quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Comércio Portugal-França (2014-2018 e Jan-Out 2018-2019)


Comércio internacional de mercadorias
de Portugal com a França
2014-2018
Janeiro-Outubro 2018-2019

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1 – Nota introdutória
A França encontra-se entre os principais parceiros comerciais de Portugal, tendo sido em 2018 o 3º maior mercado de origem das importações, com 7,6% do total, precedida da Espanha (31,4%) e da Alemanha (13,8%), e o 2º principal mercado de destino, com 12,7% do total da exportação, depois da Espanha (25,4%).
Em 1985, ano anterior à adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), o peso da França nas importações e nas exportações globais era respectivamente de 8,0% e 12,7%, praticamente os mesmos níveis que deteve em 2018 (7,6% e 12,7%).
Em termos de ritmo de ‘crescimento’ em valor, enquanto que as exportações tiveram um comportamento sustentadamente crescente desde então até 2018, as importações cresceram até 2000, a que se seguiu um comportamento algo irregular até 2008, uma descida significativa depois até 2012, e uma recuperação do crescimento até 2018.

Após um breve relance sobre a evolução do comércio externo de França no quinquénio 2014-2018, com base em dados de fonte EUROSTAT, vai-se analisar a evolução das chegadas e das expedições de mercadorias (que designaremos por importações e exportações) ao longo dos últimos cinco anos (2014-2018) e período de Janeiro a Outubro de 2018-2019, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), definitivos para os anos de 2014 a 2017, provisórios para 2018 e preliminares para o período em análise de 2019, com última actualização em 10 de Dezembro de 2019.
Os produtos transaccionados, foram agregados em 11 grupos de produtos, cujo conteúdo, em termos de Nomenclatura Combinada, se encontra definido em quadro anexo (Anexo-1).
2 – Alguns dados sobre o comércio externo francês
2.1 – Balança Comercial da França
De acordo com os dados disponíveis, entre 2014 e 2018 a Balança Comercial de mercadorias de França foi deficitária, com saldos compreendidos entre -76 e -58 mil milhões de Euros.
As quotas de Portugal nas importações e exportações francesas, que em 2014 representaram 1,0% em cada uma das vertentes, subiram em 2018 respectivamente para 1,2% e 1,1%.

2.2 – Importações em França por grupos de produtos
Em 2018, face ao ano anterior, as importações francesas cresceram +3,7%. As principais importações, por grupos de produtos (conteúdo definido no Anexo-1), incidiram em “Máquinas, aparelhos e partes” (21,3% do Total), “Químicos” (15,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,2%), “Energéticos” (11,0%), “Agro-alimentares” (9,9%), “Minérios e metais” (8,8%) e “Produtos acabados diversos” (8,6%).
As maiores quotas de Portugal ocorreram nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (3,5% do total do grupo), “Calçado, peles e couros” (3,3%), “Material de transporte terrestre e partes” e “Têxteis e vestuário” (2,1% cada) e “Produtos acabados diversos” (1,9%).

2.3 – Exportações da França por grupos de produtos
Por sua vez, em 2018, face ao ano anterior, as exportações cresceram +4,0%, tendo Portugal contribuído com uma quota de 1,2%.
As principais exportações couberam aos grupos de produtos “Químicos” (20,8% do Total), “Máquinas, aparelhos e partes” (19,3%), “Agro-alimentares” (12,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (9,6%).
As maiores quotas de Portugal incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (2,2% do total do grupo), “Têxteis e vestuário” (2,0%) e “Madeira, cortiça e papel” (1,6%).

2.4 – Mercados das importações e exportações francesas
Em 2018 tiveram origem no espaço intracomunitário 69,0% das importações francesas de mercadorias.
Os principais fornecedores foram a Alemanha (18,3%) a Bélgica (10,3%), os Países Baixos (8,2%), a Itália (8,1%) e a Espanha (7,2%).
Portugal ocupou a 15ª posição no ranking (1,2%), precedido, no âmbito comunitário, do Reino Unido (4,1%), da Polónia (2,0%), da República Checa (1,4%) e da Suécia (1,3%), com idêntica quota da Turquia, da Irlanda e da Áustria (1,2%).
Entre os países terceiros predominou a China (5,2%), seguida dos EUA (5,0%), Suíça (2,9%) e Rússia (1,7%).
No mesmo ano, as exportações Intra-UE representaram 59,0% do Total, ocupando também aqui a Alemanha a primeira posição, seguida da Espanha (7,8%), da Itália (7,4%), da Bélgica (7,1%) e do Reino Unido (6,7%).
Portugal ocupou a 16ª posição, com idêntica quota da Rússia e da Argélia (1,1%), precedido dos parceiros comunitários Países Baixos (3,6%) e Polónia (2,0%).
Entre os países terceiros os EUA foram o principal destino (7,2%), seguido da China (4,2%) e da Suíça (3,3%).

3 – Comércio de Portugal com a França
3.1 – Evolução do peso da França nas importações
         e nas exportações globais
As trocas comerciais de Portugal com a França cresceram a partir da adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1986, atingindo as exportações 15,8% do Total em 1987 e as importações 12,9% de 1992 a 1994. A partir de então tornaram-se tendencialmente decrescentes, atingindo-se as quotas mais baixas das exportações em 2013, com 11,6% e das importações em 2012, com 6,6%. Nos anos seguintes inverteu-se essa tendência, tendo as exportações atingido 12,7% em 2018 e as importações 7,6%.

Entre 2014 e 2018 o peso das importações cresceu de 7,1% para 7,6% e o das exportações de 11,8% para 12,7%. Nos primeiros dez meses de 2019, face ao período homólogo do ano anterior, registou-se um aumento significativo no peso das importações, 9,9%, tendo as exportações representado 13,1%.

3.2 – Balança Comercial Portugal-França
Ao longo do último quinquénio a Balança Comercial de mercadorias de Portugal com a França foi favorável a Portugal, tendo o maior saldo ocorrido em 2017 (+1,8 mil milhões de Euros), com um elevado grau de cobertura das importações pelas exportações (135,3%).

Mas no período de Janeiro a Outubro de 2019, na sequência de um crescimento acentuado das importações (+41,8%), a Balança tornou-se já deficitária (-93 milhões de Euros), tendo descido o grau de cobertura para 98,6%.

3.3 – Importações por grupos de produtos
Nos primeiros dez meses de 2019, os grupos de produtos dominantes nas importações foram “Aeronaves, embarcações e partes” (27,7%) e “Material de transporte terrestre e partes” (22,0%). Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (11,8%), “Químicos” (10,5%) e “Agro-alimentares” (9,4%). 

Por grupos de produtos, as maiores quotas de França, face às nossas importações globais, incidiram nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (75,0%) e “Material de transporte terrestre e partes” (17,6%). O forte acréscimo verificado nas importações do primeiro destes grupos centrou-se na aquisição de balões, planadores e asas delta.
Em quadros anexos podem observar-se as principais importações e exportações efectuadas no período de Janeiro a Outubro de 2019, por grupos de produtos, desagregadas a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada, com uma representatividade por grupo superior a 70% (Anexo 2 e Anexo 3).
3.4 – Exportações por grupos de produtos
No período de Janeiro a Outubro de 2019 predominaram as exportações de “Material de transporte terrestre e partes” (20,8%), a que se seguiram as dos grupos “Produtos acabados diversos” (14,7%), “Minérios e metais” (11,2%), “Máquinas, aparelhos e partes” (11,1%), “Químicos” (9,4%), “Agro-alimentares” e “Têxteis e vestuário” (8,9% cada), “Madeira, cortiça e papel” (7,0%) e “Calçado, peles e couros” (5,9%).

Por fim, com pesos bastante inferiores, os grupos “Energéticos” (1,5%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7%).
As maiores quotas da França, por grupos de produtos, face às exportações portuguesas para o Mundo, couberam aos grupos “Calçado, peles e couros” (21,1%), “Produtos acabados diversos” (19,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (18,1%), “Minérios e metais” (15,5%), “Têxteis e vestuário” (12,9%), “Madeira, cortiça e papel” (12,1%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (10,5%).


Alcochete, 19 de Dezembro de 2019.

ANEXO-1

ANEXO-2


ANEXO-3






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