domingo, 29 de setembro de 2019

Acréscimos e decréscimos das exportações e importações (Jan-Jun 2018-2019)


Acréscimos e decréscimos 
das Exportações e Importações de mercadorias
por produtos e mercados
(Janeiro a Junho de 2018-2019)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória
Neste trabalho pretende-se analisar onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos nas exportações e nas importações portuguesas, por produtos e por mercados, no 1º Semestre de 2019, face ao semestre homólogo de 2018.
São utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), provisórios para 2018 e preliminares para 2019, com última actualização em 09-09-2019.
2 – Balança Comercial
No período em análise as importações cresceram em valor+8,8% (+3285 milhões de Euros) e as exportações +3,0% (+883 milhões), com o défice a aumentar +30,2% e o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 78,7% para 74,5%.


Considerando a partição entre espaço Intra e Extra-UE(28), verifica-se que no espaço intra-comunitário, no mesmo período, as importações cresceram +9,0% face ao semestre homólogo do ano anterior (+2557 milhões de Euros) e as exportações +4,1% (+924 milhões), com o défice a aumentar 1634 milhões de Euros e o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 79,2/ para 75,7%.

Por sua vez, no espaço extra-comunitário, as importações cresceram +8,1% (+728 milhões de Euros) e as exportações decresceram -0,6% (-41 milhões de Euros), com o défice a aumentar +37,4% e o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 77,0% para 70,8%.


3 – Exportações de mercadorias

3.1 - Produtos
Os grupos de produtos com maior peso nas exportações portuguesas no 1º Semestre de 2019 (ver definição do conteúdo dos grupos em Anexo), foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,9% do Total), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,7%), “Químicos” (12,5%) e “Agro-alimentares” (11,7%).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7%), “Minérios e metais” (9,6%), “Têxteis e vestuário” (8,9%), “Madeira, cortiça e papel” (7,5%), “Energéticos”  (5,9%), “Calçado, peles e couros” (3,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,1%).

Numa análise da evolução em valor por grupos de produtos, verifica-se que os maiores acréscimos incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+624 milhões de Euros), e “Químicos” (+321 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (+157 milhões), “Agro-alimentares” (+140 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+136 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+87 milhões) e “Minérios e metais” (+2 milhões de Euros).

Os decréscimos ocorreram nos grupos “Energéticos” (-363 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (-105 milhões), “Calçado, peles e couros” (‑72 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-43 milhões de Euros).


Nas exportações para o espaço intra-comunitário verificaram-se acréscimos em valor em sete dos onze grupos de produtos, tendo incidido o maior deles no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+658 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (+180 milhões), “Agro-alimentares” (+129 milhões), “Químicos” (+106 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+60 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+37 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+25 milhões de Euros).

Os decréscimos couberam aos grupos “Calçado, peles e couros” (-83 milhões de Euros), “Energéticos” (-77 milhões), “Têxteis e vestuário” (-74 milhões) e “Minérios e metais” (-37 milhões de Euros).


Por sua vez, nas exportações para o espaço extra-comunitário registaram-se acréscimos também em sete dos grupos de produtos, o maior dos quais no grupo “Químicos” (+215 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+99 milhões), “Minérios e metais” (+40 milhões), “Têxteis e vestuário” (+31 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+27 milhões), “Calçado, peles e couros” (+11 milhões) e “Agro-alimentares” (também +11 milhões de Euros).



O maior decréscimo verificou-se nos “Energéticos” (-287 milhões de Euros), a que se seguiram as “Máquinas, aparelhos e partes” (-130 milhões), o “Material de transporte terrestre e partes” (-34 milhões) e os “Produtos acabados diversos” (-22 milhões).

No quadro seguinte pode observar-se a evolução das exportações, agora por grupos desagregados em Subgrupos de Produtos (ver definição em Anexo).


A um nível ainda mais fino encontram-se relacionados, nos dois quadros seguintes, os principais acréscimos e decréscimos em produtos definidos ao nível de quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-4) com valor superior a 10 milhões de Euros.



3.2 – Mercados
O acréscimo verificado nas exportações no 1º Semestre de 2019, face ao semestre homólogo do ano anterior (+883 milhões de Euros), correspondeu a um acréscimo nas importações com origem no espaço intra-comunitário (+924 milhões) e a um decréscimo no espaço extra-comunitário (-41 milhões de Euros).


Na figura seguinte encontram-se relacionados os mercados que registaram acréscimos e decréscimos superiores a 15 milhões de Euros no período em análise, mercados que representaram 87,7% na exportação total. Os principais acréscimos incidiram na Itália (+272 milhões de Euros), na Alemanha (+205 milhões), em França (169 milhões) e no Canadá (133 milhões de Euros). Por sua vez, os maiores decréscimos couberam a Angola (-135 milhões de Euros) e à Tunísia (-114 milhões).


4 – Importações de mercadorias

4.1 - Produtos
Os grupos de produtos com maior peso nas importações portuguesas no 1º Semestre de 2019, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,7%), “Químicos” (16,2%), “Agro-alimentares” (13,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,6%) e “Energéticos”  (11,5%). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,4%), “Produtos acabados diversos” (5,7%), “Têxteis e vestuário” (5,5%), “Aeronaves, embarcações e partes” (4,0%), “Madeira, cortiça e papel” (2,9%) e “Calçado, peles e couros” (2,0%).


Numa análise da evolução por grupos de produtos, verifica-se que o maior acréscimo incidiu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+1243 milhões de Euros), na sequência da importação de 13 aviões com mais de 15 Tons sem carga, com origem em França (3 aviões no 1º Semestre de 2018).

Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+689 milhões), “Químicos” (+489 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+241 milhões), “Produtos acabados diversos” (+164 milhões), “Energéticos” (+160 milhões), “Agro-alimentares” (+108 milhões), “Minérios e metais” (+100 milhões), “Têxteis e vestuário” (+94 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (+10 milhões).

O único decréscimo ocorreu no grupo “Calçado, peles e couros” (-13 milhões de Euros).

Nas importações com origem no espaço intra-comunitário verificaram-se acréscimos em nove dos onze grupos de produtos, tendo incidido o maior deles no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+1215 milhões de Euros).


Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+455 milhões),  “Químicos” (+256 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+187 milhões), “Agro-alimentares” (+154 milhões), “Produtos acabados diversos” (+116 milhões), “Minérios e metais” (+109 milhões), “Energéticos” (+65 milhões) e “Têxteis e vestuário” (+32 milhões de Euros).

Os decréscimos couberam aos grupos “Calçado, peles e couros” (-21 milhões de Euros) e “Madeira, cortiça e papel” (-10 milhões).   


Nas importações com origem no espaço extra-comunitário verificaram-se acréscimos em valor também em nove dos onze grupos de produtos, tendo incidido os maiores deles nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+235 milhões de Euros) e “Químicos” (+233 milhões). Seguiram-se os grupos “Energéticos” (+94 milhões), “Têxteis e vestuário” (+62 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+54 milhões), “Produtos acabados diversos” (+48 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+29 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+20 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+8 milhões de Euros).

Os decréscimos couberam aos grupos “Agro-alimentares” (-47 milhões de Euros) e “Minérios e metais” (-9 milhões).

No quadro seguinte pode observar-se a evolução das importações, agora por grupos desagregados em Subgrupos de Produtos.


A um nível ainda mais fino, encontram-se relacionados nos dois quadros seguintes os principais acréscimos e decréscimos de produtos definidos a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada, com valor superior a 10 milhões de Euros.



4.2 – Mercados
O acréscimo verificado nas importações portuguesas no 1º Semestre de 2019, face ao semestre homólogo do ano anterior (+3,3 mil milhões de Euros), correspondeu a acréscimos nas importações com origem no espaço comunitário (+2,6 mil milhões) e no espaço extra-comunitário (+728 milhões de Euros).


Na figura seguinte encontram-se relacionados os mercados que registaram acréscimos e decréscimos nas importações superiores a 20 milhões de Euros no período de Janeiro a Junho de 2019, face ao período homólogo do ano anterior, mercados que pesaram 91,6% no total.

O maior acréscimo incidiu em França (+1,3 mil milhões de Euros), na sequência da já referida importação de 13 aviões com mais de 15 Tons sem carga (3 aviões em 2018).

A grande distância seguiram-se a Alemanha (+361 milhões de Euros), a Espanha (+352 milhões) e a China (+339 milhões).

Com acréscimos ainda superiores a 100 milhões de Euros alinharam-se os EUA (+193 milhões, Bélgica (+139 milhões), a Nigéria (+133 milhões), a Arábia Saudita (+127 milhões),  a Argélia (+126 milhões), o Reino Unido (+109 milhões) e a Rússia (+103 milhões de Euros).

Com aumentos entra 40 e 100 milhões de Euros, seguiram-se a Polónia, a Turquia, os Camarões, o Qatar, a República Checa, a Hungria, a Bulgária, o Iraque, a Índia e a Dinamarca.

Por sua vez, os maiores decréscimos couberam ao Cazaquistão (-228 milhões de Euros) e à Guiné-Equatorial (-114 milhões).
Seguiram-se o Canadá (-80 milhões de Euros), o Brasil (-72 milhões), o Ghana (-65 milhões), o México (-65 milhões), os Países Baixos (-49 milhões) e o Gabão (-46 milhões de Euros).


(ver Anexo)



Alcochete, 1 de Outubro de 2019.





sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Exportação/Importação - níveis de intensidade tecnológica - 1º Sem 2019


Exportações e importações de
Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica
(2014-2018 e 1º Semestre 2018-2019)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória
A evolução do nível de intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais Transformados, a que corresponde um maior ou menor valor acrescentado, tem um reflexo directo na balança comercial de mercadorias, sendo na exportação um importante indicador de desenvolvimento industrial. Pretende-se neste trabalho analisar, a partir de dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período 2014-2018 e 1º Semestre de 2018-2019, com última actualização em 9/9/2019, a evolução do comércio internacional português destes produtos, na óptica do seu nível de intensidade tecnológica.
2 – Metodologia
Os níveis de intensidade tecnológica considerados neste trabalho são os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão-3 da International Standard Industrial Classification” (ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353); Média-alta tecnologia - 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359); Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351) e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37).
 A partir da tabela correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional” da ONU (CTCI/SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8 abrangendo o período de 2007 a 2019, com alguns ajustamentos introduzidos à tabela utilizada em trabalhos anteriores.
3 – Exportação de Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica

O peso dos Produtos Industriais Transformados na exportação global portuguesa oscilou, no período de 2014 a 2018, entre 94,8%, em 2015, e 94,2%, em 2018, situando-se em 94,5% e 94,6% nos primeiros semestres de 2018 e 2019.

Por níveis de intensidade tecnológica, o maior peso nas exportações do conjunto dos Produtos Industriais Transformados no 1º Semestre de 2019 incidiu na Média-alta tecnologia (33,7%), seguido da Baixa tecnologia (33,5%), da Média-baixa tecnologia (23,2%) e da Alta tecnologia (9,6%).


Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no 1º Semestre de 2019, %), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (34,3%), o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (31,8%), os “Produtos farmacêuticos” (19,4%), os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (9,9%) e o “Equipamento de escritório e computação” (4,7%).
A Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2019, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (48,7%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (18,3%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (17,7%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (13,0%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (2,3%). 

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2019, os “Produtos da borracha e do plástico” (17,4%), os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (16,6%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (13,2%), a “Metalurgia de base” (10,7%), os “Produtos minerais não metálicos” (10,3%) e, residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,7%).
Por fim, na Baixa tecnologia alinham-se os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (37,7%), os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (27,9%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (14,1%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (11,0%) e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (8,6%).
As exportações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos. Verificaram-se desacelerações, face ao ano anterior, nas exportações dos produtos de Média-alta e Média-baixa tecnologia em 2016.


3.1 – Mercados de destino das exportações
As exportações globais de Produtos Industriais Transformados, têm por principal destino o espaço comunitário.
No 1º Semestre de 2019 as exportações para o espaço comunitário representaram 77,1% do Total destes produtos (76,1% em 2018) - 22,9% para os países terceiros (23,9% em 2018).
No 1º Semestre de 2019, o maior peso da União Europeia nas exportações portuguesas de Produtos Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (83,6%).
Seguiram-se a Baixa tecnologia (76,5%), a Alta tecnologia (71,7%) e a Média-baixa tecnologia (70,8%).

Os países constantes do quadro seguinte representaram 75,7% das exportações globais portuguesas no 1º Semestre de 2019 e 75,9% das exportações de Produtos Industriais Transformados.
Entre estes dez países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (23,7% do total), seguida da França (13,7%) e da Alemanha (12,7%). Com pesos menores alinham-se depois o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,2%), a Itália (5,0%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%) e a Polónia (1,3%).

No 1º Semestre de 2019 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia.
Entre os quatro níveis de intensidade tecnológica, a Baixa tecnologia predominou nas exportações para Espanha, França, Itália, Países Baixos e Angola, a Média-baixa prevaleceu nos EUA, a Média-alta na Alemanha, Reino Unido, Bélgica e Polónia e a Alta em nenhum deles.

Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das exportações para cada um destes mercados por níveis de intensidade tecnológica.

4 – Importação de Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na importação global portuguesa aumentou, no período de 2014 a 2018, de 80,0% para 83,9%, com 85,0% em 2016, situando-se em 83,7% e 85,3%, respectivamente no primeiro semestre de 2018 e de 2019.

Por níveis de intensidade tecnológica, no 1º Semestre de 2019 o maior peso no conjunto das importações de Produtos Industriais Transformados incidiu na Média-alta tecnologia (40,3%), seguida da Baixa tecnologia (24,5%), da Alta tecnologia (18,8%) e da Média-baixa tecnologia (16,6%).
Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no 1º Semestre de 2019, os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (27,3%), o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (26,3%), os “Produtos farmacêuticos” (21,6%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (15,1%) e o “Equipamento de escritório e computação” (9,8%).

No mesmo período, a Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (38,1%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (29,2%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (21,3%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (9,7%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (1,7%).

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2019, a “Metalurgia de base” (34,1%), os “Produtos da borracha e do plástico” (22,6%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (17,0%), os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (16,9%), os “Produtos minerais não metálicos” (9,1%) e residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,4%).
Na Baixa tecnologia alinham-se, por ordem decrescente do seu peso, os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (43,1%), os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (33,4%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (9,7%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (9,2%) e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (4,6%).


As importações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos, bem como em todos os níveis de intensidade tecnológica à excepção da Média-baixa tecnologia, em que se verificaram desacelerações nos anos de 2015 e 2016.
Os ritmos de crescimentos relativo com maior amplitude verificaram-se na Média-alta tecnologia (+44,7% em 2018, face a 2014) e na Alta tecnologia (+44,5%).


4.1 – Mercados de origem das importações
À semelhança das exportações, as importações portuguesas, designadamente as de Produtos Industriais Transformados, têm por principal origem o espaço comunitário.
No 1º Semestre de 2019 as importações provenientes do espaço comunitário representaram 83,7% do Total destes produtos industriais (84,7% em igual período de 2018), contra 16,3% das oriundas dos países terceiros (15,3% no 1º Semestre de 2018).
No 1º Semestre de 2019, o maior peso da União Europeia nas importações portuguesas de Produtos Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (85,9%).
Seguiram-se a Alta tecnologia (84,4%), a Baixa tecnologia (81,9%) e a Média-baixa tecnologia (80,6%).

Os países constantes do quadro seguinte representaram 76,3% das importações globais portuguesas no 1º Semestre de 2019 e 82,3% das importações de produtos industriais transformados.

Entre estes dez países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (31,6% do total), seguida da Alemanha (15,7%) e da França (11,4%). Com pesos inferiores alinham-se depois a Itália (5,8%), os Países Baixos (5,3%), a China (4,1%), a Bélgica (3,5%), o Reino Unido (2,5%), os EUA (1,6%) e a Rússia (0,8%).

Neste 1º Semestre de 2019 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologia, cabendo à França o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia.
Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das importações com origem em cada um destes mercados, por níveis de intensidade tecnológica.


5 – Balança comercial dos produtos industriais transformados,
       por níveis de intensidade tecnológica
Ao longo do período em análise, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial portuguesa do conjunto dos Produtos Industriais Transformados foi sempre negativo. O saldo da balança dos produtos de Média-baixa e de Baixa tecnologia foi sempre positivo, enquanto que o saldo da balança dos produtos de Alta tecnologia e de Média-alta tecnologia foi negativo.




Alcochete, 24 de Setembro  de 2019.




domingo, 22 de setembro de 2019

Comércio Internacional Portugal-Reino Unido (2016-2018 e Jan-Jul 2018-2019)


Comércio internacional
de Portugal com o Reino Unido
2016-2018
Janeiro-Julho 2018-2019

( disponível para download  >> aqui )


1 – Nota introdutória
Na perspectiva de uma possível perturbação futura nas trocas comerciais portuguesas de mercadorias com o Reino Unido, em particular na vertente das exportações, será útil identificar o tipo de produtos mais importantes no passado recente que possam eventualmente vir a estar envolvidos, e acompanhar o seu comportamento.
Os produtos, definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC), foram agregados em 11 grupos, com um total de 38 subgrupos de produtos (definição em Anexo). Por sua vez, no âmbito das exportações são relacionados dentro de caga grupo, a quatro dígitos da NC, os maiores acréscimos e decréscimos nos primeiros sete meses de 2019, face ao período homólogo do ano anterior.
Neste trabalho utilizam-se dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE) para os anos de 2016 a 2018 e período acumulado de Janeiro a Julho de 2018 e 2019, em versão definitiva para 2016 e 2017, provisória para 2018 e preliminar para 2019.
2 – Evolução na última década

Na última década, o peso das importações portuguesas com origem no Reino Unido no Total, que no primeiro quinquénio oscilara entre 5,2% e 5,6%, aumentou sucessivamente até 2016 (7,1%), para decrescer a partir de então, situando-se em 6,3% em 2018. Por sua vez, as exportações registaram um peso tendencialmente decrescente, passando de 3,8% do Total, em 2010, para 2,5% em 2018.

O saldo da Balança Comercial, já positivo em 2008 e 2009, foi negativo em 2010 (‑179 milhões de Euros), para se tornar sustentadamente positivo até 2017 (+1,8 mil milhões de Euros), com uma ligeira desaceleração em 2018, de acordo com os dados ainda provisórios disponíveis. 

3 – Balança Comercial
      2016-2018 e Janeiro-Julho 2018-2019


Nos três últimos anos, o grau de cobertura das importações pelas exportações foi superior a 190%, com saldos positivos superiores a +1,7 mil milhões de Euros. Nos primeiros sete meses de 2019, as importações cresceram em termos homólogos +11,3%, com as exportações a caírem -1,9%, tendo o saldo da Balança decrescido ‑15,4%, ao situar-se em +893 milhões de Euros, com um grau de cobertura das importações pelas exportações de 173,9% (197,1% no ano anterior).
4 – Importações
4.1 - Grupos de produtos

Os grupos de produtos mais representativos nas importações com origem no Reino Unido nos primeiros sete meses de 2019 foram “Máquinas, aparelhos e partes” (22,6% do total e 21,0% em 2018) e “Químicos” (22,4% e 26,9%).
Seguiram-se os grupos “Energéticos” (11,3% e 2,6%), “Minérios e metais” (10,3% e 12,7%), “Agro-alimentares” (9,5% e 9,3%) e “Material de transporte terrestre e partes” (8,1% e 12,0%). Com menor peso alinharam-se depois os grupos “Produtos acabados diversos” (5,5% e 5,3%), “Têxteis e vestuário” (4,5% e 5,4%), “Madeira, cortiça e papel” (2,6% e 2,5%), “Calçado, peles e couros” (1,7% e 1,3%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,5% em 2019 e 1,1% em 2018).
4.2 – Grupos e subgrupos de produtos
No quadro seguinte pode observar-se a evolução das importações por grupos e agora também por subgrupos de produtos nos anos de 2017 e 2018 e período acumulado de Janeiro a Julho de 2018 e 2019.

5 – Exportações
5.1 - Grupos de produtos
Os grupos de produtos mais representativos nas exportações portuguesas com destino ao Reino Unido no período de Janeiro a Julho de 2019 foram “Material de transporte terrestre e partes” (19,8% do total em 2019 e 17,7% em 2018) e “Máquinas, aparelhos e partes” (16,9% e 20,6%, respectivamente).
Seguiram-se os grupos “Químicos” (11,5% em 2019 e 12,2% em 2018), “Têxteis e vestuário” (11,2% e 11,3%), “Produtos acabados diversos” (9,6% e 9,5%), “Agro-alimentares” (9,4% e 8,5%), “Minérios e metais” (8,8% e 8,6%) e “Madeira, cortiça e papel” (8,2% e 6,6%).
Com menor peso alinharam-se depois os grupos “Calçado, peles e couros” (3,2% e 3,5%), “Energéticos” (1,1% e 1,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2% nos dois anos).

5.2 – Grupos e subgrupos de produtos
No quadro seguinte pode observar-se a evolução das exportações nos onze grupos de produtos e nos respectivos subgrupos de produtos nos anos de 2017 e 2018 e período acumulado de Janeiro a Julho de 2018 e 2019, sua estrutura e respectivas taxas de variação homóloga.

5.3 – Principais acréscimos e decréscimos por
         grupos de produtos, a 4 dígitos da NC
No quadro seguinte relacionam-se, por grupos de produtos, os principais acréscimos e decréscimos verificados nas exportações para o Reino Unido no período de Janeiro a Julho de 2019, face ao período homólogo do ano anterior, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada. 


Alçcochete, 19 de Setembro de 2019.