Comércio Externo da Turquia
&
Portugal-Turquia
(2017-2021 e Janeiro-Setembro 2021-2022)
1 – Introdução
O valor das exportações anuais portuguesas de mercadorias
com destino à Turquia tem-se mantido praticamente abaixo do nível das
importações desde 2000. Tendo-se aproximado do nível das importações entre os
anos 2008 e 2017, ultrapassando-o mesmo ligeiramente em 2012 e 2014, afastou-se
a partir de então, situando-se em 620 milhões de Euros em 2021, contra 1177 nas
importações.
Neste trabalho, após uma breve análise do Comércio
Externo da Turquia ao longo dos últimos cinco anos, com base em dados de fonte ’International
Trade Centre’ (ITC) calculados a partir de estatísticas do “Turkish
Statistical Institute” (TURKSTAT), analisa-se a evolução do nosso Comércio
Internacional com este país entre 2017 e 2021, a partir de versões do INE
já definitivas, e período de Janeiro a Setembro de 2021 e 2022, este último ano
em versão preliminar, actualizada a
9-11-2022.
2 – Comércio Externo da Turquia (2017-2021)
2.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial da Turquia foi deficitária ao
longo dos últimos cinco anos, com o grau de cobertura das importações pelas
exportações (Cif/Fob) a oscilar entre 67% e 86%.
2.2 – Importação
Em 2021, numa análise das
importações de mercadorias por grupos de produtos definidos com base em
capítulos do Sistema Harmonizado, as principais importações de mercadorias na
Turquia incidiram nos grupos “Minérios e metais” (20,5% do Total e 25,1%
em 2020), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,8% e 19,3%), “Energéticos”
(18,7% e 13,2%) e “Químicos” (18,4% e 16,0%).
Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares”
(6,6% e 6,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (5,8% e
7,2%), “Têxteis e vestuário” (4,3% e 4,2%), “Produtos acabados
diversos” (3,4% e 3,9%), “Madeira, cortiça e papel” (1,7% e 1,8%), “Aeronaves,
embarcações e partes” (1,5% e 2,0%) e “Calçado, peles e couros” (0,4% em
cada um dos anos).
De acordo com os dados de base do ITC, o peso de Portugal
nestas importações terá sido de 0,4% em 2021, cabendo as maiores quotas aos
grupos “Madeira, cortiça e papel” (3,8%), “Calçado, peles e couros”
(3,3%) e “Material de transporte terrestre e partes” (1,4%).
2.3 – Exportação
As principais exportações
incidiram nos grupos “Minérios e metais” (23,2% do Total e 19,0% em
2020), “Têxteis e vestuário” (15,3% e 16,1%), “Máquinas, aparelhos e
partes” (14,6% e 15,4%), “Material de transporte terrestre e partes”
(11,2% e 13,1%), “Agro-alimentares” (11,1% e 12,2%) e “Químicos”
(10,6% e 10,9%).
Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (6,1% e 6,6%), “Energéticos” (3,8% e 2,8%), “Madeira,
cortiça e papel” (1,7% nos dois anos), “Aeronaves, embarcações e partes”
(1,5% e 1,4%) e “Calçado, peles e couros” (0,8% em cada um dos anos).
O peso de Portugal nas exportações turcas terá sido
de 0,7% em 2021, cabendo as maiores quotas aos grupos “Calçado, peles e
couros” (1,2%), “Têxteis e vestuário” (0,9%), “Químicos” e “Minérios
e metais” (0,8% cada).
2.4 – Principais mercados
Em 2021 os principais mercados de origem das
importações turcas foram a China (11,9%), a Rússia (10,7%), um conjunto de
países não especificados (9,0%), a Alemanha (8,0%), os EUA (4,8%) e a Itália
(4,3%).
Do lado das exportações destacou-se a Alemanha (8,6%), seguida dos EUA (6,5%), do Reino Unido (6,1%), da Itália (5,1%), do Iraque (4,9%), da Espanha (4,3), e da França (4,1%).
3 – Comércio de Portugal com a Turquia (2017-2021 e Janeiro-Setembro 2021-2022)
3.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial de Portugal com a Turquia foi
deficitária ao longo do último quinquénio e primeiros nove meses de 2022. Neste
último período as importações cresceram +32,6% face ao período homólogo do ano
anterior e as exportações +45,8%, com o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações a situar-se em 58,5%.
Na figura seguinte pode observar-se o ritmo de
evolução anual em valor das importações e das exportações entre os anos de 2017
e 2021.
3.2 – Importação
Por grupos de produtos (ver a composição dos grupos
no Anexo-1), no período em análise de 2022 as principais importações com
origem na Turquia incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e
partes” (23,1% do Total e 13,8% em 2021), “Minérios e metais” (22,4%
e 28,9%), “Têxteis e vestuário” (17,9% e 20,9%), “Químicos”
(17,2% e 16,3%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (10,3% e 11,3%).
Com menor peso seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (2,7% e 2,6%), “Agro-alimentares” (2,5 % e 2,7%),
“Madeira, cortiça e papel” (2,3% e 1,6%), “Calçado, peles e couros” (1,6%
em cada um dos anos) e, residualmente, os grupos “Energéticos” e “Aeronaves,
embarcações e partes”.
No Anexo-2 relacionam-se, por grupos de
produtos, as principais importações desagregadas a quatro dígitos da
Nomenclatura Combinada.
3.3 – Exportação
No 1º Semestre de 2022 as principais exportações
com destino à Turquia incidiram nos grupos de produtos “Químicos” (34,0%
do Total e 36,3% em 2021), “Madeira, cortiça e papel” (22,7% e 21,2%) e “Material
de transporte terrestre e partes” (21,5% em cada um dos anos).
Seguiram-se, com menor peso, os grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (6,9% e 6,7%), “Têxteis e vestuário” (4,0% e
4,8%), “Calçado, peles e couros” (3,7% e 3,8%), “Agro-alimentares”
(2,9% e 2,2%), “Produtos acabados diversos” (2,1% e 2,0%), “Minérios
e metais” (2,1% e 1,3%) e, residualmente, os grupos “Aeronaves,
embarcações e partes” e “Energéticos”. No Anexo-3
relacionam-se, por grupos de produtos, as principais exportações desagregadas a
quatro dígitos da Nomenclatura Combinada.
Alcochete, 7 de Dezembro de 2022.
Sem comentários:
Enviar um comentário