sábado, 11 de março de 2017

Índices do Comércio Internacional - Jan-Dez 2016

Importações e exportações de mercadorias
por grupos e subgrupos de produtos

1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor volume e preço do comércio internacional português de mercadorias em 2016, face ao ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o ano de 2016, em versão preliminar, encontrando-se os de 2015 em versão ainda provisória, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2017.
Para o efeito, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e exportações com movimento no período em análise, foram agregadas em 11 grupos de produtos e 38 subgrupos (Anexo 1).

2 – Nota metodológica
O método utilizado no cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, que integram produtos com uma certa homogeneidade, posteriormente ponderados para o respectivo grupo e destes para o total.
Os índices de preço são obtidos a partir de uma primeira amostra automática construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, deve ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação, por mercados de origem ou de destino, de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra os países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice final do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados no intervalo se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis entre eles.

3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados para 2016, o défice da balança comercial de mercadorias aumentou +2,7% face ao ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer muito ligeiramente, de 82,6%, em 2015, para 82,4%, em 2016 (Figura 1).
---

As importações, com um acréscimo em valor de +1,2%, terão registado um aumento em volume de +5,6% e uma descida em preço de -4,1%. Por sua vez, o acréscimo em valor de +0,9% das exportações terá resultado de um incremento em volume de +5,1% e de uma redução em preço de -4,0%. Neste trabalho, a designação “Importações” corresponde ao somatório das Chegadas de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as Importações originárias dos países terceiros. Paralelamente, “Exportações” corresponde ao somatório das Expedições para o espaço comunitário com as Exportações para os países terceiros.

Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se importante atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando excluído dos produtos do grupo “Energéticos”. De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos produtos energéticos, terão registado um acréscimo em valor de +4,9% e um aumento em volume de +7,1%, com o preço a decrescer -2,0%. Por sua vez, as exportações averbaram um aumento em valor de +2,5%, em resultado de num incremento em volume de +5,1%, com uma redução em preço de -2,5%. O défice da balança comercial aumentou +22,5%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 87,9% para 85,9% (Figura 2).

A evolução em volume das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no ano em análise uma taxa de crescimento de +5,1%, mesmo quando se excluem os produtos “Energéticos”, subindo a taxa de crescimento em valor das exportações de +0,9% para +2,5% (Figura 3). 
---


Em 2016, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram cerca de 1/3 das exportações e 18,8% das importações totais, designadamente: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos” (Figura 4).

---

4 – Importações
Em 2016, os grupos de produtos com maior peso nas importações portuguesas de mercadorias foram: “Químicos” (16,8% do total), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,7%), “Agro-alimentares” (15,8%) e “Material de transporte terrestre e partes” (12,5%) (Figura 5).

---
De acordo com os cálculos efectuados a partir das versões de dados disponíveis, à excepção dos grupos “Energéticos” e “Minérios e metais”, todos os restantes registaram taxas de crescimento anual em valor positivas (Figura 6).


Por sua vez, à excepção do grupo “Energéticos”, em todos os restantes se verificaram taxas de crescimento em volume das importações positivas, com destaque para o “Material de transporte terrestre e partes”, principalmente veículos automóveis (+12,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+7,8%) e, com cerca de +6,0% cada, os grupos “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário” e “Produtos acabados diversos”.
Na óptica da evolução em preço, exceptuando os grupos “Calçado, peles e couros” (+2,7%) e “Produtos acabados diversos” (+0,7%), todos os outros acusaram descidas, sobressaindo a quebra no grupo “Energéticos” (-19,5%), seguido da de “Minérios e metais” (‑6,7%).
Nas figuras seguintes encontram-se relacionados, por grupos e subgrupos de produtos, os três indicadores (Figuras 7 e 8).
---
---
---


5 – Exportações
Em 2016, os grupos de produtos com peso superior a dois dígitos nas exportações portuguesas de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do total), “Agro-alimentares” (13,1%), “Químicos” (12,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,4%) e “Têxteis e vestuário” (10,2%) (Figura 9).


As quebras em valor ocorreram nos grupos “Energéticos” (-17,7%), “Minérios e metais” (‑4,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (-3,1%) e “Madeira, cortiça e papel” (-0,5%) (Figura 10).

---
Em volume, decresceram apenas as exportações de “Material de transporte terrestre e partes” (-2,7%), ocorrendo os maiores aumentos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+9,2%), “Têxteis e vestuário” (+7,6%), “Químicos” (+7,3%) e “Produtos acabados diversos” (+7,1%).
Verificaram-se decréscimos em preço em todos os grupos de produtos, com destaque para o grupo “Energéticos” (-21,6%), seguido de “Minérios e metais” (-6,9%).
Nas figuras seguintes encontram-se relacionados, por grupos e subgrupos de produtos, os três indicadores (Figuras 11 e 12).
---

---

6 – Representatividade da amostra
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais que serviu de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche foi superior a 90%, sendo superior a esta percentagem a representatividade na quase totalidade dos grupos de produtos. (Figura 13).

---






Sem comentários:

Enviar um comentário