros entre o período em análise  de 2021 e o período homólogo do ano anterior.



4 – Saldos da Balança Comercial        

No período acumulado de Janeiro a Setembero de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2186 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+1693 milhões). Seguiram-se os EUA (+1383 milhões), Angola (+594 milhões) e Marrocos (+512 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-6863 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-2480 milhões), da China (‑2128 milhões), do Brasil (‑1370 milhões) e dos Países Baixos (-1351 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Todos os grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (-29 milhões de Euros) registaram em 2021 acréscimos nas exportações face ao período homólogo de 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,5% do Total e +1216 milhões de Euros), “Químicos” (13,8% e +1292 milhões), “Agro-alimentares” (12,9% e +569 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e +546 milhões), “Minérios e metais” (10,8% e +1397 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,5% e +602 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,7% e +569 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,4% e +519 milhões), “Energéticos” (6,0% e +975 milhões) e “Calçado, peles e couros” (3,3% e +152 milhões de Euros).


5.2 – Importações

Também nas importações o único grupo de produtos em que se registou um decréscimo em valor nos nove primeiros meses de 2021 foi “Aeronaves, embarcações e partes”, com um peso de 0,9% na estrutura, (‑346 milhões de Euros).

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (19,2% e +2134 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,4% e +1478 milhões), “Agro-alimentares” (14,8% e +638 milhões), “Energéticos” (11,0% e +1863 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,8% e +567 milhões), “Minérios e metais” (9,8% e +1661 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,3% e +477 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +195 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +289 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,6% e +44 milhões de Euros). 


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, do Brasil, do Reino Unido e da Roménia.

Seguiram-se no “ranking” a França (13,2%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,7%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%) e a Polónia (1,4%).

Estes dez países representaram 75,3% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,6% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, da Alemanha, dos EUA e das Ilhas Virgens Britânicas).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,0%), a França (6,8%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,5%), o Brasil (3,2%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,1%) e a Nigéria (2,0%).

Estes dez países cobriram 77,8% das importações totais.

 

Alcochete, 11 de Novembro de 2021.

ANEXO



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