sábado, 8 de junho de 2019

Série mensal - Jan-Abr 2019 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Abril de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 7 de Junho de 2019, no período de Janeiro a Abril de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +4,4% face a 2018 (+837 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +12,2% (+2926 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +5,5% (+811 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros cresceram +0,6% (+27 milhões de Euros), o primeiro acréscimo em termos homólogos  desde Janeiro-Março de 2018. Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +11,6% (+2129 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +14,2% (+797 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +43,4%, ao situar-se em -6898 milhões de Euros (um acréscimo de 2088 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 1318 milhões no comércio intracomunitário e de 770 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,9%, em 2018, para 74,4%, em 2019.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos primeiros três meses de 2018 se situou em 418 Euros/Ton, desceu para 393 Euros/Ton em 2019.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,3% e 5,5% do total no período de Janeiro a Abril de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 74,4% para 79,2%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro-Abril de 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 77,6% do total (76,8% no ano anterior), cresceram em valor +5,5%, contribuindo com +4,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +4,4%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 22,4% do total em 2019 (23,2% em 2018), registaram um acréscimo em valor de +0,6% (o primeiro acréscimo em termos homólogos desde Janeiro-Março de 2018), contribuindo com +0,1 p.p. para o crescimento global. 

Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,9%), a França (13,1%), a Alemanha (12,2%), o Reino Unido (6,2%), os EUA e a Itália (4,8% cada), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,9%), a Polónia (1,4%), o Brasil e Marrocos (1,2% cada), a Suíça (1,1%), e as Provisões de Bordo Extra-UE (1,0%), destinos que representaram 80,2% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –17,0% em 2019 no período em análise (-79,8 milhões de Euros), envolvendo oito dos onze grupos de produtos. As descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑45,1 milhões de Euros), “Químicos” (‑21,3 milhões), “Produtos acabados diversos” (-8,1 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-3,1 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-2,7 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,4 milhões), “Energéticos” (-2,3 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-1,1 milhões de Euros).
Verificaram-se acréscimos nos grupos “Minérios e metais” (+5,6 milhões de Euros), seguido de “Aeronaves, embarcações e partes” (+576 mil Euros) e “Têxteis e vestuário” (+61 mil Euros).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+4,4%), couberam à Itália (+1,0 p.p.), à Alemanha (+0,9 p.p.), à Espanha (+0,8 p.p.), à Turquia (+0,4 p.p.), ao Canadá, França, Finlândia e Países Baixos (0,3 p.p. cada) e aos EUA e Suíça (+0,2 p,p. cada). Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (-0,4 p.p.), ao Brasil (-0,3 p.p.), à Bélgica (‑0,2 p.p.) e à Argélia e aos Países Baixos (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período Janeiro-Abril de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Itália, Alemanha e Espanha, seguidos dos de França, Finlândia e Países Baixos. Com menor expressão alinharam-se depois a Eslovénia, a Polónia, a Grécia, a Eslováquia, as Provisões de Bordo,  o Reino Unido e a Dinamarca. Os maiores decréscimos couberam à Bulgária, Hungria, Bélgica e Suécia.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram na Turquia, Canadá, Egipto, EUA e Suíça, seguidos das Provisões de Bordo Extracomunitárias, Noruega, México, Emiratos, Singapura e Índia. Os maiores decréscimos couberam à Tunísia, Angola e Brasil, seguidos de Gibraltar, Argentina, Argélia, Taiwan e Chile.

3.2 - Importações
De Janeiro a Abril de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,2% do total (76,6% em 2018), registaram um acréscimo de +11,6% e contribuíram com +8,9 p.p. para uma taxa de crescimento global de +12,2%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +14,2%, representando 23,8% do total em Janeiro-Abril de 2019 (23,4% em igual período de 2018), com um contributo para o crescimento global de +3,3 p.p.. Os principais mercados de origem das importações em Janeiro-Abril de 2019 foram a Espanha (29,9%), a Alemanha (14,0%) e a França (9,9%). Seguiram-se os Países Baixos (4,9%), a Itália (4,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,3%), os EUA (2,2%), a Rússia (1,6%) e Angola (1,3%), países que representaram no seu conjunto 77,5% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros quatro meses de 2019 (+11,3%) destacam-se a França (+2,9 p.p.), a Espanha (+2,2 p.p.), a Alemanha (+1,7 p.p.), a China (+1,0 p.p.) e os EUA (+0,9 p.p.), seguidos da Bélgica e Angola (+0,5 p.p. cada), da Arábia Saudita e Rússia (+0,4 p.p. cada) e dos Países Baixos, Turquia e Polónia (+0,2 p.p. cada). 

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,5 p.p.), ao Brasil (-0,4 p.p.), à Guiné Equatorial e Azerbaijão (-0,2 p.p. cada) e à Suécia (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+621 milhões de Euros), aos EUA (+365 milhões), a Marrocos (+173 milhões), ao Canadá (+150 milhões) e à Suíça (+128 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3065 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1330 milhões), da China (-741 milhões), dos Países Baixos (-542 milhões) e da Rússia (‑364 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em Janeiro-Abril de 2019, representando 82,5% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (16,1% e TVH +18,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,6% do total e TVH -2,2%),  “Químicos” (12,5% e TVH +8,4%), “Agro-alimentares” (11,8% e TVH +5,3%), “Produtos acabados diversos” (9,7% e TVH +7,4%), “Minérios e metais” (9,7% e TVH +3,6%) e “Têxteis e vestuário” (9,1% e TVH +0,4%).
O maior contributo para o acréscimo global de +837 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”, com +512 milhões de Euros.
As exportações registaram decréscimos em três dos onze grupos, com destaque para o grupo “Energéticos” (-242 milhões de Euros).

5.2 – Importações
Em Janeiro-Abril de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,8% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,9%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +17,5%), “Químicos” (16,5% do total e TVH +11,6%), “Agro-alimentares” (13,4% e TVH +6,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e TVH +6,1%) e “Energéticos” (11,3% e TVH +8,5%).
À excepção do grupo “Calçado, peles e couros”, em que se registou uma quebra (-19 milhões de Euros), em todos restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+721 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (+710 milhões) e “Químicos” (+460 milhões). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Abril de 2019 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 24,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, antecedida do Canadá, Brasil, Finlândia, França e Países Baixos).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,1%), a Alemanha (12,2%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (4,8%), a Itália (4,8%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,9%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países cobriram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 29,9% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas e aparelhos” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (14,0%), a França (9,9%), os Países Baixos (4,9%), a Itália (4,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,3%), os EUA (2,2%) e a Rússia (1,6%).
Estes dez países cobriram 76,2% das importações totais.

Alcochete, 8 de Junho de 2019.




Sem comentários:

Enviar um comentário