Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Fevereiro de 2018
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1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE), com última actualização em 9 de Abril de 2018, nos dois primeiros meses
de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +8,1% face ao mesmo
período do ano anterior (+702 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações
de +10,3% (+1088 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +10,7% (+697 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os
países terceiros cresciam apenas +0,2% (+5 milhões de Euros). Por sua vez, as
importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas)
aumentaram +11,4% (+902 milhões de Euros), com as importações originárias dos
países terceiros a crescerem +7,2% (+186 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+21,2%, ao situar-se em -2211 milhões de Euros (um acréscimo de 386 milhões, cabendo
204 milhões ao comércio intracomunitário e 182 milhões ao extracomunitário). Em
termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
desceu de 82,7%, em 2017, para 81,0%, em 2018.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente,
no valor das exportações de produtos energéticos. O valor médio unitário de
importação do petróleo, que no conjunto dos dois primeiros meses de 2017 se
situou em 375 Euros/Ton, subiu para 422,5 Euros/Ton em igual período de 2018.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,9% e 6,8%
do total no período Janeiro-Fevereiro de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações em 2018 sobe de um total de 79,2% para 86,6%,
com o aumento do défice, em termos homólogos, a descer de +21,2% para +17,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro-Fevereiro de 2018, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 77,0% do total (75,2% em 2017), cresceram em
valor +10,7%, contribuindo com +8,0 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +8,1%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,0% do total em
2018 (24,8% em 2017), registaram um crescimento em valor de apenas +0,2%,
contribuindo com +0,1 p.p. para a taxa de crescimento global.
Os
principais mercados de destino em 2018 foram a Espanha (24,8%), a França (13,4%),
a Alemanha (11,9%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (4,7%), os Países Baixos e a
Itália (3,9% cada), a Bélgica (2,8%), Angola (2,4%), o Brasil (2,0%) e a
Polónia (1,3%), países que no seu conjunto absorveram 77,8% das nossas
exportações.
Angola, o
segundo mercado de destino entre os países terceiros depois dos EUA, registou nos
dois primeiros meses de 2018, face a 2017, uma quebra em valor de -19,1% (-53
milhões de Euros), envolvendo dez dos onze grupos de produtos, incidindo as descidas
mais significativas nos grupos “Agro-alimentares”
(-15,3 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (‑12,4 milhões), “Minérios
e metais” (-9,9 milhões), “Químicos”
(-8,0 milhões de Euros). O único acréscimo coube ao grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,2
milhões de Euros), o grupo menos representativo a par do grupo “Energéticos” (0,6% do total),
essencialmente constituído por embarcações e estruturas flutuantes.
Entre os trinta principais destinos, os maiores
contributos positivos para o ‘crescimento’
das exportações no período em análise (+9,6%), couberam a França (+1,8 p.p.), Alemanha
(+1,3 p.p.), Brasil (+0,9 p.p.), Itália (+0,7 p.p.), Áustria (+0,6 p.p.),
Bélgica e Espanha (+0,5 p.p. cada), Polónia e Países Baixos (+0,4 p.p. cada) e
Reino Unido (+0,3 p.p.). Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola
(-0,6 p.p.), Marrocos (-0,5 p.p.) e China (-0,3 p.p.).
O maior acréscimo em Euros nas
exportações para o espaço comunitário
(expedições), em termos homólogos, verificou-se em França, seguida da Alemanha.
Com menor expressão alinharam-se depois a Itália, a Áustria, a Bélgica, a Espanha,
a Polónia, os Países Baixos e o Reino Unido. Os maiores decréscimos couberam à Finlândia e ao Luxemburgo.
3.2 - Importações
No
período em análise de 2018, as importações com origem na UE, que representaram 76,2%
do total (75,5% no mesmo período de 2017), registaram um acréscimo de +11,4% e contribuíram
com +8.6 p.p. para uma taxa de crescimento global de +10,3%.
As importações com origem no espaço
extracomunitário registaram um acréscimo de +7,2%, representando 23,8% do total
em 2018 (24,5% em 2017), com um contributo para o crescimento de +1,8 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (32,0%), a Alemanha
(14,0%) e a França (7,9%). Seguiram-se a Itália (5,2%), os Países Baixos (5,0%),
a China (3,1%), a Bélgica (2,7%), o Reino Unido (2,5%), o Cazaquistão (1,8%), a
Federação Russa (1,7%) e os EUA (1,5%), países que representaram no seu
conjunto 77,5% das nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações (+10,3%) destacam-se a
Espanha (+4,1 p.p.), a Alemanha (+1,7 p.p.), o Cazaquistão (+1,0 p.p.), a França
(+0,9%), a Argélia (+0,8%), a Itália (+0,7%), a China (+0,5 p.p.), a Arábia
Saudita (+0,4 p.p.) e a Bélgica (+0,3 p.p.).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam à Federação Russa (-1,6 p.p.), seguida
do Azerbaijão (-0,4 p.p.) e da Colômbia e Reino Unido (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (Fob-Cif)
coube a França (+341 milhões de Euros), seguido dos saldos do Reino Unido (+336
milhões), dos EUA (+268 milhões), de Angola (+102
milhões) e de Marrocos (+82 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1381
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑513 milhões), da China (‑251
milhões), da Itália (-244 milhões) e dos Países Baixos (‑214 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2) em uso na União Europeia, foram
aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver
Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações
de mercadorias, representando 80,7% do total em Jan-Fev 2018, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do
total, com uma taxa de variação homóloga de +0,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (14,3% e TVH +46,8%), “Químicos” (12,2% e TVH +4,6%), “Agro-alimentares” (11,7% e TVH +9,0%) “Minérios e metais” (9,5% e TVH +6,4%), “Têxteis e vestuário” (9,4% e TVH +0,8%),
e “Produtos acabados diversos” (9,2%
e TVH +9,4%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram
nos grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (+217 milhões), “Agro-alimentares”
(+56 milhões), “Minérios e metais” (+42
milhões), “Aeronaves, embarcações e
partes” (+39 milhões) e “Produtos
acabados diversos” (+34 milhões de Euros). Verificaram-se decréscimos em dois grupos: “Energéticos” (-81 milhões de Euros) e “Calçado, peles e couros” (-4 milhões).
5.2 – Importações
No mesmo
período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,4% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,1%,
com uma taxa de variação homóloga em valor de +15,0%) “Químicos” (16,5% do total e TVH de +10,8%), “Agro-alimentares” (13,8% e TVH de +5,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e TVH de +9,7%)
e “Energéticos” (12,9% e TVH de +7,8%).
Nas importações verificaram-se acréscimos em todos
os grupos de produtos, sendo os mais significativos, quando medidos em Euros, os
dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes”
(+260 milhões de Euros), “Químicos”
(+187 milhões) e “Material de transporte
terrestre e partes” (+135 milhões), “Minérios
e metais” (+110 milhões) e “Energéticos”
(+108 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou em Jan-Fev
2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 24,8% do total,
ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado,
peles e couros” (4ª posição), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,4%), a
Alemanha (11,9%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (4,7%), os Países Baixos e a
Itália (3,9%), a Bélgica (2,8%), Angola (2,4%), e Brasil (2,0%). Estes dez
países cobriram 76,5% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove
dos onze grupos de produtos, com 32,0% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4º lugar, antecedida da França, Países Baixos e EUA).
Seguiram-se
a Alemanha (14,0%), a França (7,9%), a Itália (5,2%), os Países Baixos (5,0%), a
China (3,1%), a Bélgica (2,7%), o Reino Unido (2,5%), o Cazaquistão (1,8%) e a
Rússia (1,7%).
Estes dez países cobriram 76,0% das
importações totais.
12 de Abril
de 2018.
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