1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Junho de 2022 e 2023, com 2022 em versão já
definitiva e 2023 em versão preliminar, com última actualização em 9 de Agosto,
as exportações de mercadorias em 2023 aumentara, em termos homólogos, +3,3% (+1304
milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +0,8% (+419 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos
códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um
acréscimo de +3,0% (+841 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países
Terceiros aumentado +4,1% (+463 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +7,8% (+2895 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decresceram -15,2% (-2475 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -6,2%, situou-se em -13373 milhões de Euros (inferior
em 885 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 2054 milhões
no comércio intracomunitário e uma redução de 2938 milhões no extracomunitário.
Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
subiu de 73,2%, em 2022, para 75,1%, em 2023.
A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Junho de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 718 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 569 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Julho).
Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,8% no total das importações em 2023 e 6,6% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2023 sobe de 75,1%, no comércio global, para 79,5%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período
em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,9%
do Total, cresceram +3,0%, contribuindo com +2,2 pontos percentuais (p.p.) para
uma taxa de ‘crescimento’ global de +3,3%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,1% do Total), cresceram
+4,1%, contribuindo com +1,2 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (25,5%),
a França (13,5%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,1%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,7%),
Angola (1,7%) e a Polónia (1,5%), que representaram 74,6% do total.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de +9,0% nas nossas
exportações (+57,5 milhões de Euros).
Ocorreram
decréscimos nos grupos de produtos “Madeira, cortiça e papel” (-10,7
milhões de Euros), “Agro-alimentares” (-7,5 milhões), “Têxteis e
vestuário” (-2,4 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-1,9 milhões
de Euros).
Os acréscimos
incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+44,3
milhões de Euros), “Minérios e metais” (+10,4 milhões), Químicos (+9,8
milhões), “Produtos acabados diversos” (+6,3 milhões),“Material de
transporte terrestre e partes” (+5,0 milhões), “Energéticos” (+3,3 milhões)
e “Aeronaves, embarcações e partes” (+530 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+3,3%) pertenceram à França (+1,2 p.p.), a Marrocos
e Bélgica (+0,5 p.p. cada), à Alemanha e Espanha (+0,4 p.p. cada), ao Reino
Unido e Irlanda do Norte (+0,3 p.p.), à Turquia, Provisões de Bordo
Intracomunitárias e China (+0,2 p.p. cada) e a Angola (+0,1m p.p.).
Os maiores
contributos negativos couberam aos EUA (-0,79 p.p.), aos Países Baixos
(-0,30 p.p.) e a Gibraltar (-0,23 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em França, Bélgica, Alemanha, Espanha, Provisões de Bordo, Polónia, Eslováquia,
Roménia e República Checa e Suécia. Os maiores decréscimos ocorreram com
os Países Baixos, Itália, Dinamarca, Irlanda e Finlândia.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se Marrocos, a Argélia, o Japão, o Reino Unido, a Austrália, a
Turquia, os Emiratos Árabes Unidos, a China, Angola, a Arábia Saudita, o
Brasil, a Suíça, a África do Sul, a Ucrânia e Taiwan.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os dos EUA, de Gibraltar, do Panamá, da Argentina, da Noruega e
do Catar.
No
período de Janeiro a Junho de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 74,2% do total, registaram um acréscimo de +7,8% e
contribuíram com +5,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +0,8%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -15,2% representando 25,8% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -4,7 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,4% do
Total), seguida da Alemanha (11,5%), da França (6,8%), dos Países Baixos (5,3%),
da Itália (4,9%), da China (4,7%), do Brasil (3,9%), da Bélgica (3,1%), dos EUA
(2,5%) e da Polónia (2,1%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 78,2% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (+0,8%) destacou-se o da Espanha, (+1,8 p.p.), seguida da Irlanda (+1,3
p.p.), da França (+0,9 p.p.), da Alemanha (+0,6 p.p.), da Polónia (+0,5 p.p.),
da Ucrânia, Países Baixos e Rep. Checa (+0,2 p.p. cada), do Reino Unido e China
(+0,1 p.p. cada). da Itália e Ucrânia (0,3 p.p. cada) e da Rep. Checa e Reino
Unido (+0,2 p.p. cada). Os principais contributos negativos incidiram nos
EUA (-0,9 p.p.) e na Nigéria, Azerbaijão e Brasil (-0,7 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com
origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Junho de 2023 e de 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período de Janeiro a Junho de 2023, os maiores saldos positivos
da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1777 milhões de Euros), ao
Reino Unido (+1267 milhões), aos EUA (+1101 milhões), a Angola (+62 milhões) e a
Marrocos (+314 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-7625 milhões de Euros), seguida da China (-2170 milhões), da Alemanha
(‑1777 milhões), do Brasil (-1652 milhões) e dos Países Baixos (-1324 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
No
período Janeiro-Junho de 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura
foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,1% do Total e +934 milhões de
Euros face ao ano anterior), “Químicos” (13,8% e -57 milhões), “Material de transporte terrestre e partes”
(13,3% e +878 milhões), “Agro-alimentares”
(12,9% e +390 milhões de Euros) e “Minérios e metais” (10,3% e -198 milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7% e +402 milhões), “Têxteis
e vestuário” (7,7% e -85 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (7,0% e -226 milhões), “Energéticos”
(6,6% e -744 milhões), “Calçado, peles e
couros” (3,0% e +36 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,6% e -27 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2023 os
grupos de produtos com maior peso foram “Químicos”
(17,9% do Total e +205 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,6% e
+778 milhões), “Agro-alimentares” (15,2%
e +932 milhões), “Energéticos” (11,8
%) e -2872 milhões), e “Material de transporte terrestre e partes” (12,1% e +1637 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,2% e -277 milhões
de Euros), “Produtos acabados
diversos” (5,9% e +253 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e -53 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e
-50 milhões), “Calçado, peles e couros”
(1,7% e +66 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -199 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira
posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,5% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,5%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (6,1%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,3%),
os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,7%), Angola (1,7%) e a Polónia (1,5%).
Estes dez destinos representaram 74,6% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 33,4% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da
Alemanha, do Canadá e dos EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,5%), a
França (6,8%), os Países Baixos (5,3%), a Itália (4,9%), a China (4,7%), o
Brasil (3,9%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,5%) e a Polónia (2,1%).
Estes dez países cobriram 78,2% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023 face a 2022, por meses homólogos não acumulados
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