Comércio Internacional
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro-Abril 2024)
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Abril de 2024, em versão definitiva, e de 2024, em
versão preliminar, com última actualização em 10 de Maio de 2024, as
exportações de mercadorias em 2024 cresceram, em termos homólogos, +0,1% (+26 milhões
de Euros), a par de um decréscimo das importações de -1,7% (-599 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo
de +0,3% (+51 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado
um decréscimo de -0,3% (-25 milhões). Por sua vez, as importações com origem na
UE (chegadas) decresceram -1,9% (-502 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decresceram -1,1% (-97 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -7,2% face a 2023, situou-se em -8074 milhões de
Euros (inferior em 625 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam desagravamentos
de 553 milhões no comércio intracomunitário e de 72 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 75,3%, em 2023, para 76,7%, em 2024.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Abril de 2024 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 583 Euros/Ton, no mesmo período de 2023, para 590 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Maio).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
10,5% no total das importações em 2024 e 7,4% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 76,7% no
comércio global, para 79,4%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2024 as
exportações para a UE (expedições), que representaram 70,8% do Total, cresceram
+0,3%, contribuindo com +0,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’
global de +0,1%. As exportações para
o espaço extracomunitário, 29,2% do Total, decresceram -0,3%, contribuindo com
uma taxa negativa de -0,1 p.p. para a taxa de variação global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,2%), a França (12,9%), a Alemanha
(11,7%), os EUA (6,7%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,9%), a Itália (4,6%),
os Países Baixos (3,3%), a Bélgica (3,0%), o Brasil e a Polónia (1,6% cada),
países que representaram 75,2% do Total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período
em análise um decréscimo de -36,3% nas nossas exportações (-173,9 milhões de
Euros). À excepção dos grupos “Energéticos” (+698 mil Euros) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (+647 mil Euros), ocorreram decréscimos em
todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos
grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-59,7 milhões de Euros), Químicos
(-29,2 milhões), “Agro-alimentares” (‑29,1 milhões), “Produtos
acabados diversos” (-26,4 milhões) e “Minérios e metais” (-20,9
milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑5,6
milhões), “Têxteis e vestuário” (-2,0 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (-1,2 milhões) e “Calçado, peles e
couros” (-1,0 milhões de Euros).~
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+0,1%) pertenceram à Alemanha (+0,7 p.p.), ao Brasil
e Reino Unido/Irl NT (+0,4 p.p. cada), à Finlândia, Gibraltar e Itália (+0,3
p.p. cada), à Bélgica, EUA e Rep. Checa
(+0,2 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam a Angola (-0,7 p.p.), à França e Países
Baixos (-0,5 p.p. cada), à Turquia (-0,4 p.p.), à Irlanda e Eslováquia (-0,2
p.p. cada), às Prov. Bordo Intra, China, Israel e Suécia (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram na Alemanha, Finlândia, Itália, Bélgica, República Checa, Hungria, Espanha
e Grécia. Os maiores decréscimos ocorreram com a França, Países Baixos, Irlanda,
Eslováquia, Provisões de Bordo, Suécia, Roménia e Lituânia.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se o Brasil, o Reino Unido/ Irl. NT, Gibraltar, o Egipto, os EUA, o
Vietname, a Ucrânia e os Emiratos.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Angola,
Turquia, Japão, África do Sul, China, Panamá, Argélia, Israel, Noruega e
Taiwan.
3.2 – Importações
Em 2024 as
chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total,
registaram um decréscimo de -1,9% e contribuíram com -1,4 p.p. para uma taxa de
variação homóloga global de -1,7%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -1,1% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global negativo de -0,3 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,6% do
Total), seguida da Alemanha (12,0%), da França (7,1%), dos Países Baixos (5,1%),
da Itália (5,0%), da China (4,6%), do Brasil (3,5%), da Bélgica (3,2%), dos EUA
(2,0%) e da Polónia (1,8%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 76,8% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise
(-1,7%), destacaram-se os da Argélia (+0,8,p,), do Azerbaijão (+0,4%), da
Alemanha, Turquia, Áustria, Nigéria e Arábia Saudita (+0,3% cada), da França
(+0,2%) e da Bélgica e Índia (+0,1%).
Os principais contributos negativos incidiram
em Espanha (-1,2 p.p.), na Irlanda (-0,7 p.p.), no Brasil e EUA (-0,6 p.p.), na
Polónia (-0,4 p.p.) e nos Países Baixos e Reino Unido/Irl. NT (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem
intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro
a Abril de 2024 e 2023.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período de Janeiro a Abri de 2024, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1089 milhões), a França (+957
milhões) e ao Reino Unido (+891
milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-4600 milhões de Euros), seguida da China (-1393 milhões), da Alemanha
(‑1055 milhões), dos Países Baixos (-893 milhões) e do Brasil (-794 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2024,
os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (14,8% do Total e -19 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares”
(14,1% e +380 milhões), “Químicos” (13,5% e -251
milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,3% e +101
milhões), “Minérios e metais” (9,9% e -83 milhões)
e “Produtos acabados diversos” (9,5% e ‑31 milhões
de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Energéticos” (7,4% e +192 milhões), “Têxteis e vestuário”
(7,2% e -156 milhões), “Madeira cortiça e
papel” (6,9% e -53 milhões), “Calçado,
peles e couros” (2,7% e -84 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,7% e +29
milhões de Euros).
5.2 – Importações
No
período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações
foram “Máquinas, aparelhos e partes”
(18,2% e +205 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (17,6% e -405 milhões), “Agro-alimentares” (15,3% e +67 milhões),
“Material de transporte terrestre e
partes” (13,1% e +314 milhões), “Energéticos”
(10,5% e -592 milhões) e “Minérios e metais” (9,1%
e -41 milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (6,0% e +22 milhões), “Têxteis
e vestuário” (4,6% e -136 milhões), Madeira,
cortiça e papel” (2,9% e -101 milhões),
“Calçado, peles e couros” (1,7% e -33 milhões) e “Aeronaves.
Embarcações e partes” (1,0% e +101 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11
grupos de produtos com 25,2% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos”
(3ª posição, depois das Previsões de Bordo para países terceiros e dos EUA), “Calçado, peles e couros” (3ª posição,
depois da França e da Alemanha), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, precedida do Brasil França,
Ucrânia EUA e R.Unido/ Irl. NT).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,9%), a
Alemanha (11,7%), os EUA (6,7%), o Reino Unido e Irl NT (4,9%), a Itália (4,6%),
os Países Baixos (3,3%), a Bélgica (3,0%), o Brasil e a Polónia (1,6% cada).
Estes dez
destinos representaram 75,2% da exportação total.
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 33,4% do total.
As excepções
foram os grupos “Energéticos” (2º lugar depois do Brasil) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (5º lugar, depois da Áustria, França, Malta e Canadá).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (12,0%), a
França (7,1%), os Países Baixos (5,1%), a Itália (5,0%), a China (4,6%), o
Brasil (3,5%), a Bélgica (3,2%), o EUA (2,0%) e a Polónia (1,8%).
Estes dez países cobriram 76,8% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024 face a 2023, por meses homólogos não acumulados
Sem comentários:
Enviar um comentário