Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Setembro de 2019
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE), com última actualização em 8 de Novembro de 2019, no período de Janeiro
a Setembro de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +2,5%, face
ao período homólogo de 2018 (+1084 milhões de Euros), a par de um acréscimo das
importações de +7,9% (+4422 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +3,7% (+1215 milhões de Euros), tendo as exportações para os países
terceiros decrescido -1,3% (-132 milhões de Euros). Por sua vez, as importações
de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +9,2%
(+3866 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a
crescerem +4,0% (+556 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+27,2%, ao situar-se em -15603 milhões de Euros (um acréscimo de 3339 milhões
de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com aumentos de 2651 milhões no
comércio intracomunitário e de 687 milhões no extracomunitário). Em termos
globais, neste período o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações desceu de 78,0%, em 2018, para 74,1%, em 2019.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no
valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança
Comercial. No período em análise, o valor médio unitário de importação do
petróleo em 2019 desceu, face ao mesmo período em 2018, de 445 Euros/Ton e 433
Euros/Ton.
Para além da variação da
cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da
cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da
evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (12,4% e 11,6%
do total das importações respectivamente em 2018 e 2019, e 7,4% e 5,8% na
vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
sobe, em 2019, de 74,1% para 78,9%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro-Setembro de 2019, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 77,0% do total (76,1% no ano anterior), cresceram
em valor +3,7%, contribuindo com +2,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de crescimento global de +2,5%. As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,0% do total em
2019 (23,9% em 2018), decresceram -1,3%, contribuindo negativamente para o
crescimento (-0,3 p.p.).
Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,7%),
França (13,1%), Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália
(4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%), a Polónia (1,4%),
o Brasil e as Provisões de Bordo Extra-EU (1,2% cada), Marrocos e Suíça (1,1%
cada), destinos que representaram 79,8% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma
quebra em valor nas exportações de –19,3% em 2019 no período em análise (-215,4
milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos grupos de produtos.
As
maiores descidas incidiram nos
grupos “Agro-alimentares” (‑80,4 milhões
de Euros), “Químicos” (‑49,4 milhões),
“Máquinas, aparelhos e partes” (-36,1
milhões) e “Produtos acabados diversos”
(‑23,4 milhões de Euros).
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’
das exportações no período em análise (+2,5%), couberam à Alemanha e à França
(+0,7 p.p. cada), seguidos da Itália e do Canadá (+0,5 p.p. cada).
O maior contributo
negativo coube a Angola (-0,5 p.p.).
Os maiores acréscimos, em Euros,
nas expedições para o espaço comunitário
no período de Janeiro a Setembro de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na
Alemanha, em França e em Itália, seguidos dos Países Baixos, Finlândia, Grécia,
Irlanda, Polónia, Eslovénia, Roménia, Bélgica, República Checa e Provisões de
Bordo. Os maiores decréscimos couberam
à Suécia, Reino Unido e Espanha.
3.2 - Importações
De Janeiro
a Setembro de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 76,1% do total (75,2% em 2018), registaram um acréscimo de +9,2% e
contribuíram com +6,9 p.p. para uma taxa de crescimento global de +7,9%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +4,0%,
representando 23,9% do total em 2019 (24,8% em 2018), com um contributo para o
crescimento global de +1,0 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações no período em análise, em 2019, foram a
Espanha (30,0%), a Alemanha (13,3%) e a França (10,0%). Seguiram-se a Itália
(5,0%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino
Unido (2,6%), os EUA (1,9%), a Rússia (1,7%) e a Angola (1,5%), países que representaram
no seu conjunto 77,7% das importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros nove
meses de 2019 (+7,9%) destacam-se a França (+3,4 p.p.), a Espanha (+1,2 p.p.), a
China (+0,9 p.p.), a Alemanha (+0,7 p.p.), a Bélgica, Reino Unido e Angola (+0,4
p.p. cada), os EUA (+0,3 p.p.), seguidos da Polónia, Índia, Arábia Saudita e Turquia
(+0,3 p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,9 p.p.), à Guiné
Equatorial (-0,3 p.p.), ao Azerbaijão (-0,2 p.p.) e ao Brasil (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+1124 milhões de Euros) e aos
EUA (+1098 milhões). Seguiram-se o Canadá (+373 milhões), Marrocos (+356
milhões) e a Suíça (+269 milhões). O maior défice, a grande distância
dos restantes, pertenceu a Espanha (-7037 milhões de Euros), seguido dos da
Alemanha (‑2613 milhões), da China (-1801 milhões), dos Países Baixos (-1179
milhões) e da Itália (‑987 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de
mercadorias no período de Janeiro a Setembro de 2019, representando 81,8% do
total, foram “Material de transporte
terrestre e partes” (15,1% e TVH +13,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,8% do total e TVH -1,0%), “Químicos” (12,7% e TVH +7,7%), “Agro-alimentares” (11,9% e TVH +2,4%), “Produtos acabados diversos” (9,8% e TVH
+7,0%), “Minérios e metais” (9,5% e
TVH -1,0%) e
“Têxteis e vestuário” (9,0% e TVH (‑0,7%). O
maior contributo para o acréscimo global de +1084 milhões de Euros, face ao ano
anterior, coube ao grupo “Material de
transporte terrestre e partes”, com +799 milhões de Euros, seguido dos
grupos “Químicos” (+407 milhões), “Produtos acabados diversos”
(+283 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+248 milhões de
Euros).
As
exportações decresceram em cinco dos grupos, com destaque para os “Energéticos” (‑656 milhões de Euros).
5.2 – Importações
De Janeiro
a Setembro de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações,
representando 71,6% do total, foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,6%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +9,7%), “Químicos” (16,1% do total e TVH +6,9%),
“Agro-alimentares” (14,1% e TVH +2,9%),
“Material de transporte terrestre e
partes” (12,2% e TVH +6,5%) e “Energéticos”
(11,6% e TVH +0,5%).
À
excepção do grupo “Calçado, peles e
couros”, em que se registou uma quebra -12 milhões de Euros, em todos restantes
se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais
significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves,
embarcações e partes” (+1745 milhões), “Máquinas,
aparelhos e partes” (+937 milhões), “Químicos”
(+623 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+450
milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2019 a primeira posição em 7 dos 11
grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos”
(3ª posição depois dos EUA e Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, da Alemanha
e dos Países Baixos), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, antecedida pelo
Canadá, Brasil, França, Reino Unido e Finlândia).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,1%), a
Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%) e a Polónia (1,4%). Estes
dez países cobriram 75,2% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez
dos onze grupos de produtos, com 30,0% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a
França (10,0%), a Itália (5,0%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a
Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,9%) e a Rússia (1,7%).
Estes dez
países cobriram 76,3% das importações totais.
Alcochete, 9 de Novembro de 2019.
Sem comentários:
Enviar um comentário