Comércio Internacional
Índices de Valor, Volume e Preço
por Grupos e Subgrupos de produtos
(Janeiro-Dezembro 2022/2021)
1 - Introdução
Apresentam-se neste trabalho indicadores de
evolução em Valor, Volume e Preço das importações e das exportações portuguesas
de mercadorias por grupos e subgrupos de produtos, calculados para o período acumulado de Janeiro a Dezembro de
2022, a preços do período homólogo de 2021.
Para o cálculo dos índices de preço, as posições
pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às
importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram
agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos afins (ver Anexo).
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o
cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de
dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística
(INE), em versão definitiva para 2021 e preliminar para 2022, com última
actualização em 9 de Fevereiro de 2023.
2 – Nota
metodológica
O método utilizado para o cálculo dos índices de
preço de Paasche aqui apresentados
assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços
de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para o cálculo
dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados
para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a
partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com
movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais
anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um intervalo
definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir,
entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na
manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um
determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode
vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por
mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se
encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação
do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade
do intervalo previamente encontrado. No caso presente foram desagregados por
países e analisados os respectivos índices 195 produtos da Nomenclatura
Combinada a oito dígitos nas importações e 113 nas exportações.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e
decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por
mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios
sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.
Na figura seguinte pode observar-se, por grupos de
produtos, a representatividade das amostras globais em cada uma das vertentes
comerciais que serviram de base ao cálculo dos presentes índices de preço de Paasche,
envolvendo mais de 18000 posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura
Combinada na base de dados do INE.
3 – Balança Comercial
De acordo com os dados disponíveis para 2022 o
défice da balança comercial de mercadorias aumentou +57,6% face ao ano
anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a decrescer
de 76,5% para 71,8%.
As importações
(somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço
comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo
em valor de +31,2%, terão registado um aumento em volume de +8,8% e um acréscimo
em preço de +20,6%.
Por sua vez, o aumento em valor de +23,1%
verificado nas exportações terá
resultado de um acréscimo em volume de +4,6%, com o preço a aumentar +17,7%.
Excluindo os produtos “Energéticos” do Total
das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2022
situa-se em -19,2 mil milhões de Euros, contra -30,8 mil milhões em termos
globais.
Por sua vez o grau de cobertura das importações
pelas exportações em 2022 sobe de 71,8%, em termos globais, para 78,9%, se
excluirmos os produtos “Energéticos”.
Em 2022, o saldo da balança comercial foi positivo
em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 28,2% das
exportações e 15,8% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e
couros” e “Produtos acabados diversos”.
4 – Importações
Em 2022, os grupos de produtos com peso a dois
dígitos nas importações de mercadorias foram: “Químicos” (17,1%), “Energéticos” (16,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,6%) e
“Agro-alimentares” (14,3%).
Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (9,4%), “Minérios e metais” (9,2%), “Produtos acabados diversos” (5,8%), “Têxteis e vestuário” (5,1%), “Madeira, cortiça e papel” (3,2%), “Calçado, peles e couros” (1,7%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8%).
O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados índices de preço, registou em 2022 uma taxa de variação homóloga em Valor de +37,9%. Foram positivas as taxas de variação em Valor dos restantes grupos de produtos, destacando-se o grupo “Energéticos” (+91,5%).
Positivas foram também as taxas de variação em Volume e em Preço de todos os grupos de produtos.
Em Volume predominou o grupo “Calçado, peles e couros” (+30,2%), seguido de “Material
de transporte terrestre” (+22,2%), “Têxteis e vestuário” (+13,3%) e “Energéticos”
(+11,7%).
Em Preço destacou-se
o grupo “Energéticos” (+71,4%), seguidos dos grupos “Madeira, cortiça
e papel” (+23,8%), “Minérios e metais” (+21,2%) e “Agro-alimentares”
(+20,2%).
5 – Exportações
Em 2022 os grupos de produtos com peso a dois
dígitos nas exportações de mercadorias foram “Químicos” (13,9%), “Máquinas
aparelhos e partes” (13,8%), “Agro-alimentares”
(12,8%), “Material de transporte
terrestre e partes” (11,8%) e “Minérios e metais” (10,5%).
Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,3%), “Energéticos” (8,4%), “Têxteis e vestuário” (7,9%), “Madeira, cortiça e papel” (7,8%), “Calçado, peles e couros” (3,2%) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,6%).
Verificaram-se acréscimos em Valor, face ao ano anterior, em todos os grupos de produtos, tendo
incidido o maior no grupo “Energéticos”
(+79,9%). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (+29,1%), “Químicos” (+23,5%), “Calçado, peles e couros” (+22,2%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+20,9%), “Minérios e metais” (+19,5%), “Agro-alimentares” (+18,5%),
“Produtos acabados diversos” (+17,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (+14,5%) e “Têxteis e vestuário” (+13,3%).
Em Volume,
à excepção do grupo “Têxteis, vestuário e calçado” (-0,04%), verificaram-se
acréscimos nos restantes, com destaque para “Calçado, peles e couros” (+15,0%),
seguido de “Máquinas, aparelhos e partes” (+10,4%), “Produtos acabados diversos” (+8,9%), “Material de transporte terrestre
e partes” (+4,7%), “Agro-alimentares” (+3,8%), “Químicos” (+3,0%), “Minérios e
metais” (+0,9%), “Madeira, cortiça e papel”
(+0,4%) e “Energéticos” (+0,3%).
No âmbito do Preço
verificaram-se acréscimos nas exportações de todos os grupos de produtos, com
destaque para o grupo “Energéticos” (+79,3%).
Seguiram-se “Madeira, cortiça e papel”
(+28,6%), “Químicos” (+19,8%), “Minérios
e metais” (+18,4%), “Agro-alimentares” (+14,2%), “Têxteis e
vestuário” (+13,3%), “Máquinas,
aparelhos e partes” (+9,5%), “Material de transporte terrestre e partes”
(+9,4%), “Produtos acabados diversos” (+7,8%) e “Calçado, peles e couros”
(+6,3%).
Alcochete, 21 de Fevereiro de 2023.
ANEXO
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