Comércio Internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga
em Valor, Volume e Preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro-Setembro 2022/2021)
( disponível para download >> aqui )
1 – Introdução
Apresentam-se neste trabalho indicadores
de evolução em Valor, Volume e Preço das importações e das exportações
portuguesas de mercadorias, calculados para o período acumulado de Janeiro a
Setembro de 2022, a preços do período homólogo de 2021.
Para o cálculo dos índices de
preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8),
relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois
anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos afins (ver Anexo).
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos
índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram
calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto
Nacional de Estatística (INE), em versão definitiva para 2021 e preliminar
para 2022, com última actualização em 9 de Novembro de 2022.
2 – Nota metodológica
O método utilizado no cálculo
dos índices de preço de Paasche aqui
apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento
dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para
o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez
ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes
comerciais.
Os índices de preço de cada
subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída
com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando
as alterações pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro
de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica,
que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das
matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de
consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento
aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se
à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso
relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do
subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento
coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado. No caso presente
foram desagregados por países e analisados os respectivos índices 153 produtos
da Nomenclatura Combinada a oito dígitos nas importações e de 106 nas
exportações.
Também produtos dominantes
incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser
desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica,
forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.
Na figura seguinte pode
observar-se, por grupos de produtos, a representatividade das amostras globais em
cada uma das vertentes comerciais que serviram de base ao cálculo dos presentes
índices de preço de Paasche, envolvendo mais de 18000 posições
pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada na base de dados do INE.
3 – Balança Comercial
De acordo com os dados
disponíveis, no período em análise de 2022 o défice da balança comercial de
mercadorias aumentou +77,1% face ao período homólogo do ano anterior, com o
grau de cobertura das importações pelas exportações a decrescer de 78,6% para 72,2%.
As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias
provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países
terceiros), com um acréscimo em valor de +36,7%, terão registado um aumento em
volume de +9,7% e um acréscimo em preço de +24,5%. Por sua vez, o aumento em
valor de +25,6% verificado nas exportações
terá resultado de um acréscimo em volume de +5,6%, com o preço a aumentar +19,0%.
Excluindo os produtos “Energéticos”
do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em
2022 situa-se em -13,2 mil milhões de Euros, contra -22,6 mil milhões em termos
globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações sobe
de 72,2%, em termos globais, para 80,2%.
Em 2022, o saldo da balança comercial
foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que
representaram 28,3% das exportações e 15,8% das importações totais,
designadamente “Madeira, cortiça e
papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados
diversos”.
De Janeiro a Setembro de 2022,
os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram:
“Energéticos” (17,8%), “Químicos”
(17,1%), “Máquinas, aparelhos e partes”
(16,2%) e “Agro-alimentares” (13,9%).
Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,5%), “Material de transporte terrestre e
partes” (9,0%), “Produtos acabados
diversos” (5,7%), “Têxteis e vestuário” (5,1%), “Madeira, cortiça
e papel” (3,3%), “Calçado,
peles e couros” (1,7%) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,8%).
O
grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados
índices de preço, registou em 2022 uma taxa de variação homóloga em Valor de +15,5%.
Foram positivas as taxas de variação em Valor dos restantes grupos de
produto, destacando-se o grupo “Energéticos” (+123,6%).
Positivas foram também as taxas de variação em Volume e em Preço de todos os grupos de produtos. Em Volume predominou o grupo “Calçado, peles e couros” (+35,3%), seguido de “Material de transporte terrestre” (+19,0%), “Têxteis e vestuário” (+17,7%), “Energéticos” (+15,6%) e “Madeira, cortiça e papel” (+12,5%). Em Preço destacou-se o grupo “Energéticos” (+93,4%).
5 – Exportações
Em 2022 os grupos de produtos
com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Químicos” (14,3%), “Máquinas aparelhos e partes” (13,2%), “Agro-alimentares” (12,7%), “Material
de transporte terrestre e partes” (11,2%) e “Minérios e metais” (10,8%).
Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,1%), “Energéticos”
(8,8%), “Têxteis e vestuário” (8,1%),
“Madeira, cortiça e papel” (7,9%), “Calçado, peles e couros” (3,2%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6%).
Verificaram-se acréscimos em Valor, face ao ano anterior, em todos
os grupos de produtos, tendo incidido o maior no grupo “Energéticos” (+84,7%). Seguiram-se
os grupos “Madeira, cortiça e
papel” (+33,8%), “Químicos” (+29,6%), “Minérios e
metais” (+26,6%), “Calçado, peles e couros” (+24,6%), “Agro-alimentares” (+22,6%),
“Têxteis e vestuário” (+17,9%), “Máquinas, aparelhos e partes”
(+17,0%), “Produtos acabados diversos” (+16,2%) e “Material de transporte terrestre e partes” (+13,0%).
Em Volume, à excepção do grupo “Energéticos” (-6,7%), verificaram-se
acréscimos nos restantes, com destaque para “Calçado, peles e couros” (+19,3%),
seguido de “Agro-alimentares” (+9,1%), “Químicos” (+7,7%), “Produtos
acabados diversos” (+7,6%), “Máquinas, aparelhos e partes”
(+7,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (+3,8%), “Madeira, cortiça e papel”
(+3,6%), “Têxteis
e vestuário” (+3,4%) e “Minérios e metais” (+2,1%).
No âmbito do Preço verificaram-se acréscimos nas
exportações de todos os grupos de produtos, com destaque para o grupo “Energéticos” (+98,0%). Seguiram-se “Madeira, cortiça e papel” (+29,2%), “Minérios e metais” (+24,0%), “Químicos”
(+20,3%), “Têxteis e vestuário” (+14,1%), “Agro-alimentares” (+12,4%),
“Máquinas, aparelhos e partes” (+9,0%),
“Material de transporte terrestre e partes” (+8,9%), “Produtos acabados diversos” (+8,0%) e “Calçado, peles
e couros” (+4,5%).
ANEXO
Sem comentários:
Enviar um comentário