segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Comércio Externo de Angola e Portugal-Angola (2018-2022

 

Comércio Externo de Angola
2017-2021
e
Portugal-Angola
2018-2022

                                                             (disponível para download  >> aqui )


1 - Introdução

Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio externo de mercadorias de Angola face ao mundo, entre 2017 e 2021, com base em dados divulgados pela “Administração Geral Tributária” (AGT) do Ministério das Finanças de Angola.

Analisa-se em seguida a evolução do comércio internacional de Portugal com Angola ao longo do período 2018-2022, com base em dados de fonte “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva até 2021 e preliminar para 2022, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2023.

Angola é um dos estados-membros da “Southern Africa Development Community – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral” (SADC), que integra dezasseis países: Africa do Sul, Angola, Botswana, Comores, Eswatini (a antiga Suazilândia), Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Congo (RD), Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Organização criada em 1992, na sequência do fim do apartheid na África do Sul, sucedendo à SADCC, esta criada em 1980 por nove dos actuais membros da SADC, tem entre os seus principais objectivos aprofundar a cooperação económica e estimular o comércio de produtos e serviços entre os seus membros. As línguas oficiais são o inglês, o português e o francês.

Angola foi também, em 1996, um dos fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa” (CPLP), a par do Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Em 2002 foi admitido Timor-Leste e mais recentemente, em 2014, a Guiné-Equatorial, que foi observador associado desde 2006.


2 – Comércio Externo de Angola

O peso do sector petrolífero na exportação global de mercadorias de Angola foi superior a 92% ao longo do período 2010-2021, o que torna a economia angolana fortemente dependente do comportamento deste sector no mercado internacional. 

Entre 2010 e 2014 o seu peso na exportação global manteve-se entre cerca de 97% e 98%, para a partir de então descer abaixo do nível de 2010.

A partir de 2014 o valor das exportações globais, essencialmente constituídas por petróleo bruto, desceram significativamente abaixo do valor que detinham em 2010.

O ritmo de crescimento das exportações globais, que entre 2010 e 2014 se mantivera abaixo do das importações, ultrapassou-o em 2015, com um pico máximo em 2018.

2.1 – Balança Comercial de Angola

Entre 2018 e 2021 a Balança Comercial de Angola foi ‘superavitária’, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações. Em 2021, face ao ano anterior, as importações terão crescido +13,5% e as exportações +66,4%, com o saldo da balança a subir +110,4%, ao situar-se em +20,7 mil milhões de Euros, ou seja um aumento de +10,9 mil milhões de Euros face ao ano anterior.


Em 2021, Angola terá pesado nas importações globais portuguesas 0,1% do Total e 1,5% nas exportações, as quotas mais baixas dos últimos cinco anos.

2.2 – Importações em Angola por grupos de produtos

         e quotas de Portugal em 2021                                              

Os dados de base de Angola, divulgados em US$, foram convertidos a Euros. Havendo desfasamentos acentuados entre os dados da AGT do Ministério das Finanças angolano e do INE de Portugal no que se refere ao Total das trocas entre os dois países, em particular do lado das exportações angolanas para Portugal, não se dispondo de dados desagregados por produtos, para o cálculo das quotas de Portugal em 2021 foram utilizados, tanto nas importações como nas exportações, dados de base do INE de Portugal, com as necessárias conversões Cif/Fob e Fob/Cif, numa tentativa de se obter dados o mais próximos possível da realidade.

Em 2021 as principais importações em Angola, por grupos de produtos (ver em ANEXO o conteúdo considerado a dois dígitos da NC2), incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (23,2% e 22,6% em 2020), “Agro-alimentares” (12,2% e 23,5%, respectivamente), “Energéticos” (17,4% e 9,9%) e “Químicos” (13,5% e 14,5%).  

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,4% e 7,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (5,7% e 7,8%), “Produtos acabados diversos” (5,2% e 5,5%), “Têxteis e vestuário” (3,8% e 2,5%), “Madeira cortiça e papel” (3,1% e 3,4%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e 1,8%) e “Calçado, peles e couros” (0,5% e 0,6%).




Em 2021 Portugal terá pesado 10,8% no Total das importações angolanas, tendo as maiores quotas, por grupos de produtos, incidido em “Produtos acabados diversos” (23,7%), “Madeira, cortiça e papel” (14,4%), “Químicos” (14,1%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,5%), “Minérios e metais” (12,4%) e “Agro-alimentares” (12,1%).

Na figura seguinte apresentam-se, por grupos de produtos, os principais produtos importados por Angola em 2020 e 2021, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (Capítulos).

2.3 – Exportações de Angola por grupos de produtos

         e quotas de Portugal em 2021                                               

As principais exportações de Angola em 2021 incidiram no grupo de produtos “Energéticos” (94,5% e 93,2% em 2020).

No gráfico acima encontra-se representada a estrutura das exportações, excluindo o grupo “Energéticos”, em que o grupo “Minérios e metais” pesa 84,1% em 2021 e 79,9% em 2020. Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (5,8% e 6.6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (4,4% e 5,8%), “Madeira, cortiça e papel” (2,2% e 2,7%) e “Produtos acabados diversos” (2,2% e 1,3%). Com pesos muito inferiores alinharam-se depois os grupos “Químicos” (0,5% e 0,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,4% e 0,6%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,3% e 1,8%), “Calçado, peles e couros” (0,2% nos dois anos) e “Têxteis e vestuário” (0,1% e 0,2%).

Em 2021 Portugal terá pesado 0,3% no Total das exportações angolanas, tendo as maiores quotas, por grupos de produtos, incidido em “Agro-alimentares” (18,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (6,0%), “Madeira, cortiça e papel” (5,6%), “Têxteis e vestuário” (3,8%), e “Aeronaves, embarcações e partes” (3,6%).

Na figura seguinte apresentam-se, por grupos de produtos, os principais produtos exportados por Angola em 2020 e 2021, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (Capítulos).

2.4 – Principais mercados de origem e destino

De acordo com os dados de base angolanos, em 2021 o principal mercado de origem das importações foi a China (14,9% e 15,2% em 2020), seguida de Portugal (12,0% e 13,9%, respectivamente), da Índia (6,6% e 4,8%), do Togo (6,0% e 1,0%), do Brasil (4,8% e 5,7%), dos EUA (4,6% e 6,4%), do Reino Unido (4,6% nos dois anos), dos Países Baixos (3,9% e 1,3%), da Itália (3,7% e 2,5%), da França (3,6% e 3,3%), da Bélgica (3,4% e 4,3%) e da África do Sul (3,1% e 4,3%).

O conjunto dos países da SADC representou 3,6% do Total das importações em 2021 e 4,8% no ano anterior, tendo a UE-27 sido a origem de 33,1% das importações em 2021, com 31,3% em 2020.

Em 2021 o principal mercado de destino das exportações de Angola foi ainda a China (57,5% e 56,9% em 2020), seguida da Índia (7,7% e 7,4%), dos EUA (5,3% e 8,8%), dos Emiratos Árabes Unidos (4,5% nos dois anos), da Tailândia (3,1% e 3,6%) e da Itália (2,5% e 1,4%).

A SADC, no seu conjunto, pesou 1,3% (1,5% no ano anterior) e a UE-27 foi o destino de 6,1% das exportações (8,2% em 2020).

Portugal terá representado 0,4% do Total em 2021 e 1,6% em 2020.

3 – Comércio de Portugal com Angola (2018-2022)

No período de 2008 a 2022, as importações portuguesas de mercadorias com origem em Angola, à excepção dos anos de 2009 e 2017, e mais recentemente 2020 e 2021, mantiveram-se abaixo do nível de 2008. 

Por sua vez as exportações, que entre 2011 e 2014 se haviam mantido acima do nível de 2008 desceram consideravelmente abaixo desse nível a partir de então.

Angola faz parte do conjunto de oito países que integram a CPLP, que em 2022 foi a origem de 5,1% das importações portuguesas de mercadorias e o destino de 4,0% das exportações.

Face ao conjunto dos parceiros de Portugal nesta Comunidade, Angola ocupou a segunda posição nas importações (11,1%), depois do Brasil (81,4%), e o primeiro lugar nas exportações (45,3%).

Para as trocas comerciais de Portugal com Angola ao longo dos últimos cinco anos vão ser utilizadas estatísticas do Instituto Nacional de Estatística de Portugal, com dados definitivos de 2018 a 2021 e preliminares para 2021, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2023.

3.1 – Balança Comercial

A balança comercial foi francamente favorável a Portugal entre 2018 e 2022.

Após terem atingido um pico de 1075 milhões de Euros em 2019, as importações decresceram acentuadamente nos dois anos seguintes, tendo-se situado em apenas 81 milhões em 2021. Em 2022 inverteu-se este comportamento, com uma subida acentuada de +673,6%, atingindo 624 milhões de Euros.

Por sua vez as exportações decaíram entre 2018 e 2020, de 1513 milhões de Euros para 870 milhões, recuperando nos dois anos seguintes, situando-se em 1424 milhões de Euros em 2022. 

Neste ano o saldo da balança situou-se em 801 milhões de Euros, a que correspondeu um grau de cobertura das importações pelas exportações  de +278,4%. 

3.2 – Importações

As importações provenientes de Angola encontram-se centradas no petróleo bruto e logo sujeitas à flutuação do seu preço no mercado internacional, tendo o grupo dos produtos “Energéticos” representado 95,2% do Total em 2022 (67,4% em 2021).

Na figura seguinte, para o cálculo da estrutura por grupos de produtos em 2021 e 2022, foi excluído o grupo “Energéticos”. O grupo de produtos dominante em 2022 foi “Agro-alimentares” (63,5% do Total excluindo “Energéticos” e 71,3% em 2021), principalmente constituído por crustáceos, bananas e outras frutas, resíduos das indústrias alimentares e alimentos para animais.

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (14,3% e 8,7%), principalmente granito e outras rochas, em blocos e placas, “Madeira, cortiça e papel” (9,8% e 8,2%), designadamente madeira serrada, “Máquinas, aparelhos e partes” (5,4% e 5,6%), principalmente aparelhos mecânicos, “Produtos acabados diversos” (5,0% e 3,2%), como pedra de cantaria e construção, pedra de calcetar, lajes de pedra natural,e relógios, e “Material de transporte terrestre e partes” (1,2% e 1,5%), com destaque para os veículos automóveis, motocicletas, e suas partes.

Na figura seguinte relacionam-se as principais importações com origem em Angola efectuadas nos últimos dois anos, por grupos de produtos, desagregadas por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2).

3.3 – Exportações

Ao longo do último quinquénio as principais exportações portuguesas para Angola incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes”, “Agro-alimentares”, “Químicos”, “Produtos acabados diversos” e “Minérios e metais”.

Em 2022 as exportações de “Máquinas, aparelhos e partes”, muito diversificadas, representaram 29,1% do Total (29,2% no ano anterior), tendo-se destacado as máquinas automáticas para processamento de dados, fios e cabos eléctricos, centrifugadores, máquinas e aparelhos de impressão, quadros eléctricos, máquinas de lavar louça, secar, encher, empacotar, capsular e outras, bombas de ar e para líquidos, aparelhos telefónicos, refrigeradores e congeladores, aparelhos de interrupção, seccionamento e proteção eléctrica, entre muitos outros.

Entre os produtos “Agro-alimentares” (20,8% em 2022 e 20,4% em 2021) predominaram as gorduras e óleos, designadamente de soja, os vinhos, o leite e lacticínios, as preparações de carne e peixe, os produtos à base de cereais, as carnes e os enchidos, entre outros.

No âmbito dos produtos Qúímicos” (17,1% e 17,8%) ocuparam posição dominante os produtos farmacêuticos, o plástico e suas obras, produtos diversos das indústrias químicas como reagentes de diagnóstico, aglutinantes para moldes, insecticidas, solventes e diluentes orgânicos, preparações anticongelantes e antidetonantes, e cimentos, entre outros.

Entre os “Produtos acabados diversos” (11,1% em 2022 e 11,5% em 2021) destacaram-se as exportações de aparelhos ópticos, de fotografia, de medida, de precisão e médicos, o mobiliário, assentos, colchões e aparelhos de iluminação, os produtos cerâmicos, as obras de pedra, os artigos de relojoaria e o vidro e suas obras.

Nos “Minérios e metais” (9,7% em cada um dos anos), sobressaíram o ferro, aço, alumínio, cobre e suas obras, as obras diversas de metais comuns, como ferramentas, cutelaria e talheres, entre outras.

Na figura seguinte relacionam-se as principais exportações portuguesas com destino a Angola efectuadas nos últimos dois anos, por grupos de produtos, desagregadas por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2).


ANEXO



Alcochete, 25 de Fevereiro de 2023.



terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Comércio Internacional - Índices de Valor, Volume e Preço - Jan-Dez 2022/2021

 

Comércio Internacional
Índices de Valor, Volume e Preço
por Grupos e Subgrupos de produtos
(Janeiro-Dezembro 2022/2021)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Introdução

Apresentam-se neste trabalho indicadores de evolução em Valor, Volume e Preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias por grupos e subgrupos de produtos, calculados para o período acumulado de Janeiro a Dezembro de 2022, a preços do período homólogo de 2021.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos afins (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versão definitiva para 2021 e preliminar para 2022, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2023.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.

Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado. No caso presente foram desagregados por países e analisados os respectivos índices 195 produtos da Nomenclatura Combinada a oito dígitos nas importações e 113 nas exportações.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.

Na figura seguinte pode observar-se, por grupos de produtos, a representatividade das amostras globais em cada uma das vertentes comerciais que serviram de base ao cálculo dos presentes índices de preço de Paasche, envolvendo mais de 18000 posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada na base de dados do INE.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados disponíveis para 2022 o défice da balança comercial de mercadorias aumentou +57,6% face ao ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a decrescer de 76,5% para 71,8%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +31,2%, terão registado um aumento em volume de +8,8% e um acréscimo em preço de +20,6%.

Por sua vez, o aumento em valor de +23,1% verificado nas exportações terá resultado de um acréscimo em volume de +4,6%, com o preço a aumentar +17,7%.

Excluindo os produtos “Energéticos” do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2022 situa-se em -19,2 mil milhões de Euros, contra -30,8 mil milhões em termos globais.

Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações em 2022 sobe de 71,8%, em termos globais, para 78,9%, se excluirmos os produtos “Energéticos”.

Em 2022, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 28,2% das exportações e 15,8% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.

 4 – Importações

Em 2022, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Químicos” (17,1%), “Energéticos” (16,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,6%) e “Agro-alimentares” (14,3%). 

Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (9,4%), “Minérios e metais” (9,2%), “Produtos acabados diversos” (5,8%), “Têxteis e vestuário” (5,1%), “Madeira, cortiça e papel” (3,2%), “Calçado, peles e couros” (1,7%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8%).

O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados índices de preço, registou em 2022 uma taxa de variação homóloga em Valor de +37,9%. Foram positivas as taxas de variação em Valor dos restantes grupos de produtos, destacando-se o grupo “Energéticos” (+91,5%).

Positivas foram também as taxas de variação em Volume e em Preço de todos os grupos de produtos. 

Em Volume predominou o grupo “Calçado, peles e couros” (+30,2%), seguido de “Material de transporte terrestre” (+22,2%), “Têxteis e vestuário” (+13,3%) e “Energéticos” (+11,7%).

Em Preço destacou-se o grupo “Energéticos” (+71,4%), seguidos dos grupos “Madeira, cortiça e papel” (+23,8%), “Minérios e metais” (+21,2%) e “Agro-alimentares” (+20,2%).

5 – Exportações

Em 2022 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Químicos” (13,9%), “Máquinas aparelhos e partes” (13,8%), “Agro-alimentares” (12,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,8%) e “Minérios e metais” (10,5%). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,3%), “Energéticos” (8,4%), “Têxteis e vestuário” (7,9%), “Madeira, cortiça e papel” (7,8%), “Calçado, peles e couros” (3,2%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6%).

Verificaram-se acréscimos em Valor, face ao ano anterior, em todos os grupos de produtos, tendo incidido o maior no grupo “Energéticos” (+79,9%). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (+29,1%), “Químicos” (+23,5%), “Calçado, peles e couros” (+22,2%),  “Máquinas, aparelhos e partes” (+20,9%), “Minérios e metais” (+19,5%), “Agro-alimentares” (+18,5%), “Produtos acabados diversos” (+17,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (+14,5%) e “Têxteis e vestuário” (+13,3%).

Em Volume, à excepção do grupo “Têxteis, vestuário e calçado” (-0,04%), verificaram-se acréscimos nos restantes, com destaque para “Calçado, peles e couros” (+15,0%), seguido de “Máquinas, aparelhos e partes” (+10,4%), “Produtos  acabados  diversos”  (+8,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (+4,7%), “Agro-alimentares” (+3,8%),  “Químicos” (+3,0%), “Minérios e metais” (+0,9%), “Madeira,  cortiça  e  papel”  (+0,4%) e “Energéticos” (+0,3%).

No âmbito do Preço verificaram-se acréscimos nas exportações de todos os grupos de produtos, com destaque para o grupo “Energéticos” (+79,3%). Seguiram-se “Madeira, cortiça e papel” (+28,6%), “Químicos” (+19,8%), “Minérios e metais” (+18,4%), “Agro-alimentares” (+14,2%), “Têxteis e vestuário” (+13,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+9,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (+9,4%), “Produtos acabados diversos” (+7,8%) e “Calçado, peles e couros” (+6,3%).


Alcochete, 21 de Fevereiro de 2023.

ANEXO


domingo, 12 de fevereiro de 2023

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Dezembro 2022

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
- Janeiro a Dezembro de 2022 -

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Dezembro de 2021 e 2022, respectivamente em versão definitiva e em versão preliminar com última actualização em 9 de Fevereiro de 2023, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +23,1% (+14 708 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +31,2% (+25 963 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Dezembro de 2022 um acréscimo de +21,3% (+9 687 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +27,7% (+5 020 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +23,7% (+14 508 milhões) e as originárias dos Países Terceiros +52,3%  (+11 456 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +57,6% ao situar-se em -30 783 milhões de Euros (superior em 11 256 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos de 4 821 milhões no comércio intracomunitário e de 6 435 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 76,5%, em 2021, para 71,8%, em 2022.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro a Dezembro de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face a 2021, de 433 para 741 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 16,7% no total das importações em 2022 e 8,4% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2022 sobe, no comércio global, de 71,8% para 78,9%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2022, no período de Janeiro a Dezembro, as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,5% do Total, cresceram +21,3%, contribuindo com +15,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +23,1. As exportações para o espaço extracomunitário (29,5% do Total), cresceram +27,7%, contribuindo com +7,9 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,1%), a França (12,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,9%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,4%), as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,7%) e a Polónia (1,4%), destinos que representaram 74,7% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 49,7% nas nossas exportações (+472,7 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+134,4 milhões), “Agro-alimentares” (+101,4 milhões), Químicos (+74,5 milhões), “Produtos acabados diversos” (+51,7 milhões), “Minérios e metais” (+46,6 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+23,1 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+12,7 milhões), “Têxteis e vestuário” (+10,1 milhões), “Energéticos” (8,4%), “Aeronaves, embarcações e partes” (+5,3 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+4,5 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+23,1%) pertenceram a Espanha (+5,3 p.p.), aos EUA e Alemanha (+2,4 p.p. cada), à França (+2,1 p.p.), às Provisões de Bordo Extra-UE (1,4 p.p.), aos Países Baixos e Itália (+1,0 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,3 p.p.), à China (-0,09 p.p.) e ao Brasil (-0,03%). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Itália, Provisões de Bordo, Bélgica, Suécia, Irlanda, Polónia, Eslováquia, Roménia, Rep.Checa, Lituânia e Áustria. O único decréscimo ocorreu com Malta.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Reino Unido/Irlanda NT, Angola, Turquia e Brasil, seguidos de Gibraltar, Panamá, Argélia, Suíça, Israel, Canadá, Arábia Saudita e Cabo Verde.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Marrocos, Rússia, China e Japão.

3.2 - Importações

Em 2022, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 69,4% do total, registaram um acréscimo de +23,7% e contribuíram com +17,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +31,2%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +52,3%, representando 30,6% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +13,8 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,1% do Total), seguida da Alemanha (11,2%), França (6,1%), China (5,1%), Países Baixos (5,0%), Itália (4,6%), Brasil (4,2%), EUA (3,2%), Bélgica (3,1%) e Nigéria (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 76,3% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+31,2%) destacou-se o da Espanha, (+9,3 p.p.), seguida do Brasil (+2,4 p.p.), da Alemanha (+2,2 p.p.), da China (+1,9 p.p.), dos EUA (+1,8 p.p.), da França (1,3%) e os Países Baixos (+1,2 p.p.). O principal contributo negativo incidiu na Federação Russa (‑0,5 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre 2021 e 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Em 2022, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+3090 milhões de Euros), ao Reino Unido (+2677 milhões), aos EUA (+1571 milhões), a Angola (+801 milhões) e a Gibraltar (+531 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-14585 milhões de Euros), seguida da China (-4914 milhões), da Alemanha (‑3653 milhões), do Brasil (‑3650 milhões) e dos Países Baixos (-2288 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).

Em 2022 todos os grupos registaram acréscimos nas exportações face a 2021.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (13,9% do Total e +2066 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,8% e +1860 milhões), “Agro-alimentares” (12,8% e +1574 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,8% e +1168 milhões), “Minérios e metais” (10,5% e +1343 milhões),  “Produtos acabados diversos” (9,3% e +1078 milhões), “Energéticos” (8,4% e +2032 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,9% e +730 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,8% e +1379 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,2% e +452 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e +125 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2022 foi também positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (17,1% e +2986 milhões de Euros), “Energéticos” (16,7% e +8705 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,6% e +2723 milhões), “Agro-alimentares” (14,2% e +3378 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (9,4% e +2305 milhões), “Minérios e metais” (9,4% e +2097 milhões), “Produtos acabados diversos” (5,7% e +925 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +1158 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +888 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +557 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e +242 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2022 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, França, EUA e Irlanda).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido/Irl NT (4,9%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,8%) e as Provisões de Bordo Extra-UE (1,7%).

Estes dez destinos representaram 75,1% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,1% do total. 

A única excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da Alemanha, Canadá, EUA e Brasil).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,2%), a França (6,1%), a China (5,1%), os Países Baixos (5,0%), a Itália (4,6%), o Brasil (4,2%), os EUA (3,2%), a Bélgica (3,1%), a Nigéria (1,5%). Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022 

       face a 2021, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 11 de Fevereiro de 2023.

ANEXO