sábado, 20 de janeiro de 2018

Comércio Externo de S.Tomé e Pr. e com Portugal (2012-2016 e Jan-Nov 2016-2017)


Comércio Externo de S.Tomé e Príncipe
(2013-2016 e Jan-Out 2016-2017)
Comércio com Portugal
(2012-2016 e Jan-Nov 2016-2017)

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1 – Nota introdutória
Neste trabalho é feita uma breve análise do comércio externo de mercadorias de São Tomé e Príncipe nos anos de 2013 a 2016 e período de Janeiro a Outubro de 2016 e 2017, com base em dados estatísticos divulgados pelo Banco Central do País, reproduzindo dados do Instituto Nacional de Estatística local. Estes dados, que se encontram expressos em dólares (US$) foram, para cada um dos períodos considerados, convertidos a Euros à taxa média de câmbio em uso na União Europeia.
Segue-se uma análise da evolução do comércio internacional de Portugal com este país entre 2012 e 2016 e no período de Janeiro a Novembro de 2016 e 2017.
2 - Alguns dados sobre o comércio externo
      de São Tomé e Príncipe
2.1 – Balança Comercial


A balança comercial de São Tomé e Príncipe é deficitária, com um baixíssimo grau de cobertura (Fob/Fob) das importações pelas exportações.
Em 2016, as importações praticamente que estabilizaram face ao ano anterior (+0,4%), com as exportações a crescerem +15,1%. Nos primeiros dez meses de 2017 as importações aumentaram +11,1% e as exportações +2,8%, com o défice a crescer +11,9%.

2.2 – Exportações e importações de mercadorias
Não foi possível reunir informação, com fonte em São Tomé e Príncipe, sobre as importações e exportações de mercadorias desagregadas por posições da nomenclatura do Sistema Harmonizado. Estatísticas disponíveis noutras fontes, como por exemplo o International Trade Centre (ITC), divergem consideravelmente das estatísticas nacionais, pelo que são estas últimas as aqui utilizadas.
Também as estatísticas portuguesas (INE-PT) relativas ao nosso comércio com São Tomé e Príncipe divergem das do Banco Central, em particular as referentes às nossas exportações com este destino.

As principais exportações de São Tomé e Príncipe assentam em produtos agrícolas, essencialmente cacau, mas também coco, chocolate, pimenta e algum café.

As importações dominantes incidem em bens de equipamento, seguidas das de géneros alimentícios e de gasóleo. Alinham-se depois os materiais de construção, as bebidas, os bens relacionados com meios de transporte, a gasolina e outros produtos petrolíferos, o vestuário e o calçado, os produtos do ferro, alumínio e outros metais, e o mobiliário. Com menor expressão seguem-se o álcool, éter e derivados, os medicamentos, as lãs, fibras e algodão, o papel e cartão e os livros.

2.3 – Principais mercados de destino e de origem

Os principais mercados de destino das exportações santomenses no passado recente foram os Países Baixos, a Espanha, a França e a Bélgica, oscilando Portugal entre a 5ª e a 6ª posição. Entre os restantes mercados destaca-se Angola, os EUA, a Nigéria, o Gabão e a África do Sul.
De acordo com as estatísticas do Banco Central, Portugal ocupa a primeira posição entre os fornecedores de mercadorias a São Tomé Príncipe, a grande distância dos restantes, com mais de 50% do total no último quinquénio. O segundo fornecedor é Angola, com 23% do total nos primeiros dez meses de 2017, seguida da China, Nigéria, França, EUA, Espanha, Gabão, Dinamarca, Países Baixos e Brasil, entre outros mercados com menor peso.

3 – Trocas comerciais de Portugal com São Tomé e Príncipe:
      2012-2016 e Janeiro-Novembro 2016-2017
Para as trocas comerciais de Portugal com São Tomé e Príncipe vão agora ser utilizadas estatísticas do Instituto Nacional de Estatística de Portugal, com dados definitivos para os anos de 2012 a 2015, provisórios para 2016 e preliminares para o período de Janeiro a Novembro de 2017.
3.1 – Balança Comercial
Com baixos níveis de importação, é muito elevado o grau de cobertura das importações pelas exportações (Fob/Cif). No período de Janeiro a Novembro de 2017, as importações registaram um acréscimo de +27,7% face a igual período do ano anterior, rondando os 400 mil Euros, e as exportações uma quebra de -12,2%, situando-se em cerca de 53 milhões de Euros.

3.2 – Importações
As principais importações portuguesas a partir de São Tomé e Príncipe, desde 2014, incidiram no grupo “Minérios e metais”, constituídas designadamente por desperdícios e resíduos de metais, com predominância dos de ferro, mas também de cobre e de alumínio.
Seguiu-se o grupo “Agro-alimentares”, com destaque para o cacau e suas preparações, e algum café, chá e especiarias.
Os restantes grupos de produtos têm um comportamento pontual, com maior ou menor significado ao longo dos anos. 


3.3 – Exportações
O grupo dominante nas exportações de Portugal para São Tomé e Príncipe é o dos produtos “Agro-alimentares”, que nos primeiros onze meses de 2017 pesou 41,7% do total. Destacaram-se aqui as bebidas alcoólicas, os produtos da indústria da moagem, como farinha de trigo ou de trigo com centeio e outras, grumos, sémolas e “pellets” de cereais, as gorduras e óleos, o leite e lacticínios, os cereais e produtos de pastelaria, as carnes, os produtos hortícolas, os alimentos preparados para animais, as preparações de produtos hortícolas e frutas, as preparações de carne, peixe e crustáceos, como enchidos de carne e conservas de carne, peixe e crustáceos, entre outros.
● No mesmo período seguiu-se o grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4%), que inclui produtos muito diversificados, destacando-se entre as máquinas e aparelhos mecânicos os computadores e suas unidades, os aparelhos de ar condicionado, os aparelhos de impressão, os refrigeradores e congeladores, as torneiras e válvulas, as bombas para líquidos, os centrifugadores, os “bulldozers”, niveladoras e escavadoras, os motores de pistão, a diesel e suas partes, e as máquinas de lavar roupa. Entre as máquinas e aparelhos eléctricos sobressairam os telefones, os fios e cabos eléctricos, os aparelhos de interrupção, seccionamento e protecção, os monitores (excepto de televisão) e projectores, os quadros eléctricos e cabinas, os acumuladores, os aquecedores de água, os motores e geradores, os transformadores, os grupos electrogéneos e conversores rotativos e os discos, fitas e dispositivos de armazenamento de dados.

Seguiu-se o grupo “Químicos” (11,9%), com destaque para os sabões e produtos tensoactivos de limpeza, preparações lubrificantes várias, velas e semelhantes, ceras e pomadas para calçado, plásticos, borracha e suas obras, tintas e vernizes, produtos farmacêuticos, produtos de perfumaria e cosmética, entre outros.
● No grupo “Produtos acabados diversos” (10,5%) são de referir os móveis e aparelhos de iluminação, os produtos cerâmicos, os instrumentos e aparelhos de precisão, como de óptica, de fotografia, de medida ou médico-cirúrgicos, o vidro e suas obras, as obras de pedra, de amianto e semelhantes, e os brinquedos e jogos.
● Os principais produtos exportados do grupo “Minérios e metais” (8,7% do total), foram o ferro fundido, ferro ou aço e suas obras, o cimento, o sal e cloreto de sódio puro, o alumínio e suas obras, obras diversas de metais comuns, como ferramentas, artefactos de cutelaria e talheres, e o cobre e suas obras.
Os restantes grupos de produtos tiveram menor expressão no período em análise: “Material de transporte terrestre e partes” (3,5%), “Madeira, cortiça e papel” (3,4%), “Têxteis e vestuário” (2,8%), “Energéticos” (1,4%), “Calçado, peles e couros” (0,7%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,1%).

          20 de Janeiro de 2018.


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