Comércio Internacional
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Junho 2024)
De acordo
com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período
de Janeiro a Junho de 2023, em versão definitiva, e de 2024, em versão preliminar,
com última actualização em 6 de Agosto de 2024, as exportações de mercadorias em
2024 decresceram, em termos homólogos, -0,9% (-376 milhões de Euros), a par de um
decréscimo das importações de -2,5% (-1368 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações
para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais
27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -0,9% (-249 milhões
de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um decréscimo
de -1,1% (-127 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE
(chegadas) decresceram -2,3% (-901 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decairam -3,4% (-467 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -7,4% face a 2023, situou-se em -12394 milhões de
Euros (inferior em 992 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam desagravamentos
de 652 milhões no comércio intracomunitário e de 340 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 75,1%, em 2023, para 76,4%, em 2024.
A variação do preço de
importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos,
com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Junho
de 2024 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 569
Euros/Ton, no mesmo período de 2023, para 591 Euros/Ton.
Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,5% no total das importações em 2024 e 7,3% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 76,4% no comércio global, para 79,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2024, no período em
análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,1% do Total,
decresceram -0,9%, contribuindo com -0,6 pontos percentuais (p.p.) para uma
taxa de ‘crescimento’ global de -0,9%.
As exportações para o espaço extracomunitário, 28,9% do Total, decresceram
-1,1%, contribuindo com -0,3 p.p. para a taxa de variação global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,8%), a França (12,7%), a Alemanha
(11,4%), os EUA (6,9%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,7%), a Itália (4,6%), os Países
Baixos (3,5%), a Bélgica (2,8%), a Polónia (1,6%) e Marrocos (1,4%), países que
representaram 75,3% do Total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período
em análise um decréscimo de -30,4% nas nossas exportações (-210,9 milhões de
Euros). À excepção dos grupos “Energéticos” (+1,6 milhões de Euros) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (+364 mil Euros), ocorreram decréscimos em
todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos
grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-76,1 milhões de Euros), “Agro-alimentares”
(‑34,0 milhões), Químicos (-33,6 milhões), “Produtos acabados
diversos” (-32,7 milhões) e “Minérios e metais” (-23,2 milhões de
Euros). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑6,2 milhões),
“Material de transporte terrestre e partes” (-2,8 milhões), “Têxteis
e vestuário” (-2,5 milhões), e “Calçado, peles e couros” (-1,8
milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de
variação homóloga de -0,9 p.p. couberam a França (-1,1 p.p.), Angola e Turquia
(-0,5% cada), Países Baixos (-0,3 p.p.), China, Eslováquia, Provisões de Bordo
Intra-UE e Irlanda, (-0,2 p.p. cada), Israel e Roménia (-0,1 p.p. cada).
Os maiores contributos positivos pertenceram aos
EUA (+0,7 p.p.), Alemanha (+0,4 p.p.), Gibraltar (+0,3 p.p.), Brasil, Finlândia
e Itália (+0,2 p.p. cada), Rep. Checa, Bélgica, Dinamarca e Polónia (+0,1 p.p.
cada).
Os
maiores acréscimos nas expedições
para o espaço comunitário incidiram na
Alemanha, Finlândia, Itália, República Checa, Bélgica, Dinamarca, Polónia, Espanha,
Letónia, Hungria e Grécia. Os maiores decréscimos ocorreram na França,
Países Baixos, Eslováquia, Provisões de Bordo, Irlanda e Roménia.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os dos EUA, Gibraltar, Brasil, Egipto, Vietname, Ucrânia,
Argentina, Ceuta e Marrocos.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Angola, Turquia, China, Japão, Israel,
África do Sul, Argélia, Panamá, Austrália, Noruega e Arábia Saudita.
3.2 – Importações
Em 2024 as
chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total,
registaram um decréscimo de -2,3% e contribuíram com -1,7 p.p. para uma taxa de
variação homóloga global de -2,5%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -3,4% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -0,9 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,8% do
Total), seguida da Alemanha (11,7%), da França (7,2%), dos Países Baixos (5,3%),
da Itália (5,2%), da China (4,7%), do Brasil (3,4%), da Bélgica (3,1%), dos EUA
(2,1%) e da Polónia (1,8%).
Estes países representaram, no
seu conjunto, 77,3% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise
(-2,5%), destacaram-se os do Azerbaijão (+0,4 p.p.), da Nigéria, Argélia,
Turquia, Arábia Saudita e França (+0,3 p.p. cada), e da Roménia, Itália e
Suécia (+0,1 p.p. cada).
Os principais contributos
negativos incidiram em Espanha (-1,4 p.p.), no Brasil
(-0,6 p.p.), nos EUA (-0,5 p.p.), na Irlanda e Polónia (-0,3 p.p.), e na China
e Países Baixos (-0,2 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores
acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária
(chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Junho de 2024 e
2023.
4 – Saldos da Balança Comercial
No
período de Janeiro a Junho de 2024, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1669 milhões de Euros), a França
(+1290 milhões) e ao Reino Unido (+1283
milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-6899 milhões de Euros), seguida da China (-2154 milhões), da Alemanha
(‑1572 milhões), dos Países Baixos (-1378 milhões) e do Brasil (-1223 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2024,
os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (14,7% do Total e -202 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares”
(14,1% e +438 milhões), “Químicos” (13,7% e -72 milhões),
“Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e -335 milhões), “Minérios e metais” (10,2% e -59 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,6%
e ‑89 milhões de Euros).
Seguiram-se os grupos “Energéticos”
(7,3% e +273 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,3% e -231 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,9%
e -15 milhões), “Calçado, peles e couros”
(2,8% e -116 milhões) e “Aeronaves, embarcações
e partes” (0,7% e +32 milhões
de Euros).
5.2 – Importações
No
período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações
foram “Máquinas, aparelhos e partes”
(18,1% e -62 milhões de Euros face ao ano
anterior), “Químicos” (17,4% e -374 milhões), “Agro-alimentares”
(15,7% e +18 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (12,7% e +183 milhões), “Energéticos” (10,5% e -783 milhões)
e “Minérios e metais” (8,9% e -286 milhões
de Euros).
Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (6,1% e +7 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário”
(4,8% e -134 milhões), Madeira, cortiça e
papel” (3,0% e -126 milhões),“Calçado,
peles e couros” (1,8% e +9 milhões) e “Aeronaves. Embarcações e partes”
(0,9% e +179 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino,
a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,8%
do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição,
depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição,
depois da França e da Alemanha), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil França,
EUA e Ucrânia.
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,7%), a
Alemanha (11,4%), os EUA (6,9%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,6%),
os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,8%), a Polónia (1,6%) e Marrocos (1,4%).
Estes dez destinos representaram
75,3% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 33,8% do total.
As excepções foram os grupos “Energéticos”
(2º lugar depois do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º
lugar, depois da França, Áustria e Malta).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,7%),
França (72%), Países Baixos (5,3%), Itália
(5,2%), China (4,7%), Brasil (3,4%), Bélgica (3,1%), EUA (2,1%) e Polónia
(1,8%).
Estes dez países cobriram 77,3%
da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024 face a 2023, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 14 de Agosto de 2024.
ANEXO
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