segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Comércio Externo da África do Sul - Portugal-África do Sul (2018-2019 e Jan-Nov 2021)

 

Comércio Externo da África do Sul
(2016-2020)
Comércio de Portugal com a África do Sul
(2018-2020 e Jan-Nov 2020-2021)   

                                    ( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

Neste trabalho, com base em dados estatísticos divulgados pelo “International Trade Centre” (ITC) vai-se analisar, em termos genéricos, para o período 2016-2020, a evolução do comércio externo de mercadorias da África do Sul face ao mundo, as quotas de mercado de Portugal por grupos de produtos e a evolução da África do Sul no conjunto dos países da SADC-"Southern African Development Community", organização em que ocupa posição dominante em termos económicos e de que também fazem parte Angola e Moçambique.

Analisa-se aqui também a evolução das trocas comerciais de Portugal com a África do Sul entre os anos de 2016 e 2020 e período acumulado de Janeiro a Novembro de 2020 e 2021, a partir de dados de base do Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE) em versão definitiva até 2020 e preliminar para 2021.

2 – Balança Comercial da África do Sul

Entre 2016 e 2020 a Balança Comercial foi favorável à África do Sul, com saldos oscilando entre 978 milhões de Euros, em 2018, e 14 878 milhões, em 2020.

Este acentuado acréscimo ficou a dever-se a uma quebra nas importações de -23,6%, acompanhada de uma descida das exportações de -7,1%

Entre 2016 e 2019 o ritmo de crescimento das exportações acompanhou de perto o das importações, tendo-se assistido em 2020 a uma desaceleração em ambas as vertentes, situando-se as importações mesmo abaixo do nível que detinham em 2016.

3 – Importações na África do Sul por grupos de produtos 

       - Peso de Portugal

Para uma análise do tipo de produtos transaccionados, as posições a dois dígitos do Sistema Harmonizado de codificação de mercadorias, utilizado pelo ITC, coincidentes com as posições da Nomenclatura Combinada em uso na União Europeia, foram agregadas em 11 grupos de produtos (ver Anexo).

Por grupos de produtos, as importações sul-africanas com maior expressão em 2020 (últimos dados disponíveis) integraram-se no grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, tendo representado 23,4% do total.

Seguiram-se os grupos “Químicos” (17,4%), “Energéticos” (13,9%), “Produtos acabados diversos” (13,0%), “Agro-alimentares” (8,7%), “Minérios e metais” (7,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (6,5%), “Têxteis e vestuário” (4,7%), “Madeira, cortiça e papel” (3,4%), “Calçado, peles e couros” (1,2%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7%).

De acordo com dados de fonte ITC, Portugal pesou 0,31% nas importações de mercadorias efectuadas pela África do Sul em 2020.

Por grupos de produtos, as maiores quotas de Portugal incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (1,23%), “Têxteis e vestuário” (0,54%), e “Madeira, cortiça e papel” (0,51%).


4 –Exportações da África do Sul por grupos de produtos

     - Peso de Portugal

As exportações de mercadorias da África do Sul com maior peso em 2020 centraram-se no grupo de produtos “Minérios e metais” (47,8% do Total), principalmente platina e outros metais raros (paládio, ródio, irídio, ósmio e ruténio), ouro e diamantes, mas também minério de ferro.

Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (12,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (9,9%), “Químicos” (8,4%), “Energéticos” (8,0%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (7,5%).

Com menor expressão alinharam-se depois os grupos “Madeira, cortiça e papel” (2,1%), “Produtos acabados diversos” (2,0%), “Têxteis e vestuário” (1,3%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5%) e “Calçado, peles e couros” (0,4%)

Portugal terá pesado 0,2% nas exportações de mercadorias efectuadas pela África do Sul em 2020.

De acordo com os dados disponíveis, as maiores quotas de Portugal, incidiram nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (1,23%), “Químicos” (0,25%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,20%), “Têxteis e vestuário” (0,17%) e “Calçado, peles e couros” (0,13%)

5 –África do Sul, enquanto país-membro da SADC

A SADC, Southern Africa Development Community” (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) é um importante bloco económico e político criado em 1992, com sede em Gaborone, capital do Botswana, de que fazem parte presentemente 16 países da África Austral: Àfrica do Sul, Angola, Botswana, Comores, Rep. Democrática do Congo, Essuatíni (antiga Suazilândia), Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Seicheles, Tanzâniia, Zâmbia e Zimbabwe.

 A SADC tem por finalidade, entre os seus principais objectivos, o de estimular o comércio de produtos e serviços entre os países membros, reduzir e unificar as tarifas alfandegárias.

Esta Comunidade surgiu da transformação, em 1992, da então SADCC (Conferência para a Coordenação do Desenvolvimento da África Austral), que tinha sido criada em 1980 com o objectivo de reduzir a dependência económica dos países da região austral relativamente à África do Sul, em que vigorava então o regime do “apartheid”.

Entre 2016 e 2020, a Balança Comercial da África do Sul com os seus parceiros na SADC foi-lhe favorável, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações. 

Neste período, a Balança foi favorável com todos os países excepto com Angola até 2019, tendo-se tornado positivo o seu saldo em 2020 (+253 milhões de Euros). Neste ano os maiores saldos positivos ocorreram com o Botswana (+2,5 mil milhões de Euros), Moçambique (+2,1 mil milhões), Zimbabwe (+1,8 mil milhões), Namíbia (+1,7 mil milhões) e Zâmbia (+1,4 mil milhões).

Nos cinco anos em análise o peso das importações na África do Sul com origem na SADC, no total do comércio mundial, foi da ordem dos 6% a 7%, tendo o das exportações oscilado entre 20% e 24%.

Em 2020 os principais mercados de origem, no âmbito desta Organização, foram Essuatíni, a ex-Suazilândia (28,7%), Namíbia (19,4%), Moçambique (17,2%), Botswana (10,7%), Lesoto (6,4%), Maurícias (4,0%), Zâmbia (3,6%) e Zimbabwe (2,9%), países que totalizaram 92,4%.

Os principais mercados de destino foram Botswana (18,7%), Moçambique (17,6%), Namíbia (15,3%), Zimbabwe (12,7%), Zâmbia (9,8%), Essuatíni (6,7%) e Lesoto (6,0%), países que representaram 86,8% do Total.

Neste mesmo ano, em termos globais, o principal país (bem definido) em ambas as vertentes foi a China, seguidda Alemanha e EUA na importação, por ordem inversa na exportação.

Em 2020 o peso de Portugal nas importações sul-africanas terá sido de 0,3%, e de 0,2% nas exportações.


6 – Comércio de Portugal com a África do Sul                                                                      (2018-2020 e Jan-Out 2020-2021)

6.1 - Balança Comercial

A Balança Comercial de Portugal com a África do Sul foi deficitária entre 2018 e 2020, tendo-se o seu saldo tornado positivo no período de Janeiro a Novembro de 2021 (+39,1 milhões de Euros), na sequência de uma quebra das importações de -19,6%, face ao mesmo período do ano anterior, e um incremento das exportações de +49,3%.


6.2 - Importações

O grupo de produtos dominante nas importações portuguesas com origem na África do Sul é “Agro-alimentares” (73,8% do Total nos primeiros onze meses de 2021 e 76,0% em 2020), com destaque para os citrinos e peixe. Seguiram-se os grupos “Químicos” (17,4% e 8,3%, respectivamente), principalmente polímeros de propileno e outras olefinas em formas primárias, “Material de transporte terrestre e partes” (3,2% e 12,2%), designadamente veículos de passageiros e para o transporte de mercadorias, “Máquinas, aparelhos e partes” (1,6% e 1,0%), principalmente radares e aparelhos de radionavegação e radiotelecomando, e “Minérios e metais” (1,6% e 0,6%), com destaque para os fios de ferro ou aço, caixas de fundição e moldes.

Alinharam-se depois, com pesos inferiores a 1% nos dois anos, os restantes grupos: “Têxteis e vestuário” (0,9% e 0,6%), “Produtos acabados diversos” (0,5% e 0,3%), “Madeira, cortiça e papel” (0,4% e 0,1%), “Energéticos” (0,4% e 0,6%), “Calçado, peles e couros” (0,1% e 0,2), e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,0% nos dois anos).

Seguem-se quadros com a distribuição por grupos de produtos, definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada, e sua desagregação a quatro dígitos da Nomenclatura.


6.3 - Exportações

Nas exportações destacou-se o grupo de produtos “Material de transporte terrestre e partes” (47,3% do Total em 2021 e 32,2% no ano anterior), principalmente veículos automóveis de passageiros e veículos para o transporte de mercadorias.

Seguiu-se na estrutura o grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (12,4% em 2021 e 19,8% em 2020), onde se destacaram as exportações de fios e cabos eléctricos, motores e geradores eléctricos, refrigeradores e congeladores, caixas de fundição e moldes para metais, vidro, borracha ou plástico, partes de radares e receptores de rádio ou TV, e aparelhos mecânicos com função própria não especificados.

No grupo “Químicos” (11,6% e 9,7%), predominaram as folhas, tiras e lâminas de plástico, medicamentos, pneus novos, tintas e vernizes, e PVC em formas primárias.

No grupo “Agro-alimentares” (10,5% e 13,3%), destacaram-se o bagaço e outros resíduos de óleos vegetais, conservas de tomate, massas alimentícias, glicerol, chocolate, conservas de peixe, produtos de padaria e pastelaria, vinhos, azeite, leveduras, produtos à base de cereais, e malte, entre outros.

Com pesos mais reduzidos alinharam-se depois os grupos: “Madeira, cortiça e papel” (6,0% e 6,5%), principalmente obras de cortiça natural ou aglomerada, papel e cartão não revestidos; “Minérios e metais(4,7% e 8,0%), como cal, fios e cordas de ferro ou aço, rolhas e cápsulas em metais comuns, fogões em ferro ou aço, laminados planos e facas, entre muitos outros; Têxteis e vestuário” (3,3% e 4,9%), com  destaque para os tecidos e roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha, artefactos têxteis para uso técnico, fibras sintéticas para fiação, veludos e pelúcias; “Produtos acabados diversos” (2,9% e 4,1%), como ladrilhos e outro material cerâmico, assentos mesmo transformáveis em cama, louça e outros artigos cerâmicos e de vidro; “Calçado, peles e couros” (0,9% nos dois anos), designadamente calçado.

As exportações de produtos “Energéticos”, com um peso reduzido (0,3% e 0,5%), incidiram maioritariamente em benzóis, toluóis e outros produtos da destilação da hulha, em 2021, e produtos refinados do petróleo em 2020, tendo sido praticamente nulas as exportações de “Aeronaves, embarcações e partes”.

À semelhança das importações, seguem-se quadros com a distribuição das exportações por grupos de produtos, definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada, e sua desagregação a quatro dígitos da Nomenclatura.





Alcochete, 20 de Janeiro de 2022.

ANEXO


quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Comércio Externo de Moçambique - Trocas comerciais de Portugal com Moçambique (2019-2020 e Jan-Nov 2021)

 

Comércio Externo de Moçambique
Trocas comerciais de Portugal com Moçambique
(2019-2020 e Jan-Nov 2020-2021)
   

                                    ( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

Entre outras organizações, Moçambique é um dos estados-membros da “Southern Africa Development Community – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral” (SADC), Comunidade que integra actualmente dezasseis países: Africa do Sul, Angola, Botswana, Comores, Eswatini (a antiga Suazilândia), Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Congo (RD), Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Organização criada em 1992, na sequência do fim do apartheid na África do Sul, sucedendo à SADCC, esta criada em 1980 por nove dos actuais membros da SADC, tem entre os seus principais objectivos aprofundar a cooperação económica e estimular o comércio de produtos e serviços entre os seus membros. As línguas oficiais são o inglês, o português e o francês,

Moçambique foi também, em 1996, um dos fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa” (CPLP), a par de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe. Em 2002 foi admitido Timor-Leste e mais recentemente, em 2014, a Guiné-Equatorial, observador associado desde 2006.

Entre os objectivos da CPLP, no âmbito da cooperação em todos os domínios, situa-se o desenvolvimento de parcerias estratégicas e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio internacional de bens e serviços, tornando-o assim numa importante alavanca para o desenvolvimento do espaço económico lusófono e consequente melhoria das condições de vida das suas populações.

Neste trabalho encontra-se reunido um conjunto de dados sobre o comércio externo de Moçambique em 2019 e 2020, com base em estatísticas constantes da publicação “Estatísticas do Comércio Externo de Bens - 2020”, do Instituto Nacional de Estatística de Moçambique.

Analisa-se depois a evolução das importações e das exportações de mercadorias de Portugal com Moçambique em 2019 e 2020 e período acumulado de Janeiro a Novembro de 2020 e 2021.

2 – Comércio Externo de Moçambique

As importações de mercadorias em Moçambique cresceram acentuadamente entre 2016 e 2019, para desacelerarem fortemente em 2020.

Por sua vez, as exportações, após uma subida acentuada de 2016 para 2017, mantiveram-se na mesma ordem de grandeza até 2019, para desacelerarem também em 2020, até um nível pouco acima do que detinham em 2016


2.1 - Balança Comercial (2016-2020)

Os dados de base, de fonte moçambicana, publicados em dólares, foram neste trabalho convertidos a Euros. De acordo com os dados disponíveis, a Balança Comercial de mercadorias (fob-cif) do país foi deficitária entre 2016 e 2020, com um défice nos dois últimos anos da ordem dos -2,5 mil milhões de Euros. Em 2020 registaram-se quebras em valor de ‑14,6% nas importações e de -24,7% nas exportações.


2.2 – Importações por grupos de produtos (2019-2020)

A importações e exportações de produtos estão neste trabalho agregadas em onze grupos de produtos (ver conteúdo definido em Anexo).

As principais importações moçambicanas em 2020 incidiram no grupo “Agro-alimentares” (19,8% do Total), principalmente peixe congelado, carne de aves domésticas e outra, leite e lacticínios.

Seguiram-se os grupos “Químicos”, 18,5% do Total, com destaque para os aglutinantes para moldes de fundição, produtos farmacêuticos, reagentes de laboratório, insecticidas, adubos e fertilizantes, entre outros, “Máquinas, aparelhos e partes” (17,4%), principalmente não eléctricas, “Energéticos” (14,3%), designadamente combustíveis, óleos e energia eléctrica, “Minérios e metais” (10,7%), principalmente ferro, aço e suas obras, alumínio e suas obras,  ferramentas e cimento, e “Material de transporte terrestre e partes” (7,9%), principalmente veículos automóveis com predominância dos de transporte de mercadorias, e também tractores e atrelados. Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Produtos acabados diversos” (5,3%), “Têxteis e vestuário” (3,2%), “Madeira, cortiça e papel” (1,9%), “Calçado, peles e couros” (0,6%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5%).

A quota de Portugal no conjunto das importações em 2020, de acordo com os dados oficiais moçambicanos, foi de 3,6%, tendo as maiores quotas incidido nos grupos “Produtos acabados diversos” (12,4%), “Madeira, cortiça e papel” (9,0%), “Têxteis e vestuário” (7,1%), “Minérios e metais” (4,0%), “Químicos” (3,9%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (3,6%).

2.3 – Exportações por grupos de produtos (2019-2020)

Em 2020, os grupos de produtos dominantes nas exportações de Moçambique foram “Energéticos” (38,2% do Total), designadamente carvão, energia eléctrica e gás natural, “Minérios e metais” (38,1%), principalmente alumínio e suas obras, e minérios de titânio, tântalo, vanádio, nióbio e zircónio, e “Agro-alimentares” (17,8% do Total), com destaque para os crustáceos, castanha de cajú, bananas, oleaginosas, frutos leguminosos secos, tabaco e açúcar.

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (1,9%), “Madeira, cortiça e papel” (1,7%), “Químicos” (1,2%) e, com pesos inferiores a 1,0%, “Máquinas, aparelhos e partes”, “Produtos acabados diversos”, “Aeronaves, embarcações e partes” e “Calçado, peles e couros”.

A quota de Portugal no conjunto das exportações moçambicanas em 2020, de acordo com dados oficiais do país, foi de apenas 0,6%, tendo as maiores quotas incidido nos grupos “Produtos acabados diversos” (4,8%), “Agro-alimentares” (3,0%), “Têxteis e vestuário” (2,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (2,5%) e “Calçado, peles e couros” (2,1%).

2.4 – Mercados de origem das importações (2019-2020)

Em 2020 o principal mercado de origem das importações moçambicanas foi a África do Sul (30,8%), seguida da China (10,7%) e da Índia (9,0%). Neste ano Portugal ocupou a 6” posição, com 3,6% do Total, precedido destes países, dos Emiratos e de Singapura.

Os quadros estatísticos constantes da publicação do INE de Moçambique, que serviram de base a este trabalho, não incluem as Ilhas Comores no conjunto dos estados-membros da SADC, embora o país tenha sido admitido na organização em 2017, tornando-se membro de pleno direito em Agosto de 2018.  As importações com origem no espaço da SADC, excluindo as ilhas Comores, representaram 33,7% do Total em 2020 (32,0% em 2019), cabendo à África do Sul uma quota de cerca de 90% nos dois anos.

As importações de Moçambique com origem no espaço da UE-27 (Reino Unido excluído) representaram 10,6% das importações globais em 2020 (12,0% em 2019), tendo Portugal sido o primeiro fornecedor neste contexto (33,5% em 2020 e 30,2% em 2019).

Seguiram-se, em 2020, entre os principais fornecedores comunitários, a Itália (16,0%), a Alemanha (11,9%), os Países Baixos (8,2%), a França (5,8%), a Bélgica e a Espanha (5,5% cada).


2.5 – Mercados de destino das exportações (2019-2020)

Em 2020 o principal mercado de destino das exportações de Moçambique foi ainda a África do Sul, 23,1% em 2020 e 18,2% em 2019, seguida, em 2020, pela Índia 11,8%, Reino Unido 10,2%, China 7,3%, Itália 6,6% e Países Baixos 5,7%, tendo Portugal pesado 0,6% no Total.

Em 2020 as exportações no âmbito da SADC representaram 29,3% do Total para o Mundo (22,6% em 2019), com destaque para a África do Sul, 78,7% e Zimbabwe 10,9%.

As exportações para a UE-27 (Reino Unido excluído) pesaram 24,0% em 2020 (27,6% no ano anterior), tendo Portugal ocupado a 6ª posição no ‘ranking’, com 2,6%, precedido da Itália, 27,7%, dos Países Baixos, 24,0%, da Bélgica, 15,9%, da Espanha, 12,2% e da Polónia, 9,0%.

3 – Comércio Internacional de Portugal com Moçambique

As importações portuguesas de mercadorias com origem em Moçambique mantiveram-se, entre 2017 e 2019 mais de 10% acima do nível que detinham em 2016, para descerem praticamente a esse nível em 2020. Por sua vez, as exportações, após uma quebra em 2017 e 2018, recuperaram nos dois anos seguintes, mantendo-se contudo abaixo do nível de 2016.


3.1 – Balança Comercial - 2016-2020 e Jan-Nov 2020-2021

A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com Moçambique é amplamente favorável a Portugal. Dado o elevado diferencial entre o valor das importações e das exportações, o grau de cobertura das primeiras pelas segundas é muito elevado.

Ao longo do período 2016-2020 o saldo anual, positivo, oscilou entre 139 e 179 milhões de Euros. No período de Janeiro a Novembro de 2020 o saldo situou-se em 149 milhões de Euros, descendo para 143 milhões em 2021.

3.2 – Importações por grupos de produtos

         2019-2020 e Jan-Nov 2020-2021 

As importações de mercadorias com origem em Moçambique, muito pouco diversificadas,  centram-se no grupo de produtos “Agro-alimentares”, tendo representado em 2019 e 2020 mais de 90% do Total e 76,6% nos primeiros onze meses de 2021, com destaque para as importações de crustáceos, tabaco e, com menor expressão, moluscos e frutos tropicais, como cocos e castanha de cajú. Em 2021, no mesmo período, não se importou açúcar de cana, que foi o segundo produto dominante nas importações dos dois anos anteriores.

Seguiu-se neste período, a grande distância do grupo anterior, com um peso de 16,9%, o grupo “Madeira, cortiça e papel”, essencialmente composto por madeira em bruto, e também objectos orçamentais em madeira, papel impresso e obras de cestaria.

Entres os restantes grupos de produtos, com um mais reduzido significado, de referir “Minérios e metais” (3,3%), “Têxteis e vestuário“ (1,5%), “Máquinas, aparelhos e partes” (1,3%) e “Produtos acabados diversos” (0,4%).

O conjunto dos restantes grupos, ”Material de transporte terrestre e partes”, “Calçado, peles e couros”, “Químicos”, “Energéticos” e “Aeronaves, embarcações e partes” representaram apenas 0,1% do Total.




3.3 – Exportações por grupos de produtos

         2019-2020 e Jan-Nov 2020-2021

No período de Janeiro a Novembro de 2021 as principais exportações portuguesas para Moçambique couberam ao grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, que representou 28,5% do Total. Muito diversificadas, estas exportações incidiram predominantemente em máquinas e aparelhos eléctricos, como fios e cabos, aparelhos de telefonia e telecomunicações, interruptores e aparelhos de protecção, quadros de distribuição de energia e máquinas automáticas para processamento de dados.

Seguiu-se o grupo “Químicos” (23,6% do total), com destaque para os reagentes de diagnóstico e laboratório, medicamentos, matérias corantes, tubos, embalagens e outros artefactos de plástico entre muitos outros.

O Grupo de produtos “Agro-alimentares” pesou 15,6% no Total, constituído principalmente por conservas de peixe, vinhos, preparados de farinhas, azeite, margarina, enchidos de carne, preparações alimentícias diversas e café,

No grupo “Minérios e metais” (11,1%), destacam-se as construções e outras obras de ferro ou aço, as barras e perfis de alumínio, as construções em alumínio, e as ferragens e guarnições metálicas.

No grupo “Produtos acabados diversos” (10,5%), muito diversificado, predominou o mobiliário, os ladrilhos e mosaicos cerâmicos, os assentos mesmo transformados em cama, os candeeiros e outros aparelhos de iluminação, os aparelhos para análises físicas ou químicas, o material sanitário, como lavatórios e banheiras de cerâmica, os instrumentos médicos, a pedra de cantaria e construção, os contadores de gases, líquidos e electricidade, o vidro de segurança e os aparelhos de raios X e outras radiações, entre muitos outros..

Seguiu-se o grupo “Madeira, cortiça e papel” (4,1%), com destaque para as caixas, sacos e embalagens de papel e cartão, livros e diverso material impresso, papel higiénico, lenços e fraldas, e obras de carpintaria para construção.

Os restantes grupos tiveram menor expressão: “Têxteis e vestuário” (2,2%), “Calçado, peles e partes” (1,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (1,4%), “Energéticos” (1,3%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,1%).

No quadro seguinte relacionam-se as principais exportações, por grupos de produtos, desagregadas a 4 dígitos da Nomenclatura Combinada.



Alcochete, 18 de Janeiro de 2022.

ANEXO


sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Acréscimos e decréscimos das exportações - Novembro de 2021 - Produtos e mercados

 

Acréscimos e Decréscimos
das Exportações
por Produtos e Mercados
Evolução Mensal - Novembro 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória

Analisa-se neste trabalho onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos das exportações portuguesas de mercadorias, por produtos e por mercados, no período acumulado de Janeiro a Novembro e mês autónomo de Novembro de 2021, face aos mesmos períodos de 2020.

Analisa-se também a evolução comparada do valor das exportações mensais não acumuladas, por grupos de produtos, de Janeiro de 2020 a Novembro de 2021.

São para este efeito utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versão definitiva para 2020 e preliminar para 2021, com última actualização em 10 de Janeiro de 2022.

2 – Exportações no período acumulado de Janeiro a Novembro de 2020-2021

No período acumulado de Janeiro a Novembro de 2021 as exportações de mercadorias cresceram em valor +17,6% face ao mesmo período de 2020 (+8,7 mil milhões de Euros).

À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (-126 milhões de Euros), registaram-se acréscimos nos restantes dez grupos de produtos considerados (definição do conteúdo dos grupos em Anexo), sendo por ordem decrescente de valor: “Minérios e metais” (+1,7 mil milhões), “Químicos” (+1,5 mil milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+1,2 mil milhões),  “Energéticos”   (+1,1 mil milhões), Agro-alimentares” (+766 milhões), “Têxteis e vestuário”  (+705 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+661 milhões), “Produtos acabados diversos” (+589 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+372 milhões)  e “Calçado, peles e couros” (+221 milhões).

Considerando a partição entre espaço Intra UE-27 (Reino Unido e Irlanda NT, excluído) e espaço Extra-UE, verifica-se que neste período, no seio da Comunidade, as exportações (expedições), que representaram 71,4% do Total em 2021, cresceram +17,2% face ao ano anterior (+6,1 mil milhões de Euros).

Por sua vez, para fora da Comunidade as exportações registaram um aumento de +18,7% (+2,6 mil milhões de Euros). 

Em termos globais, os maiores acréscimos couberam a Espanha (+2,9 mil milhões de Euros), à França (+877 milhões) e aos EUA (+825 milhões).

Com valores acima de 100 milhões de Euros seguiram-se a Alemanha (+558 milhões), a Itália (+442 milhões), os Países Baixos (+432 milhões), a Bélgica (+308 milhões), Marrocos (+292 milhões), o Reino Unido (+236 milhões), Gibraltar (+230 milhões), a Polónia (+162 milhões), a Suécia (+129 milhões, a Finlândia (+126 milhões), a China (+121 milhões) e as Provisões de Bordo Extra-UE (+107 milhões).

Os principais decréscimos ocorreram nas exportações de Provisões de Bordo Intra-UE (-27 milhões de Euros), e para a Suíça e Ghana (-19 milhões cada), Indonésia (-14 milhões), Coreia do Sul (‑13 milhões) e Países Intra-UE n.e. (-10 milhões de Euros).

3 – Exportações no mês de Novembro de 2021 (não acumulado)                                      face a 2020,por Grupos de Produtos

Os grupos de produtos com maior peso nas exportações no mês de Novembro de 2021, não acumulado, foram “Material de transporte terrestre e partes” (14,6%), “Máquinas, aparelhos e partes (14,1%), “Agro-alimentares” (13,9%), “Químicos” (13,8%) e “Minérios e metais” (10,9%). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,4%), “Têxteis e vestuário” (8,5%),  “Madeira, cortiça e papel” (7,5%), “Energéticos” (3,8%), “Calçado, peles e couros” (3,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9%).

Registaram-se acréscimos (em Euros) nas exportações de dez dos onze grupos de produtos, com destaque para “Minérios e metais” (+180 milhões de Euros), “Químicos” (+157 milhões), “Agro-alimentares” (+130 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+102 milhões) e “Têxteis e vestuário” (+99 milhões). Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+49 milhões), Calçado, peles e couros” (+44 milhões), “Produtos acabados diversos” (+34 milhões), “Energéticos” (+19 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+4 milhões de Euros).

O único decréscimo incidiu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (‑1 milhão de Euros).

No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos de produtos, os maiores acréscimos e decréscimos dos principais produtos definidos a dois dígitos da Nomenclatura (NC-2).


4 - Evolução mensal comparada das exportações em 2020 e 2021,                                   por grupos de produtos

Nos gráficos seguintes pode observar-se a evolução comparada do valor das exportações por meses não acumulados, por grupos de produtos, no período de Janeiro de 2020 a Novembro de 2021.

De assinalar que o grupo de produtos “Máquinas, aparelhos e partes”, que desde Fevereiro de 2021 mantivera valores de exportação acima dos correspondentes aos meses homólogos do ano anterior, e que no passado mês de Outubro acusara uma quebra significativa face ao mesmo mês do ano anterior (-94 milhões de Euros), recupera no mês de Novembro a posição dominante (+49 milhões de Euros).



Alcochete, 13 de Janeiro de 2022.



ANEXO



terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Série mensal-Janeiro a Novembro de 2021-Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Novembro de 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Novembro de 2021 e definitivos para 2020, com última actualização em 10 de Janeiro de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +17,6% (+8 715 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +19,5% (+12 159 milhões).

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Novembro de 2021 um acréscimo de +17,2% (+6 095 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +18,7% (+2 621 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +17,7% (+8 263 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +24,5% (+3 896 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +26,6% ao situar-se em -16 383 milhões de Euros (superior em 3 444 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 2 168 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo de 1 275 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,3%, em 2020, para 78,0%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros onze meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 296 para 426 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a cotação de Dezembro).


Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,5% no total das importações no período de Janeiro-Novembro de 2021 e 5,7% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 78,0%, no comércio global, para 83,2%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período de Janeiro a Novembro de 2021, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,4% do Total, cresceram +17,2%, contribuindo com +12,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +17,6%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,6% do Total), cresceram +18,7%, contribuindo com +5,3 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a Espanha (26,5%), a França (13,2%), a Alemanha (11,1%), os EUA (5,6%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,5%), a Polónia e Marrocos (1,4% cada), a Suécia (1,2%), o Brasil e a China (1,1% cada), destinos que representaram 80,3% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise um aumento de 8,0% nas nossas exportações (+64,3 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos nove dos onze grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+42,8 milhões), Químicos (+10,9 milhões) “Produtos acabados diversos” (+9,9 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+6,6 milhões), “Minérios e metais” (+5,3 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+5,2 milhões), “Material de transporte terrestre e partes“ (+2,2 milhões), “Calçado, peles e couros” (+298 mil Euros) e “Têxteis e vestuário” (+289 mil Euros). As excepções incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-17,9 milhões de Euros) e “Energéticos” (-1,2 milhões).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+17,6%) pertenceram a Espanha (+5,9 p.p.), à França (+1,8 p.p.), aos EUA (+1,7 p.p.), à Alemanha (+1,1 p.p.), à Itália e Países Baixos (+0,9 p.p. cada), aos Países Baixos (+0,9%), à Bélgica e Marrocos (+0,6 p.p.) e ao Reino Unido (+0,5 p.p.). Os maiores contributos negativos couberam à Irlanda (-0,15 p.p.), à Roménia e Áustria (-0,06 p.p. cada) e às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,05 p.p.).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica, Polónia, Suécia, Finlândia, Rep. Checa, Hungria e Bulgária. Os maiores decréscimos couberam à Irlanda, à Roménia e à Áustria.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Marrocos, o Reino Unido, Gibraltar, a China, as Provisões de Bordo, a Austrália, a Noruega, Israel, a Turquia, a África do Sul, o México, Angola e a Tunísia.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Taiwan, da Suíça e do Ghana.

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Novembro de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,5% do total, registaram um acréscimo de +17,7% e contribuíram com +13,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +19,5%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +24,5%, representando 26,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +6,2 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,8% do Total) e a Alemanha (12,6%).

Seguiram-se a França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica e o Brasil (3,1% cada), os EUA (2,3%), a Polónia (1,8%) e a Nigéria (1,7%).

 Estes países representaram, no seu conjunto, 794% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de Janeiro a Novembro de 2021 (+19,5%) destacou-se o da Espanha, (+7,0 p.p.), seguida da Alemanha (+1,6 p.p.), do Brasil (+1,4 p.p), da China (+1,0 p.p.), dos EUA, Países Baixos, Itália e Bélgica (+0,9 p.p. cada), e da Rússia (+0,8 p.p.).

Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,4 p.p.), em Angola (‑0,5 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,3 p.p.), na Arábia Saudita, Dinamarca e Argélia (-0,1 p.p. cada).


Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros entre o período em análise  de 2021 e o período homólogo do ano anterior.



4 – Saldos da Balança Comercial        

No período acumulado de Janeiro a Novembro de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2 646 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+2 158 milhões). Seguiram-se os EUA (+1 535 milhões), Angola (+790 milhões) e Marrocos (+575 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-9 023 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-2 926milhões), da China (‑2 826 milhões), dos Países Baixos (‑1 733 milhões) e do Brasil (-1 673 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Todos os grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (0,6% do Total e -126 milhões de Euros) registaram em 2021 acréscimos nas exportações face ao período homólogo de 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do Total e +1166 milhões de Euros), “Químicos” (13,8% e +1515 milhões), “Agro-alimentares” (13,1% e +766 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e +372 milhões), “Minérios e metais” (10,9% e +1734 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,5% e +5889 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,7% e +705 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,4% e +661 milhões), “Energéticos” (5,7% e +1112 milhões) e “Calçado, peles e couros” (3,2% e +221 milhões).

5.2 – Importações

Também nas importações o único grupo de produtos em que se registou um decréscimo em valor nos onze primeiros meses de 2021, face ao ano anterior, foi “Aeronaves, embarcações e partes”, com um peso de 0,8% na estrutura, (‑471 milhões de Euros).

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,8% e +2 599 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,3% e +1 668 milhões), “Agro-alimentares” (14,6% e +975 milhões), “Energéticos” (11,5% e +3 154 milhões), “Minérios e metais” (9,9% e +2 239 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,8% e +602 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,2% e +549 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,2% e +369 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +414 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,7% e +100 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,5% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Reino Unido.

Seguiram-se no “ranking” a França (13,2%), a Alemanha (11,1%), os EUA (5,6%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,5%) e Polónia (1,4%).

Estes dez países representaram 75,5% das exportações totais.

6.2 – Importações


Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,8% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, da Alemanha, dos EUA e das Ilhas Virgens Britânicas).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (12,6%), a França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica e Brasil (3,1%), os EUA (2,3%) e a Polónia (1,8%).

Estes dez países cobriram 77,6% das importações totais.

Alcochete, 11 de Janeiro de 2022.

ANEXO