1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Dezembro de 2021 e 2022, respectivamente em versão
definitiva e em versão preliminar com última actualização em 9 de Fevereiro de
2023, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +23,1%
(+14 708 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +31,2% (+25 963
milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)”
e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a
zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e
Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este
código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Dezembro de 2022
um acréscimo de +21,3% (+9 687 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países
Terceiros aumentado +27,7% (+5 020 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +23,7% (+14 508 milhões) e as originárias
dos Países Terceiros +52,3% (+11 456
milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +57,6% ao situar-se em -30
783 milhões de Euros (superior em 11 256 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam agravamentos de 4 821 milhões no comércio intracomunitário e de 6
435 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações desceu de 76,5%, em 2021, para 71,8%, em 2022.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro
a Dezembro de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face a 2021, de 433
para 741 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
16,7% no total das importações em 2022 e 8,4% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2022 sobe, no comércio
global, de 71,8% para 78,9%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2022, no
período de Janeiro a Dezembro, as exportações para a UE (expedições), que
representaram 70,5% do Total, cresceram +21,3%, contribuindo com +15,2 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +23,1. As exportações para o espaço
extracomunitário (29,5% do Total), cresceram +27,7%, contribuindo com +7,9 p.p.
para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,1%),
a França (12,4%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (4,9%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,4%),
as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,7%) e a Polónia (1,4%), destinos
que representaram 74,7% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino
Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 49,7% nas nossas exportações
(+472,7 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos todos os grupos de
produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+134,4 milhões), “Agro-alimentares”
(+101,4 milhões), Químicos (+74,5 milhões), “Produtos acabados
diversos” (+51,7 milhões), “Minérios e metais” (+46,6 milhões), “Madeira,
cortiça e papel” (+23,1 milhões), “Material de transporte terrestre e
partes” (+12,7 milhões), “Têxteis e vestuário” (+10,1 milhões), “Energéticos”
(8,4%), “Aeronaves, embarcações e partes” (+5,3 milhões) e “Calçado,
peles e couros” (+4,5 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+23,1%) pertenceram a Espanha (+5,3 p.p.), aos EUA e
Alemanha (+2,4 p.p. cada), à França (+2,1 p.p.), às Provisões de Bordo Extra-UE
(1,4 p.p.), aos Países Baixos e Itália (+1,0 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam a Marrocos (-0,3 p.p.), à China (-0,09 p.p.)
e ao Brasil (-0,03%).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Itália, Provisões de
Bordo, Bélgica, Suécia, Irlanda, Polónia, Eslováquia, Roménia, Rep.Checa, Lituânia
e Áustria. O único decréscimo ocorreu com Malta.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Reino Unido/Irlanda NT, Angola, Turquia
e Brasil, seguidos de Gibraltar, Panamá, Argélia, Suíça, Israel, Canadá, Arábia
Saudita e Cabo Verde.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Marrocos, Rússia, China e Japão.
3.2 - Importações
Em 2022, as
chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 69,4% do total,
registaram um acréscimo de +23,7% e contribuíram com +17,4 p.p. para uma taxa
de variação homóloga global de +31,2%.
As importações
com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo
de +52,3%, representando 30,6% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +13,8 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,1% do
Total), seguida da Alemanha (11,2%), França (6,1%), China (5,1%), Países Baixos
(5,0%), Itália (4,6%), Brasil (4,2%), EUA (3,2%), Bélgica (3,1%) e Nigéria (1,8%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 76,3% do total das importações.
Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+31,2%) destacou-se o da Espanha, (+9,3 p.p.), seguida do Brasil (+2,4 p.p.), da Alemanha (+2,2 p.p.), da China (+1,9 p.p.), dos EUA (+1,8 p.p.), da França (1,3%) e os Países Baixos (+1,2 p.p.). O principal contributo negativo incidiu na Federação Russa (‑0,5 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre 2021 e 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2022, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam à França (+3090 milhões de Euros), ao Reino Unido (+2677 milhões), aos
EUA (+1571 milhões), a Angola (+801 milhões) e a Gibraltar (+531 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-14585 milhões de Euros), seguida da China (-4914 milhões), da Alemanha (‑3653 milhões), do Brasil (‑3650 milhões) e dos Países Baixos (-2288 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as
alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).
Em 2022 todos
os grupos registaram acréscimos nas exportações face a 2021.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (13,9% do Total e
+2066 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas,
aparelhos e partes” (13,8% e +1860 milhões), “Agro-alimentares” (12,8% e +1574 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (11,8% e +1168 milhões), “Minérios e
metais” (10,5% e +1343 milhões), “Produtos
acabados diversos” (9,3% e +1078 milhões), “Energéticos” (8,4% e +2032
milhões), “Têxteis e vestuário” (7,9% e +730 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (7,8% e +1379 milhões), “Calçado, peles e couros”
(3,2% e +452 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e +125
milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2022 foi
também positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao período homólogo
do ano anterior, em todos os grupos de produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(17,1% e +2986 milhões de Euros), “Energéticos”
(16,7% e +8705 milhões), “Máquinas,
aparelhos e partes” (16,6% e +2723 milhões), “Agro-alimentares” (14,2% e +3378 milhões de Euros). Seguiram-se os
grupos “Material de transporte terrestre
e partes” (9,4% e +2305 milhões), “Minérios e metais” (9,4% e +2097
milhões), “Produtos acabados diversos” (5,7% e +925 milhões), “Têxteis
e vestuário” (5,1% e +1158 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2%
e +888 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +557 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,8% e +242 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2022 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 26,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida do Brasil, França, EUA e Irlanda).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,4%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido/Irl NT (4,9%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,8%) e as Provisões de Bordo Extra-UE
(1,7%).
Estes dez
destinos representaram 75,1% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,1% do total.
A única excepção
foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da Alemanha,
Canadá, EUA e Brasil).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,2%), a
França (6,1%), a China (5,1%), os Países Baixos (5,0%), a Itália (4,6%), o
Brasil (4,2%), os EUA (3,2%), a Bélgica (3,1%), a Nigéria (1,5%). Estes dez
países cobriram 76,3% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022
face a 2021, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 11 de Fevereiro de 2023.
ANEXO
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