quinta-feira, 30 de abril de 2020

Exportações da UE-28 para a China e quotas de Portugal (2018-2019)


Exportações de mercadorias
da UE-28 para a China
e quotas de Portugal
(2018-2019)
                                                                ( disponível para download  >> aqui )
                                                       
1 – Nota introdutória
De acordo com cálculos do “International Trade Centre” (ITC) com base em estatisticas alfandegárias chinesas, constantes da sua base de dados, em 2019 as importações com origem no conjunto dos 28 países comunitários terão representado 13,4% do total. Os principais países que se seguiram foram a Coreia do Sul e Taiwan (8,4% cada), o Japão (8,3%), a própria China (6,3%) - estas principalmente relativas a reimportações de produtos de origem chinesa “exportados” para Hong-Kong e reimportados através da província de Guangdong, ao que tudo indica por conveniência geográfica e logística -, os EUA (6,0%) e a Austrália (5,8%).


Neste trabalho analisa-se a exportação do conjunto de países que integram a UE-28 para a China em 2019, por grupos de produtos desagregados pelos principais produtos e as correspondentes quotas de Portugal, com o objectivo último de identificar possíveis pistas para o incremento das exportações portuguesas com este destino.
São aqui utilizadas estatísticas do EUROSTAT para as exportações dos 28 Estados-membros para a China em 2019 que, quando convertidas a valores Cif por aplicação de um factor fixo (0,9533) se situam num valor global considerado aceitável para o fim em vista, (4,3% abaixo do indicado pelos cálculos do ITC efectuados com base nas estatísticas alfandegárias da China). Já ao nível de país os valores globais divergem, por vezes acentuadamente, a que não será alheia uma possível errónea atribuição alfandegária dos países de origem.
Como se pode observar no gráfico seguinte, a maior diferença ao nível de grupos de produtos, em termos de estrutura, incide no grupo “Químicos”.


2 – Posição relativa dos fornecedores comunitários
Em 2019 o valor das importações na China com origem na UE-28 aproximou-se de 247 mil milhões de Euros (Cif), de acordo com o ITC, tendo-se situado esse valor em 236 mil milhões (Cif), quando calculado a partir dos dados de exportação de fonte Eurostat. 

O principal fornecedor foi a Alemanha (38,0% segundo o ITC e 42,8% de acordo com o Eurostat), seguida pela França e pelo Reino Unido (fonte ITC) ou por estes mesmos dois países mas por ordem inversa, como indica a segunda fonte.
Portugal, na primeira destas versões terá representado 0,8% do Total (18ª posição), ou 0,3% na segunda (20ª posição).
3 – Exportações da UE-28 para a China por Grupos de Produtos
Por Grupos de Produtos (ver definição do conteúdo em quadro Anexo), de acordo com os dados de fonte EUROSTAT, as principais exportações comunitárias para a China, em 2019, incidiram no grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (30,7%), seguido dos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (15,0%), “Químicos” (14,9%), “Minérios e metais” (9,9%), “Produtos acabados diversos” (9,7%), “Agro-alimentares” (6,6%), “Aeronaves, embarcações e partes” (5,0%), “Energéticos” (2,8%), “Madeira, cortiça e papel” (2,5%), “Têxteis e vestuário” (1,9%) e “Calçado, peles e couros (1,1%).

No quadro seguinte encontram-se relacionadas, por grupos de produtos desagregados por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2), as principais exportações do conjunto dos 28 países comunitários para a China em 2019 e correspondentes quotas de Portugal.
Face ao tipo de produtos oriundos do espaço comunitário importados no mercado chinês, e respectiva comparticipação recente portuguesa, poderão ser identificadas pistas indicadoras de um possível futuro incremento das exportações nacionais com este destino.
No último ponto deste trabalho, apresenta-se a evolução das principais exportações portuguesas por grupos de produtos nos dois últimos anos, agora desagregadas a quatro dígitos da NC, e principais acréscimos e decréscimos em 2019 face ao ano anterior.

No quadro seguinte destacam -se, por grupos de produtos, os Capítulos da NC em que Portugal registou quotas superiores a 1% dos fornecimentos globais comunitários.

De salientar a quota de Portugal nas exportações do Capítulo 45 do grupo “Madeira, cortiça e papel”, (64,6%), designadamente em cortiça aglomerada e suas obras, e também cortiça natural em bruto e obras de cortiça natural. A segunda maior quota ao nível de produtos coube, dentro do grupo “Minérios e metais”, ao Capítulo 25, principalmente mármores e pedras calcárias em blocos ou placas e também granito, basalto e outras pedras em blocos ou placas. De realçar também a variedade de produtos exportados no âmbito do grupo “Têxteis e vestuário”.
3.1 – Síntese das quotas de Portugal por grupos de produtos
Em 2019, a quota de Portugal no conjunto das exportações comunitárias de mercadorias para a China foi de apenas 0,27% do Total. Ao nível de grupos de produtos as maiores quotas incidiram em “Madeira, cortiça e papel” (1,96%), “Calçado, peles e couros” (1,19%) e “Têxteis e vestuário” (1,12%) Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (0,53%), “Agro-alimentares” (0,51%), “Químicos” (0,20%), “Produtos acabados diversos” (0,17%), “Material de transporte terrestre” (0,14%)  e “Máquinas, aparelhos e partes” (0,10%). Os grupos “Aeronaves, embarcações e partes” e “Energéticos” tiveram representatividade nula.


4 – Exportações portuguesas para a China
Em 2019, face ao ano anterior, as exportações portuguesas para a China registaram um decréscimo de -54,4 milhões de Euros, que envolveu três dos onze grupos de produtos.
As quebras incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (‑103,9 milhões de Euros), essencialmente automóveis de passageiros, “Têxteis e vestuário” (‑10,2 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (-2,9 milhões).
Os maiores acréscimoss ocorreram nos grupos “Minérios e metais” (+23,9 milhões de Euros), “Químicos” (+21,9 milhões) e “Produtos acabados diversos” (+10,0 milhões).

4.1 – Principais produtos exportados, a 4 dígitos da NC
Do quadro seguinte constam as exportações para a China em 2018 e 2019, por grupos de produtos desagregados a quatro dígitos da NC, com uma representatividade superior a 80% em cada grupo.


ANEXO


Alcochete, 21 de Abril de 2020.


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