Exportações e Importações
de Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica
(2014 a 2019)
( disponível para download >> aqui )
1 - Nota introdutória
À evolução do nível de intensidade tecnológica das exportações e
importações de Produtos Industriais Transformados, corresponde um maior ou
menor valor acrescentado, com reflexo na balança comercial, sendo na exportação
um importante indicador de desenvolvimento industrial. Pretende-se neste
trabalho analisar, a partir de dados de base divulgados pelo Instituto Nacional
de Estatística (INE) para o período 2014-2019, com última actualização em 11/03/2019,
a evolução do comércio internacional português destes produtos. Em todos os anos
considerados foi considerada a União Europeia a 27, excluindo o Reino Unido.
2 – Metodologia
Os níveis de intensidade tecnológica aqui considerados são
os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão-3 da ISIC Rev.3 (Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353); Média-alta tecnologia - 24 excl.2423, 29, 31,
34, 352, 359); Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351) e Baixa tecnologia - 15
a 22, 36 e 37). A partir da tabela correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional”
da ONU (CTCI / SITC Rev.3) e à “Nomenclatura
Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em
consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela
em NC-8 para o período de 2007 a 2019.
3 – Balança comercial
dos produtos industriais transformados,
por níveis de intensidade tecnológica
No período de 2014 a 2019 o saldo (Fob-Cif) da balança dos Produtos
Industriais Transformados foi sempre negativo. A saldos positivos da balança dos
produtos de Média-baixa e de Baixa tecnologia, contrapuseram-se, em cada um dos anos, saldos negativos mais volumosos da balança dos produtos de Alta tecnologia
e de Média-alta tecnologia.
4 – Exportação dos
Produtos Industriais Transformados
por
níveis de intensidade tecnológica
O peso dos
Produtos Industriais Transformados na exportação global oscilou, no período de
2014 a 2019, entre 94,8%, em 2015, e 94,2%, em 2018, situando-se em 94,5% em 2019.
Por níveis de intensidade
tecnológica, em 2019 o maior peso nas exportações do conjunto dos Produtos Industriais
Transformados incidiu na Baixa tecnologia (34,0%), seguida da Média-alta tecnologia (32,8%), da Média-baixa
tecnologia (22,9%) e da Alta tecnologia (10,3%).
Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso
em 2019, os “Instrumentos médicos, ópticos
e de precisão” (33,8%), o “Equipamento
de rádio, TV e comunicações” (30,8%), os “Produtos farmacêuticos” (19,5%), os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (11,0%) e o
“Equipamento de escritório e computação” (4,8%).
A Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor em 2019,
os “Veículos a motor, reboques e
semi-reboques” (47,5%), as “Máquinas
e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (18,7%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos”
(18,3%), as “Máquinas e aparelhos
eléctricos n.e.” (13,1%) e o “Equipamento
ferroviário e outro equipamento de transporte” (2,4%).
Na Média-baixa tecnologia perfilam-se os “Produtos da borracha e do plástico” e os
“Refinados de petróleo, petroquímicos e
combustível nuclear” (25,2% cada), a “Fabricação
de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (19,2%), os “Produtos minerais não metálicos” e a “Metalurgia de base” (14,8% cada) e, residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,8%).
Por fim, na Baixa tecnologia alinham-se os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (37,9%),
os “Produtos alimentares, bebidas e
tabaco” (28,9%), a “Pasta, papel,
cartão e publicações” (14,0%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem”
(11,0%) e a “Madeira e produtos da
madeira e cortiça” (8,3%).
As exportações anuais do conjunto dos Produtos
Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos seis
anos, com destaque para o ritmo de crescimento dos produtos de Alta e de
Média-alta tecnologia.
4.1 – Mercados de destino das exportações
As exportações de Produtos Industriais Transformados, têm por
principal destino o espaço comunitário.
Em 2019 estas exportações representaram 76,5%
do Total das exportações (75,6% em 2018).
O maior peso dos fornecimentos à UE, por níveis de intensidade tecnológica,
incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (83,3%), seguidos dos de Baixa-tecnologia
(75,9%), de Alta tecnologia (70,7%) e de Média-baixa tecnologia (70,3%).
Os dez países constantes do quadro seguinte
representaram 75,1% das exportações globais portuguesas em 2019 e 75,2% das
exportações de Produtos Industriais Transformados.
Entre estes países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados,
a Espanha (23,7% do total), seguida da França (13,4%) e da Alemanha (12,4%). Com
pesos menores alinham-se depois o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,3%), a Itália (4,6%),
os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,2%) e a Polónia (1,3%).
Em 2019 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa
e na Baixa
tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta
tecnologia.
Entre os quatro níveis de intensidade tecnológica, na Baixa tecnologia predominaram
as exportações para Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, EUA, Países
Baixos, Angola, Bélgica e Polónia. Na Média-baixa tecnologia prevaleceram a
Espanha, a França, os EUA, a Alemanha, o Reino Unido, os Países Baixos, a Itália,
a Bélgica, Angola e a Polónia. Na Média-alta
tecnologia, a seguir à Espanha alinharam-se a Alemanha, a França, o Reino
Unido, a Itália, os Países Baixos, a Bélgica, Angola, os EUA e a Polónia. Por
fim, na Alta tecnologia destacou-se a Alemanha, seguida da Espanha, do Reino
Unido, da França, dos EUA, dos Países Baixos, de Angola, da Itália, da Bélgica
e da Polónia.
Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das exportações de
cada um destes mercados por níveis de intensidade tecnológica.
5 – Importação dos
Produtos Industriais Transformados
por níveis de
intensidade tecnológica
O peso dos
Produtos Industriais Transformados na importação global portuguesa aumentou, no
período de 2014 a 2019, de 80,0% para 85,8%.
Por níveis de intensidade tecnológica, em 2019 o
maior peso no conjunto das importações de Produtos Industriais Transformados incidiu
na Média-alta tecnologia (39,1%), seguida da Baixa tecnologia (25,6%), da Alta
tecnologia (18,7%) e da Média-baixa tecnologia (16,6%).
Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu
peso em 2019, os produtos de “Equipamento
de rádio, TV e comunicações” (27,6%), de “Aeronáutica e aeroespacial” (24,9%), os “Produtos farmacêuticos” (22,1%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (15,2%) e o “Equipamento de escritório e computação” (10,2%).
No mesmo ano, a Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente
de valor, os “Veículos a motor, reboques
e semi-reboques” (37,7%), os “Produtos
químicos, excepto farmacêuticos” (28,7%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (21,9%), as “Máquinas
e aparelhos eléctricos n.e.” (9,9%) e
o “Equipamento ferroviário e outro
equipamento de transporte” (1,7%).
Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente
de valor em 2019, a “Metalurgia de base”
(32,2%), os “Produtos da borracha e do
plástico” (22,2%), os “Refinados de
petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (19,2%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo
máquinas e equipamentos” (17,0%), os “Produtos
minerais não metálicos” (8,8%) e, residualmente e a “Construção e reparação naval” (0,5%).
Na Baixa tecnologia alinham-se, por ordem decrescente do seu peso, os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco”
(43,2%), os “Têxteis, vestuário, couros e
calçado” (33,2%), as “Manufacturas não
especificadas e reciclagem” (10,1%), a “Pasta,
papel, cartão e publicações” (9,0%) e a “Madeira
e produtos da madeira e cortiça” (4,4%).
As importações anuais do conjunto dos
Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos
últimos seis anos, incluindo em todos os níveis de intensidade tecnológica à excepção
da Média-baixa tecnologia, em que se verificaram desacelerações nos anos
de 2015 e 2016.
Os ritmos de crescimento relativo com maior amplitude verificaram-se na Alta
tecnologia (+88,4% em 2019 face a
2014) e na Média-alta tecnologia
(+51,7%).
5.1 – Mercados de origem das importações
À semelhança das exportações, as importações globais portuguesas, bem como as
de Produtos Industriais Transformados, têm por principal origem o espaço
comunitário.
Em 2019, as importações destes produtos industriais provenientes do espaço intra-comunitário representaram 83,7%
do Total (84,1% em 2018), contra 16,3% das oriundas
dos países terceiros (15,9% em 2018).
O maior peso da União Europeia nas importações portuguesas de Produtos
Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu nos
produtos de Média-alta tecnologia
(86,1%). Seguiram-se a Alta tecnologia (83,7%), a Baixa tecnologia (82,5%) e a Média-baixa tecnologia (79,9%).
Os países constantes do quadro
seguinte representaram 76,2% das importações globais portuguesas em 2019 e 82,4%
das importações de produtos industriais transformados. Entre estes dez países
destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (32,3%
do total), seguida da Alemanha (15,2%) e da França (10,9%). Com pesos inferiores
alinham-se depois a Itália (5,9%), os Países Baixos (5,4%), a China (4,2%), a Bélgica
(3,6%), o Reino Unido (2,7%), os EUA (1,5%) e a Rússia (0,8%).
Em 2019 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa
e na Baixa tecnologia, cabendo à França o primeiro
lugar ao nível da Alta tecnologia.
Na figura seguinte encontra-se representada a
distribuição das importações com origem em cada um destes mercados, por níveis
de intensidade tecnológica.
Alcochete, 14 de Abril de 2020.
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