quinta-feira, 28 de maio de 2020

Comércio Internacional com Angola (2014-2019 e 1º Trim 2020)



Comércio Internacional de mercadorias 
com Angola
(2014-2019 e 1º Trimestre 2020)

                                                       " Disponível para download > aqui "

1 – Nota introdutória
Neste trabalho é feita uma breve análise da evolução do comércio externo de mercadorias de Angola nos últimos anos, com base em dados estatísticos divulgados pelo “Banco Nacional de Angola” (BNA), pela “Administração Geral Tributária”, de Angola (AGT) e pelo “International Trade Centre” (ITC).
Segue-se uma análise da evolução do comércio internacional de mercadorias de Portugal com Angola entre 2014 e 2019 e período de Janeiro a Março de 2019 e 2020, com base em dados estatísticos preliminares divulgados pelo “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), actualizados a 8 de Maio de 2020.
2 – Alguns dados sobre o comércio externo de Angola

A economia angolana é muito dependente do comportamento do sector petrolífero no mercado internacional, o que condiciona fortemente o seu PIB. As exportações do sector, essencialmente constituídas por petróleo bruto, mas também refinados de petróleo e gás, representaram ao longo dos últimos seis anos mais de 95% das exportações globais do país.

Entre 2014 e 2016 assistiu-se a uma quebra acentuada dos dois fluxos comerciais de mercadorias. A partir de 2016 ambos cresceram, sendo o ritmo da exportação superior ao da importação.

2.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial de Angola é ‘superavitária’, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações (245,8% em 2019).
Em 2019, face ao ano anterior, as importações terão decrescido -4,6% e as exportações ‑9,1%, com o saldo da balança a cair -11,9%, ao situar-se em +18,6 mil milhões de Euros

2.2 – Quota de Portugal nas importações globais de Angola
De acordo com estatísticas do Banco Nacional de Angola, a quota de Portugal nas importações angolanas ter-se-á situado em 12,9% em 2019.

A quota mais baixa desde 2003, o ano mais atrasado disponível, terá ocorrido em 2005 (9,1%). A partir de então subiu sucessivamente, situando-se em 16,5% em 2013. Decresceu nos dois anos seguintes (12,7% em 2015), para recuperar o crescimento até 2017 (16,3%), voltando a decair até ao ano transacto (12,9%).
Entre 2003 e 2017, à excepção do ano de 2015, em que foi ultrapassado pela China, Portugal ocupou a primeira posição no “ranking” dos principais fornecedores de Angola. Nos dois anos seguintes a China passou a primeiro fornecedor, tendo Portugal ocupado a segunda posição em 2018 e a terceira, depois da França, em 2019.
De referir que a França, que em 2014 detinha uma quota de apenas 2,5%, não figurando depois entre os principais fornecedores até 2018, atingiu em 2019 a segunda posição com uma quota de 13,8%, depois da China (14,0%) e à frente de Portugal (12,9%). Tudo indica ter sido este incremento fruto de acordos firmados entre Angola e empresas francesas para o fornecimento de refinados do petróleo.

2.3 – Importações em Angola por grupos de produtos
         e quotas de Portugal
Foram aqui analisados, convertidos em Euros, os últimos dados disponíveis, desagregados por Capítulos do Sistema Harmonizado (SH), de fonte “Administração Geral Tributária de Angola” (AGT) para os anos de 2017 e 2018, agregados por Grupos de Produtos, cujo conteúdo em termos de Nomenclatura se encontra definido em Anexo.
Não se dispondo, com a mesma desagregação, dos correspondentes dados das importações angolanas com origem em Portugal, foram utilizados, para o cálculo das quotas de Portugal por grupos de produtos, dados estatísticos das exportações portuguesas para Angola de fonte “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), expressos em valores Fob, convertidos a valores Cif por aplicação de um factor fixo (Fob = Cif x 0,9533).
Em 2018, as importações com maior peso no total incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (20,5% e 18,0% em 25017) e “Máquinas, aparelhos e partes” (19,3% e 22,0%).
Seguiram-se os grupos “Energéticos” (14,8% e 12,2% em 2017), “Químicos” (11,3% e 11,1%), “Aeronaves, embarcações e partes” (10,9% e 0,6%), “Produtos acabados diversos” (8,3% e 17,7%), “Minérios e metais” (6,3% e 7,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (4,3% e 6,1%), “Têxteis e vestuário” (2,0% e 2,8%), “Madeira, cortiça e papel” (1,8% e 1,6%) e “Calçado, peles e couros” (0,6% e 0,8% em 2017).

Por grupos de produtos, as maiores quotas de Portugal em 2018 ocorreram nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (27,2%), “Calçado, peles e couros” (23,1%), “Químicos” (18,3%) e “Minérios e metais” (17,6%). Com quotas entre 14% e 15% alinharam-se os grupos “Produtos acabados diversos” (15,0%), “Têxteis e vestuário” (14,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7%) e “Agro-alimentares” (14,2%). As menores quotas incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (5,3%), “Energéticos” (0,9%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,3%).

2.4 – Exportações de Angola por grupos de produtos
         e quotas de Portugal
Em 2018, face a 2017, as exportações aumentaram +20,7% em valor (+5,6 mil milhões de Euros), acréscimo assente nas exportações do grupo “Energéticos”, que pesou 95,7% no total em 2018 (93,7% em 2017), essencialmente constituídas por petróleo bruto.
O segundo grupo de produtos com maior peso, 3,2% (4,1% em 2017), foi “Minérios e metais”, onde se encontram incluídas as pedras e metais preciosos e os metais comuns e suas obras.

As quotas de Portugal nas exportações de Angola nestes dois grupos de produtos, que em 2018 representaram cerca de 99% do Total, foram respectivamente 2,8% (1,0% em 2017) e 0,2% (0,1% no ano anterior).
2.5 – Principais destinos das exportações angolanas de petróleo bruto 
O petróleo bruto representa cerca de 90% das exportações globais de Angola, sendo a China o principal destino, com mais de 2/3 do Total em 2019.

Em 2019 Portugal terá sido o terceiro principal mercado destas exportações, a par da Espanha, com 3,5% do Total, seguidos dos EUA, Tailândia, França, África do Sul e Singapura, conjunto de países que absorveram 94,0% destes fornecimentos.
3. Comércio Internacional de Portugal com Angola (2014-2019)
Para as trocas comerciais de Portugal com Angola vão agora ser utilizadas estatísticas do Instituto Nacional de Estatística de Portugal, com dados definitivos para os anos de 2014 a 2017, provisórios para 2018 e preliminares para 2019.
3.1 – Balança Comercial
A balança comercial de mercadorias de Portugal com Angola é francamente favorável a Portugal, com um elevado grau de cobertura das importações pelas exportações.


De 2014 a 2019, aparte um acréscimo da exportação em 2017, a par de um decréscimo significativo da importação, o saldo da balança foi decrescente, passando de 1,6 mil milhões de Euros, em 2014, para 163 milhões, em 2019.
3.2 – Importações
As importações provenientes de Angola estão centradas no petróleo bruto e logo sujeitas à flutuação do seu preço no mercado internacional, tendo o grupo dos produtos “Energéticos” em 2019 representado 98,5% do Total.

Ao longo do período em análise é variável a constituição das importações dos produtos residuais da importação.
Em 2019, destacam-se, no grupo “Agro-alimentares” (57,6%), os crustáceos, as bananas e o café. Com pesos inferiores seguiram-se, entre os principais, os grupos:
- “Madeira, cortiça e papel” (13,2%), designadamente madeira serrada;
- “Máquinas, aparelhos e partes” (8,6%), como máquinas para tratamento de substâncias minerais, máquinas elevatórias e partes de diversos tipos de máquinas;
- “Produtos acabados diversos” (7,6%), como relógios e pedra para calcetar;
- “Minérios e metais” (7,2%), com destaque para a pedra de cantaria ou construção, artefactos de joalharia, recipientes para gases, e construções e suas partes em ferro ou aço.

3.3 – Exportações
Com uma quebra em 2010, as exportações para Angola cresceram sustentadamente entre 2000 e 2014 (de 371 milhões para 3,2 mil milhões de Euros), decrescendo tendencialmente a partir de então, até se situarem em 1,2 mil milhões de Euros em 2019.



Em 2019 as principais exportações ocorreram no grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, que representou 26,3% das nossas exportações totais para Angola, com destaque para as máquinas e aparelhos mecânicos, muito diversificadas, como partes de máquinas elevatórias, máquinas automáticas para processamento de dados, centrifugadores e máquinas para filtrar líquidos ou gases, bombas para líquidos, refrigeradores e congeladores, torneiras e válvulas, máquinas de impressão, bombas de ar, compressores, ventiladores e exaustores, e máquinas de lavar, entre muitas outras. Entre as máquinas e aparelhos eléctricos destacaram-se as exportações de fios e cabos, quadros eléctricos, transformadores e conversores, telefones e outros aparelhos de telecomunicações, suportes para gravação de som, interruptores e seccionadores, grupos electrogéneos e receptores de televisão.
Seguiu-se o grupo “Agro-alimentares” (23,9%), com evidência para o óleo de soja, leite e lacticínios, bebidas alcoólicas, farinhas, preparações à base de carnes e de cereais e outras preparações alimentícias.
No grupo “Químicos” (17,0%) sobressaíram as exportações de plásticos, produtos farmacêuticos, produtos diversos das indústrias químicas como reagentes de laboratório, insecticidas e outros, óleos essenciais e produtos de perfumaria e cosmética, borracha e suas obras, produtos químicos inorgânicos, sabões e ceras, extractos tanantes, tintas e vernizes
No grupo “Produtos acabados diversos” (10,6%) destacaram-se o mobiliário, candeeiros e outros objectos caseiros, os aparelhos ópticos, de fotografia, médicos, de medida e de precisão, os produtos cerâmicos e do vidro, ao artigos de relojoaria, brinquedos e uma grande diversidade de outras obras, como pensos higiénicos e fraldas, esferográficas, canetas e lapiseiras, fitas para máquinas de escrever ou de calcular,
Seguiu-se o grupo “Minérios e metais” (10,4%), onde predominou o ferro ou aço e suas obas, o alumínio e suas obras, e obras diversas de metais comuns.
Os restantes grupos de produtos contabilizam exportações com pesos inferiores a 5% do Total em 2019. No quadro seguinte encontram-se relacionadas, a dois ou a 4 dígitos da Nomenclatura, por grupos de produtos, os principais tipos de produtos transaccionados ao longo dos últimos seis anos.

4 – Trocas comerciais de Portugal com Angola no 1º Trimestre de 2020
Os dados de base do Instituto Nacional de Estatística de Portugal utilizados na análise da evolução do comércio externo de Portugal com Angola no primeiro trimestre de 2020, em termos homólogos, correspondem a versões preliminares dos anos em análise.
4.1 – Balança Comercial
O saldo da Balança comercial de Portugal com Angola no primeiro trimestre de 2020 registou um decréscimo, em termos homólogos, de -24,9%, tornando-se deficitário. As importações, centradas no petróleo, registaram um acréscimo de +3,0% (+7 milhões de Euros), a par de um decréscimo das exportações de -24,9% (-63 milhões de Euros).

4.2 – Importações
As importações assentam, em sua grande parte, no grupo dos produtos “Energéticos” designadamente no petróleo bruto, que representou 97,8% do total no período em análise de 2020 e 98,4% em 2019. Estas importações registaram um crescimento em valor +2,4%. 

A grande distância, seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (1,4% do total em 2020), essencialmente constituído por peixe, crustáceos e moluscos, e também frutas, “Madeira, cortiça e papel” (0,4%), “Produtos acabados diversos”, “Minérios e metais”, “Máquinas, aparelhos e partes” e “Material de transporte terrestre e partes” (0,1% do Total cada).

4.3 – Exportações
Nas exportações destacaram-se os grupos “Agro-alimentares” (27,9% em 2020 e 21,4% em 2019), “Máquinas, aparelhos e partes” (26,5% e 27,4%), “Químicos” (15,9% e 17,0%), “Produtos acabados diversos” (9,1% e 10,8%) e “Minérios e metais” (8,5% e 11,0%), que representaram no seu conjunto 87,8% do total em 2020 e 87,6% em 2019.

No âmbito do grupo “Agro-alimentares” sobressaíram as exportações de óleos alimentares, de vinho e outras bebidas alcoólicas, de preparações de carne, peixe, crustáceos e moluscos, de leite e lacticínios, de preparações à base de cereais, de produtos da indústria de moagem, de carnes e miudezas comestíveis, entre muitos outros produtos alimentares.
O grupo “Máquinas, aparelhos e partes” inclui máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos, muito diversificados. Em 2020 destacaram-se as partes de aparelhos e máquinas de elevação e de obras públicas, os fios e cabos eléctricos, as máquinas automáticas para processamento de dados, os quadros eléctricos, os transformadores e conversores, os refrigeradores e congeladores, os aparelhos de interrupção, seccionamento e protecção de corrente eléctrica, as máquinas de impressão, as bombas para líquidos, os aparelhos telefónicos, os discos, fitas, cartões inteligentes e outros suportes para gravação de som, as bombas de ar ou vácuo, as torneiras e válvulas, os acumuladores eléctricos e as máquinas para tratamento de substâncias minerais sólidas, entre muitas outras.
No grupo “Químicos” destacaram-se os produtos farmacêuticos, os plásticos e suas obras, os óleos essenciais, produtos de perfumaria e de cosmética, os extractos tanantes, tintas e vernizes, os sabões e preparações para lavagem, e a borracha e suas obras.
No grupo “Produtos acabados diversos” encontram-se incluídos produtos muito diversificados, principalmente mobiliário, instrumentos e aparelhos de óptica, fotografia, de medida, de controlo ou de precisão incluindo os aparelhos médico-cirúrgicos, os produtos cerâmicos, as obras de pedra, o vidro e suas obras, os artigos de relojoaria, e os brinquedos e jogos.
No grupo “Minérios e metais” assumem maior relevância os metais, e dentre estes o ferro ou aço, o alumínio, o cobre, e suas obras.

Alcochete, 24 de Maio de 2020.
ANEXO



sexta-feira, 22 de maio de 2020

Índices do Comérciio Internacional - Janeiro a Março 2020/2019


Comércio Internacional de mercadorias
- Taxas de variação homóloga em
valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro-Março 2020/2019)

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1 - Nota introdutória
No presente trabalho apresentam-se indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no período de Janeiro a Março de 2020, face ao período homólogo de 2019.
Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Março de 2020, em versão preliminar, e dados disponíveis para 2019 também ainda em versão preliminar, com última actualização em 8 de Maio de 2020.
2 – Nota metodológica
O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche globais assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, construída com base em metodologia definida e longamente ensaiada e testada na antiga Direcção-Geral do Comércio Externo e noutras que lhe sucederam, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes.

3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares disponíveis, no período de Janeiro a Março de 2020 o défice da balança comercial de mercadorias decresceu -6,9% face ao período homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a aumentar de 75,1% para 75,8%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um decréscimo em valor de -4,0%, terão registado uma quebra em volume de -2,9% e um decréscimo em preço de ‑1,1%.
Por sua vez, a descida em valor de -3,0% verificada nas exportações terá resultado de uma descida em volume de -1,8%, com o preço a decair –1,3%.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente atentarmos também no andamento do nosso comércio internacional quando excluído dos produtos que integram o grupo “Energéticos”

De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos produtos “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de -4,9%, -3,5% e -1,4%.
Por sua vez, as exportações terão averbado uma quebra em valor de -4,6%, em resultado de descidas de -3,5% em volume e -1,2% em preço.
Sem “Energéticos”, o défice da balança comercial em 2020 situou-se em -3,3 mil milhões de Euros, contra -4,6 mil milhões em termos globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações, sem “Energéticos”, sobe de 75,8% para 80,4%
Em 2020, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 29,7% das exportações e 16,5% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.


4 – Importações

No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Químicos” (17,6% em 2020 e 16,4% em 2019), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,2% e 17,8%), “Agro-alimentares” (14,2% e 13,2%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e 12,7%) e “Energéticos” (12,0% e 11,2%). Seguiram-se os grupos de produtos ”Minérios e metais” (8,1% em 2020 e 8,5% em 2019), “Produtos acabados diversos” (6,0% e 5,8%), “Têxteis e vestuário” (5,4% e 5,7%), “Madeira, cortiça e papel” (3,1% e 3,0%), “Calçado, peles e couros” (2,0% e 2,2%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (2,0% e 3,5%).


No conjunto dos onze grupos de produtos considerados (nos gráficos seguintes não consta o grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para o qual não foram calculados índices de volume e preço), apenas em três deles não se registaram, no primeiro trimestre de 2020 taxas de variação homóloga em valor negativas: “Energéticos” e “Agro-alimentares” (+3,1% em cada) e “Químicos” (+2,8%). 

Os maiores decréscimos em volume ocorreram nos grupos “Calçado, peles e couros” (‑11,6%), “Têxteis e vestuário” (-10,5%) e “Material de transporte terrestre e partes” (-9,0%), tendo incidido o maior aumento no grupo “Químicos” (+8,3%). Na óptica do preço, as principais quebras couberam aos grupos “Químicos” (-5,1%), “Madeira. Cortiça e papel” (‑5,0%) e “Minérios e metais” (-4,4%). O maior acréscimo coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+3,8%).

5 – Exportações
No período em análise, em 2020 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Material de transporte terrestre e partes” (14,8% do total em 2020 e 16,4% em 2019), “Máquinas aparelhos e partes” (14,3% e 13,8%), “Agro-alimentares” (12,5% e 11,7%) e “Químicos” (12,5% em cada um dos anos).
Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7% em ambos os anos), “Minérios e metais” (9,0% e 9,6%), “Têxteis e vestuário” (8,9% e 9,2%), “Madeira, cortiça e papel” (7,6% nos dois anos), “Energéticos” (6,7% e 5,1%), “Calçado, peles e couros” (3,5% e 3,6%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e 0,7%).


Verificaram-se decréscimos em valor, face ao ano anterior, em oito dos grupos de produtos, designadamente “Aeronaves, embarcações e partes” (-24,8%), não constante dos gráficos seguintes por não ser, à semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, “Material de transporte terrestre e partes” (-12,9%), “Minérios e metais (‑9,4%), “Têxteis e vestuário”” (-6,5%), “Calçado, peles e couros” (‑6,0%), “Produtos acabados diversos” (-3,2%), “Químicos” (-3,0%) e “Madeira, cortiça e papel” (‑2,9%). O maior acréscimo ocorreu no grupo “Energéticos” (+27,3%), a que se seguiram os grupos “Agro-alimentares” (+3,7%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+0,5%).


Em volume, verificaram-se descidas nas exportações dos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-14,9%), “Têxteis e vestuário” (‑8,4%) e “Minérios e metais” (-5,6%), “Calçado, peles e couros” (-4,0%) e “Produtos acabados diversos” (--1,6%). O maior acréscimo ocorreu no grupo “Energéticos” (+31,1%), seguido dos grupos “Agro-alimentares” (+5,6%), “Madeira, cortiça e papel” (+2,1%), “Químicos” e “Máquinas, aparelhos e partes” (+0,3% cada).  

No âmbito do preço verificaram-se quebras em sete dos grupos, designadamente “Madeira, cortiça e papel” (‑4,9%), “Minérios e metais” (‑4,0%), “Químicos” (-3,3%), “Energéticos” (‑2,9%), “Calçado, peles e couros” (-2,0%), “Agro-alimentares” (-1,8%) e “Produtos acabados diversos” (-1,6%). Os acréscimos verificaram-se nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+2,4%), “Têxteis e vestuário” (+2,1%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+0,2%).
6 – Representatividade das amostras

Como se pode observar no quadro, a representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche, foi da ordem dos 90%, o que também aconteceu na maior parte dos grupos.


Alcochete, 22 de Maio de 2020.



sexta-feira, 15 de maio de 2020

Acréscimos e decréscimos das exportações - Março 2020


Acréscimos e decréscimos
das exportações
por produtos e mercados
Evolução Mensal
- Março de 2020 -
 ( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória 

Neste trabalho pretende-se analisar onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos nas exportações portuguesas de mercadorias, por produtos e por mercados, nos três primeiros meses de 2020, acumulados e não acumulados, face ao período homólogo de 2019. São para este fim utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versão preliminar para estes dois anos, com última actualização em 8 de Maio de 2020.

2 – Exportações no período acumulado 
     de Janeiro a Março de 2019 e 2020 

Em 2020, no período em análise, as exportações de mercadorias decresceram em valor -3,0% face a igual período do ano anterior (-453 milhões de Euros). O maior decréscimo, em Euros, incidiu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (‑318 milhões de Euros). Seguiram-se quebras nos grupos “Minérios e metais” (-135 milhões), “Têxteis e vestuário” (-90 milhões), “Químicos” (-56 milhões), “Produtos acabados diversos” (-47 milhões), “Madeira, cortiça e papel” e “Calçado, peles e couros” (-33 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (-26 milhões). Verificaram-se acréscimos nos grupos “Energéticos” (+210 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+64 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+11 milhões de Euros).

Considerando a partição entre espaço Intra UE-27 (Reino Unido excluído) e Extra, verifica-se que no primeiro trimestre de 2020, no seio da Comunidade, as exportações, que representaram 71,3% do Total, decresceram -3,8% face ao mesmo trimestre do ano anterior (-410 milhões de Euros). Por sua vez, para fora da Comunidade as exportações registaram uma quebra de ‑1,0% (-43 milhões de Euros).

O valor do espaço Intracomunitário a 27 foi aqui calculado, para ambos os anos, por somatório dos valores dos actuais 26 parceiros de Portugal (Reino Unido excluído), acrescido das provisões de bordo (código QR da Nomenclatura Combinada), países não determinados (QV) e confidencialidade (QY), atribuídos à União Europeia.


Em termos globais, os maiores decréscimos couberam à Alemanha (-159 milhões de Euros), Reino Unido (-114 milhões), Angola (-63 milhões), Itália (-49 milhões), Áustria (-45 milhões), França (-43 milhões), China (-39 milhões) e Finlândia (-32 mkilhões de Euros).

O acréscimo mais significativo pertenceu aos EUA (+73 milhões de Euros). Seguiram-se Gibraltar (+25 milhões), Ceuta e Suécia (+23 milhões cada), Brasil (+22 milhões) e Irlanda (+21 milhões de Euros).

3 – Exportações no mês de Março de 2019 e 2020 (não acumulado) 

Os grupos de produtos com maior peso nas exportações portuguesas no mês de Março de 2020 (ver definição do conteúdo dos grupos em Anexo), foram “Agro-alimentares” (14,5% do Total), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,2%), “Químicos” (14,1%) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,8%).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,5%), “Produtos acabados diversos” (9,2%), “Madeira, cortiça e papel” (8,9%), “Têxteis e vestuário” (8,7%), “Energéticos” (5,5%), “Calçado, peles e couros” (3,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6%).


Os maiores decréscimos, face ao mês de Março de 2019, ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-293 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (-92 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-90 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (-81 milhões). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (-65 milhões), “Calçado, peles e couros” (-31 milhões), ”Aeronaves, embarcações e partes” e “Químicos” (-28 milhões cada),  e “Energéticos” (-13 milhões). Ocorreram acréscimos nos grupos “Agro-alimentares” (+46 milhões de Euros) e “Madeira, cortiça e papel” (+5 milhões).

A um nível mais fino encontram-se relacionados no quadro seguinte, por grupos de produtos, os principais acréscimos e decréscimos em produtos definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-2).


Na figura seguinte encontram-se desagregados, a um nível ainda mais fino (NC-4) as exportações do grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, muito diversificado.


4 – Evolução comparada das exportações mensais 
      por grupos de produtos
      - Meses não acumulados de 2020 face a 2019


5 – Acréscimos e decréscimos por mercados de destino
      no mês de Março de 2020 (não acumulado) 

Na figura seguinte encontram-se relacionados os mercados que registaram acréscimos e decréscimos superiores a 10 milhões de Euros, que representaram cerca de 80% da exportação total em Março de 2020.
Os principais decréscimos incidiram em Espanha (-210 milhões de Euros) e em França (-136 milhões).
Seguiram-se a Alemanha (-93 milhões), o Reino Unido (-69 milhões), a Itália (-58 milhões), a Bélgica (-44 milhões), a Finlândia (-30 milhões), a China (-23 milhões), a Áustria (-16 milhões), Angola, Egipto e Polónia (-10 milhões cada). 


Por sua vez, os principais acréscimos ocorreram com os EUA  (+14milhões de Euros), Gibraltar (+13 milhões), Japão e Irlanda (12 milhões cada), Suécia e Brasil (+11 milhões cada).


Alcochete, 13 de Maio de 2020.


ANEXO




terça-feira, 12 de maio de 2020

Série mensal - Janeiro-Março 2020 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Março de 2020 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 8 de Maio de 2020, no período de Janeiro a Março de 2020, após crescimentos homólogos de +3,7% em Janeiro e + 2,2% no período de Janeiro a Fevereiro, em Março as exportações de mercadorias do trimestre decresceram em valor -3,0%, a par de uma quebra nas importações de -4,0%.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo Total foi neste trabalho calculado por somatório dos valores de cada país no âmbito dos seus actuais 27 membros e incluindo as provisões de bordo (código QR da NC), os países não determinados (QV) e a confidencialidade (QY), registaram uma quebra de -3,9% (‑424 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -1,0% (‑43 milhões). Por sua vez, as importações de mercadorias vindas da UE (chegadas) diminuiram –6,4% (-939 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +2,7% (+141 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou 6,9% ao situar-se em -4647 milhões de Euros (mais 345 milhões de Euros face ao ano anterior, a que correspondeu uma redução de 530 milhões no comércio intracomunitário e um aumento de 184 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,1%, em 2019, para 75,8%, em 2020.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020, neste período, o valor médio unitário de importação do petróleo subiu, face a 2019, de 384 para 446 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.


Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (11,2% e 12,0% do total das importações, respectivamente em 2019 e 2020, e 5,1% e 6,7% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2020, de 75,8% para 80,4%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2020, no período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 71,3% do total (71,9% em 2019), decresceram em valor -3,8%, contribuindo com -2,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -3,0%.
As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 28,7% do total em 2020 (28,1% em 2019), decaíram -1,0%, contribuindo com -0,3 p.p. para o ‘crescimento’ global.

Os principais destinos no primeiro trimestre de 2020 foram a Espanha (25,5%), a França (13,3%), a Alemanha (11,7%), o Reino Unido (5,8%), os EUA (5,4%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,5%), Angola e o Brasil (1,5% cada), a Polónia (1,3%), a Suécia (1,2%), a Suíça e Marrocos (1,1% cada), destinos que  representaram 80,3% do total das exportações.
Angola, o terceiro maior mercado entre os países terceiros depois do Reino Unido e dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –21,9% em 2020 (-63,1 milhões de Euros), envolvendo sete dos onze grupos de produtos.
Os acréscimos para este parceiro na CPLP couberam aos grupos “Agro-alimentares” (+989 mil Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+318 mil) “Energéticos” (+220 mil) e “Calçado, peles e couros” (+8 mil Euros).
As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-19,5 milhões de Euros), “Químicos” (‑13,1 milhões), “Minérios e metais” (-12,5 milhões) e “Produtos acabados diversos” (‑10,7 milhões).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ negativo das exportações no período em análise (-3,0%), couberam a Espanha (+0,5 p.p.), à Suécia (+0,2 p.p.) e, com +0,1 p.p. cada, ao Brasil, Irlanda, Cabo Verde, Roménia, República Checa, Hungria e Marrocos. O maior contributo negativo coube à Alemanha (‑1,1 p.p.), seguida do Reino Unido (-0,8 p.p.), de Angola e Itália (-0,4 p.p. cada) e, com -0,3 p.p. cada, da Espanha, Áustria, França e China. 


Entre os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período de Janeiro a Março de 2020, em termos homólogos, destacaram-se a Suécia, a Irlanda, a Roménia, a República Checa e a Hungria.  Entre os maiores decréscimos sobressaíu a Alemanha, seguida da Itália, Espanha, Áustria, França e Finlândia.

Nos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, seguidos de Gibraltar, Ceuta e Brasil. Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido de Angola e da China.

3.2 - Importações
De Janeiro a Março de 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 71,9% do total (73,8% em 2019), registaram um decréscimo de -6,4% e contribuíram com -4,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -4,0%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +2,7%, representando 28,1% do total em 2020 (26,2% em 2019), com um contributo para o crescimento global de +0,7 p.p..
Os principais mercados de origem em 2020, foram a Espanha (30,1%), a Alemanha (13,4%) e a França (8,0%). Seguiram-se os Países Baixos (5,0%), a Itália (4,8%), a China (3,8%), o Brasil (3,2%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,9%), os EUA (2,1 %) e a Nigéria (1,6%). Estes países representaram, no seu conjunto, 78,1% das importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑4,0%) destacou-se o do Brasil (+2,2 p.p.), seguido da Nigéria (+0,6 p.p.), do Reino Unido e Suécia (+0,4 p.p. cada), da Polónia (+0,3 p.p.), de Taiwan e Argélia (+0,2 p.p. cada).

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam à França (-2,6 p.p.), seguida da Espanha (-1,0 p.p.), da Alemanha (-0,8 p.p.), da Rússia (-0,7 p.p.), do Azerbaijão e Arábia Saudita (-0,5 p.p. cada), da Itália e Irlanda (-0,2 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+409 milhões de Euros), aos EUA (+376 milhões) e ao Reino Unido (+291 milhões). Seguiram-se a Turquia (+139 milhões) e Marrocos (+100 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-2074 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑857 milhões), da China (-616 milhões), dos Países Baixos (-407 milhões) e do Brasil (-406 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando 54,1% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (14,8% e TVH -12,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do total e TVH +0,5%), “Agro-alimentares” (12,5% e +3,7%) e “Químicos” (12,5% e -3,0%).

Registaram-se decréscimos, face a 2019, nas exportações de 8 dos onze grupos de produtos. Os maiores contributos para o decréscimo global (-453 milhões de Euros), couberam aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-318 milhões de Euros) e “Minérios e metais” (-135 milhões).
O maior acréscimo incidiu no grupo “Energéticos” (+210 milhões de Euros).ç
5.2 – Importações
Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,5% do total, foram “Químicos” (17,6% do total e TVH +2,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,2% e -7,2%), “Agro-alimentares” (14,2% e TVH +3,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e TVH -5,6%) e “Energéticos” (12,0% e TVH +3,1%).

Verificaram-se decréscimos nas importações em 8 dos 11 grupos de produtos, num total de -798 milhões de Euros, cabendo os maiores aos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (‑331 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (-255 milhões), “Minérios e metais” (-142 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (-141 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-108 milhões).
Os acréscimos incidiram nos grupos “Químicos” (+91 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+82 milhões) e “Energéticos” (+70 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,5% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se no “ranking” a França (13,3%), a Alemanha (11,7%), o Reino Unido (5,8%), os EUA (5,4%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,5%) e Brasil (1,5%). Estes dez países representaram 75,5% das exportações totais.
6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 30,1% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida do Brasil e Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Alemanha e EUA).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,4%), a França (8,0%), os Países Baixos (5,0%), a Itália (4,8%), a China (3,8%), o Brasil (3,2%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,9%) e os EUA (2,1%).
Estes dez países cobriram 76,2% das importações totais.

Alcochete, 11 de Maio de 2020.
ANEXO