sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Exportação/Importação - níveis de intensidade tecnológica - 1º Sem 2019


Exportações e importações de
Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica
(2014-2018 e 1º Semestre 2018-2019)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória
A evolução do nível de intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais Transformados, a que corresponde um maior ou menor valor acrescentado, tem um reflexo directo na balança comercial de mercadorias, sendo na exportação um importante indicador de desenvolvimento industrial. Pretende-se neste trabalho analisar, a partir de dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período 2014-2018 e 1º Semestre de 2018-2019, com última actualização em 9/9/2019, a evolução do comércio internacional português destes produtos, na óptica do seu nível de intensidade tecnológica.
2 – Metodologia
Os níveis de intensidade tecnológica considerados neste trabalho são os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão-3 da International Standard Industrial Classification” (ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353); Média-alta tecnologia - 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359); Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351) e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37).
 A partir da tabela correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional” da ONU (CTCI/SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8 abrangendo o período de 2007 a 2019, com alguns ajustamentos introduzidos à tabela utilizada em trabalhos anteriores.
3 – Exportação de Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica

O peso dos Produtos Industriais Transformados na exportação global portuguesa oscilou, no período de 2014 a 2018, entre 94,8%, em 2015, e 94,2%, em 2018, situando-se em 94,5% e 94,6% nos primeiros semestres de 2018 e 2019.

Por níveis de intensidade tecnológica, o maior peso nas exportações do conjunto dos Produtos Industriais Transformados no 1º Semestre de 2019 incidiu na Média-alta tecnologia (33,7%), seguido da Baixa tecnologia (33,5%), da Média-baixa tecnologia (23,2%) e da Alta tecnologia (9,6%).


Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no 1º Semestre de 2019, %), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (34,3%), o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (31,8%), os “Produtos farmacêuticos” (19,4%), os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (9,9%) e o “Equipamento de escritório e computação” (4,7%).
A Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2019, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (48,7%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (18,3%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (17,7%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (13,0%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (2,3%). 

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2019, os “Produtos da borracha e do plástico” (17,4%), os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (16,6%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (13,2%), a “Metalurgia de base” (10,7%), os “Produtos minerais não metálicos” (10,3%) e, residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,7%).
Por fim, na Baixa tecnologia alinham-se os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (37,7%), os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (27,9%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (14,1%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (11,0%) e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (8,6%).
As exportações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos. Verificaram-se desacelerações, face ao ano anterior, nas exportações dos produtos de Média-alta e Média-baixa tecnologia em 2016.


3.1 – Mercados de destino das exportações
As exportações globais de Produtos Industriais Transformados, têm por principal destino o espaço comunitário.
No 1º Semestre de 2019 as exportações para o espaço comunitário representaram 77,1% do Total destes produtos (76,1% em 2018) - 22,9% para os países terceiros (23,9% em 2018).
No 1º Semestre de 2019, o maior peso da União Europeia nas exportações portuguesas de Produtos Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (83,6%).
Seguiram-se a Baixa tecnologia (76,5%), a Alta tecnologia (71,7%) e a Média-baixa tecnologia (70,8%).

Os países constantes do quadro seguinte representaram 75,7% das exportações globais portuguesas no 1º Semestre de 2019 e 75,9% das exportações de Produtos Industriais Transformados.
Entre estes dez países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (23,7% do total), seguida da França (13,7%) e da Alemanha (12,7%). Com pesos menores alinham-se depois o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,2%), a Itália (5,0%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%) e a Polónia (1,3%).

No 1º Semestre de 2019 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia.
Entre os quatro níveis de intensidade tecnológica, a Baixa tecnologia predominou nas exportações para Espanha, França, Itália, Países Baixos e Angola, a Média-baixa prevaleceu nos EUA, a Média-alta na Alemanha, Reino Unido, Bélgica e Polónia e a Alta em nenhum deles.

Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das exportações para cada um destes mercados por níveis de intensidade tecnológica.

4 – Importação de Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na importação global portuguesa aumentou, no período de 2014 a 2018, de 80,0% para 83,9%, com 85,0% em 2016, situando-se em 83,7% e 85,3%, respectivamente no primeiro semestre de 2018 e de 2019.

Por níveis de intensidade tecnológica, no 1º Semestre de 2019 o maior peso no conjunto das importações de Produtos Industriais Transformados incidiu na Média-alta tecnologia (40,3%), seguida da Baixa tecnologia (24,5%), da Alta tecnologia (18,8%) e da Média-baixa tecnologia (16,6%).
Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no 1º Semestre de 2019, os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (27,3%), o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (26,3%), os “Produtos farmacêuticos” (21,6%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (15,1%) e o “Equipamento de escritório e computação” (9,8%).

No mesmo período, a Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (38,1%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (29,2%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (21,3%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (9,7%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (1,7%).

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2019, a “Metalurgia de base” (34,1%), os “Produtos da borracha e do plástico” (22,6%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (17,0%), os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (16,9%), os “Produtos minerais não metálicos” (9,1%) e residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,4%).
Na Baixa tecnologia alinham-se, por ordem decrescente do seu peso, os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (43,1%), os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (33,4%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (9,7%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (9,2%) e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (4,6%).


As importações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos, bem como em todos os níveis de intensidade tecnológica à excepção da Média-baixa tecnologia, em que se verificaram desacelerações nos anos de 2015 e 2016.
Os ritmos de crescimentos relativo com maior amplitude verificaram-se na Média-alta tecnologia (+44,7% em 2018, face a 2014) e na Alta tecnologia (+44,5%).


4.1 – Mercados de origem das importações
À semelhança das exportações, as importações portuguesas, designadamente as de Produtos Industriais Transformados, têm por principal origem o espaço comunitário.
No 1º Semestre de 2019 as importações provenientes do espaço comunitário representaram 83,7% do Total destes produtos industriais (84,7% em igual período de 2018), contra 16,3% das oriundas dos países terceiros (15,3% no 1º Semestre de 2018).
No 1º Semestre de 2019, o maior peso da União Europeia nas importações portuguesas de Produtos Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (85,9%).
Seguiram-se a Alta tecnologia (84,4%), a Baixa tecnologia (81,9%) e a Média-baixa tecnologia (80,6%).

Os países constantes do quadro seguinte representaram 76,3% das importações globais portuguesas no 1º Semestre de 2019 e 82,3% das importações de produtos industriais transformados.

Entre estes dez países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (31,6% do total), seguida da Alemanha (15,7%) e da França (11,4%). Com pesos inferiores alinham-se depois a Itália (5,8%), os Países Baixos (5,3%), a China (4,1%), a Bélgica (3,5%), o Reino Unido (2,5%), os EUA (1,6%) e a Rússia (0,8%).

Neste 1º Semestre de 2019 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologia, cabendo à França o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia.
Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das importações com origem em cada um destes mercados, por níveis de intensidade tecnológica.


5 – Balança comercial dos produtos industriais transformados,
       por níveis de intensidade tecnológica
Ao longo do período em análise, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial portuguesa do conjunto dos Produtos Industriais Transformados foi sempre negativo. O saldo da balança dos produtos de Média-baixa e de Baixa tecnologia foi sempre positivo, enquanto que o saldo da balança dos produtos de Alta tecnologia e de Média-alta tecnologia foi negativo.




Alcochete, 24 de Setembro  de 2019.




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