Importações e exportações de mercadorias
por
grupos e subgrupos de produtos
1 -
Nota introdutória
O presente trabalho visou
o cálculo de indicadores de evolução em valor volume e preço do comércio
internacional português de mercadorias em 2016, face ao ano anterior.
Os índices de preço, do
tipo Paasche, utilizados depois como
deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de
volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados
pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o ano de 2016, em versão
preliminar, encontrando-se os de 2015 em versão ainda provisória, com última
actualização em 9 de Fevereiro de 2017.
Para o efeito, as posições pautais a oito dígitos da
Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e exportações com
movimento no período em análise, foram agregadas em 11 grupos de produtos e 38
subgrupos (Anexo 1).
2 – Nota
metodológica
O método utilizado no
cálculo dos índices de preço de Paasche
deste trabalho assenta na selecção de uma amostra representativa do
comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, que integram produtos
com uma certa homogeneidade, posteriormente ponderados para o respectivo grupo
e destes para o total.
Os índices de preço são
obtidos a partir de uma primeira amostra automática construída com base nos
produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido
por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise
crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das
matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de
consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente
anormal, deve ser incluído na amostra.
Mais frequentemente
procede-se à desagregação, por mercados de origem ou de destino, de posições
pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na
amostra os países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do
intervalo.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e
decisivos para o índice final do subgrupo podem ser desagregados e considerados
por mercados no intervalo se, através de uma análise crítica, forem encontrados
desvios sensíveis entre eles.
3 – Balança
Comercial
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As importações, com um acréscimo
em valor de +1,2%, terão registado um aumento em volume de +5,6% e uma descida em
preço de -4,1%. Por sua vez, o acréscimo em valor de +0,9% das exportações terá
resultado de um incremento em volume de +5,1% e de uma redução em preço de -4,0%. Neste trabalho, a designação
“Importações” corresponde ao somatório das Chegadas de mercadorias provenientes
do espaço comunitário com as Importações originárias dos países terceiros.
Paralelamente, “Exportações” corresponde ao somatório das Expedições para o
espaço comunitário com as Exportações para os países terceiros.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do
petróleo, torna-se importante atentarmos na evolução do nosso comércio
internacional quando excluído dos produtos do grupo “Energéticos”. De acordo com os dados disponíveis, as importações, com
exclusão dos produtos energéticos, terão registado um acréscimo em valor de +4,9%
e um aumento em volume de +7,1%, com o preço a decrescer -2,0%. Por sua vez, as
exportações averbaram um aumento em valor de +2,5%, em resultado de num
incremento em volume de +5,1%, com uma redução em preço de -2,5%. O défice da balança
comercial aumentou +22,5%, com o grau de cobertura das importações pelas
exportações a descer de 87,9% para 85,9% (Figura
2).
A
evolução em volume das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva
da indústria, tendo-se verificado no ano em análise uma taxa de crescimento de
+5,1%, mesmo quando se excluem os produtos “Energéticos”,
subindo a taxa de crescimento em valor das exportações de +0,9% para +2,5% (Figura 3).
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Em 2016, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro
dos onze grupos de produtos considerados, que representaram cerca de 1/3 das
exportações e 18,8% das importações totais, designadamente: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e
vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos” (Figura 4).
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4 – Importações
Em 2016, os grupos de produtos com maior peso nas
importações portuguesas de mercadorias foram: “Químicos” (16,8% do total), “Máquinas,
aparelhos e partes” (16,7%), “Agro-alimentares”
(15,8%) e “Material de transporte
terrestre e partes” (12,5%) (Figura 5).
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De acordo com os cálculos efectuados a partir das versões
de dados disponíveis, à excepção dos grupos “Energéticos”
e “Minérios e metais”, todos os restantes
registaram taxas de crescimento anual em valor positivas (Figura 6).
Por sua vez, à excepção do
grupo “Energéticos”, em todos os restantes
se verificaram taxas de crescimento em volume das importações positivas, com
destaque para o “Material de transporte
terrestre e partes”, principalmente veículos automóveis (+12,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+7,8%) e,
com cerca de +6,0% cada, os grupos “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário” e “Produtos acabados diversos”.
Na óptica da evolução em
preço, exceptuando os grupos “Calçado,
peles e couros” (+2,7%) e “Produtos
acabados diversos” (+0,7%), todos
os outros acusaram descidas,
sobressaindo a quebra no grupo “Energéticos”
(-19,5%), seguido da de “Minérios e
metais” (‑6,7%).
Nas figuras seguintes
encontram-se relacionados, por grupos e subgrupos de produtos, os três
indicadores (Figuras 7 e 8).
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5 – Exportações
Em 2016, os grupos de
produtos com peso superior a dois dígitos nas exportações portuguesas de mercadorias
foram: “Máquinas, aparelhos e partes”
(15,4% do total), “Agro-alimentares”
(13,1%), “Químicos” (12,9%), “Material de transporte terrestre e partes”
(10,4%) e “Têxteis e vestuário” (10,2%)
(Figura 9).
As quebras em valor ocorreram nos grupos “Energéticos” (-17,7%),
“Minérios e metais” (‑4,3%), “Material de transporte terrestre e partes”
(-3,1%) e “Madeira, cortiça e papel”
(-0,5%) (Figura 10).
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Em volume, decresceram
apenas as exportações de “Material de
transporte terrestre e partes” (-2,7%),
ocorrendo os maiores aumentos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+9,2%), “Têxteis e vestuário” (+7,6%), “Químicos”
(+7,3%) e “Produtos acabados
diversos” (+7,1%).
Verificaram-se decréscimos
em preço em todos os grupos de produtos, com destaque para o grupo “Energéticos” (-21,6%), seguido de “Minérios e metais” (-6,9%).
Nas figuras seguintes encontram-se relacionados, por grupos e
subgrupos de produtos, os três indicadores (Figuras
11 e 12).
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6 – Representatividade
da amostra
A representatividade da amostra global de cada uma das
vertentes comerciais que serviu de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche foi superior a 90%, sendo
superior a esta percentagem a representatividade na quase totalidade dos grupos
de produtos. (Figura 13).
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