domingo, 29 de setembro de 2019

Acréscimos e decréscimos das exportações e importações (Jan-Jun 2018-2019)


Acréscimos e decréscimos 
das Exportações e Importações de mercadorias
por produtos e mercados
(Janeiro a Junho de 2018-2019)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória
Neste trabalho pretende-se analisar onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos nas exportações e nas importações portuguesas, por produtos e por mercados, no 1º Semestre de 2019, face ao semestre homólogo de 2018.
São utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), provisórios para 2018 e preliminares para 2019, com última actualização em 09-09-2019.
2 – Balança Comercial
No período em análise as importações cresceram em valor+8,8% (+3285 milhões de Euros) e as exportações +3,0% (+883 milhões), com o défice a aumentar +30,2% e o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 78,7% para 74,5%.


Considerando a partição entre espaço Intra e Extra-UE(28), verifica-se que no espaço intra-comunitário, no mesmo período, as importações cresceram +9,0% face ao semestre homólogo do ano anterior (+2557 milhões de Euros) e as exportações +4,1% (+924 milhões), com o défice a aumentar 1634 milhões de Euros e o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 79,2/ para 75,7%.

Por sua vez, no espaço extra-comunitário, as importações cresceram +8,1% (+728 milhões de Euros) e as exportações decresceram -0,6% (-41 milhões de Euros), com o défice a aumentar +37,4% e o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 77,0% para 70,8%.


3 – Exportações de mercadorias

3.1 - Produtos
Os grupos de produtos com maior peso nas exportações portuguesas no 1º Semestre de 2019 (ver definição do conteúdo dos grupos em Anexo), foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,9% do Total), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,7%), “Químicos” (12,5%) e “Agro-alimentares” (11,7%).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7%), “Minérios e metais” (9,6%), “Têxteis e vestuário” (8,9%), “Madeira, cortiça e papel” (7,5%), “Energéticos”  (5,9%), “Calçado, peles e couros” (3,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,1%).

Numa análise da evolução em valor por grupos de produtos, verifica-se que os maiores acréscimos incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+624 milhões de Euros), e “Químicos” (+321 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (+157 milhões), “Agro-alimentares” (+140 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+136 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+87 milhões) e “Minérios e metais” (+2 milhões de Euros).

Os decréscimos ocorreram nos grupos “Energéticos” (-363 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (-105 milhões), “Calçado, peles e couros” (‑72 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-43 milhões de Euros).


Nas exportações para o espaço intra-comunitário verificaram-se acréscimos em valor em sete dos onze grupos de produtos, tendo incidido o maior deles no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+658 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (+180 milhões), “Agro-alimentares” (+129 milhões), “Químicos” (+106 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+60 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+37 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+25 milhões de Euros).

Os decréscimos couberam aos grupos “Calçado, peles e couros” (-83 milhões de Euros), “Energéticos” (-77 milhões), “Têxteis e vestuário” (-74 milhões) e “Minérios e metais” (-37 milhões de Euros).


Por sua vez, nas exportações para o espaço extra-comunitário registaram-se acréscimos também em sete dos grupos de produtos, o maior dos quais no grupo “Químicos” (+215 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+99 milhões), “Minérios e metais” (+40 milhões), “Têxteis e vestuário” (+31 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+27 milhões), “Calçado, peles e couros” (+11 milhões) e “Agro-alimentares” (também +11 milhões de Euros).



O maior decréscimo verificou-se nos “Energéticos” (-287 milhões de Euros), a que se seguiram as “Máquinas, aparelhos e partes” (-130 milhões), o “Material de transporte terrestre e partes” (-34 milhões) e os “Produtos acabados diversos” (-22 milhões).

No quadro seguinte pode observar-se a evolução das exportações, agora por grupos desagregados em Subgrupos de Produtos (ver definição em Anexo).


A um nível ainda mais fino encontram-se relacionados, nos dois quadros seguintes, os principais acréscimos e decréscimos em produtos definidos ao nível de quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-4) com valor superior a 10 milhões de Euros.



3.2 – Mercados
O acréscimo verificado nas exportações no 1º Semestre de 2019, face ao semestre homólogo do ano anterior (+883 milhões de Euros), correspondeu a um acréscimo nas importações com origem no espaço intra-comunitário (+924 milhões) e a um decréscimo no espaço extra-comunitário (-41 milhões de Euros).


Na figura seguinte encontram-se relacionados os mercados que registaram acréscimos e decréscimos superiores a 15 milhões de Euros no período em análise, mercados que representaram 87,7% na exportação total. Os principais acréscimos incidiram na Itália (+272 milhões de Euros), na Alemanha (+205 milhões), em França (169 milhões) e no Canadá (133 milhões de Euros). Por sua vez, os maiores decréscimos couberam a Angola (-135 milhões de Euros) e à Tunísia (-114 milhões).


4 – Importações de mercadorias

4.1 - Produtos
Os grupos de produtos com maior peso nas importações portuguesas no 1º Semestre de 2019, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,7%), “Químicos” (16,2%), “Agro-alimentares” (13,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,6%) e “Energéticos”  (11,5%). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,4%), “Produtos acabados diversos” (5,7%), “Têxteis e vestuário” (5,5%), “Aeronaves, embarcações e partes” (4,0%), “Madeira, cortiça e papel” (2,9%) e “Calçado, peles e couros” (2,0%).


Numa análise da evolução por grupos de produtos, verifica-se que o maior acréscimo incidiu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+1243 milhões de Euros), na sequência da importação de 13 aviões com mais de 15 Tons sem carga, com origem em França (3 aviões no 1º Semestre de 2018).

Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+689 milhões), “Químicos” (+489 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+241 milhões), “Produtos acabados diversos” (+164 milhões), “Energéticos” (+160 milhões), “Agro-alimentares” (+108 milhões), “Minérios e metais” (+100 milhões), “Têxteis e vestuário” (+94 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (+10 milhões).

O único decréscimo ocorreu no grupo “Calçado, peles e couros” (-13 milhões de Euros).

Nas importações com origem no espaço intra-comunitário verificaram-se acréscimos em nove dos onze grupos de produtos, tendo incidido o maior deles no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+1215 milhões de Euros).


Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+455 milhões),  “Químicos” (+256 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+187 milhões), “Agro-alimentares” (+154 milhões), “Produtos acabados diversos” (+116 milhões), “Minérios e metais” (+109 milhões), “Energéticos” (+65 milhões) e “Têxteis e vestuário” (+32 milhões de Euros).

Os decréscimos couberam aos grupos “Calçado, peles e couros” (-21 milhões de Euros) e “Madeira, cortiça e papel” (-10 milhões).   


Nas importações com origem no espaço extra-comunitário verificaram-se acréscimos em valor também em nove dos onze grupos de produtos, tendo incidido os maiores deles nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+235 milhões de Euros) e “Químicos” (+233 milhões). Seguiram-se os grupos “Energéticos” (+94 milhões), “Têxteis e vestuário” (+62 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+54 milhões), “Produtos acabados diversos” (+48 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+29 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+20 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+8 milhões de Euros).

Os decréscimos couberam aos grupos “Agro-alimentares” (-47 milhões de Euros) e “Minérios e metais” (-9 milhões).

No quadro seguinte pode observar-se a evolução das importações, agora por grupos desagregados em Subgrupos de Produtos.


A um nível ainda mais fino, encontram-se relacionados nos dois quadros seguintes os principais acréscimos e decréscimos de produtos definidos a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada, com valor superior a 10 milhões de Euros.



4.2 – Mercados
O acréscimo verificado nas importações portuguesas no 1º Semestre de 2019, face ao semestre homólogo do ano anterior (+3,3 mil milhões de Euros), correspondeu a acréscimos nas importações com origem no espaço comunitário (+2,6 mil milhões) e no espaço extra-comunitário (+728 milhões de Euros).


Na figura seguinte encontram-se relacionados os mercados que registaram acréscimos e decréscimos nas importações superiores a 20 milhões de Euros no período de Janeiro a Junho de 2019, face ao período homólogo do ano anterior, mercados que pesaram 91,6% no total.

O maior acréscimo incidiu em França (+1,3 mil milhões de Euros), na sequência da já referida importação de 13 aviões com mais de 15 Tons sem carga (3 aviões em 2018).

A grande distância seguiram-se a Alemanha (+361 milhões de Euros), a Espanha (+352 milhões) e a China (+339 milhões).

Com acréscimos ainda superiores a 100 milhões de Euros alinharam-se os EUA (+193 milhões, Bélgica (+139 milhões), a Nigéria (+133 milhões), a Arábia Saudita (+127 milhões),  a Argélia (+126 milhões), o Reino Unido (+109 milhões) e a Rússia (+103 milhões de Euros).

Com aumentos entra 40 e 100 milhões de Euros, seguiram-se a Polónia, a Turquia, os Camarões, o Qatar, a República Checa, a Hungria, a Bulgária, o Iraque, a Índia e a Dinamarca.

Por sua vez, os maiores decréscimos couberam ao Cazaquistão (-228 milhões de Euros) e à Guiné-Equatorial (-114 milhões).
Seguiram-se o Canadá (-80 milhões de Euros), o Brasil (-72 milhões), o Ghana (-65 milhões), o México (-65 milhões), os Países Baixos (-49 milhões) e o Gabão (-46 milhões de Euros).


(ver Anexo)



Alcochete, 1 de Outubro de 2019.





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