segunda-feira, 23 de março de 2020

Série mensal - Janeiro 2020 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro de 2020 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 11 de Março de 2020, no mês de Janeiro de 2020 as exportações de mercadorias cresceram em valor +4,2%, face ao período homólogo de 2019 (+208 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -1,9% (-131 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +3,0% (+110 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros crescido +7,2% (+98 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) diminuiram -4,3% (-213 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +4,2% (+82 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu ‑18,1% ao situar-se em -1539 milhões de Euros (um decréscimo de 339 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com reduções de 323 milhões no comércio intracomunitário e de 16 milhões no extracomunitário). Em termos globais, neste período o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 72,6%, em 2019, para 77,1%, em 2020.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em Janeiro de 2020, o valor médio unitário de importação do petróleo subiu, face a 2019, de 372 para 466 Euros/Ton.


Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.


Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (11,9% e 13,7% do total das importações, respectivamente em 2019 e 2020, e 5,9% e 8,4% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2020, de 77,1% para 81,8%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2020, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 71,7% do total (72,5% no ano anterior), cresceram em valor +3,0%, contribuindo com +2,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +4,2%.
As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 28,3% do total em 2020 (27,5% em 2019), cresceram +7,2%, contribuindo com +2,0 p.p. para o crescimento global.


Os principais destinos foram a Espanha (26,0%), a França (13,4%), a Alemanha (11,5%), o Reino Unido (5,8%), os EUA (5,4%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,6%), Angola e Brasil (1,5% cada), Suécia e Polónia (1,2% cada), Suíca e Provisões de Bordo para países terceiros (1,1% cada), destinos que  representaram 80,5% do total das exportações em 2020.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –19,6% em 2020 (-19,3 milhões de Euros), envolvendo oito dos onze grupos de produtos.
As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-9,9 milhões), “Químicos” (‑4,3 milhões), “Minérios e metais” (-4,0 milhões) e “Produtos acabados diversos” (‑3,3 milhões).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+4,2%), couberam a Espanha (+1,8 p.p.), aos EUA (+1,3%), a França (+1,1 p.p.) e à Bélgica (+07 p.p.). Seguiram-se a Irlanda, Brasil, Países Baixos, Turquia e Hungria (0,2 p.p. cada), e a Suécia (0,1 p.p.).
O maior contributo negativo coube à Alemanha (-1,1 p.p.), seguida do Reino Unido e Angola (‑0,4 p.p. cada) e da Áustria (-0,3 p.p.).


Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário em Janeiro 2020, em termos homólogos, verificaram-se em Espanha, França e Bélgica.
Os maiores decréscimos ocorreram nas exportações para a Alemanha, Áustria, Eslovénia e Itália.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram com os EUA, Ceuta, Gibraltar, Brasil e Turquia. Seguiram-se a Índia, Israel e Moçambique.
Os maiores decréscimos couberam ao Reino Unido e Angola, seguidos da Noruega e da Argélia.

3.2 - Importações
Em 2020 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 69,9% do total (71,6% em 2019), registaram um decréscimo de -4,3% e contribuíram com -3,1 p.p. para uma taxa de ‘crescimento’ negativa global de -1,9%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +4,2%, representando 30,1% do total em 2020 (28,4% em 2019), com um contributo para o crescimento global de +1,2 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em 2019, foram a Espanha (30,1%) e a Alemanha (13,3%). Seguiram-se a França (6,7%), os Países Baixos (5,0%), a China (4,7%), a Itália (4,3%), o Brasil (4,0%), a Bélgica e o Reino Unido (2,7% cada), os EUA (2,6%) e Angola (1,9%), países que representaram no seu conjunto 77,9% das importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ negativo das importações em 2020 (‑1,9%) destacam-se o Brasil (+3,2 p.p.), a Espanha e Angola (+1,1 p.p. cada), Seguiram-se a Polónia, Suécia e EUA (+0,6% cada), os Países Baixos, China e Reino Unido (+0,4 p.p. cada), Taiwan (+0,3 p.p.), a Argélia (+0,2 p.p.) e a Suíça (+0,1 p.p.).

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam à França (-4,3 p.p.), ao Azerbaijão (-1,3 p.p.), à Irlanda (-0,8 p.p.) e à Turquia (-0,4 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+245 milhões de Euros), ao Reino Unido (+118 milhões) e aos EUA (107 milhões). Seguiram-se Marrocos (+38 milhões) e Ceuta (+24 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-676 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑294 milhões), da China (-272 milhões), do Brasil (-192 milhões) e dos Países Baixos (-132 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando 53,1% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,4% e TVH -4,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do total e TVH +10,9%), “Químicos” (11,9% e TVH +3,0%), “Agro-alimentares” (11,5% e TVH +3,1%).

O maior contributo para o acréscimo global de +208 milhões de Euros, face a 2019, coube ao grupo “Energéticos”, com +142 milhões de Euros, seguido do grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (+73 milhões). Ocorreram decréscimos em três dos grupos: “Material de transporte terrestre e partes” (‑41 milhões de Euros), “Madeira, cortiça e papel” (-27 milhões) e “Minérios e metais” (‑18 milhões).
5.2 – Importações
Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,6% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,9%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +0,2%), “Químicos” (16,9% do total e TVH +0,4%), “Energéticos” (13,7% e TVH +12,9%), “Agro-alimentares” (13,3% e TVH +0,9%) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,8% e TVH +1,5%).

Verificaram-se quebras nas importações dos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (‑194 milhões de Euros), “Minérios e metais” (-53 milhões), “Têxteis e vestuário” (-23 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-7 milhões). O maior acréscimo incidiu no grupo “Energéticos” (+105 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,0% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos, “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se no “ranking” a França (13,4%), a Alemanha (11,5%), o Reino Unido (5,8%), os EUA (5,4%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,5%) e Brasil (1,5%). Estes dez países cobriram 75,9% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 30,1% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida do Brasil e Angola) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da Alemanha, EUA e França).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a França (6,7%), os Países Baixos (5,0%), a China (4,7%), a Itália (4,3%), o Brasil (4,0%), a Bélgica (2,7%), o Reino Unido (2,7%) e os EUA (2,6%).
Estes dez países cobriram 76,0% das importações totais.

Alcochete, 22 de Março de 2020.


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