domingo, 12 de fevereiro de 2023

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Dezembro 2022

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
- Janeiro a Dezembro de 2022 -

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Dezembro de 2021 e 2022, respectivamente em versão definitiva e em versão preliminar com última actualização em 9 de Fevereiro de 2023, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +23,1% (+14 708 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +31,2% (+25 963 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Dezembro de 2022 um acréscimo de +21,3% (+9 687 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +27,7% (+5 020 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +23,7% (+14 508 milhões) e as originárias dos Países Terceiros +52,3%  (+11 456 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +57,6% ao situar-se em -30 783 milhões de Euros (superior em 11 256 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos de 4 821 milhões no comércio intracomunitário e de 6 435 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 76,5%, em 2021, para 71,8%, em 2022.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro a Dezembro de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face a 2021, de 433 para 741 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 16,7% no total das importações em 2022 e 8,4% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2022 sobe, no comércio global, de 71,8% para 78,9%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2022, no período de Janeiro a Dezembro, as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,5% do Total, cresceram +21,3%, contribuindo com +15,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +23,1. As exportações para o espaço extracomunitário (29,5% do Total), cresceram +27,7%, contribuindo com +7,9 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,1%), a França (12,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,9%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,4%), as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,7%) e a Polónia (1,4%), destinos que representaram 74,7% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 49,7% nas nossas exportações (+472,7 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+134,4 milhões), “Agro-alimentares” (+101,4 milhões), Químicos (+74,5 milhões), “Produtos acabados diversos” (+51,7 milhões), “Minérios e metais” (+46,6 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+23,1 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+12,7 milhões), “Têxteis e vestuário” (+10,1 milhões), “Energéticos” (8,4%), “Aeronaves, embarcações e partes” (+5,3 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+4,5 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+23,1%) pertenceram a Espanha (+5,3 p.p.), aos EUA e Alemanha (+2,4 p.p. cada), à França (+2,1 p.p.), às Provisões de Bordo Extra-UE (1,4 p.p.), aos Países Baixos e Itália (+1,0 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,3 p.p.), à China (-0,09 p.p.) e ao Brasil (-0,03%). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Itália, Provisões de Bordo, Bélgica, Suécia, Irlanda, Polónia, Eslováquia, Roménia, Rep.Checa, Lituânia e Áustria. O único decréscimo ocorreu com Malta.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Reino Unido/Irlanda NT, Angola, Turquia e Brasil, seguidos de Gibraltar, Panamá, Argélia, Suíça, Israel, Canadá, Arábia Saudita e Cabo Verde.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Marrocos, Rússia, China e Japão.

3.2 - Importações

Em 2022, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 69,4% do total, registaram um acréscimo de +23,7% e contribuíram com +17,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +31,2%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +52,3%, representando 30,6% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +13,8 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,1% do Total), seguida da Alemanha (11,2%), França (6,1%), China (5,1%), Países Baixos (5,0%), Itália (4,6%), Brasil (4,2%), EUA (3,2%), Bélgica (3,1%) e Nigéria (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 76,3% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+31,2%) destacou-se o da Espanha, (+9,3 p.p.), seguida do Brasil (+2,4 p.p.), da Alemanha (+2,2 p.p.), da China (+1,9 p.p.), dos EUA (+1,8 p.p.), da França (1,3%) e os Países Baixos (+1,2 p.p.). O principal contributo negativo incidiu na Federação Russa (‑0,5 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre 2021 e 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Em 2022, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+3090 milhões de Euros), ao Reino Unido (+2677 milhões), aos EUA (+1571 milhões), a Angola (+801 milhões) e a Gibraltar (+531 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-14585 milhões de Euros), seguida da China (-4914 milhões), da Alemanha (‑3653 milhões), do Brasil (‑3650 milhões) e dos Países Baixos (-2288 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).

Em 2022 todos os grupos registaram acréscimos nas exportações face a 2021.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (13,9% do Total e +2066 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,8% e +1860 milhões), “Agro-alimentares” (12,8% e +1574 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,8% e +1168 milhões), “Minérios e metais” (10,5% e +1343 milhões),  “Produtos acabados diversos” (9,3% e +1078 milhões), “Energéticos” (8,4% e +2032 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,9% e +730 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,8% e +1379 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,2% e +452 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e +125 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2022 foi também positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (17,1% e +2986 milhões de Euros), “Energéticos” (16,7% e +8705 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,6% e +2723 milhões), “Agro-alimentares” (14,2% e +3378 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (9,4% e +2305 milhões), “Minérios e metais” (9,4% e +2097 milhões), “Produtos acabados diversos” (5,7% e +925 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +1158 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +888 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +557 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e +242 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2022 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, França, EUA e Irlanda).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido/Irl NT (4,9%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,8%) e as Provisões de Bordo Extra-UE (1,7%).

Estes dez destinos representaram 75,1% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,1% do total. 

A única excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da Alemanha, Canadá, EUA e Brasil).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,2%), a França (6,1%), a China (5,1%), os Países Baixos (5,0%), a Itália (4,6%), o Brasil (4,2%), os EUA (3,2%), a Bélgica (3,1%), a Nigéria (1,5%). Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022 

       face a 2021, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 11 de Fevereiro de 2023.

ANEXO




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