Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Período acumulado de Janeiro a Julho de 2017
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1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 8 de Setembro de 2017, nos primeiros
sete meses de 2017 as exportações de mercadorias cresceram em valor +11,1% face
ao mesmo período do ano anterior (+3243 milhões de Euros), a par de um acréscimo
das importações de +14,1% (+4920 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +7,9% (+1762 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os
países terceiros cresceram +21,8% (+1481 milhões de Euros). Por sua vez, as
importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas)
aumentaram +10,6% (+2907 milhões de Euros), com as importações originárias dos
países terceiros a crescerem +26,6% (+2013 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+28,9%, ao situar-se em -7479 milhões de Euros (um acréscimo de 1676 milhões, cabendo
1145 milhões ao comércio intracomunitário e 532 milhões ao extracomunitário).
Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações nos sete primeiros meses do ano desceu de 83,4%, em 2016, para 81,2%,
em 2017.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente,
no valor das exportações de produtos energéticos, e logo na balança comercial. O valor médio unitário de
importação do petróleo, que nos sete primeiros meses de 2016 se situou em 260
Euros/Ton, subiu para 347 Euros/Ton no mesmo período de 2017.
Para além da variação da cotação internacional do barril
de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também
um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,4% e
7,1% no período Janeiro-Julho de 2017), o grau de cobertura (Fob-Cif) das
importações pelas exportações dos restantes produtos desce de 86,4% para 85,2%,
com o aumento do défice, em termos homólogos, a descer de +28,9% para +20,7%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período acumulado de Janeiro a Julho de 2017, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 74,5% do total (76,7%
em 2016), cresceram em valor +7,9%, contribuindo com +6,1 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de
crescimento global de +11,1%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 25,5% do total em
2017 (23,3% em 2016), registaram um crescimento em valor de +21,8%,
contribuindo com +5,1 p.p. para a taxa de crescimento global.
Os
principais mercados de destino das nossas mercadorias em 2017 foram a Espanha (25,4%),
a França (12,8%), a Alemanha (11,3%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (5,2%), os
Países Baixos (4,0%), a Itália (3,6%), Angola (3,2%), a Bélgica (2,4%), a China
(1,5%) e Marrocos (1,4%), conjunto de países que absorveu 77,6% das nossas
exportações.
Angola, o
segundo mercado de destino das exportações para os países terceiros depois dos
EUA, que vinha apresentando no passado recente sucessivos decréscimos em termos
homólogos nas exportações na quase totalidade dos 11 grupos de produtos
considerados, registou nos sete primeiros meses do ano um aumento global de +48,4%,
com decréscimos em apenas dois dos grupos, designadamente “Energéticos” (-6,4%), e “Aeronaves,
embarcações e partes” (-73,8%), principalmente barcos de pesca.
Entre os
trinta principais países de destino, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período
em análise (+11,1%), couberam a Espanha (+1,8 p.p.), Angola (+1,2 p.p.), França
e EUA (+1,0 p.p. cada), Países Baixos e Itália (+0,6 p.p. cada), Alemanha (0,5
p.p.), China e Brasil (+0,4 p.p. cada). O maior contributo negativo coube à
Argélia (-0,5 p.p.).
O maior acréscimo no valor das
exportações para o espaço comunitário
(expedições), em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguindo-se a França,
Países Baixos, Itália, Alemanha, e Provisões de Bordo. Com menor expressão
alinharam-se o Reino Unido, a Bélgica, a Polónia, a Roménia, o Luxemburgo, a Eslováquia
e a Finlândia. O maior decréscimo
coube à Irlanda.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas
exportações para Angola e EUA, serguidos do Brasil, China, Taiwan, Marrocos, Paquistão,
Gibraltar, México e Israel.
Os maiores decréscimos couberam à Argélia,
seguida de Moçambique, Djibuti, Macau, Togo e Líbia.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Julho de 2017, as importações
com origem na UE (chegadas), que representaram 76,0% do total (78,3% em 2016), contribuíram
com +8,3 p.p., para uma taxa de crescimento global de
+14,1%.
As importações com origem no espaço
extracomunitário registaram um acréscimo de +26,6%, representando 24,0% do total
(21,7% no período homólogo de 2016), com um contributo para o crescimento de +5,8
p.p..
Os principais mercados de origem das importações nos sete primeiros meses do ano foram a Espanha (31,7%), a Alemanha (13,7%) e a França (7,5%). Seguiram-se a Itália (5,6%), os Países Baixos (5,2%), a China (2,9%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,7), a Federação Russa (2,4%), o Brasil (1,9%) e os EUA (1,7%), conjunto de países que representou 77,8% das nossas importações totais.
Entre os maiores contributos positivos para o crescimento
das importações (+14,1%) destacam-se a Espanha (+3,2 p.p.), a Alemanha (+2,0%)
e a Federação Russa (+1,2 p.p.). Seguiram-se os Países Baixos e a Itália (+0,8
p.p. cada), a França (+0,7 p.p.), a Arábia Saudita (+0,5 p,p,), o Azerbaijão e a China (0,4 p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam a Angola (-0,8 p.p.) e,
com cerca de -0,1 p.p. cada, à Irlanda, Argélia e Rep. Checa.
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores decréscimos e acréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (Fob-Cif)
coube a França (+1156 milhões de Euros), seguida dos EUA (+1082 milhões), do
Reino Unido (+1077 milhões), de Angola (+931 milhões) e de Marrocos (+370
milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4397
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1800 milhões), da Itália (‑1053
milhões), da Rússia (‑857 milhões) e dos Países Baixos (-768 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2) em uso na União Europeia, foram
aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver
Anexo).
Os grupos
com maior peso nas exportações de
mercadorias no período em análise de 2017, representando 80,3% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,5% do
total, com uma taxa de variação homóloga de +13,4%), “Químicos” (13,0% e TVH +10,1%), “Agro-alimentares” (11,9% e TVH +13,1%) “Material de transporte terrestre e partes” (10,8% e TVH +5,3%), “Têxteis e vestuário” (9,9% e TVH +4,2%),
“Minérios e metais” (9,7% e TVH +14,5%)
e “Produtos acabados diversos” (9,5%
e TVH +10,5%).
Registaram-se acréscimos em valor, em termos
homólogos, em todos os grupos de produtos. Os maiores aumentos, em Euros, ocorreram
nos grupos “Energéticos” (+664
milhões), “Máquinas, aparelhos e partes”
(+593 milhões), “Agro-alimentares” (+449
milhões), “Minérios e metais” (+398
milhões de Euros) e “Químicos” (+383 milhões).
5.2 – Importações
No mesmo
período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 72,3% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (16,7%,
com uma taxa de variação homóloga em valor de +15,9%) “Químicos” (16,5% do total e TVH de +8,3%), “Agro-alimentares” (15,1% e TVH de +10,2%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,6% e TVH de +10,3%)
e “Energéticos” (11,4% e TVH de +46,5%).
Os maiores acréscimos, em Euros, couberam aos
grupos “Energéticos” (+1447 milhões),
“Máquinas, aparelhos e partes” (+909
milhões), “Minérios e metais” (+629
milhões), “Agro-alimentares” (+556
milhões), “Químicos” (+502 milhões de
Euros) e “Material de transporte
terrestre e partes” (+470 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou nos
primeiros sete meses de 2017 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos
com 25,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,8%), a
Alemanha (11,3%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (5,2%), os Países Baixos (4,0%),
a Itália (3,6%), Angola (3,2%), a Bélgica (2,4%) e China (1,5%). Estes dez
países cobriram 76,2% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em sete
dos onze grupos de produtos, com 31,7% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (2ª posição), a seguir à Rússia,
“Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição), precedido da Alemanha, “Material
de transporte terrestre e partes”, (2ª posição), depois da Alemanha, e “Aeronaves, embarcações e partes”, em
que ocupou o 4º lugar, antecedida de Singapura, EUA e Brasil.
Seguiram-se a Alemanha (13,7%), a França (7,5%), a
Itália (5,6%), os Países Baixos (5,2%), a China (2,9%), a Bélgica (2,8%), o
Reino Unido (2,7%), a Rússia (2,4%) e o Brasil (1,9%). Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais.
9 de Setembro de 2017
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