1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Outubro de 2021 e 2022, respectivamente em versão já definitiva e em versão preliminar com última actualização em 9 de Dezembro de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +25,2% (+13142 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +35,7% (+23904 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)”
e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a
zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e
Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este
código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Outubro de 2022
um acréscimo de +23,8% (+8847 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países
Terceiros aumentado +28,5% (+4295 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +26,8% (+13242 milhões) e as originárias dos
Países Terceiros +60,6% (+10662 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +73,0 ao situar-se em -25512
milhões de Euros (superior em 10762 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam agravamentos de 4395 milhões no comércio intracomunitário e de 6367
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações desceu de 78,0%, em 2021, para 71,9%, em 2022.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro
a Outubro de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2021, de 417 para 746 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Novembro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
17,4% no total das importações em 2022 e 8,6% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2022 sobe, no comércio
global, de 71,9% para 79,6%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2022, no
período de Janeiro a Outubro, as exportações para a UE (expedições), que
representaram 70,4% do Total, cresceram +23,8%, contribuindo com +16,9 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +25,2%. As exportações para o espaço extracomunitário
(29,6% do Total), cresceram +28,5%, contribuindo com +8,2 p.p. para a taxa de ‘crescimento’
global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,0%),
a França (12,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,7%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (4,8%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (4,1%), a Bélgica (2,4%),
as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,7%) e a Polónia (1,4%), destinos
que representaram 74,9% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 52,7%
nas nossas exportações (+401,2 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos
todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+105,1
milhões), “Agro-alimentares” (+94,1 milhões), Químicos (+63,6
milhões), “Produtos acabados diversos” (+45,6 milhões), “Minérios e
metais” (+40,2 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+21,7 milhões),
“Têxteis e vestuário” (+9,0 milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (+8,9 milhões), “Energéticos” (6,4%), “Calçado,
peles e couros” (+4,0 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(+2,6 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+25,2%) pertenceram a Espanha (+6,1 p.p.), aos EUA
(+2,8 p.p.), à Alemanha (+2,7 p.p.), à França (+2,3 p.p.), às Provisões de
Bordo Extra-UE (1,5 p.p.), aos Países Baixos (+1,2 p.p.), à Itália (+1,0 p.p.),
ao Reino Unido/Irl NT (+0,8 p.p.) â Bélgica (+0,7 p.p.) e à Turquia (+0,4 p.p.).
Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,4 p.p.), à
China e ao Japão (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Itália, Provisões de
Bordo, Bélgica, Suécia, Irlanda, Polónia, Eslováquia, Rep.Checa, Roménia e
Áustria. Entre os decréscimos destacou-se Malta.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Reino Unido/Irlanda NT, Angola e
Turquia, seguidos do Brasil, Panamá, Suíça, Canadá, Israel, Noruega e Argélia.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Marrocos, Rússia e China.
3.2 - Importações
Em 2022, no
período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 68,9% do total, registaram um acréscimo de +26,8% e contribuíram
com +19,8 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +26,8%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +60,6%, representando 31,1% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +15,9 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,0% do
Total), seguida da Alemanha (11,0%), França (6,0%), China (5,1%), Países Baixos
(4,9%), Itália (4,6%), Brasil (4,4%), EUA e Bélgica (3,1% cada), e Nigéria (1,8%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 75,9% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (+35,7%) destacou-se o da Espanha, (+10,6 p.p.), seguida do Brasil (+2,9
p.p.), da China (+2,4 p.p.), da Alemanha (+2,3 p.p.), dos EUA (+2,0 p.p.), da
França e Países Baixos (+1,3 p.p. cada), da Bélgica e Itália (+1,0 p.p. cada). O
principal contributo negativo incidiu na Fed. Russa (‑0,3 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária
(não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros,
entre 2021 e 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
Nos primeiros dez meses de 2022, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2695 milhões de Euros), ao
Reino Unido (+2210 milhões), aos EUA (+1557 milhões), a Angola (+626 milhões) e
a Gibraltar (+431 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-12072 milhões de Euros), seguida da China (-4110 milhões), do Brasil
(-3261 milhões), da Alemanha (‑2878 milhões) e dos Países Baixos (-1762
milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as
alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).
No período
de Janeiro a Outubro de 2022, todos os grupos registaram acréscimos nas
exportações face a 2021.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (14,2% do Total e
+2052 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas,
aparelhos e partes” (13,5% e +1438 milhões), “Agro-alimentares” (12,7% e +1481 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (11,4% e +911 milhões), “Minérios e
metais” (10,7% e +1343 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,2% e +910 milhões), “Energéticos” (8,6% e +2501 milhões), “Têxteis
e vestuário” (8,0% e +723 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,9%
e +1283 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,2% e +409 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes) (0,6% e +90 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2022,
no período em análise, foi também positiva a taxa de variação homóloga em
valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de
produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Energéticos”
(17,4% e +8269 milhões de Euros), “Químicos”
(17,3% e +3042 milhões), “Máquinas,
aparelhos e partes” (16,4% e +2588milhões), “Agro-alimentares” (14,0% e +2881 milhões de Euros). Seguiram-se os
grupos “Minérios e metais” (9,6% e +2006 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,1% e +1793 milhões),
“Produtos acabados diversos” (5,6% e +820 milhões), “Têxteis e
vestuário” (5,1% e +1126 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,3% e
+856 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +491 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,7% e +32 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período de Janeiro a Outubro de 2022 a
primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,0% do total, ocorrendo
as excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, França, EUA e Irlanda).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,4%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (6,7%), o Reino Unido/Irl NT (4,8%), a Itália (4,4%), os
Países Baixos (4,1%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,8%) e as Provisões de Bordo Extra-UE
(1,7%).
Estes dez
destinos representaram 75,3% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,0% do total.
A única excepção
foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da Alemanha,
EUA e Brasil).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,0%), a França
(6,0%), a China (5,1%), os Países Baixos (4,9%), a Itália (4,6%), o Brasil (4,4%),
os EUA e a Bélgica (3,1% cada), a Nigéria (1,8%). Estes dez países cobriram 75,9%
das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022
face a 2021, por meses homólogos não
acumulados
ANEXO
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