Comércio Internacional de mercadorias
- Taxas de variação homóloga em
- Taxas de variação homóloga em
valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro a Setembro de 2019/2018)
(Janeiro a Setembro de 2019/2018)
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1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor,
volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no
período acumulado de Janeiro a Setembro de 2019, face ao período homólogo do
ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche,
utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos
correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base
elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE) para o período em análise, em versão preliminar com última
actualização em 9 de Novembro de 2019, sendo ainda provisória a versão dos correspondentes
dados utilizados para 2018.
Para o cálculo dos índices de
preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas
às importações e às exportações com movimento nos dois anos, foram agregadas em
11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver
Anexo).
2 – Nota metodológica
O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche divulgados neste trabalho assenta
na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada
subgrupo de produtos (construída com base em metodologia definida na antiga
Direcção-Geral do Comércio Externo, ensaiada e aperfeiçoada ao longo de muitos
anos), posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos
grupos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total de
cada uma das vertentes comerciais.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra
automática, com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro
de um intervalo definido por métodos estatísticos. Segue-se uma análise crítica,
que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das
matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de
consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente
anormal, pode vir a ser incluído na amostra. Mais frequentemente procede-se à desagregação
por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que
se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo o conjunto
dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo
previamente encontrado.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice
do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de
uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes.
3 – Balança Comercial
De
acordo com os dados preliminares utilizados, o défice da balança comercial de
mercadorias no período de Janeiro a Setembro de 2019 aumentou +27,2% face ao mesmo
período do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações
a descer de 78,0% para 74,1%.
As importações (somatório das ‘chegadas’
provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países
terceiros), com um acréscimo em valor de +7,9%, terão registado um aumento em
volume de +8,9% e um decréscimo em preço de -0,9%. Por sua vez, o aumento em
valor de +2,5% verificado nas exportações
terá resultado de um incremento em volume de +2,9%, com o preço a decrescer
-0,4%. Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente
atentarmos também no andamento do nosso comércio internacional quando excluído
dos produtos que integram o grupo “Energéticos”.
De acordo com os dados disponíveis, as importações,
com exclusão dos produtos “Energéticos”,
terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +9,0%,
+10,0% e -0,9%. Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento
em valor de +4,3%, em resultado de um incremento em volume de +4,5% e de um decréscimo
em preço de -0,2%.
Sem “Energéticos”, o défice da balança comercial cresceu +30,9%, contra
+27,2% em termos globais, com o grau de cobertura das importações pelas
exportações a descer, entre 2018 e 2019, de 82,4% para 78,9% (em lugar de 78,0%
para 74,1%).
A evolução em volume
das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se
verificado no período em análise uma taxa de crescimento global de +2,9%, ou de
+4,5% se excluirmos os produtos “Energéticos”.
No período em análise de 2019,
o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos
considerados, que representaram 30,1% das exportações e 16,5% das importações
totais: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis
e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.
4 – Importações
No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas
importações de mercadorias foram: “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,6% do total em 2019 e 17,3% em 2018), “Químicos” (16,1% e 16,3%, respectivamente),
“Agro-alimentares” (14,1% e 14,8%), “Material de transporte terrestre e partes”
(12,2% e 12,4%) e “Energéticos” (11,6%
e 12,4%).
Seguiram-se os grupos de produtos
”Minérios e metais” (8,2% em 2019 e
8,7% em 2018), “Produtos acabados diversos”
(5,8% e 5,9%), “Têxteis e vestuário”
(5,6% e 5,8%), “Aeronaves, embarcações e
partes” (3,9% e 1,0%), “Madeira,
cortiça e papel” (3,0% e 3,2%) e “Calçado,
peles e couros” (2,1% em 2019 e 2,2% em 2018).
À excepção do grupo “Calçado, peles e
couros” (-0,9%), em todos
os grupos se registaram taxas de crescimento em valor positivas. O maior acréscimo ocorreu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+300,6%),
não constante do gráfico seguinte por não serem aqui calculados índices de volume
e preço. Entre os restantes destacaram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+9,7%), “Químicos” (+6,9%), “Produtos
acabados diversos” (+6,6%) e “Material de transporte terrestre e partes”
(+6,5%), seguidos dos grupos “Têxteis
e vestuário” (+3,2%) e “Agro-alimentares”
(+2,9%).
Em todos os grupos, excepto em “Calçado, peles e couros” (-1,0%), se
verificaram crescimento em volume,
com destaque para os grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (+12,1%), “Químicos”
(+9,5%), “Produtos acabados diversos”
(+5,6%), “Têxteis e vestuário” (+5,0%),
“Minérios e metais” (+4,4%), “Material
de transporte terrestre e partes” (+3,5%) e “Agro-alimentares”
(+3,4%).
Na óptica da evolução em preço verificaram-se
acréscimos nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+2,9%) e “Produtos acabados diversos” (+0,9%), estagnação nos
grupos “Madeira, cortiça e papel” e “Calçado, peles e couros”, e decréscimos nos restantes,
principalmente “Minérios e metais” (‑3,1%),
“Químicos” (-2,4%), “Máquinas, aparelhos
e partes” (-2,2%) e “Têxteis e vestuário” (-1,6%).
5 – Exportações
No período de Janeiro a Setembro de 2019, os grupos de produtos com peso a
dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,1% do total em 2019
e 13,7% em 2018), “Máquinas aparelhos e
partes” (13,8% e 14,3% respectivamente), “Químicos” (12,7% e 12,1%) e “Agro-alimentares”
(11,9% em cada um dos anos). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e 9,3%), “Minérios e metais” (9,5% e 9,8%), “Têxteis e vestuário” (9,0 e 9,3%), “Madeira, cortiça e papel” (7,6% em cada um dos anos), “Energéticos” (5,8% e 7,4%), “Calçado, peles e couros” (3,7% e 4,0%)
e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,2%
e 0,6%).
Verificaram-se decréscimos em valor,
face ao período homólogo do ano anterior, em cinco dos grupos de produtos: “Energéticos” (-20,4%), “Calçado, peles e couros” (‑4,4%), “Minérios
e metais” e “Máquinas, aparelhos e
partes” (‑1,0% em cada) e “Têxteis e
vestuário” (‑0,7%). O maior acréscimo ocorreu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+91,6%), não constante do
gráfico seguinte à semelhança do verificado nas importações, a que se seguiram
os grupos “Material de transporte terrestre
e partes” (+13,4%), “Químicos” (+7,7%),
“Produtos acabados diversos” (+7,0%),
“Madeira, cortiça e papel” (+2,5%) e Agro-alimentares” (+2,4%).
Em volume, verificaram-se descidas nos grupos “Energéticos” (-17,4%), “Calçado, peles e couros” (-4,3%) e “Têxteis e vestuário” (-0,9%).
Os maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Químicos” (+10,8%) e “Material
de transporte terrestre e partes” (+8,4%), seguidos dos grupos “Produtos acabados diversos” (+3,7%), “Agro-alimentares” (+3,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+2,7%),
“Madeira, cortiça e papel” (+1,8%) e “Minérios e metais” (+0,8%).
No âmbito do preço
verificaram-se quebras nos grupos “Energéticos”
(-3,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑3,5%),
“Químicos” (‑2,8%), “Minérios e
metais” (-1,8%), “Agro-alimentares”
(-1,2%) e “Calçado, peles e couros” (-0,1%).
Os maiores acréscimos em preço verificaram-se nos grupos “Material de transporte terrestre e partes”
(+4,7%) e “Produtos acabados diversos”
(+3,1%), seguidos da “Madeira, cortiça e
papel” (+0,6%) e dos “Têxteis e
vestuário” (+0,2%).
6 – Representatividade das amostras
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais,
que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche foi, respectivamente em 2018 e
2019, de 92,6% e 92,4% nas importações e de 93,8% em cada um dos anos, nas exportações. No quadro seguinte pode
observar-se a representatividade das amostras em cada um dos grupos de
produtos.
7 – Evolução por trimestres acumulados
Para além de os dados de base não serem ainda definitivos, qualquer análise
comparativa que se pretenda fazer sobre o comportamento das importações e das
exportações ao longo destes períodos acumulados, deverá ter em consideração que
as posições pautais que constituem as amostras utilizadas no cálculos dos
índices de preço em cada um dos períodos não serão exactamente as mesmas.
A experiência mostra que não há normalmente diferenças sensíveis entre os
índices de preço de Paasche quando calculados a partir das primeiras versões
dos dados ou sobre versões já definitivas. Para uma maior aproximação à
realidade, os índices de volume constantes do quadro que se segue foram
calculados a partir dos índices de valor implícitos na última versão disponível
dos dados de base (8 de Novembro de 2019).
No quadro em Anexo encontra-se definido o conteúdo
dos grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura
Combinada em uso na União Europeia.
Alcochete, 17 de Novembro de
2019.
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