De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações de mercadorias em Janeiro de 2017 cresceram em valor +19,6% face ao mesmo mês do ano anterior (+720 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +22,3% (+973 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +15,9% (+459 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros cresceram +33,0% (+261 milhões de Euros).
Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +16,8% (+567 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +41,3% (+406 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo aumentou +36,6%, ao situar-se o saldo (Fob-Cif) em -941 milhões de Euros (-606 milhões no comércio intracomunitário e ‑335 milhões no extracomunitário).
Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações no primeiro mês do ano desceu de 84,2%, em 2016, para 82,4%, em 2017.
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A variação do preço de importação do petróleo bruto que se vem verificando, repercute-se também, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, e logo na balança comercial. O valor unitário mensal de importação do petróleo bruto saltou de 251 Euros/Ton, em Outubro de 2016, para 390 Euros/Ton no mês seguinte, situando-se em 375 Euros/Ton no início do ano.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medido em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da Nomenclatura Combinada), o grau de cobertura (Fob-Cif) das importações pelas exportações sobe de 82,4% para 88,3%, com as exportações dos restantes produtos a crescerem agora a um ritmo superior ao das importações, respectivamente +17,0% e +14,6%.
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2 – Evolução mensal
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3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em Janeiro de 2017, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,0% do total (78,5% em 2016), cresceram em valor +15,9%, contribuindo com +12,5 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +19,6%.
As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 24,0% do total em 2017 (21,5% em 2016), registaram um crescimento em valor de +33,0%, contribuindo com +7,1 p.p. para a taxa de crescimento global.
Os dez principais mercados de destino das nossas mercadorias em 2016 foram a Espanha (26,1%), a França (12,8%), a Alemanha (11,9%), o Reino Unido (6,9%), os EUA (5,1%), os Países Baixos (4,0%), a Itália (3,5%), Angola (3,0%), a Bélgica (2,8%) e Marrocos (1,6%), conjunto de países que absorveu 77,7% das nossas exportações.
Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações (+19,6%), couberam a Espanha (+5,0 p.p.), Alemanha (+2,1 p.p.), França e EUA (+1,6 p.p. cada), e Reino Unido (+1,2 p.p.).
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Angola, o segundo mercado de destino das exportações para os países terceiros depois dos EUA, envolta numa crise financeira na sequência da descida do preço do petróleo, a sua principal fonte de receita, que vinha apresentando sucessivos decréscimos, em termos homólogos, nas exportações da quase totalidade de onze grupos de produtos considerados, contribuiu no primeiro mês do ano com +0,9 p.p. para a taxa de crescimento das exportações, com taxas de variação homóloga negativas em apenas dois desses grupos de produtos, designadamente na área do material de transporte terrestre e das aeronaves.
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Os maiores acréscimos no valor das exportações para o espaço comunitário (expedições), em termos homólogos, verificaram-se em Espanha, seguida da Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Bélgica, Países Baixos, Finlândia e Polónia, tendo o maior decréscimo incidido na Bulgária, seguida da Suécia.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para os EUA, Angola, Gibraltar, Marrocos, Brasil, Taiwan, Gabão, Arábia Saudita, México e Irão.
Entre os maiores decréscimos figuram Moçambique, Omã e Argélia.
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3.2 - Importações
Em Janeiro de 2017, as importações com origem na UE (chegadas), que representaram 74,0% do total (77,5% em 2016), contribuíram com +13,0 p.p., para uma taxa de crescimento global de +22,3%, a par de um contributo de +9,3 p.p. por parte dos países terceiros.
As importações com origem no espaço extracomunitário, que representaram 26,0% do total (22,5% em 2016), registaram um significativo acréscimo de +41,3%,
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Os principais mercados de origem das importações no primeiro mês do ano foram a Espanha (30,6%), a Alemanha (13,8%) e a França (7,6%). Seguiram-se os Países Baixos (5,1%), a Itália (4,8%), a Federação Russa (3,9%), o Reino Unido e a China (3,0% cada), a Bélgica (2,9%), o Brasil (1,8%) e os EUA (1,6%), conjunto de países que representou 78,1% das nossas importações totais.
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Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações destacam~se a Espanha (+4,72 p.p.), a Federação Russa (+4,67 p.p.), e a Alemanha (+3,50 p.p.), seguidos dos Países Baixos (+1,33 p.p.), da França (+0,94 p.p.), da Bélgica (+0,73 p.p.), do Reino Unido (+0,72 p.p.), do Brasil (+0,72 p.p.), da Itália (+0,67 p.p.) e de Angola (+0,52 p.p.).
Por sua vez, o maior contributo negativo coube à Irlanda (-0,63 p.p.), seguida do Azerbaijão (‑0,27 p.p.) e da China (-0,13 p.p.).
Nas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.
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4 – Saldos da Balança Comercial
Em Janeiro de 2017, o maior saldo positivo da balança comercial (fob-cif) coube a França (+154 milhões de Euros), seguido do Reino Unido (+140 milhões), dos EUA (+138 milhões), de Angola (+74 milhões) e de Marrocos (+60 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-487 milhões de Euros), seguido do da Alemanha (‑210 milhões), da Rússia (‑195 milhões), da China (‑115 milhões) e da Itália (-105 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2) em uso na União Europeia (coincidentes com o Sistema Harmonizado – SH / HS) foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo).
Em Janeiro de 2017 os grupos com maior peso nas exportações portuguesas de mercadorias, representando 61,0% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,8% do total, com um acréscimo em valor de +21,0%, +121 milhões de Euros), “Químicos” (12,6% e +17,8%, +84 milhões), “Agro-alimentares” (11,8% e +20,8%, +89 milhões) “Material de transporte terrestre e partes” (10,6% e +28,2%, 103 milhões) e “Têxteis e vestuário” (10,2% e +6,0%).
Os maiores acréscimos em Euros ocorreram nos grupos “Energéticos” (+134 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+121 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+103 milhões) e “Minérios e metais” (+100 milhões).
No período em análise, os grupos de produtos com maior peso nas importações portuguesas de mercadorias, representando 73,9% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (16,4%, com taxa de variação homóloga em valor de +26,6%), “Químicos” (16,3% do total +9,1%), “Agro-alimentares” (14,3% e +8,8%), “Energéticos” (14,2% e +105,4%) e “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e +31,4%).
Os maiores acréscimos em Euros couberam aos grupos “Energéticos” (+389 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+184 milhões), e “Material de transporte terrestre e partes” (+161 milhões).
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6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
De salientar que, entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou em Janeiro de 2017 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição).
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Seguiram-se no “ranking” a França (12,8%), a Alemanha (11,9%) e o Reino UInido (6,9%). Com quotas inferiores, os EUA (5,1%), os Países Baixos (4,0%) a Itália (3,5%), Angola (3,0%), a Bélgica (2,8%) e Marrocos (1,6%). Estes dez países cobriram 77,6% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar também em oito dos onze grupos de produtos, com 30,6% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos”, em 2º lugar, “Material de transporte terrestre e partes”, 2ª posição, e “Aeronaves, embarcações e partes”, em que ocupou o 4º lugar.