domingo, 12 de abril de 2020

Série mensal - Janeiro a Fevereiro de 2020 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Fevereiro de 2020 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Abril de 2020, no período de Janeiro a Fevereiro de 2020 as exportações de mercadorias cresceram em valor +2,5%, face ao período homólogo de 2019 (+242 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +0,4% (+46 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +3,2% (+227 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros crescido +0,9% (+26 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) diminuiram –0,5% (-51 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +3,0% (+108 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu ‑6,0% ao situar-se em -3060 milhões de Euros (um decréscimo de 196 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com uma redução de 278 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo de 82 milhões no extracomunitário). Em termos globais, neste período o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,1%, em 2019, para 76,7%, em 2020.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020, neste período, o valor médio unitário de importação do petróleo subiu, face a 2019, de 386 para 442 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.


Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (11,7% e 12,4% do total das importações, respectivamente em 2019 e 2020, e 5,2% e 7,3% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2020, de 76,7% para 81,2%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2020, no período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 72,2% do total (71,8% em 2019), cresceram em valor +3,1%, contribuindo com +2,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +2,5%.
As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 27,8% do total em 2020 (28,2% em 2019), cresceram +0,9%, contribuindo com +0,3 p.p. para o crescimento global.

Os principais destinos nos primeiros dois meses de 2020 foram a Espanha (26,0%), a França (13,7%), a Alemanha (11,7%), o Reino Unido (5,9%), os EUA (5,0%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,7%), Brasil (1,5%), Angola (1,4%), Polónia (1,3%), Marrocos, Suécia e Suíca (1,1% cada), destinos que  representaram 80,8% do total das exportações em 2020.
Angola, o terceiro maior mercado entre os países terceiros depois do Reino Unido e dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –26,7% em 2020 (-52,9 milhões de Euros), envolvendo oito dos onze grupos de produtos.
Os acréscimos couberam aos grupos “Agro-alimentares” (+2,4 milhões de Euros), “Calçado, peles e couros” (+659 mil Euros) e “Material de transporte terrestre e partes” (+93 mil Euros).
As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-18,9 milhões), “Químicos” (‑12,6 milhões), “Minérios e metais” (-10,3 milhões) e “Produtos acabados diversos” (‑8,1 milhões).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+2,5%), couberam a Espanha (+1,6 p.p.), a França (+1,1 p.p.), aos EUA (+0,6 p.p.) e à Bélgica (+0,5 p.p.). Seguiram-se Marrocos, Hungria, Cabo Verde, Rep. Checa, Brasil e Provisões de bordo para países terceiros (0,! p.p. cada).  O maior contributo negativo coube à Alemanha (-0,6 p.p.), seguida de Angola (-0,5 p.p.), do Reino Unido (‑0,4 p.p.) e da Áustria (-0,3 p.p.). 

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período de Janeiro a Fevereiro de 2020, em termos homólogos, verificaram-se em Espanha, França e Bélgica.  Os maiores decréscimos ocorreram nas exportações para a Alemanha, Áustria e Eslovénia.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram com os EUA, Ceuta, Emiratos, Cabo Verde, Gibraltar, Brasil e Provisões de Bordo. Os maiores decréscimos couberam a Angola e ao Reino Unido, seguidos da China e da Argélia.

3.2 - Importações
De Janeiro a Fevereiro de 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 71,8% do total (72,5% em 2019), registaram um decréscimo de -0,6% e contribuíram com -0,5 p.p. para uma taxa de ‘crescimento’ global de +0,4%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +3,0%, representando 28,2% do total em 2020 (27,5% em 2019), com um contributo para o crescimento global de +0,8 p.p..
Os principais mercados de origem em 2020, foram a Espanha (30,0%), a Alemanha (13,2%) e a França (8,6%). Seguiram-se os Países Baixos (4,9%), a Itália (4,6%), a China (4,1%), a Bélgica e o Reino Unido (3,0% cada), o Brasil (2,9%), os EUA (2,3 %) e a Polónia (1,7%). Estes países representaram, no seu conjunto, 78,1% das importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das importações em 2020 (+0,4%) destacam-se os do Brasil (+1,9 p.p.), da Argélia (+0,9 p.p.), da Espanha (0,6 p.p.), do Reino Unido e da Suécia (+0,5 p.p. cada), e da Polónia (+0,4 p.p.). Seguiram-se a Nigéria (0,3 p.p.), Taiwan. EUA e os Países Baixos (+0,2 p.p. cada).

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam à França (-1,1 p.p.), à Alemanha (-0,5 p.p.), a Angola, Irlanda e Rússia (-0,4 p.p. cada), à Turquia e Azerbaijão (-0,3 p.p. cada) e à Arábia Saudita (-0,2 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+247 milhões de Euros), aos EUA (+208 milhões) e ao Reino Unido (+206 milhões). Seguiram-se a Turquia (+95 milhões) e Marrocos (+75 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1324 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑550 milhões), da China (-462 milhões), do Botswana (-376 milhões) e dos Países Baixos (-272 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando 63,8% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (16,2% e TVH -0,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do total e TVH +6,5), “Químicos” (11,7% e TVH -2,0%), “Agro-alimentares” (11,6% e TVH +1,7%) e “Produtos acabados diversos” (10,0% e +5,2%).

O maior contributo para o acréscimo global de +242 milhões de Euros, face a 2019, coube ao grupo “Energéticos” (+227 milhões de Euros), seguido do grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (+88 milhões). O maior decréscimo incidiu no grupo “Minérios e metais” (‑59 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 72,6% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,4%, com uma taxa de variação homóloga em valor de -1,8%), “Químicos” (16,7% do total e TVH +2,0%), “Agro-alimentares” (13,3% e TVH +1,2%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,8% e TVH +4,2%) e “Energéticos” (12,4% e TVH +6,4%).

Verificaram-se decréscimos nas importações dos grupos “Minérios e metais” (-87 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (-43 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (‑43 milhões), “Têxteis e vestuário” (-34 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (‑6 milhões). Os maiores acréscimos incidiram nos grupos “Energéticos” (+98 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+67 milhões) e “Químicos” (+42 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,0% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos, “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se no “ranking” a França (13,7%), a Alemanha (11,7%), o Reino Unido (5,9%), os EUA (5,0%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,7%), Brasil (1,5%) e Angola (1,4%) e Estes dez países cobriram 76,2% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 30,0% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (2ª posição, precedida do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Alemanha e EUA).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,2%), a França (8,6%), os Países Baixos (4,9%), a Itália (4,6%), a China (4,1%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (3,0%), o Brasil (2,9%), e os EUA (2,3%).
Estes dez países cobriram 76,5% das importações totais.

 Alcochete, 12 de Abril de 2020.



Sem comentários:

Enviar um comentário