Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Julho de 2019
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 9 de Setembro de 2019, no período
de Janeiro a Julho de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +2,7%
face ao período homólogo de 2018 (+951 milhões de Euros), a par de um acréscimo
das importações de +8,6% (+3805 milhões)
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +3,6% (+953 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros
praticamente estagnado (-2 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de
mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +9,0%
(+2996 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a
crescerem +7,6% (+809 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+30,8%, ao situar-se em -12119 milhões de Euros (um acréscimo de 2854 milhões
de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com aumentos de 2043 milhões no
comércio intracomunitário e de 812 milhões no extracomunitário). Em termos
globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu
de 79,6%, em 2018, para 74,7%, em 2019.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no
valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança
Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo nos primeiros sete meses
de 2019 praticamente que estabilizou face ao mesmo período em 2018,
respectivamente 438 Euros/Ton e 436 Euros/Ton.
Para além da variação da
cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da
cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da
evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (12,0% e 11,6% do total das
importações respectivamente em 2018 e 2019, 7,3% e 5,9% na vertente das
exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe,
em 2019, de 74,7% para 79,4%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro-Julho de 2019, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 77,1% do total (76,5% no ano anterior), cresceram
em valor +2,7%, contribuindo com +2,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de crescimento global de +2,7%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 22,9% do total em
2019 (23,5% em 2018), registaram uma estagnação.
Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,8%),
França (13,3%), Alemanha (12,1%), o Reino Unido (5,9%), os EUA (5,1%), a Itália
(4,8%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%), a Polónia (1,4%),
Marrocos (1,2%), o Brasil, a Suíça e as Provisões de Bordo Extra-UE (1,1% cada),
destinos que representaram 80,2% do total.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor de –17,3% em 2019 no período em análise (-151,5 milhões de Euros),
envolvendo nove dos onze grupos de produtos.
As
maiores descidas incidiram nos
grupos “Agro-alimentares” (‑64,4 milhões
de Euros), “Químicos” (‑35,2 milhões),
“Máquinas, aparelhos e partes” (-19,0
milhões) e “Produtos acabados diversos”
(‑17,2 milhões). Os acréscimos verificaram-se nos grupos “Têxteis e
vestuário” (+1,3 milhões de Euros) e “Minérios e metais” (+85 mil
Euros).
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’
das exportações no período em análise (+2,7%), couberam à Itália (+0,8 p.p.), à
França (+0,7 p.p.as ), à Alemanha (+0,5 p.p.) e ao Canadá (+0,4 p.p.).
Seguiram-se os EUA, a Turquia e Provisões de Bordo Extracomunitárias (+0,2 p.p.
cada) e a Finlândia e a Suíça (+0,1 p.p. cada). Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (-0,4 p.p.), ao Brasil e
Reino Unido (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos, em Euros,
nas expedições para o espaço comunitário
no período de Janeiro a Julho de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Itália,
em França e na Alemanha, seguidos dos Países Baixos, da Finlândia, da Grécia e
das Provisões de Bordo. Os maiores
decréscimos couberam ao Reino Unido e à Suécia.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram
no Canadá, Egipto, EUA, Turquia, Provisõs de Bordo e Suíça, seguidos do México
e dos Emiratos. Os maiores decréscimos
couberam a Angola e à Tunísia, seguidos do Brasil, Gibraltar, Marrocos, Argentina,
China, Austrália, Argélia e Taiwan.
3.2 - Importações
De Janeiro
a Julho de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,0%
do total (75,7% em 2018), registaram um acréscimo de +9,0% e contribuíram com +6,8
p.p. para uma taxa de crescimento global de +9,3%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +7,6%,
representando 24,0% do total em Janeiro-Julho de 2019 (24,3% em igual período
de 2018), com um contributo para o crescimento global de +1,8 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações no período de Janeiro a Julho de 2019 foram a
Espanha (29,7%), a Alemanha (13,4%) e a França (10,4%). Seguiram-se a Itália (5,1%),
os Países Baixos (4,8%), a China (3,7%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,5%),
os EUA (2,0%), a Rússia (1,8%) e Angola (1,3%), países que representaram no seu
conjunto 77,5% das nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros sete
meses de 2019 (+8,6%) destacam-se a França (+3,6 p.p.), a Espanha e a China (+1,0
p.p. cada), a Alemanha (+0,7 p.p.), os EUA (+0,5 p.p.) e a Bélgica (+0,4 p.p.),
seguidos da Arábia Saudita, da Argélia, do Reino Unido e de Angola (+0,3 p.p.
cada), e da Rússia e Polónia (+0,2 p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,8 p.p.), à Guiné
Equatorial (-0,4 p.p.) e aos Países Baixos, Brasil e Suécia (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da balança
comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+894 milhões de Euros), ao Reino Unido (+893
milhões), a Marrocos (+300 milhões), ao Canadá (+271 milhões) e à Suíça (+222
milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5311
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2096 milhões), da China (-1403
milhões), dos Países Baixos (-858 milhões) e da Itália (‑753 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de
mercadorias no período de Janeiro a Julho de 2019, representando 81,8% do total,
foram “Material de transporte terrestre e
partes” (15,5% e TVH +13,2%), “Máquinas,
aparelhos e partes” (13,6% do total e TVH -2,5%), “Químicos”
(12,6% e TVH +9,5%), “Agro-alimentares”
(11,7% e TVH +3,7%), “Produtos acabados
diversos” (9,7% e TVH +5,8%), “Minérios
e metais” (9,6% e TVH -0,6%) e “Têxteis e vestuário” (9,1% e TVH -0,8%).
O maior
contributo para o acréscimo global de +951 milhões de Euros, face ao ano
anterior, coube ao grupo “Material de
transporte terrestre e partes”, com +647 milhões de Euros, seguido do grupo
“Químicos” (+393 milhões).
As
exportações decresceram em cinco dos grupos, com destaque para os “Energéticos” (-431 milhões de Euros),
seguido das “Máquinas, aparelhos e partes” (-122 milhões).
5.2 – Importações
Em Janeiro-Junho
de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,4%
do total, foram “Máquinas, aparelhos e
partes” (17,6%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +9,3%), “Químicos” (16,2% do total e TVH +7,6%),
“Agro-alimentares” (13,6% e TVH +2,8%),
“Material de transporte terrestre e
partes” (12,4% e TVH +4,9%) e “Energéticos”
(11,6% e TVH +4,2%).
À
excepção do grupo “Calçado, peles e
couros”, em que se registou uma quebra de -19 milhões de Euros, em todos restantes
grupos se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais
significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves,
embarcações e partes” (+1490 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+717 milhões) e “Químicos” (+546 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Julho de 2019 a primeira
posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,8% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição depois dos EUA), “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da França, da Alemanha e dos Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição,
antecedida do Canadá, Brasil, Finlândia e França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,3%), a Alemanha
(12,1%), o Reino Unido (5,9%), os EUA (5,1%), a Itália (4,8%), os Países Baixos
(4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países
cobriram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez
dos onze grupos de produtos, com 29,7% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,4%), a
França (10,4%), a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,7%), a
Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,5%), os EUA (2,0%) e a Rússia (1,8%).
Estes dez
países cobriram 76,2% das importações totais.
Alcochete, 10 de Setembro de 2019.
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