terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Série mensal-Janeiro a Novembro de 2021-Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Novembro de 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Novembro de 2021 e definitivos para 2020, com última actualização em 10 de Janeiro de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +17,6% (+8 715 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +19,5% (+12 159 milhões).

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Novembro de 2021 um acréscimo de +17,2% (+6 095 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +18,7% (+2 621 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +17,7% (+8 263 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +24,5% (+3 896 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +26,6% ao situar-se em -16 383 milhões de Euros (superior em 3 444 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 2 168 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo de 1 275 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,3%, em 2020, para 78,0%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros onze meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 296 para 426 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a cotação de Dezembro).


Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,5% no total das importações no período de Janeiro-Novembro de 2021 e 5,7% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 78,0%, no comércio global, para 83,2%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período de Janeiro a Novembro de 2021, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,4% do Total, cresceram +17,2%, contribuindo com +12,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +17,6%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,6% do Total), cresceram +18,7%, contribuindo com +5,3 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a Espanha (26,5%), a França (13,2%), a Alemanha (11,1%), os EUA (5,6%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,5%), a Polónia e Marrocos (1,4% cada), a Suécia (1,2%), o Brasil e a China (1,1% cada), destinos que representaram 80,3% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise um aumento de 8,0% nas nossas exportações (+64,3 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos nove dos onze grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+42,8 milhões), Químicos (+10,9 milhões) “Produtos acabados diversos” (+9,9 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+6,6 milhões), “Minérios e metais” (+5,3 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+5,2 milhões), “Material de transporte terrestre e partes“ (+2,2 milhões), “Calçado, peles e couros” (+298 mil Euros) e “Têxteis e vestuário” (+289 mil Euros). As excepções incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-17,9 milhões de Euros) e “Energéticos” (-1,2 milhões).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+17,6%) pertenceram a Espanha (+5,9 p.p.), à França (+1,8 p.p.), aos EUA (+1,7 p.p.), à Alemanha (+1,1 p.p.), à Itália e Países Baixos (+0,9 p.p. cada), aos Países Baixos (+0,9%), à Bélgica e Marrocos (+0,6 p.p.) e ao Reino Unido (+0,5 p.p.). Os maiores contributos negativos couberam à Irlanda (-0,15 p.p.), à Roménia e Áustria (-0,06 p.p. cada) e às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,05 p.p.).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica, Polónia, Suécia, Finlândia, Rep. Checa, Hungria e Bulgária. Os maiores decréscimos couberam à Irlanda, à Roménia e à Áustria.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Marrocos, o Reino Unido, Gibraltar, a China, as Provisões de Bordo, a Austrália, a Noruega, Israel, a Turquia, a África do Sul, o México, Angola e a Tunísia.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Taiwan, da Suíça e do Ghana.

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Novembro de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,5% do total, registaram um acréscimo de +17,7% e contribuíram com +13,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +19,5%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +24,5%, representando 26,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +6,2 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,8% do Total) e a Alemanha (12,6%).

Seguiram-se a França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica e o Brasil (3,1% cada), os EUA (2,3%), a Polónia (1,8%) e a Nigéria (1,7%).

 Estes países representaram, no seu conjunto, 794% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de Janeiro a Novembro de 2021 (+19,5%) destacou-se o da Espanha, (+7,0 p.p.), seguida da Alemanha (+1,6 p.p.), do Brasil (+1,4 p.p), da China (+1,0 p.p.), dos EUA, Países Baixos, Itália e Bélgica (+0,9 p.p. cada), e da Rússia (+0,8 p.p.).

Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,4 p.p.), em Angola (‑0,5 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,3 p.p.), na Arábia Saudita, Dinamarca e Argélia (-0,1 p.p. cada).


Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros entre o período em análise  de 2021 e o período homólogo do ano anterior.



4 – Saldos da Balança Comercial        

No período acumulado de Janeiro a Novembro de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2 646 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+2 158 milhões). Seguiram-se os EUA (+1 535 milhões), Angola (+790 milhões) e Marrocos (+575 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-9 023 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-2 926milhões), da China (‑2 826 milhões), dos Países Baixos (‑1 733 milhões) e do Brasil (-1 673 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Todos os grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (0,6% do Total e -126 milhões de Euros) registaram em 2021 acréscimos nas exportações face ao período homólogo de 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do Total e +1166 milhões de Euros), “Químicos” (13,8% e +1515 milhões), “Agro-alimentares” (13,1% e +766 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e +372 milhões), “Minérios e metais” (10,9% e +1734 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,5% e +5889 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,7% e +705 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,4% e +661 milhões), “Energéticos” (5,7% e +1112 milhões) e “Calçado, peles e couros” (3,2% e +221 milhões).

5.2 – Importações

Também nas importações o único grupo de produtos em que se registou um decréscimo em valor nos onze primeiros meses de 2021, face ao ano anterior, foi “Aeronaves, embarcações e partes”, com um peso de 0,8% na estrutura, (‑471 milhões de Euros).

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,8% e +2 599 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,3% e +1 668 milhões), “Agro-alimentares” (14,6% e +975 milhões), “Energéticos” (11,5% e +3 154 milhões), “Minérios e metais” (9,9% e +2 239 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,8% e +602 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,2% e +549 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,2% e +369 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +414 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,7% e +100 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,5% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Reino Unido.

Seguiram-se no “ranking” a França (13,2%), a Alemanha (11,1%), os EUA (5,6%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,5%) e Polónia (1,4%).

Estes dez países representaram 75,5% das exportações totais.

6.2 – Importações


Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,8% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, da Alemanha, dos EUA e das Ilhas Virgens Britânicas).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (12,6%), a França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica e Brasil (3,1%), os EUA (2,3%) e a Polónia (1,8%).

Estes dez países cobriram 77,6% das importações totais.

Alcochete, 11 de Janeiro de 2022.

ANEXO


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