Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Outubro de 2019
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE), com última actualização em 10 de Dezembro de 2019, no período de Janeiro
a Outubro de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +3,0%, face ao
período homólogo de 2018 (+1480 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações
de +7,8% (+4852 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +4,0% (+1469 milhões de Euros), tendo as exportações para os países
terceiros crescido +0,1% (+11 milhões de Euros), após teram registado decréscimos
desde Janeiro-Junho. Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes
dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +8,9% (+4200 milhões de
Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +4,2% (+653
milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+24,3%, ao situar-se em -17276 milhões de Euros (um acréscimo de 3372 milhões
de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com aumentos de 2730 milhões no
comércio intracomunitário e de 642 milhões no extracomunitário). Em termos
globais, neste período o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações desceu de 77,8%, em 2018, para 74,4%, em 2019.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no
valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança
Comercial. No período em análise, o valor médio unitário de importação do
petróleo em 2019 desceu, face ao mesmo período em 2018, de 452 Euros/Ton e 431
Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (12,1% e 11,5%
do total das importações respectivamente em 2018 e 2019, e 7,0% e 5,7% na
vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
sobe, em 2019, de 74,4% para 79,2%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro-Outubro de 2019, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 76,8% do total (76,2% no ano anterior), cresceram
em valor +4,0%, contribuindo com +3,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de crescimento global de +3,0%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,2% do total em
2019 (23,8% em 2018), praticamente que estabilizaram entre os dois anos.
Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,7%), a França (13,1%), a Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,0%), a Itália
(4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%), a Polónia (1,3%),
o Brasil e as Provisões de Bordo Extra-EU (1,2% cada), Marrocos e Canadá (1,1%
cada), destinos que representaram 79,7% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma
quebra em valor nas exportações de –18,6% em 2019, no período em análise (-237,5
milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos grupos de produtos.
As
maiores descidas incidiram nos
grupos “Agro-alimentares” (‑81,0 milhões
de Euros), “Químicos” (‑56,2 milhões),
“Máquinas, aparelhos e partes” (-38,5
milhões) e “Produtos acabados diversos”
(‑26,4 milhões de Euros).
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’
das exportações no período em análise (+3,0%), couberam à França (+0,8 p.p.), Alemanha
(+0,7 p.p.), ao Canadá (+0,6 p.p.) e à Itália (+0,5 p.p.).
O maior contributo
negativo coube a Angola (-0,5 p.p.).
Os maiores acréscimos, em Euros,
nas expedições para o espaço comunitário
no período de Janeiro a Outubro de 2019, em termos homólogos, verificaram-se em
França, na Alemanha e em Itália, seguidos dos Países Baixos, da Irlanda, da Grécia,
da Bélgica, de Espanha, da Roménia, da Eslovénia, da Polónia, da Finlândia, da
Eslováquia e da República Checa. Os maiores
decréscimos couberam à Lituânia, Áustria, Reino Unido e Suécia.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram
com o Canadá, seguido do Egipto, Turquia, EUA, Provisões de Bordo, Suíça, Cabo
Verde, Noruega, Emiratos, México e Moçambique.
Os maiores decréscimos couberam a
Angola e à Tunísia, seguidos da China, Argentina, Brasil, Gibraltar, Argélia, Austrália,
Marrocos e Chile.
3.2 - Importações
De Janeiro
a Outubro de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 76,2% do total (75,4% em 2018), registaram um acréscimo de +8,9% e
contribuíram com +6,7 p.p. para uma taxa de crescimento global de +7,8%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +4,2%,
representando 23,8% do total em 2019 (24,6% em 2018), com um contributo para o
crescimento global de +1,0 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações no período em análise, em 2019, foram a
Espanha (30,1%), a Alemanha (13,3%) e a França (9,9%). Seguiram-se a Itália (5,1%),
os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,7%),
os EUA (1,9%), a Rússia e Angola (1,5% cada), países que representaram no seu
conjunto 77,7% das importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros dez
meses de 2019 (+7,8%) destacam-se a França (+3,1 p.p.), a Espanha (+1,1 p.p.), a
China (+0,9 p.p.), a Alemanha (+0,6 p.p.), a Bélgica (+0,5 p.p.), Angola e o Reino
Unido (+0,4 p.p. cada), a Índia os EUA e a Polónia (+0,3 p.p. cada), a Arábia
Saudita (+0,2 p.p.) e a Hungria (+0,1 p.p.).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,8 p.p.), à Guiné
Equatorial (-0,4 p.p.), ao Azerbaijão (-0,2 p.p.) e à Rússia e Brasil (-0,1
p.p. cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+1285 milhões de Euros) e aos
EUA (+1259 milhões). Seguiram-se o Canadá (+466 milhões), Marrocos (+391
milhões) e a Suíça (+299 milhões). O maior défice, a grande distância
dos restantes, pertenceu a Espanha (-7914 milhões de Euros), seguido dos da
Alemanha (‑2911 milhões), da China (-2006 milhões), dos Países Baixos (-1350
milhões) e da Itália (‑1172 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de
mercadorias no período de Janeiro a Outubro de 2019, representando 81,8% do
total, foram “Material de transporte
terrestre e partes” (15,0% e TVH +12,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,9% do total e TVH +0,2%), “Químicos”
(12,7% e TVH +6,9%), “Agro-alimentares”
(12,0% e TVH +2,8%), “Produtos acabados
diversos” (9,8% e TVH +7,8%), “Minérios
e metais” (9,4% e TVH -0,9%) e “Têxteis e vestuário” (9,0% e TVH (‑0,5%). O maior
contributo para o acréscimo global de +1480 milhões de Euros, face ao ano
anterior, coube ao grupo “Material de
transporte terrestre e partes”, com +852 milhões de Euros, seguido dos
grupos “Químicos” (+411 milhões), “Produtos acabados diversos” (+355
milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+297 milhões de Euros).
As
exportações decresceram em quatro dos grupos, com destaque para os “Energéticos” (‑573 milhões de Euros).
5.2 – Importações
De Janeiro
a Outubro de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações,
representando 71,7% do total, foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,7%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +9,5%), “Químicos” (16,1% do total e TVH +6,2%),
“Agro-alimentares” (14,1% e TVH +3,0%),
“Material de transporte terrestre e
partes” (12,3% e TVH +7,1%) e “Energéticos”
(11,5% e TVH +1,6%).
À
excepção do grupo “Minérios e metais”,
em que se registou uma quebra -3 milhões de Euros, em todos restantes se
verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos,
em Euros, nos grupos “Aeronaves,
embarcações e partes” (+1845 milhões), “Máquinas,
aparelhos e partes” (+1036 milhões), “Químicos”
(+632 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+548
milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2019 a primeira posição em 7 dos 11
grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos”
(3ª posição depois dos EUA e Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, da Alemanha
e dos Países Baixos), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, antecedida pelo
Canadá, Brasil, França, Reino Unido e Finlândia).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,1%), a
Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,0%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%) e a Polónia (1,3%). Estes
dez países cobriram 75,1% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez
dos onze grupos de produtos, com 30,1% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a
França (9,9%), a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a
Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,7%), os EUA (1,9%) e a Rússia (1,5%).
Estes dez
países cobriram 76,1% das importações totais.
Alcochete, 12 de Dezembro de 2019.
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