Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Abril de 2019
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 7 de Junho de 2019, no período de
Janeiro a Abril de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +4,4% face
a 2018 (+837 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +12,2%
(+2926 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +5,5% (+811 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os
países terceiros cresceram +0,6% (+27 milhões de Euros), o primeiro
acréscimo em termos homólogos desde Janeiro-Março
de 2018. Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos
parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +11,6% (+2129 milhões de Euros),
com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +14,2% (+797
milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+43,4%, ao situar-se em -6898 milhões de Euros (um acréscimo de 2088 milhões de
Euros face ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 1318 milhões no
comércio intracomunitário e de 770 milhões no extracomunitário). Em termos globais,
o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,9%,
em 2018, para 74,4%, em 2019.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no
valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança
Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos primeiros três
meses de 2018 se situou em 418 Euros/Ton, desceu para 393 Euros/Ton em 2019.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,3% e 5,5%
do total no período de Janeiro a Abril de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 74,4% para 79,2%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro-Abril de 2019, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 77,6% do total (76,8% no ano anterior), cresceram
em valor +5,5%, contribuindo com +4,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de crescimento global de +4,4%. As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 22,4% do total em 2019
(23,2% em 2018), registaram um acréscimo em valor de +0,6% (o primeiro
acréscimo em termos homólogos desde Janeiro-Março de 2018), contribuindo com
+0,1 p.p. para o crescimento global.
Os
principais mercados de destino foram a Espanha (24,9%), a França (13,1%), a Alemanha
(12,2%), o Reino Unido (6,2%), os EUA e a Itália (4,8% cada), os Países Baixos
(3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,9%), a Polónia (1,4%), o Brasil e Marrocos
(1,2% cada), a Suíça (1,1%), e as Provisões de Bordo Extra-UE (1,0%), destinos que
representaram 80,2% do total.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor de –17,0% em 2019 no período em análise (-79,8 milhões de Euros),
envolvendo oito dos onze grupos de produtos. As descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares”
(‑45,1 milhões de Euros), “Químicos”
(‑21,3 milhões), “Produtos acabados
diversos” (-8,1 milhões), “Máquinas,
aparelhos e partes” (-3,1 milhões), “Madeira,
cortiça e papel” (-2,7 milhões), “Material
de transporte terrestre e partes” (-2,4 milhões), “Energéticos” (-2,3 milhões)
e “Calçado, peles e couros” (-1,1 milhões de Euros).
Verificaram-se
acréscimos nos grupos “Minérios e metais” (+5,6 milhões de Euros),
seguido de “Aeronaves, embarcações e partes”
(+576 mil Euros) e “Têxteis e vestuário”
(+61 mil Euros).
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’
das exportações no período em análise (+4,4%), couberam à Itália (+1,0 p.p.), à
Alemanha (+0,9 p.p.), à Espanha (+0,8 p.p.), à Turquia (+0,4 p.p.), ao Canadá,
França, Finlândia e Países Baixos (0,3 p.p. cada) e aos EUA e Suíça (+0,2 p,p.
cada). Os maiores contributos negativos
pertenceram a Angola (-0,4 p.p.), ao Brasil (-0,3 p.p.), à Bélgica (‑0,2 p.p.)
e à Argélia e aos Países Baixos (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período Janeiro-Abril
de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Itália, Alemanha e Espanha, seguidos
dos de França, Finlândia e Países Baixos. Com menor expressão alinharam-se depois
a Eslovénia, a Polónia, a Grécia, a Eslováquia, as Provisões de Bordo, o Reino Unido e a Dinamarca. Os maiores decréscimos couberam à Bulgária,
Hungria, Bélgica e Suécia.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram
na Turquia, Canadá, Egipto, EUA e Suíça, seguidos das Provisões de Bordo
Extracomunitárias, Noruega, México, Emiratos, Singapura e Índia. Os maiores decréscimos couberam à Tunísia,
Angola e Brasil, seguidos de Gibraltar, Argentina, Argélia, Taiwan e Chile.
3.2 - Importações
De Janeiro
a Abril de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,2%
do total (76,6% em 2018), registaram um acréscimo de +11,6% e contribuíram com
+8,9 p.p. para uma taxa de crescimento global de +12,2%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +14,2%,
representando 23,8% do total em Janeiro-Abril de 2019 (23,4% em igual período
de 2018), com um contributo para o crescimento global de +3,3 p.p.. Os principais
mercados de origem das importações em Janeiro-Abril de 2019 foram a Espanha (29,9%),
a Alemanha (14,0%) e a França (9,9%). Seguiram-se os Países Baixos (4,9%), a
Itália (4,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,3%), os EUA (2,2%),
a Rússia (1,6%) e Angola (1,3%), países que representaram no seu conjunto 77,5%
das nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros quatro
meses de 2019 (+11,3%) destacam-se a França (+2,9 p.p.), a Espanha (+2,2 p.p.),
a Alemanha (+1,7 p.p.), a China (+1,0 p.p.) e os EUA (+0,9 p.p.), seguidos da
Bélgica e Angola (+0,5 p.p. cada), da Arábia Saudita e Rússia (+0,4 p.p. cada) e
dos Países Baixos, Turquia e Polónia (+0,2 p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,5 p.p.), ao Brasil
(-0,4 p.p.), à Guiné Equatorial e Azerbaijão (-0,2 p.p. cada) e à Suécia (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam ao Reino Unido (+621 milhões de Euros), aos EUA (+365 milhões), a
Marrocos (+173 milhões), ao Canadá (+150 milhões) e à Suíça (+128 milhões de
Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3065
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1330 milhões), da China (-741
milhões), dos Países Baixos (-542 milhões) e da Rússia (‑364 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de
mercadorias em Janeiro-Abril de 2019, representando 82,5% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes”
(16,1% e TVH +18,9%), “Máquinas,
aparelhos e partes” (13,6% do total e TVH -2,2%), “Químicos”
(12,5% e TVH +8,4%), “Agro-alimentares”
(11,8% e TVH +5,3%), “Produtos acabados
diversos” (9,7% e TVH +7,4%), “Minérios
e metais” (9,7% e TVH +3,6%) e “Têxteis
e vestuário” (9,1% e TVH +0,4%).
O maior
contributo para o acréscimo global de +837 milhões de Euros, face ao ano
anterior, coube ao grupo “Material de
transporte terrestre e partes”, com +512 milhões de Euros.
As
exportações registaram decréscimos em três dos onze grupos, com destaque para o
grupo “Energéticos” (-242 milhões de
Euros).
5.2 – Importações
Em Janeiro-Abril
de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,8% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,9%, com uma taxa de variação
homóloga em valor de +17,5%), “Químicos”
(16,5% do total e TVH +11,6%), “Agro-alimentares”
(13,4% e TVH +6,4%), “Material de
transporte terrestre e partes” (12,7% e TVH +6,1%) e “Energéticos” (11,3% e TVH +8,5%).
À
excepção do grupo “Calçado, peles e
couros”, em que se registou uma quebra (-19 milhões de Euros), em todos restantes
se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais
significativos, em Euros, nos grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (+721 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (+710 milhões) e “Químicos” (+460 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Abril de 2019 a primeira
posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 24,9% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição,
antecedida do Canadá, Brasil, Finlândia, França e Países Baixos).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,1%), a
Alemanha (12,2%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (4,8%), a Itália (4,8%), os
Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,9%) e a Polónia (1,4%). Estes
dez países cobriram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove
dos onze grupos de produtos, com 29,9% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas
e aparelhos” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França,
da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (14,0%), a
França (9,9%), os Países Baixos (4,9%), a Itália (4,8%), a China (3,5%), a
Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,3%), os EUA (2,2%) e a Rússia (1,6%).
Estes dez
países cobriram 76,2% das importações totais.
Alcochete, 8 de Junho de 2019.
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