Exportações e importações de
Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica
- 2012 a 2016 e 1º Semestre de 2016 e 2017 -
(disponível para download > aqui )
1 - Nota introdutória
A evolução do nível de
intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais Transformados,
a que corresponde um maior ou menor valor acrescentado, tem um reflexo directo
na balança comercial de mercadorias, sendo na exportação um importante
indicador de desenvolvimento industrial. Pretende-se neste trabalho analisar, a
partir de dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período 2012-2016 e 1º Semestre de 2017, com última actualização em 8/9/2017,
a evolução do comércio internacional português destes produtos, na óptica do
seu nível de intensidade tecnológica.
2 – Metodologia
Os níveis de intensidade
tecnológica considerados neste trabalho são os propostos pela OCDE, definidos com
base na Revisão-3 da “International Standard Industrial Classification”
(ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353); Média-alta tecnologia
- 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359); Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28,
351) e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37).
A partir da tabela correspondente ao ano de 2007, com
recurso à “Classificação Tipo do Comércio
Internacional” da ONU (CTCI/SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia
(NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi
construída uma tabela em NC-8 abrangendo o período de 2007 a 2017, com algumas pequenas
rectificações face à utilizada em trabalhos anteriores.
3 – Exportação de Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na
exportação global portuguesa oscilou, no período de 2012 a 2016, entre 94,6% e
94,8%, situando-se em 94,8% e 94,4% respectivamente nos primeiros semestres de
2016 e de 2017.
Por níveis de intensidade tecnológica o maior peso nas exportações do
conjunto dos Produtos Industriais Transformados no 1º Semestre de 2017 incidiu
na Baixa tecnologia (35,8%),
seguido da Média-alta tecnologia
(29,9%), da Média-baixa tecnologia (25,1%) e da Alta tecnologia (9,2%).
Na Alta
tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no
1º Semestre de 2017, o “Equipamento de
rádio, TV e comunicações”, os “Instrumentos
médicos, ópticos e de precisão”, os “Produtos
farmacêuticos”, os produtos da “Aeronáutica
e aeroespacial” e o “Equipamento de
escritório e computação”.
A Média-alta
tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor em 2017, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques”,
as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente
não eléctricos”, os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos”, as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” e
o “Equipamento ferroviário e outro
equipamento de transporte”.
Na Média-baixa
tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Semestre
de 2017, os “Refinados de petróleo,
petroquímicos e combustível nuclear”, os “Produtos da borracha e do plástico”, a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos”,
os “Produtos minerais não metálicos”,
a “Metalurgia de base” e a “Construção e reparação naval”.
Por fim,
na Baixa
tecnologia alinham-se os “Têxteis,
vestuário, couros e calçado”, os “Produtos
alimentares, bebidas e tabaco”, a “Pasta,
papel, cartão e publicações”, as “Manufacturas
não especificadas e reciclagem” e a “Madeira
e produtos da madeira e cortiça”.
As exportações
anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram
sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos.
Verificaram-se
desacelerações nas exportações dos produtos de Alta tecnologia, em 2013, e de
Média-baixa tecnologia nos últimos três anos.
4 – Mercados de destino das exportações
no 1º Semestre de 2017
As exportações de Produtos Industriais
Transformados têm por principal destino o espaço comunitário.
No 1º Semestre de 2017 o maior
peso relativo da União Europeia, face ao conjunto dos países terceiros, incidiu
na exportação de produtos de Média-alta tecnologia (78,8%).
Seguiram-se a Baixa tecnologia
(76,3%), a Média-baixa tecnologia (67,8%) e a Alta tecnologia (66,9%).
Os países
constantes do quadro seguinte representaram 72,3% das exportações globais
portuguesas no 1º Semestre de 2017 e 72,5% das exportações de Produtos Industriais
Transformados, que pesaram 90% ou mais no total em cada um dos países.
Entre estes oito países
destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (24,4%
do total), seguida da França (13,2%) e da Alemanha (11,7%). Com pesos menores
alinham-se o Reino Unido (6,9%), os EUA (5,5%), os Países Baixos (3,9%), a
Itália (3,7%) e Angola (3,3%).
No 1º Semestre de 2017 a
Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa
tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta-tecnologia.
Entre os quatro níveis de
intensidade tecnológica, a Baixa tecnologia predominou nas exportações para
Espanha, França, Países Baixos, Itália e Angola.
A Média-alta tecnologia
prevaleceu na Alemanha e no Reino Unido, sendo o nível dominante nos EUA a Média-baixa
tecnologia.
Na figura seguinte encontra-se
representada a distribuição das exportações para estes mercados por níveis de
intensidade tecnológica.
5 – Importação de Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na importação
global portuguesa aumentou, no período de 2012 a 2016, de 76,2% para 85,0%,
situando-se em 86,1% e 84,2% respectivamente nos primeiros semestres de 2016 e 2017.
Por níveis de intensidade tecnológica, no 1º Semestre de 2017 o maior
peso no conjunto das importações dos Produtos Industriais Transformados incidiu
na Média-alta tecnologia (40,1%),
seguida da Baixa tecnologia
(27,4%), da Média-baixa tecnologia (17,0%) e da Alta tecnologia (16,6%).
Na Alta
tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no
1º Semestre de 2017, o “Equipamento de
rádio, TV e comunicações”, os “Produtos
farmacêuticos”, os “Instrumentos
médicos, ópticos e de precisão”, os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” e o “Equipamento de escritório e computação”.
No mesmo
período, a Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de
valor, os “Veículos a motor, reboques e
semi-reboques”, os “Produtos
químicos, excepto farmacêuticos”, as “Máquinas
e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos”, as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” e
o “Equipamento ferroviário e outro
equipamento de transporte”.
Na Média-baixa
tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Semestre
de 2017, a “Metalurgia de base”, os “Produtos da borracha e do plástico”, a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo
máquinas e equipamentos”, os “Refinados
de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear”, os “Produtos minerais não metálicos, e a “Construção e reparação naval”.
Na Baixa
tecnologia alinham-se os “Produtos
alimentares, bebidas e tabaco”, os “Têxteis,
vestuário, couros e calçado”, as “Manufacturas
não especificadas e reciclagem”, a “Pasta,
papel, cartão e publicações” e a “Madeira
e produtos da madeira e cortiça”.
As importações
anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram
sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos e também em todos os níveis de
intensidade tecnológica, à excepção dos produtos de Alta tecnologia em 2013 e de
Média-baixa tecnologia em 2015 e 2016, anos em que se registaram descidas.
6 – Mercados de origem das importações
no 1º Semestre de 2017
As importações de produtos
industriais transformados têm por principal origem o espaço comunitário.
No 1º Semestre de 2017 o maior
peso da União Europeia face ao conjunto dos países terceiros, incidiu na importação
de produtos de Média-alta tecnologia (87,3%), seguida da Baixa tecnologia (83,3%),
da Média-baixa tecnologia (80,6%) e da Alta tecnologia (76,5%).
Os países
constantes do quadro seguinte representaram 71,8% das importações globais
portuguesas no 1º Semestre de 2017 e 79,2% das importações de produtos
industriais transformados, que pesaram entre 88,9% e 98,2% no total em cada um
destes países.
Entre estes oito países
destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (33,2%
do total), seguida da Alemanha (15,9%) e da França (8,2%). Com pesos inferiores
alinham-se a Itália (6,5%), os Países Baixos (5,8%), a China (3,4%), a Bélgica
(3,2%) e o Reino Unido (3,0%).
Neste 1º Semestre de 2017 a
Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa
tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta-tecnologia.
A Espanha foi o único destes
oito países em que, entre os quatro níveis, predominou o de Baixa tecnologia.
Em todos os restantes países
prevaleceu a Média-alta tecnologia
Na figura seguinte encontra-se
representada a distribuição das importações com origem nestes mercados, por
níveis de intensidade tecnológica.
7 – Balança comercial de Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade
tecnológica
Ao longo do período em
análise, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial portuguesa de Produtos
Industriais Transformados apenas foi positivo em 2013, num montante de +842
milhões de Euros, e no 1º Semestre de 2017, com +531 milhões de Euros.
O saldo da balança comercial
dos produtos de Média-baixa tecnologia e de Baixa tecnologia foi sempre
positivo, enquanto que o saldo da balança dos produtos de Alta tecnologia e de
Média-alta tecnologia foi sempre negativo.
Alcochete, 2 de Outubro de 2017.
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