Comércio internacional de mercadorias
de Portugal com a Alemanha
2014-2018
Janeiro-Outubro 2018-2019
Janeiro-Outubro 2018-2019
1 – Nota introdutória
A Alemanha
encontra-se entre os três principais parceiros comerciais de Portugal, tendo sido
em 2018 o 2º maior mercado de origem das importações, com 13,9% do total,
precedida da Espanha (31,4%), e o 3º principal mercado de destino, com 11,4% do
total das exportações, depois da Espanha (25,4%) e da França (12,7%).
Em 1985,
ano anterior à adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE),
o peso da Alemanha nas importações e nas exportações globais era respectivamente
de 11,5% e 13,7%, pesos que em 2018 praticamente se inverteram, 13, 8% e 11,5%.
O peso
das exportações no Total aumentou sustentadamente de 1985 a 1995, ano em que
atingiu 21,5%, decrescendo a partir de então até se situar entre 11-12% nos últimos cinco anos.
Em termos
de ritmo de ‘crescimento’ em valor, enquanto que as exportações mantiveram um
crescimento sustentado deste então até 2018, as importações, após terem
aumentado sucessivamente até 2008, registram um decréscimo até 2012, para
recuperarem a partir daí o ritmo de crescimento.
Após uma breve análise da evolução do comércio
externo da Alemanha no período de 2014 a 2018, com maior pormenor nos dois
últimos anos, a partir de dados de fonte Eurostat, analisa-se a evolução das chegadas e das
expedições de mercadorias (que designaremos aqui por importações e exportações)
ao longo dos últimos cinco anos (2014-2018) e período de Janeiro a Outubro de 2018-2019,
com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística de Portugal (INE), definitivos para os anos de 2014 a 2017,
provisórios para 2018 e preliminares para o período em análise de 2019, com
última actualização em 10 de Dezembro de 2019.
Para a análise por produtos, estes
foram agregados em 11 grupos, cujo conteúdo, em termos de Nomenclatura
Combinada, se encontra definido em quadro anexo (Anexo-1).
2 – Alguns dados sobre o comércio externo alemão
2.1 – Balança Comercial da Alemanha
A Balança Comercial de
mercadorias alemã é ‘superavitária’, com saldos superiores a 200 mil milhões de
Euros entre 2014 e 2018.
De acordo
com os dados disponíveis, as quotas de Portugal nas importações alemãs
mantiveram-se em 0,6% ao longo destes cinco anos tendo a das exportações subido de 0,6% para 0,7% em 2016 e 2017 e para 0,8% em 2018.
2.2 – Importações na Alemanha por grupos de produtos
Em 2018,
face ao ano anterior, as importações alemãs cresceram +5,6%. As principais
importações, por grupos de produtos, incidiram em “Máquinas, aparelhos e
partes” (25,2% do Total), “Químicos” (17,0%), “Minérios e metais”
(11,0%) e “Material de transporte terrestre e partes” (10,9%).
Seguiram-se
os grupos “Energéticos” (9,0%), “Agro-alimentares” e “Produtos
acabados diversos” (8,5% cada), “Têxteis e vestuário” (4,4%), “Madeira,
cortiça e papel” (2,6%), “Aeronaves, embarcações e partes” (1,6%) e “Calçado,
peles e couros” (1,5%).
No mesmo
ano, as maiores quotas de Portugal ocorreram nos grupos “Calçado, peles e
couros” (2,5% do total do grupo), “Madeira, cortiça e papel” (1,7%),
“Têxteis e vestuário” (1,0%), “Produtos acabados diversos” (0,9%),
“Material de transporte terrestre e partes” (0,8%) e “Máquinas,
aparelhos e partes” (0,7%).
2.3 – Exportações da Alemanha por grupos de
produtos
Em 2018, face ao ano anterior, as exportações alemãs
cresceram +3,0%, tendo Portugal contribuído com uma quota de 0,8%.
As
principais exportações alemãs couberam aos grupos de produtos “Máquinas,
aparelhos e partes” (28,0%), “Químicos” (18,9%), “Material de
transporte terrestre e partes” (17,8%), “Produtos acabados diversos”
(9,2%), “Minérios e metais” (8,7%) e “Agro-alimentares” (5,6%).
As maiores
quotas de Portugal incidiram nos grupos “Calçado, peles e partes” (1,1%
do total do grupo), “Têxteis e vestuário”, “Máquinas, aparelhos e partes” e
“Material de transporte terrestre e partes” (0,9% cada), “Aeronaves,
embarcações e partes” e “Químicos” (0,8% cada), e “Agro-alimentares” (0,7%).
2.4 – Mercados das
importações e exportações alemãs
Em 2018 tiveram
origem no espaço intracomunitário 66,4% das importações
alemãs de mercadorias.
Os principais fornecedores foram os Países Baixos (14,1%),
tudo indicando tratar-se em sua grande parte de mercadorias entradas em livre
prática na EU através do porto de Roterdão, a Bélgica (6,1%), a Itália e a Polónia
(5,5%), a República Checa (4,8%), a Áustria (4,3%), o Reino Unido (3,7%) e a Espanha
(3,0%).
Portugal contribuiu com apenas 0,6% do Total, ocupando no conjunto dos
fornecedores intra e extra-comunitários, a 32ª posição.
Entre os países terceiros evidenciou-se a China
(6,9% do Total), o segundo fornecedor em termos globais, seguida dos EUA
(4,5%), da Suíça (3,9%), da Rússia (3,0%), da Hungria (2,5%), da Eslováquia (1,6%),do Japão e Suécia (1,5% cada), da Roménia (1,4%), da Turquia (1,3% e da Noruega (1,0%).
Em 2018, as exportações alemãs para o espaço Intra-UE representaram 59,0%
do Total, ocupando a França a primeira posição entre os parceiros comunitários (8,0%).
Seguiram-se os
Países Baixos (6,9%), o Reino Unido (6,2%), a Itália (5,3%), a Áustria (4,9%), a
Polónia (4,8%), a Bélgica e a República Checa (3,4% cada), a Espanha (3,3%), a
Hungria e Suécia (2,0% cada), a Dinamarca (1,5%), a Roménia (1,2% e a
Eslováquia (1,1%).
Portugal foi
o destino de 0,8% das exportações alemãs, ocupando a 28ª posição em termos
globais.
Entre os
países terceiros, e também em termos globais, os EUA foram o principal destino
das exportações alemãs (8,7%), Seguiram-se a China (7,1%), a Suíça (4,1%), a
Rússia (2,0%), o Japão (1,6%), a Turquia (1,5%), a Coreia do Sul (1,3%), o
México (1,1%), a Índia (0,9%) e o Canadá e Austrália (0,8% cada).
3 – Comércio de Portugal com a Alemanha
3.1 – Evolução do peso da Alemanha
nas importações
e nas
exportações globais portuguesas
O peso das
trocas comerciais de Portugal com a Alemanha face ao Total, cresceu a partir da
adesão de Portugal à CEE, em 1986. O peso da Alemanha no total das importações, após um crescimento no ano da adesão de 11,5% para
14,2%, manteve-se numa faixa de 14-15% até 2010, decresceu até 11,4% em 2013, para
depois crescer sustentadamente até 2018, quando atingiu 13,8%.
Por sua vez
o peso do país no total das exportações
subiu vigorosamente até 1995, com
21,3%, tendo decrescido acentuadamente até 2005, ano em que se situou em 12,5%.
A partir de então e até 2011, manteve-se em torno de 13%, e após uma queda para
11,6%, em 2013, manteve praticamente este nível até 2018.
Nos primeiros dez meses de 2019, face ao período
homólogo do ano anterior, o peso das importações decresceu de 13,7% para 13,3%,
tendo o das exportações aumentado de 11,7% para 12,1%.
3.2 – Balança Comercial de Portugal com a Alemanha
A Balança
Comercial de mercadorias de Portugal com a Alemanha é deficitária, com défices sucessivamente
crescentes de 2014 a 2018, ano em que atingiu -3,7 mil milhões de Euros.
Nos
primeiros 10 meses de 2019, o défice situava-se em -2,9 mil milhões de Euros.
As
importações cresceram em valor de 2014 a 2018 a um ritmo acentuado, atingindo 143,1%
do nível que detinham em 2014.
Por sua vez
as exportações, no mesmo período, aumentaram 118,6%.
3.3 – Importações por grupos de produtos
Nos
primeiros dez meses de 2019, os grupos de produtos dominantes nas importações foram
“Máquinas, aparelhos e partes” (30,4%), “Material de transporte
terrestre e partes” (22,9%) e “Químicos” (20,7%).
Seguiram-se
os grupos “Agro-alimentares” (6,2%), “Minérios e metais” (5,9%), “Produtos
acabados diversos” (5,2%), “Têxteis e vestuário” (3,1%), “Aeronaves,
embarcações e partes” (2,7%), “Madeira, cortiça e papel” (1,6%), “Calçado,
peles e couros” (1,2%) e “Energéticos” (0,2%).
Por grupos de produtos, as maiores quotas da
Alemanha, face às nossas importações globais, incidiram nos grupos “Material
de transporte terrestre e partes” (24,7%), “Máquinas, aparelhos e partes”
(22,8%), “Químicos” (17,1%), “Produtos acabados diversos” (11,9%),
“Minérios e metais” e “Aeronaves, embarcações e partes” (9,7%
cada).
Em quadros anexos podem observar-se as principais
importações e exportações efectuadas no período de Janeiro a Outubro de 2019, por
grupos de produtos, desagregadas a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada,
com uma representatividade por grupo superior a 70% (Anexo 2 e Anexo 3).
3.4 – Exportações por grupos de produtos
No período
de Janeiro a Outubro de 2019 predominaram nas exportações para a Alemanha as
dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (27,1%) e “Material de
transporte terrestre e partes” (24,5%).
Seguiram-se as
de “Químicos” (12,0%), de “Produtos acabados diversos” (11,8%),
de “Têxteis e vestuário” (6,2%), de “Minérios e metais” (5,2%), de
“Calçado, peles e couros” (4,9%), de “Madeira, cortiça e papel” (4,7%),
de “Agro-alimentares” (3,4%), de “Energéticos” e de “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,1% cada).
As maiores quotas da Alemanha, face às exportações portuguesas
para o Mundo por grupos de produtos, couberam aos grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (23,6%), “Material de transporte terrestre e partes”
(19,7%), “Calçado, peles e couros” (16,0%), “Produtos acabados
diversos” (14,4%) e “Químicos” (11,4%).
Alcochete, 28 de Dezembro de 2019.
ANEXO-1
ANEXO-2
ANEXO-3