quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Junho 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Junho 2024)

( disponível para download  >>aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Junho de 2023, em versão definitiva, e de 2024, em versão preliminar, com última actualização em 6 de Agosto de 2024, as exportações de mercadorias em 2024 decresceram, em termos homólogos, -0,9% (-376 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -2,5% (-1368 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -0,9% (-249 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um decréscimo de -1,1% (-127 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) decresceram -2,3% (-901 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decairam -3,4% (-467 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -7,4% face a 2023, situou-se em -12394 milhões de Euros (inferior em 992 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam desagravamentos de 652 milhões no comércio intracomunitário e de 340 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,1%, em 2023, para 76,4%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Junho de 2024 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 569 Euros/Ton, no mesmo período de 2023, para 591 Euros/Ton. 


Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Julho).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,5% no total das importações em 2024 e 7,3% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 76,4% no comércio global, para 79,1%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,1% do Total, decresceram -0,9%, contribuindo com -0,6 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de -0,9%. As exportações para o espaço extracomunitário, 28,9% do Total, decresceram -1,1%, contribuindo com -0,3 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,8%), a França (12,7%), a Alemanha (11,4%), os EUA (6,9%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,7%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,8%), a Polónia (1,6%) e Marrocos (1,4%), países que representaram 75,3% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -30,4% nas nossas exportações (-210,9 milhões de Euros). À excepção dos grupos “Energéticos” (+1,6 milhões de Euros) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+364 mil Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-76,1 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (‑34,0 milhões), Químicos (-33,6 milhões), “Produtos acabados diversos” (-32,7 milhões) e “Minérios e metais” (-23,2 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑6,2 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (-2,5 milhões), e “Calçado, peles e couros” (-1,8 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de variação homóloga de -0,9 p.p. couberam a França (-1,1 p.p.), Angola e Turquia
(-0,5% cada), Países Baixos (-0,3 p.p.), China, Eslováquia, Provisões de Bordo Intra-UE e Irlanda, (-0,2 p.p. cada), Israel e Roménia (-0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos positivos pertenceram aos EUA (+0,7 p.p.), Alemanha (+0,4 p.p.), Gibraltar (+0,3 p.p.), Brasil, Finlândia e Itália (+0,2 p.p. cada), Rep. Checa, Bélgica, Dinamarca e Polónia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Finlândia, Itália, República Checa, Bélgica, Dinamarca, Polónia, Espanha, Letónia, Hungria e Grécia. Os maiores decréscimos ocorreram na França, Países Baixos, Eslováquia, Provisões de Bordo, Irlanda e Roménia. 



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os dos EUA, Gibraltar, Brasil, Egipto, Vietname, Ucrânia, Argentina, Ceuta e Marrocos.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Angola, Turquia, China, Japão, Israel, África do Sul, Argélia, Panamá, Austrália, Noruega e Arábia Saudita.

3.2 – Importações

Em 2024 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total, registaram um decréscimo de -2,3% e contribuíram com -1,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -2,5%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -3,4% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -0,9 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,8% do Total), seguida da Alemanha (11,7%), da França (7,2%), dos Países Baixos (5,3%), da Itália (5,2%), da China (4,7%), do Brasil (3,4%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,1%) e da Polónia (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,3% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (-2,5%), destacaram-se os do Azerbaijão (+0,4 p.p.), da Nigéria, Argélia, Turquia, Arábia Saudita e França (+0,3 p.p. cada), e da Roménia, Itália e Suécia (+0,1 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram em Espanha (-1,4 p.p.), no Brasil
(-0,6 p.p.), nos EUA (-0,5 p.p.), na Irlanda e Polónia (-0,3 p.p.), e na China e Países Baixos (-0,2 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Junho de 2024 e 2023.




4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Junho de 2024, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1669 milhões de Euros), a França (+1290 milhões) e  ao Reino Unido (+1283 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-6899 milhões de Euros), seguida da China (-2154 milhões), da Alemanha (‑1572 milhões), dos Países Baixos (-1378 milhões) e do Brasil (-1223 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% do Total e -202 milhões de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares” (14,1% e +438 milhões), “Químicos” (13,7% e -72 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e -335 milhões), “Minérios e metais” (10,2% e -59 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,6% e ‑89 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (7,3% e +273 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,3% e -231 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,9% e -15 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,8% e -116 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e +32 milhões de Euros).


5.2 – Importações

No período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,1% e -62 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (17,4% e -374 milhões), “Agro-alimentares” (15,7% e +18 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e +183 milhões), “Energéticos” (10,5% e -783 milhões) e “Minérios e metais” (8,9% e -286 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,1% e +7 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -134 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,0% e -126 milhões),“Calçado, peles e couros” (1,8% e +9 milhões) e “Aeronaves. Embarcações e partes” (0,9% e +179 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil França, EUA e Ucrânia.


Seguiram-se no “ranking” a França (12,7%), a Alemanha (11,4%), os EUA (6,9%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,8%), a Polónia (1,6%) e Marrocos (1,4%).

Estes dez destinos representaram 75,3% da exportação total.

6.2 – Importações


Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 33,8% do total.

As excepções foram os grupos “Energéticos” (2º lugar depois do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Áustria e Malta).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,7%), França (72%), Países Baixos  (5,3%), Itália (5,2%), China (4,7%), Brasil (3,4%), Bélgica (3,1%), EUA (2,1%) e Polónia (1,8%).

Estes dez países cobriram 77,3% da importação total.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024           face a 2023, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 14 de Agosto de 2024.


ANEXO





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