quinta-feira, 12 de abril de 2018

Série mensal - Jan-Fev 2018-Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Fevereiro de 2018 

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1 - Balança comercial


De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Abril de 2018, nos dois primeiros meses de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +8,1% face ao mesmo período do ano anterior (+702 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +10,3% (+1088 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +10,7% (+697 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros cresciam apenas +0,2% (+5 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +11,4% (+902 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +7,2% (+186 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +21,2%, ao situar-se em -2211 milhões de Euros (um acréscimo de 386 milhões, cabendo 204 milhões ao comércio intracomunitário e 182 milhões ao extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 82,7%, em 2017, para 81,0%, em 2018.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos. O valor médio unitário de importação do petróleo, que no conjunto dos dois primeiros meses de 2017 se situou em 375 Euros/Ton, subiu para 422,5 Euros/Ton em igual período de 2018.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,9% e 6,8% do total no período Janeiro-Fevereiro de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2018 sobe de um total de 79,2% para 86,6%, com o aumento do défice, em termos homólogos, a descer de +21,2% para +17,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro-Fevereiro de 2018, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 77,0% do total (75,2% em 2017), cresceram em valor +10,7%, contribuindo com +8,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +8,1%.
As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,0% do total em 2018 (24,8% em 2017), registaram um crescimento em valor de apenas +0,2%, contribuindo com +0,1 p.p. para a taxa de crescimento global. 

Os principais mercados de destino em 2018 foram a Espanha (24,8%), a França (13,4%), a Alemanha (11,9%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (4,7%), os Países Baixos e a Itália (3,9% cada), a Bélgica (2,8%), Angola (2,4%), o Brasil (2,0%) e a Polónia (1,3%), países que no seu conjunto absorveram 77,8% das nossas exportações.
Angola, o segundo mercado de destino entre os países terceiros depois dos EUA, registou nos dois primeiros meses de 2018, face a 2017, uma quebra em valor de -19,1% (-53 milhões de Euros), envolvendo dez dos onze grupos de produtos, incidindo as descidas mais significativas nos grupos “Agro-alimentares” (-15,3 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑12,4 milhões), “Minérios e metais” (-9,9 milhões), “Químicos” (-8,0 milhões de Euros). O único acréscimo coube ao grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,2 milhões de Euros), o grupo menos representativo a par do grupo “Energéticos” (0,6% do total), essencialmente constituído por embarcações e estruturas flutuantes.

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+9,6%), couberam a França (+1,8 p.p.), Alemanha (+1,3 p.p.), Brasil (+0,9 p.p.), Itália (+0,7 p.p.), Áustria (+0,6 p.p.), Bélgica e Espanha (+0,5 p.p. cada), Polónia e Países Baixos (+0,4 p.p. cada) e Reino Unido (+0,3 p.p.). Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (-0,6 p.p.), Marrocos (-0,5 p.p.) e China (-0,3 p.p.).


O maior acréscimo em Euros nas exportações para o espaço comunitário (expedições), em termos homólogos, verificou-se em França, seguida da Alemanha. Com menor expressão alinharam-se depois a Itália, a Áustria, a Bélgica, a Espanha, a Polónia, os Países Baixos e o Reino Unido. Os maiores decréscimos couberam à Finlândia e ao Luxemburgo.



3.2 - Importações
No período em análise de 2018, as importações com origem na UE, que representaram 76,2% do total (75,5% no mesmo período de 2017), registaram um acréscimo de +11,4% e contribuíram com +8.6 p.p. para uma taxa de crescimento global de +10,3%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +7,2%, representando 23,8% do total em 2018 (24,5% em 2017), com um contributo para o crescimento de +1,8 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (32,0%), a Alemanha (14,0%) e a França (7,9%). Seguiram-se a Itália (5,2%), os Países Baixos (5,0%), a China (3,1%), a Bélgica (2,7%), o Reino Unido (2,5%), o Cazaquistão (1,8%), a Federação Russa (1,7%) e os EUA (1,5%), países que representaram no seu conjunto 77,5% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+10,3%) destacam-se a Espanha (+4,1 p.p.), a Alemanha (+1,7 p.p.), o Cazaquistão (+1,0 p.p.), a França (+0,9%), a Argélia (+0,8%), a Itália (+0,7%), a China (+0,5 p.p.), a Arábia Saudita (+0,4 p.p.) e a Bélgica (+0,3 p.p.).

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam à Federação Russa (-1,6 p.p.), seguida do Azerbaijão (-0,4 p.p.) e da Colômbia e Reino Unido (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (Fob-Cif) coube a França (+341 milhões de Euros), seguido dos saldos do Reino Unido (+336 milhões), dos EUA (+268 milhões), de Angola (+102 milhões) e de Marrocos (+82 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1381 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑513 milhões), da China (‑251 milhões), da Itália (-244 milhões) e dos Países Baixos (‑214 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2) em uso na União Europeia, foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias, representando 80,7% do total em Jan-Fev 2018, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do total, com uma taxa de variação homóloga de +0,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (14,3% e TVH +46,8%), “Químicos” (12,2% e TVH +4,6%), “Agro-alimentares” (11,7% e TVH +9,0%) “Minérios e metais” (9,5% e TVH +6,4%), “Têxteis e vestuário” (9,4% e TVH +0,8%), e “Produtos acabados diversos” (9,2% e TVH +9,4%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+217 milhões), “Agro-alimentares” (+56 milhões), “Minérios e metais” (+42 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+39 milhões) e “Produtos acabados diversos” (+34 milhões de Euros). Verificaram-se decréscimos em dois grupos: “Energéticos” (-81 milhões de Euros) e “Calçado, peles e couros” (-4 milhões).

5.2 – Importações
No mesmo período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,4% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,1%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +15,0%) “Químicos” (16,5% do total e TVH de +10,8%), “Agro-alimentares” (13,8% e TVH de +5,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e TVH de +9,7%) e “Energéticos” (12,9% e TVH de +7,8%).
Nas importações verificaram-se acréscimos em todos os grupos de produtos, sendo os mais significativos, quando medidos em Euros, os dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+260 milhões de Euros), “Químicos” (+187 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+135 milhões), “Minérios e metais” (+110 milhões) e “Energéticos” (+108 milhões de Euros). 


6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou em Jan-Fev 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 24,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,4%), a Alemanha (11,9%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (4,7%), os Países Baixos e a Itália (3,9%), a Bélgica (2,8%), Angola (2,4%), e Brasil (2,0%). Estes dez países cobriram 76,5% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,0% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, antecedida da França, Países Baixos e EUA).
Seguiram-se a Alemanha (14,0%), a França (7,9%), a Itália (5,2%), os Países Baixos (5,0%), a China (3,1%), a Bélgica (2,7%), o Reino Unido (2,5%), o Cazaquistão (1,8%) e a Rússia (1,7%).
 Estes dez países cobriram 76,0% das importações totais. 


12 de Abril de 2018.








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