1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) para o período de Janeiro a Novembro de 2021 e definitivos
para 2020, com última actualização em 10 de Janeiro de 2022, as exportações de
mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +17,6% (+8 715 milhões de
Euros), a par de um aumento das importações de +19,5% (+12 159 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +26,6% ao situar-se em -16
383 milhões de Euros (superior em 3 444 milhões ao do ano anterior), a que
correspondeu um agravamento de 2 168 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo
de 1 275 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,3%, em 2020,
para 78,0%, em 2021.
A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros onze meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 296 para 426 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a
cotação de Dezembro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
11,5% no total das importações no período de Janeiro-Novembro de 2021 e 5,7% do
lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
sobe de 78,0%, no comércio global, para 83,2%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro a Novembro de 2021, as exportações para a UE (expedições),
que representaram 71,4% do Total, cresceram +17,2%, contribuindo com +12,3 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +17,6%. As exportações para o espaço extracomunitário
(28,6% do Total), cresceram +18,7%, contribuindo com +5,3 p.p. para a taxa de ‘crescimento’
global.
Os
principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a
Espanha (26,5%), a França (13,2%), a Alemanha (11,1%), os EUA (5,6%), o Reino
Unido incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a
Bélgica (2,5%), Angola (1,5%), a Polónia e Marrocos (1,4% cada), a Suécia (1,2%),
o Brasil e a China (1,1% cada), destinos que representaram 80,3% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos
EUA, registou no período em análise um aumento de 8,0% nas nossas exportações (+64,3
milhões de Euros), envolvendo os acréscimos nove dos onze grupos de produtos:
“Máquinas, aparelhos e partes” (+42,8 milhões), Químicos (+10,9
milhões) “Produtos acabados diversos” (+9,9 milhões), “Madeira,
cortiça e papel” (+6,6 milhões), “Minérios e metais” (+5,3 milhões),
“Aeronaves, embarcações e partes” (+5,2 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes“ (+2,2 milhões), “Calçado, peles e couros”
(+298 mil Euros) e “Têxteis e vestuário” (+289 mil Euros). As excepções
incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-17,9 milhões de Euros) e “Energéticos”
(-1,2 milhões).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+17,6%) pertenceram a Espanha (+5,9 p.p.), à França
(+1,8 p.p.), aos EUA (+1,7 p.p.), à Alemanha (+1,1 p.p.), à Itália e Países
Baixos (+0,9 p.p. cada), aos Países Baixos (+0,9%), à Bélgica e Marrocos (+0,6
p.p.) e ao Reino Unido (+0,5 p.p.). Os maiores contributos negativos
couberam à Irlanda (-0,15 p.p.), à Roménia e Áustria (-0,06 p.p. cada) e às Provisões
de Bordo para países comunitários (-0,05 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica,
Polónia, Suécia, Finlândia, Rep. Checa, Hungria e Bulgária. Os maiores
decréscimos couberam à Irlanda, à Roménia e à Áustria.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Marrocos, o Reino Unido, Gibraltar, a China, as Provisões
de Bordo, a Austrália, a Noruega, Israel, a Turquia, a África do Sul, o México,
Angola e a Tunísia.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Taiwan, da Suíça e do Ghana.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Novembro de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na
UE, que representaram 73,5% do total, registaram um acréscimo de +17,7% e
contribuíram com +13,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +19,5%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +24,5%, representando 26,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +6,2 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,8% do
Total) e a Alemanha (12,6%).
Seguiram-se
a França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a
Bélgica e o Brasil (3,1% cada), os EUA (2,3%), a Polónia (1,8%) e a Nigéria (1,7%).
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de
Janeiro a Novembro de 2021 (+19,5%) destacou-se o da Espanha, (+7,0 p.p.),
seguida da Alemanha (+1,6 p.p.), do Brasil (+1,4 p.p), da China (+1,0 p.p.),
dos EUA, Países Baixos, Itália e Bélgica (+0,9 p.p. cada), e da Rússia (+0,8
p.p.).
Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,4 p.p.), em Angola (‑0,5 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,3 p.p.), na Arábia Saudita, Dinamarca e Argélia (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros entre o período em análise de 2021 e o período homólogo do ano anterior.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período acumulado de Janeiro a Novembro de 2021, os maiores saldos
positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2 646 milhões
de Euros) e ao Reino Unido (+2 158 milhões). Seguiram-se os EUA (+1 535 milhões),
Angola (+790 milhões) e Marrocos (+575 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-9 023 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-2 926milhões), da China (‑2 826 milhões), dos Países Baixos (‑1 733 milhões) e do Brasil (-1 673 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Todos os
grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (0,6% do Total e -126
milhões de Euros) registaram em 2021 acréscimos nas exportações face ao período
homólogo de 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do
Total e +1166 milhões de Euros), “Químicos” (13,8% e +1515 milhões), “Agro-alimentares” (13,1% e +766
milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (12,7% e +372 milhões), “Minérios e metais” (10,9%
e +1734 milhões).
Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,5% e +5889 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,7% e +705 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,4% e +661 milhões), “Energéticos” (5,7% e +1112 milhões) e “Calçado, peles e couros” (3,2% e +221 milhões).
5.2 – Importações
Também
nas importações o único grupo de produtos em que se registou um decréscimo em
valor nos onze primeiros meses de 2021, face ao ano anterior, foi “Aeronaves,
embarcações e partes”, com um peso de 0,8% na estrutura, (‑471 milhões de
Euros).
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(18,8% e +2 599 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (18,3% e +1 668 milhões), “Agro-alimentares” (14,6% e +975 milhões), “Energéticos” (11,5% e +3 154 milhões), “Minérios e metais” (9,9%
e +2 239 milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (9,8% e +602 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (6,2% e +549 milhões), “Têxteis
e vestuário” (5,2% e +369 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2%
e +414 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,7% e +100 milhões de
Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,5% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Reino Unido.
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,2%), a
Alemanha (11,1%), os EUA (5,6%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,5%) e Polónia (1,4%).
Estes dez países representaram 75,5% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,8% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, da Alemanha, dos EUA e
das Ilhas Virgens Britânicas).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (12,6%), a
França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a
Bélgica e Brasil (3,1%), os EUA (2,3%) e a Polónia (1,8%).
Estes dez países cobriram 77,6% das importações totais.
Alcochete, 11 de Janeiro de 2022.
ANEXO
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