domingo, 24 de novembro de 2019

Comércio Portugal-Brasil (2014-2018 e Jan-Set 2019)


Comércio internacional de mercadorias
de Portugal com o Brasil
2014-2018 e Janeiro-Setembro 2018-2019

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1 – Nota introdutória
O Brasil ocupou em 2018 e no período de Janeiro a Setembro de 2019 a 11ª posição entre os mercados de origem das importações portuguesas de mercadorias, com respectivamente 1,3% e 1,2% do total  (5,5% e 5,1% do total dos países terceiros).
Na vertente das exportações ocupou o 10º lugar em 2018, com 1,4% do total e o 11º no período em análise de 2019, com 1,2% (5,9% e 5,2% no âmbito dos países extracomunitários).
A par de Portugal, o Brasil foi um dos fundadores, em 1996, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que tem entre os seus objectivos, no âmbito da cooperação em todos os domínios, o desenvolvimento de parcerias estratégicas e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio internacional de bens e serviços entre os seus actuais nove membros.
Após um breve relance sobre a evolução do ‘Comércio Exterior do Brasil’, com base em dados de fonte International Trade Centre (ITC), vai-se analisar a evolução das importações e exportações de mercadorias entre Portugal e o Brasil ao longo dos últimos cinco anos (2014-2018) e período de Janeiro a Setembro de 2018 e 2019, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), definitivos para os anos de 2014 a 2017, provisórios para 2018 e preliminares para 2019, com última actualização em 8 de Novembro de 2019.
2 – Alguns dados sobre o ‘Comércio Exterior’ do Brasil
De acordo com os dados disponíveis, quando medidos em Euros, o saldo (Fob-Cif) da Balança Comercial de mercadorias do Brasil, que em 2014 foi deficitário (-3,1 mil milhões de Euros), tornou-se positivo em 2015, cresceu até 2017 (+59,3 mil milhões), tendo decrescido em 2018 (+49,7 mil milhões).

Ao longo dos cinco anos em análise, o ritmo de evolução das importações manteve-se sempre abaixo do nível de 2014. Por sua vez, as exportações, praticamente estáveis nos dois anos seguintes, viram o seu ritmo aumentar até 2018, atingindo 120,0% face a 2014.

Os principais parceiros do Brasil em 2018, em ambas as vertentes comerciais, foram a China e os EUA, com 19,2% e 16,2% nas importações e 26,8% e 12,1% nas exportações, seguidos da Argentina, com 6,1% e 6,2%, respectivamente. 

Por Grupos de Produtos (ver conteúdo na tabela em Anexo), em 2018 verificou-se um acréscimo em valor nas importações de +15,0% face ao ano anterior, sendo o grupo de produtos “Agro-alimentares”, com um peso de 6,1% na estrutura, o que registou, entre três, o maior decréscimo, -5,7% (-561 milhões de Euros).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+8,2 mil milhões), “Químicos” (+3,6 mil milhões), “Energéticos” (+3,1 mil milhões), “Minérios e metais” (+2,1 mil milhões) e “Material de transporte terrestre e partes (+1,8 mil milhões de Euros).
Em 2018 Portugal pesou 0,5% no Total das importações brasileiras (37ª posição). Entre os onze grupos, aqueles em que se registaram as maiores quotas foram “Agro-alimentares” (4,3%), “Madeira, cortiça e papel” (1,5%) e “Têxteis e vestuário” (0,6%).

Na vertente das exportações registou-se um acréscimo de +5,4% em 2018 face ao ano anterior (+10,4 mil milhões de Euros), tendo-se verificado os principais aumentos, em Euros, nos grupos “Energéticos” (+6,3 mil milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+3,8 mil milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+1,8 mil milhões) e “Produtos acabados diversos” (+1,7 mil milhões).
O principal decréscimo incidiu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (-2,4 mil milhões de Euros).

Em 2018 Portugal pesou 0,6% nas exportações brasileiras (35ª posição).
Os grupos de produtos em que Portugal registou as maiores quotas foram “Energéticos”  (1,3% do grupo), “Minérios e metais” (1,0%), “Têxteis e vestuário” e “Produtos acabados diversos” (0,8% cada), “Calçado, peles e couros” (0,7%), “Agro-alimentares” (0,5%), “Químicos” e “Madeira, cortiça e papel” (0,3% cada).
No quadro seguinte encontram-se relacionadas, por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2) desagregados a quatro dígitos (NC-4), as importações dos produtos que registaram um valor superior a mil milhões de Euros em 2018.

3 – Comércio de Portugal com o Brasil
3.1 – Evolução do peso do Brasil nas importações
             e exportações globais
O peso das importações portuguesas com origem no Brasil no contexto global, que em 2015 descera de 1,5%, no ano anterior, para 1,4%, aumentou nos dois anos seguintes para 1,7%, decaindo para 1,3% em 2018. No período de Janeiro a Setembro desceu de 1,4%, em 2018, para 1,2%, em 2019.
Por sua vez o peso das exportações nacionais para o Brasil no total, que entre 2014 e 2016 havia descido de 1,3% para 1,1%, subiu para 1,7% em 2017, para descer no ano seguinte para 1,4%. Nos primeiros nove meses do ano assistiu-se a uma decida de 1,4%, em 2018, para 1,2%.

No período de Janeiro a Setembro de 2019, como já foi referido, as importações representaram 5,1% do total dos Países Terceiros e as exportações 5,2%.

3.2 – Posição do Brasil nas trocas de Portugal no âmbito da CPLP
Em 2016 o Brasil foi a origem de 40,6% das importações de Portugal do conjunto dos seus parceiros na CPLP, seguido de Angola com 37,5%, e o destino de 27,6% das exportações, precedido de Angola com 51,6%.

3.3 – Balança Comercial

A Balança Comercial de Portugal com o Brasil é desfavorável. Ao longo dos últimos cinco anos o maior défice ocorreu em 2016, com -516 milhões de Euros, tendo-se situado em ‑197 milhões em 2018, o menor do quinquénio, com um grau de cobertura das importações pelas exportações de 80,4%, contra 51,1% em 2016.
Nos primeiros nove meses de 2019 as importações decresceram ‑6,0% em termos homólogos, com as exportações a caírem -9,7%, o défice a aumentar +5,5% e o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações a descer, em termos homólogos, de 75,5% para 72,5%.
3.4 – Importações por grupos de produtos
As maiores importações portuguesas com origem no Brasil incidiram, nos últimos cinco anos e período em análise de 2019, no grupo de produtos “Agro-alimentares”, com destaque em 2019 para a soja e bagaço de soja, milho, goma-laca, frutas como goiaba, manga e papaia, para o café e açúcar. À excepção de 2016, em que foi ultrapassado  pelo grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, seguiu-se o grupo “Energéticos”, principalmente constituído por petróleo bruto.

3.5 – Exportações por grupos de produtos
As principais exportações para o Brasil nos períodos em análise inserem-se também no grupo de produtos “Agro-alimentares”, que representou 58,9% do total nos nove primeiros meses do ano, destacando-se aqui o azeite, o peixe congelado e seco, principalmente bacalhau, os vinhos de uvas, fruta fresca, como peras, maçãs e ameixas, e tripas, bexigas e buchos.
Seguiram-se, por ordem decrescente de valor, os grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (16,7%), principalmente partes de veículos aéreos, “Máquinas, aparelhos e partes” (8,3%), “Químicos” (4,0%), “Minérios e metais” (3,6%), “Produtos acabados diversos” (3.4%), “Têxteis e vestuário” (2,1%) e “Madeira, cortiça e papel” (2,0%).
Por fim, os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (0,9% do total) e “Calçado, peles e couros” (0,1%), tendo sido nula a exportação de “Energéticos”.

Alcochete, 23 de Novembro de 2019.

ANEXO


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