quinta-feira, 23 de abril de 2020

Export/Import Produtos Industriais Transformados (2014 a 2019)


Exportações e Importações
de Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica
(2014 a 2019)

                                                                ( disponível para download  >> aqui )


1 - Nota introdutória
À evolução do nível de intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais Transformados, corresponde um maior ou menor valor acrescentado, com reflexo na balança comercial, sendo na exportação um importante indicador de desenvolvimento industrial. Pretende-se neste trabalho analisar, a partir de dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período 2014-2019, com última actualização em 11/03/2019, a evolução do comércio internacional português destes produtos. Em todos os anos considerados foi considerada a União Europeia a 27, excluindo o Reino Unido.
2 – Metodologia
Os níveis de intensidade tecnológica aqui considerados são os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão-3 da ISIC Rev.3 (Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353); Média-alta tecnologia - 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359); Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351) e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37). A partir da tabela correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional” da ONU (CTCI / SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8 para o período de 2007 a 2019.
3 – Balança comercial dos produtos industriais transformados,
       por níveis de intensidade tecnológica
No período de 2014 a 2019 o saldo (Fob-Cif) da balança dos Produtos Industriais Transformados foi sempre negativo. A saldos positivos da balança dos produtos de Média-baixa e de Baixa tecnologia, contrapuseram-se, em cada um dos anos, saldos negativos mais volumosos da balança dos produtos de Alta tecnologia e de Média-alta tecnologia.


4 – Exportação dos Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na exportação global oscilou, no período de 2014 a 2019, entre 94,8%, em 2015, e 94,2%, em 2018, situando-se em 94,5% em 2019.

Por níveis de intensidade tecnológica, em 2019 o maior peso nas exportações do conjunto dos Produtos Industriais Transformados incidiu na Baixa tecnologia (34,0%), seguida da Média-alta tecnologia (32,8%), da Média-baixa tecnologia (22,9%) e da Alta tecnologia (10,3%).

Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso em 2019, os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (33,8%), o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (30,8%), os “Produtos farmacêuticos” (19,5%), os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (11,0%) e o “Equipamento de escritório e computação” (4,8%).
A Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor em 2019, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (47,5%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (18,7%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (18,3%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (13,1%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (2,4%).

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se os “Produtos da borracha e do plástico” e os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (25,2% cada), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (19,2%), os “Produtos minerais não metálicos” e a “Metalurgia de base” (14,8% cada) e, residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,8%).
Por fim, na Baixa tecnologia alinham-se os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (37,9%), os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (28,9%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (14,0%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (11,0%) e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (8,3%).
As exportações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos seis anos, com destaque para o ritmo de crescimento dos produtos de Alta e de Média-alta tecnologia.

4.1 – Mercados de destino das exportações
As exportações de Produtos Industriais Transformados, têm por principal destino o espaço comunitário.
Em 2019 estas exportações representaram 76,5% do Total das exportações (75,6% em 2018).
O maior peso dos fornecimentos à UE, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (83,3%), seguidos dos de Baixa-tecnologia (75,9%), de Alta tecnologia (70,7%) e de Média-baixa tecnologia (70,3%).


Os dez países constantes do quadro seguinte representaram 75,1% das exportações globais portuguesas em 2019 e 75,2% das exportações de Produtos Industriais Transformados.
Entre estes países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (23,7% do total), seguida da França (13,4%) e da Alemanha (12,4%). Com pesos menores alinham-se depois o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,3%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,2%) e a Polónia (1,3%).

Em 2019 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia.
Entre os quatro níveis de intensidade tecnológica, na Baixa tecnologia predominaram as exportações para Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, EUA, Países Baixos, Angola, Bélgica e Polónia. Na Média-baixa tecnologia prevaleceram a Espanha, a França, os EUA, a Alemanha, o Reino Unido, os Países Baixos, a Itália, a Bélgica, Angola e a Polónia.  Na Média-alta tecnologia, a seguir à Espanha alinharam-se a Alemanha, a França, o Reino Unido, a Itália, os Países Baixos, a Bélgica, Angola, os EUA e a Polónia. Por fim, na Alta tecnologia destacou-se a Alemanha, seguida da Espanha, do Reino Unido, da França, dos EUA, dos Países Baixos, de Angola, da Itália, da Bélgica e da Polónia.

Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das exportações de cada um destes mercados por níveis de intensidade tecnológica.

5 – Importação dos Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na importação global portuguesa aumentou, no período de 2014 a 2019, de 80,0% para 85,8%.

Por níveis de intensidade tecnológica, em 2019 o maior peso no conjunto das importações de Produtos Industriais Transformados incidiu na Média-alta tecnologia (39,1%), seguida da Baixa tecnologia (25,6%), da Alta tecnologia (18,7%) e da Média-baixa tecnologia (16,6%).

Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso em 2019, os produtos de “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (27,6%), de “Aeronáutica e aeroespacial” (24,9%), os “Produtos farmacêuticos” (22,1%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (15,2%) e o “Equipamento de escritório e computação” (10,2%).
No mesmo ano, a Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (37,7%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (28,7%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (21,9%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (9,9%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (1,7%).
Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor em 2019, a “Metalurgia de base” (32,2%), os “Produtos da borracha e do plástico” (22,2%), os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (19,2%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (17,0%), os “Produtos minerais não metálicos” (8,8%) e, residualmente e a “Construção e reparação naval” (0,5%).
Na Baixa tecnologia alinham-se, por ordem decrescente do seu peso, os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (43,2%), os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (33,2%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (10,1%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (9,0%) e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (4,4%).


As importações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos seis anos, incluindo em todos os níveis de intensidade tecnológica à excepção da Média-baixa tecnologia, em que se verificaram desacelerações nos anos de 2015 e 2016.
Os ritmos de crescimento relativo com maior amplitude verificaram-se na Alta tecnologia (+88,4% em 2019 face a 2014) e na Média-alta tecnologia (+51,7%).

5.1 – Mercados de origem das importações
À semelhança das exportações, as importações globais portuguesas, bem como as de Produtos Industriais Transformados, têm por principal origem o espaço comunitário.
Em 2019, as importações destes produtos industriais provenientes do espaço intra-comunitário representaram 83,7% do Total (84,1% em 2018), contra 16,3% das oriundas dos países terceiros (15,9% em 2018).
O maior peso da União Europeia nas importações portuguesas de Produtos Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (86,1%). Seguiram-se a Alta tecnologia (83,7%), a Baixa tecnologia (82,5%) e a Média-baixa tecnologia (79,9%).


Os países constantes do quadro seguinte representaram 76,2% das importações globais portuguesas em 2019 e 82,4% das importações de produtos industriais transformados. Entre estes dez países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (32,3% do total), seguida da Alemanha (15,2%) e da França (10,9%). Com pesos inferiores alinham-se depois a Itália (5,9%), os Países Baixos (5,4%), a China (4,2%), a Bélgica (3,6%), o Reino Unido (2,7%), os EUA (1,5%) e a Rússia (0,8%).


Em 2019 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologia, cabendo à França o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia.
Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das importações com origem em cada um destes mercados, por níveis de intensidade tecnológica.



Alcochete, 14 de Abril de 2020.


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