quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Série Mensal - Jan-Out 2019 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Outubro de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 10 de Dezembro de 2019, no período de Janeiro a Outubro de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +3,0%, face ao período homólogo de 2018 (+1480 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +7,8% (+4852 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +4,0% (+1469 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros crescido +0,1% (+11 milhões de Euros), após teram registado decréscimos desde Janeiro-Junho. Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +8,9% (+4200 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +4,2% (+653 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +24,3%, ao situar-se em -17276 milhões de Euros (um acréscimo de 3372 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com aumentos de 2730 milhões no comércio intracomunitário e de 642 milhões no extracomunitário). Em termos globais, neste período o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 77,8%, em 2018, para 74,4%, em 2019.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. No período em análise, o valor médio unitário de importação do petróleo em 2019 desceu, face ao mesmo período em 2018, de 452 Euros/Ton e 431 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (12,1% e 11,5% do total das importações respectivamente em 2018 e 2019, e 7,0% e 5,7% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 74,4% para 79,2%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro-Outubro de 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,8% do total (76,2% no ano anterior), cresceram em valor +4,0%, contribuindo com +3,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +3,0%.
As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,2% do total em 2019 (23,8% em 2018), praticamente que estabilizaram entre os dois anos.

Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,7%), a França (13,1%), a Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,0%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%), a Polónia (1,3%), o Brasil e as Provisões de Bordo Extra-EU (1,2% cada), Marrocos e Canadá (1,1% cada), destinos que representaram 79,7% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –18,6% em 2019, no período em análise (-237,5 milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos grupos de produtos.
As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑81,0 milhões de Euros), “Químicos” (‑56,2 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-38,5 milhões) e “Produtos acabados diversos” (‑26,4 milhões de Euros). 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+3,0%), couberam à França (+0,8 p.p.), Alemanha (+0,7 p.p.), ao Canadá (+0,6 p.p.) e à Itália (+0,5 p.p.).
O maior contributo negativo coube a Angola (-0,5 p.p.).

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período de Janeiro a Outubro de 2019, em termos homólogos, verificaram-se em França, na Alemanha e em Itália, seguidos dos Países Baixos, da Irlanda, da Grécia, da Bélgica, de Espanha, da Roménia, da Eslovénia, da Polónia, da Finlândia, da Eslováquia e da República Checa. Os maiores decréscimos couberam à Lituânia, Áustria, Reino Unido e Suécia.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram com o Canadá, seguido do Egipto, Turquia, EUA, Provisões de Bordo, Suíça, Cabo Verde, Noruega, Emiratos, México e Moçambique.
Os maiores decréscimos couberam a Angola e à Tunísia, seguidos da China, Argentina, Brasil, Gibraltar, Argélia, Austrália, Marrocos e Chile.

3.2 - Importações
De Janeiro a Outubro de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,2% do total (75,4% em 2018), registaram um acréscimo de +8,9% e contribuíram com +6,7 p.p. para uma taxa de crescimento global de +7,8%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +4,2%, representando 23,8% do total em 2019 (24,6% em 2018), com um contributo para o crescimento global de +1,0 p.p..
Os principais mercados de origem das importações no período em análise, em 2019, foram a Espanha (30,1%), a Alemanha (13,3%) e a França (9,9%). Seguiram-se a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,7%), os EUA (1,9%), a Rússia e Angola (1,5% cada), países que representaram no seu conjunto 77,7% das importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros dez meses de 2019 (+7,8%) destacam-se a França (+3,1 p.p.), a Espanha (+1,1 p.p.), a China (+0,9 p.p.), a Alemanha (+0,6 p.p.), a Bélgica (+0,5 p.p.), Angola e o Reino Unido (+0,4 p.p. cada), a Índia os EUA e a Polónia (+0,3 p.p. cada), a Arábia Saudita (+0,2 p.p.) e a Hungria (+0,1 p.p.). 

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,8 p.p.), à Guiné Equatorial (-0,4 p.p.), ao Azerbaijão (-0,2 p.p.) e à Rússia e Brasil (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+1285 milhões de Euros) e aos EUA (+1259 milhões). Seguiram-se o Canadá (+466 milhões), Marrocos (+391 milhões) e a Suíça (+299 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-7914 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2911 milhões), da China (-2006 milhões), dos Países Baixos (-1350 milhões) e da Itália (‑1172 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias no período de Janeiro a Outubro de 2019, representando 81,8% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,0% e TVH +12,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,9% do total e TVH +0,2%),  “Químicos” (12,7% e TVH +6,9%), “Agro-alimentares” (12,0% e TVH +2,8%), “Produtos acabados diversos” (9,8% e TVH +7,8%), “Minérios e metais” (9,4% e TVH -0,9%) e “Têxteis e vestuário” (9,0% e TVH (‑0,5%). O maior contributo para o acréscimo global de +1480 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”, com +852 milhões de Euros, seguido dos grupos “Químicos” (+411 milhões), “Produtos acabados diversos” (+355 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+297 milhões de Euros).
As exportações decresceram em quatro dos grupos, com destaque para os “Energéticos” (‑573 milhões de Euros).

5.2 – Importações
De Janeiro a Outubro de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,7% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,7%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +9,5%), “Químicos” (16,1% do total e TVH +6,2%), “Agro-alimentares” (14,1% e TVH +3,0%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e TVH +7,1%) e “Energéticos” (11,5% e TVH +1,6%).
À excepção do grupo “Minérios e metais”, em que se registou uma quebra -3 milhões de Euros, em todos restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+1845 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+1036 milhões), “Químicos” (+632 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+548 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2019 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição depois dos EUA e Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, da Alemanha e dos Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, antecedida pelo Canadá, Brasil, França, Reino Unido e Finlândia).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,1%), a Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,0%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%) e a Polónia (1,3%). Estes dez países cobriram 75,1% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 30,1% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a França (9,9%), a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,7%), os EUA (1,9%) e a Rússia (1,5%).
Estes dez países cobriram 76,1% das importações totais.

Alcochete, 12 de Dezembro de 2019.


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