domingo, 29 de dezembro de 2019

Comércio Portugal-Alemanha (2014-2018 e Jan-Out 2018-2019)


Comércio internacional de mercadorias
de Portugal com a Alemanha
2014-2018
Janeiro-Outubro 2018-2019

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1 – Nota introdutória
A Alemanha encontra-se entre os três principais parceiros comerciais de Portugal, tendo sido em 2018 o 2º maior mercado de origem das importações, com 13,9% do total, precedida da Espanha (31,4%), e o 3º principal mercado de destino, com 11,4% do total das exportações, depois da Espanha (25,4%) e da França (12,7%).
Em 1985, ano anterior à adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), o peso da Alemanha nas importações e nas exportações globais era respectivamente de 11,5% e 13,7%, pesos que em 2018 praticamente se inverteram, 13, 8% e 11,5%.
O peso das exportações no Total aumentou sustentadamente de 1985 a 1995, ano em que atingiu 21,5%, decrescendo a partir de então até se situar entre 11-12% nos últimos cinco anos.
Em termos de ritmo de ‘crescimento’ em valor, enquanto que as exportações mantiveram um crescimento sustentado deste então até 2018, as importações, após terem aumentado sucessivamente até 2008, registram um decréscimo até 2012, para recuperarem a partir daí o ritmo de crescimento.


Após uma breve análise da evolução do comércio externo da Alemanha no período de 2014 a 2018, com maior pormenor nos dois últimos anos, a partir de dados de fonte Eurostat, analisa-se a evolução das chegadas e das expedições de mercadorias (que designaremos aqui por importações e exportações) ao longo dos últimos cinco anos (2014-2018) e período de Janeiro a Outubro de 2018-2019, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), definitivos para os anos de 2014 a 2017, provisórios para 2018 e preliminares para o período em análise de 2019, com última actualização em 10 de Dezembro de 2019.
Para a análise por produtos, estes foram agregados em 11 grupos, cujo conteúdo, em termos de Nomenclatura Combinada, se encontra definido em quadro anexo (Anexo-1).
2 – Alguns dados sobre o comércio externo alemão
2.1 – Balança Comercial da Alemanha
A Balança Comercial de mercadorias alemã é ‘superavitária’, com saldos superiores a 200 mil milhões de Euros entre 2014 e 2018.
De acordo com os dados disponíveis, as quotas de Portugal nas importações alemãs mantiveram-se em 0,6% ao longo destes cinco anos tendo a das exportações subido de 0,6% para 0,7% em 2016 e 2017 e para 0,8% em 2018.

2.2 – Importações na Alemanha por grupos de produtos
Em 2018, face ao ano anterior, as importações alemãs cresceram +5,6%. As principais importações, por grupos de produtos, incidiram em “Máquinas, aparelhos e partes” (25,2% do Total), “Químicos” (17,0%), “Minérios e metais” (11,0%) e “Material de transporte terrestre e partes” (10,9%).
Seguiram-se os grupos “Energéticos” (9,0%), “Agro-alimentares” e “Produtos acabados diversos” (8,5% cada), “Têxteis e vestuário” (4,4%), “Madeira, cortiça e papel” (2,6%), “Aeronaves, embarcações e partes” (1,6%) e “Calçado, peles e couros” (1,5%).
No mesmo ano, as maiores quotas de Portugal ocorreram nos grupos “Calçado, peles e couros” (2,5% do total do grupo), “Madeira, cortiça e papel” (1,7%), “Têxteis e vestuário” (1,0%), “Produtos acabados diversos” (0,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,8%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (0,7%).

2.3 – Exportações da Alemanha por grupos de produtos
Em 2018, face ao ano anterior, as exportações alemãs cresceram +3,0%, tendo Portugal contribuído com uma quota de 0,8%.

As principais exportações alemãs couberam aos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (28,0%), “Químicos” (18,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (17,8%), “Produtos acabados diversos” (9,2%), “Minérios e metais” (8,7%) e “Agro-alimentares” (5,6%).
As maiores quotas de Portugal incidiram nos grupos “Calçado, peles e partes” (1,1% do total do grupo), “Têxteis e vestuário”, “Máquinas, aparelhos e partes” e “Material de transporte terrestre e partes” (0,9% cada), “Aeronaves, embarcações e partes” e “Químicos” (0,8% cada), e “Agro-alimentares” (0,7%).
2.4 – Mercados das importações e exportações alemãs
Em 2018 tiveram origem no espaço intracomunitário 66,4% das importações alemãs de mercadorias. 
Os principais fornecedores foram os Países Baixos (14,1%), tudo indicando tratar-se em sua grande parte de mercadorias entradas em livre prática na EU através do porto de Roterdão, a Bélgica (6,1%), a Itália e a Polónia (5,5%), a República Checa (4,8%), a Áustria (4,3%), o Reino Unido (3,7%) e a Espanha (3,0%). 
Portugal contribuiu com apenas 0,6% do Total, ocupando no conjunto dos fornecedores intra e extra-comunitários, a 32ª posição.
Entre os países terceiros evidenciou-se a China (6,9% do Total), o segundo fornecedor em termos globais, seguida dos EUA (4,5%), da Suíça (3,9%), da Rússia (3,0%), da Hungria (2,5%), da Eslováquia (1,6%),do Japão e Suécia (1,5% cada), da Roménia (1,4%), da Turquia (1,3% e da Noruega (1,0%).
Em 2018, as exportações alemãs para o espaço Intra-UE representaram 59,0% do Total, ocupando a França a primeira posição entre os parceiros comunitários (8,0%).
Seguiram-se os Países Baixos (6,9%), o Reino Unido (6,2%), a Itália (5,3%), a Áustria (4,9%), a Polónia (4,8%), a Bélgica e a República Checa (3,4% cada), a Espanha (3,3%), a Hungria e Suécia (2,0% cada), a Dinamarca (1,5%), a Roménia (1,2% e a Eslováquia (1,1%).
Portugal foi o destino de 0,8% das exportações alemãs, ocupando a 28ª posição em termos globais.

Entre os países terceiros, e também em termos globais, os EUA foram o principal destino das exportações alemãs (8,7%), Seguiram-se a China (7,1%), a Suíça (4,1%), a Rússia (2,0%), o Japão (1,6%), a Turquia (1,5%), a Coreia do Sul (1,3%), o México (1,1%), a Índia (0,9%) e o Canadá e Austrália (0,8% cada).

3 – Comércio de Portugal com a Alemanha
3.1 – Evolução do peso da Alemanha nas importações
         e nas exportações globais portuguesas
O peso das trocas comerciais de Portugal com a Alemanha face ao Total, cresceu a partir da adesão de Portugal à CEE, em 1986. O peso da Alemanha no total das importações, após um crescimento no ano da adesão de 11,5% para 14,2%, manteve-se numa faixa de 14-15% até 2010, decresceu até 11,4% em 2013, para depois crescer sustentadamente até 2018, quando atingiu 13,8%.

Por sua vez o peso do país no total das exportações subiu vigorosamente até 1995, com 21,3%, tendo decrescido acentuadamente até 2005, ano em que se situou em 12,5%. A partir de então e até 2011, manteve-se em torno de 13%, e após uma queda para 11,6%, em 2013, manteve praticamente este nível até 2018. 

Nos primeiros dez meses de 2019, face ao período homólogo do ano anterior, o peso das importações decresceu de 13,7% para 13,3%, tendo o das exportações aumentado de 11,7% para 12,1%.


3.2 – Balança Comercial de Portugal com a Alemanha
A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com a Alemanha é deficitária, com défices sucessivamente crescentes de 2014 a 2018, ano em que atingiu -3,7 mil milhões de Euros.
Nos primeiros 10 meses de 2019, o défice situava-se em -2,9 mil milhões de Euros.
As importações cresceram em valor de 2014 a 2018 a um ritmo acentuado, atingindo 143,1% do nível que detinham em 2014.
Por sua vez as exportações, no mesmo período, aumentaram 118,6%.


3.3 – Importações por grupos de produtos
Nos primeiros dez meses de 2019, os grupos de produtos dominantes nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (30,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (22,9%) e “Químicos” (20,7%).
Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (6,2%), “Minérios e metais” (5,9%), “Produtos acabados diversos” (5,2%), “Têxteis e vestuário” (3,1%), “Aeronaves, embarcações e partes” (2,7%), “Madeira, cortiça e papel” (1,6%), “Calçado, peles e couros” (1,2%) e “Energéticos” (0,2%).

Por grupos de produtos, as maiores quotas da Alemanha, face às nossas importações globais, incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (24,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (22,8%), “Químicos” (17,1%), “Produtos acabados diversos” (11,9%), “Minérios e metais” e “Aeronaves, embarcações e partes” (9,7% cada).
Em quadros anexos podem observar-se as principais importações e exportações efectuadas no período de Janeiro a Outubro de 2019, por grupos de produtos, desagregadas a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada, com uma representatividade por grupo superior a 70% (Anexo 2 e Anexo 3).
3.4 – Exportações por grupos de produtos
No período de Janeiro a Outubro de 2019 predominaram nas exportações para a Alemanha as dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (27,1%) e “Material de transporte terrestre e partes” (24,5%).
Seguiram-se as de “Químicos” (12,0%), de “Produtos acabados diversos” (11,8%), de “Têxteis e vestuário” (6,2%), de “Minérios e metais” (5,2%), de “Calçado, peles e couros” (4,9%), de “Madeira, cortiça e papel” (4,7%), de “Agro-alimentares” (3,4%), de “Energéticos” e de “Aeronaves, embarcações e partes” (0,1% cada).

As maiores quotas da Alemanha, face às exportações portuguesas para o Mundo por grupos de produtos, couberam aos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (23,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (19,7%), “Calçado, peles e couros” (16,0%), “Produtos acabados diversos” (14,4%) e “Químicos” (11,4%).

Alcochete, 28 de Dezembro de 2019.
ANEXO-1

ANEXO-2


ANEXO-3




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