Comércio Externo de S.Tomé e Príncipe
(2013-2016 e Jan-Out 2016-2017)
Comércio com Portugal
(2012-2016 e Jan-Nov 2016-2017)
Comércio com Portugal
(2012-2016 e Jan-Nov 2016-2017)
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1 – Nota introdutória
Neste
trabalho é feita uma breve análise do comércio externo de mercadorias de São
Tomé e Príncipe nos anos de 2013 a 2016 e período de Janeiro a Outubro de 2016
e 2017, com base em dados estatísticos divulgados pelo Banco Central do País,
reproduzindo dados do Instituto Nacional de Estatística local. Estes dados, que
se encontram expressos em dólares (US$) foram, para cada um dos períodos
considerados, convertidos a Euros à taxa média de câmbio em uso na União
Europeia.
Segue-se
uma análise da evolução do comércio internacional de Portugal com este país entre
2012 e 2016 e no período de Janeiro a Novembro de 2016 e 2017.
2 - Alguns dados sobre o comércio externo
de São Tomé e Príncipe
2.1 – Balança Comercial
A balança
comercial de São Tomé e Príncipe é deficitária, com um baixíssimo grau de
cobertura (Fob/Fob) das importações pelas exportações.
Em 2016,
as importações praticamente que estabilizaram face ao ano anterior (+0,4%), com
as exportações a crescerem +15,1%. Nos primeiros dez meses de 2017 as
importações aumentaram +11,1% e as exportações +2,8%, com o défice a crescer
+11,9%.
2.2 – Exportações e importações de mercadorias
Não foi
possível reunir informação, com fonte em São Tomé e Príncipe, sobre as
importações e exportações de mercadorias desagregadas por posições da nomenclatura
do Sistema Harmonizado. Estatísticas disponíveis noutras fontes, como por
exemplo o International Trade Centre
(ITC), divergem consideravelmente das estatísticas nacionais, pelo que são
estas últimas as aqui utilizadas.
Também as
estatísticas portuguesas (INE-PT) relativas ao nosso comércio com São Tomé e
Príncipe divergem das do Banco Central, em particular as referentes às nossas
exportações com este destino.
As
principais exportações de São Tomé e
Príncipe assentam em produtos agrícolas, essencialmente cacau, mas também coco,
chocolate, pimenta e algum café.
As
importações dominantes incidem em bens de equipamento, seguidas das de géneros
alimentícios e de gasóleo. Alinham-se depois os materiais de construção, as
bebidas, os bens relacionados com meios de transporte, a gasolina e outros
produtos petrolíferos, o vestuário e o calçado, os produtos do ferro, alumínio
e outros metais, e o mobiliário. Com menor expressão seguem-se o álcool, éter e
derivados, os medicamentos, as lãs, fibras e algodão, o papel e cartão e os
livros.
2.3 – Principais mercados de destino e de origem
Os
principais mercados de destino das exportações santomenses no passado recente foram
os Países Baixos, a Espanha, a França e a Bélgica, oscilando Portugal entre a
5ª e a 6ª posição. Entre os restantes mercados destaca-se Angola, os EUA, a
Nigéria, o Gabão e a África do Sul.
De acordo
com as estatísticas do Banco Central, Portugal ocupa a primeira posição entre
os fornecedores de mercadorias a São Tomé Príncipe, a grande distância dos
restantes, com mais de 50% do total no último quinquénio. O segundo fornecedor
é Angola, com 23% do total nos primeiros dez meses de 2017, seguida da China,
Nigéria, França, EUA, Espanha, Gabão, Dinamarca, Países Baixos e Brasil, entre
outros mercados com menor peso.
3 – Trocas comerciais de Portugal com São Tomé e
Príncipe:
2012-2016 e Janeiro-Novembro
2016-2017
Para as
trocas comerciais de Portugal com São Tomé e Príncipe vão agora ser utilizadas
estatísticas do Instituto Nacional de Estatística de Portugal, com dados
definitivos para os anos de 2012 a 2015, provisórios para 2016 e preliminares
para o período de Janeiro a Novembro de 2017.
3.1 – Balança Comercial
Com
baixos níveis de importação, é muito elevado o grau de cobertura das
importações pelas exportações (Fob/Cif). No período de Janeiro a Novembro de
2017, as importações registaram um acréscimo de +27,7% face a igual período do
ano anterior, rondando os 400 mil Euros, e as exportações uma quebra de -12,2%,
situando-se em cerca de 53 milhões de Euros.
3.2 – Importações
As
principais importações portuguesas a partir de São Tomé e Príncipe, desde 2014,
incidiram no grupo “Minérios e metais”,
constituídas designadamente por desperdícios e resíduos de metais, com
predominância dos de ferro, mas também de cobre e de alumínio.
Seguiu-se
o grupo “Agro-alimentares”, com
destaque para o cacau e suas preparações, e algum café, chá e especiarias.
Os restantes grupos de produtos têm um comportamento
pontual, com maior ou menor significado ao longo dos anos.
3.3 – Exportações
● O grupo dominante nas exportações de Portugal para
São Tomé e Príncipe é o dos produtos “Agro-alimentares”, que nos
primeiros onze meses de 2017 pesou 41,7% do total. Destacaram-se aqui as
bebidas alcoólicas, os produtos da indústria da moagem, como farinha de trigo
ou de trigo com centeio e outras, grumos, sémolas e “pellets” de cereais, as
gorduras e óleos, o leite e lacticínios, os cereais e produtos de pastelaria, as
carnes, os produtos hortícolas, os alimentos preparados para animais, as
preparações de produtos hortícolas e frutas, as preparações de carne, peixe e
crustáceos, como enchidos de carne e conservas de carne, peixe e crustáceos,
entre outros.
● No
mesmo período seguiu-se o grupo “Máquinas, aparelhos e partes”
(15,4%), que inclui produtos muito diversificados, destacando-se entre as
máquinas e aparelhos mecânicos os computadores e suas unidades, os aparelhos de
ar condicionado, os aparelhos de impressão, os refrigeradores e congeladores,
as torneiras e válvulas, as bombas para líquidos, os centrifugadores, os
“bulldozers”, niveladoras e escavadoras, os motores de pistão, a diesel e suas
partes, e as máquinas de lavar roupa. Entre as máquinas e aparelhos eléctricos
sobressairam os telefones, os fios e cabos eléctricos, os aparelhos de
interrupção, seccionamento e protecção, os monitores (excepto de televisão) e
projectores, os quadros eléctricos e cabinas, os acumuladores, os aquecedores
de água, os motores e geradores, os transformadores, os grupos electrogéneos e
conversores rotativos e os discos, fitas e dispositivos de armazenamento de
dados.
● Seguiu-se o grupo “Químicos” (11,9%), com
destaque para os sabões e produtos tensoactivos de limpeza, preparações
lubrificantes várias, velas e semelhantes, ceras e pomadas para calçado,
plásticos, borracha e suas obras, tintas e vernizes, produtos farmacêuticos,
produtos de perfumaria e cosmética, entre outros.
● No
grupo “Produtos acabados diversos” (10,5%) são de referir os móveis e
aparelhos de iluminação, os produtos cerâmicos, os instrumentos e aparelhos de
precisão, como de óptica, de fotografia, de medida ou médico-cirúrgicos, o
vidro e suas obras, as obras de pedra, de amianto e semelhantes, e os
brinquedos e jogos.
● Os
principais produtos exportados do grupo “Minérios e metais” (8,7% do total),
foram o ferro fundido, ferro ou aço e suas obras, o cimento, o sal e cloreto de
sódio puro, o alumínio e suas obras, obras diversas de metais comuns, como
ferramentas, artefactos de cutelaria e talheres, e o cobre e suas obras.
● Os restantes grupos de
produtos tiveram menor expressão no período em análise: “Material de transporte terrestre
e partes” (3,5%), “Madeira, cortiça e papel” (3,4%), “Têxteis
e vestuário” (2,8%), “Energéticos” (1,4%), “Calçado,
peles e couros” (0,7%) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,1%).
20 de Janeiro
de 2018.
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