Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Março de 2020
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 8 de Maio de 2020, no período de
Janeiro a Março de 2020, após crescimentos homólogos de +3,7% em Janeiro e +
2,2% no período de Janeiro a Fevereiro, em Março as exportações de mercadorias do
trimestre decresceram em valor -3,0%, a par de uma quebra nas importações de -4,0%.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo Total foi neste trabalho calculado
por somatório dos valores de cada país no âmbito dos seus actuais 27 membros e incluindo as provisões de bordo (código QR da NC), os países não determinados (QV) e a confidencialidade (QY), registaram uma quebra de
-3,9% (‑424 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído
-1,0% (‑43 milhões). Por sua vez, as importações de
mercadorias vindas da UE (chegadas) diminuiram –6,4% (-939 milhões de Euros), com as
originárias dos países terceiros a crescerem +2,7% (+141 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou 6,9% ao situar-se em -4647 milhões
de Euros (mais 345 milhões de Euros face ao ano anterior, a que correspondeu uma
redução de 530 milhões no comércio intracomunitário e um aumento de 184 milhões
no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 75,1%, em 2019, para 75,8%, em 2020.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020,
neste período, o valor médio unitário de importação do petróleo subiu, face a 2019, de
384 para 446 Euros/Ton.
Para além da variação da
cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da
cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da
evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (11,2% e 12,0%
do total das importações, respectivamente em 2019 e 2020, e 5,1% e 6,7% na
vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
sobe, em 2020, de 75,8% para 80,4%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2020, no
período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que
representaram 71,3% do total (71,9% em 2019), decresceram em valor -3,8%, contribuindo
com -2,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa
de -3,0%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 28,7% do total em
2020 (28,1% em 2019), decaíram -1,0%, contribuindo com -0,3 p.p. para o ‘crescimento’
global.
Os
principais destinos no primeiro trimestre de 2020 foram a Espanha (25,5%), a França
(13,3%), a Alemanha (11,7%), o Reino Unido (5,8%), os EUA (5,4%), a Itália (4,5%),
os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,5%), Angola e o Brasil (1,5% cada), a Polónia
(1,3%), a Suécia (1,2%), a Suíça e Marrocos (1,1% cada), destinos que representaram 80,3% do total das exportações.
Angola, o
terceiro maior mercado entre os países terceiros depois do Reino Unido e dos
EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –21,9% em 2020 (-63,1
milhões de Euros), envolvendo sete dos onze grupos de produtos.
Os acréscimos para este parceiro na CPLP couberam aos grupos “Agro-alimentares” (+989 mil Euros), “Material de
transporte terrestre e partes” (+318 mil) “Energéticos” (+220 mil) e
“Calçado, peles e couros” (+8 mil Euros).
As
maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-19,5 milhões de Euros), “Químicos” (‑13,1 milhões), “Minérios
e metais” (-12,5 milhões) e “Produtos
acabados diversos” (‑10,7 milhões).
Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ negativo das exportações no
período em análise (-3,0%), couberam a Espanha (+0,5 p.p.), à Suécia (+0,2
p.p.) e, com +0,1 p.p. cada, ao Brasil, Irlanda, Cabo Verde, Roménia, República
Checa, Hungria e Marrocos. O maior contributo negativo coube à Alemanha
(‑1,1 p.p.), seguida do Reino Unido (-0,8 p.p.), de Angola e Itália (-0,4 p.p.
cada) e, com -0,3 p.p. cada, da Espanha, Áustria, França e China.
Entre os maiores acréscimos, em
Euros, nas expedições para o espaço
comunitário no período de Janeiro a Março de 2020, em termos homólogos, destacaram-se
a Suécia, a Irlanda, a Roménia, a República Checa e a Hungria. Entre os maiores decréscimos sobressaíu a Alemanha, seguida da Itália, Espanha, Áustria, França e Finlândia.
Nos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se
os EUA, seguidos de Gibraltar, Ceuta e Brasil. Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido de Angola
e da China.
3.2 - Importações
De
Janeiro a Março de 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 71,9% do total (73,8% em 2019), registaram um decréscimo de -6,4%
e contribuíram com -4,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -4,0%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +2,7%,
representando 28,1% do total em 2020 (26,2% em 2019), com um contributo para o
crescimento global de +0,7 p.p..
Os principais
mercados de origem em 2020, foram a Espanha (30,1%), a Alemanha (13,4%) e a França
(8,0%). Seguiram-se os Países Baixos (5,0%), a Itália (4,8%), a China (3,8%), o
Brasil (3,2%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,9%), os EUA (2,1 %) e a Nigéria
(1,6%). Estes países representaram, no seu conjunto, 78,1% das importações
totais.
Entre os maiores
contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑4,0%)
destacou-se o do Brasil (+2,2 p.p.), seguido da Nigéria (+0,6 p.p.), do Reino
Unido e Suécia (+0,4 p.p. cada), da Polónia (+0,3 p.p.), de Taiwan e Argélia
(+0,2 p.p. cada).
Por sua vez, os maiores contributos
negativos couberam à França (-2,6 p.p.), seguida da Espanha (-1,0 p.p.), da
Alemanha (-0,8 p.p.), da Rússia (-0,7 p.p.), do Azerbaijão e Arábia Saudita
(-0,5 p.p. cada), da Itália e Irlanda (-0,2 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam à França (+409 milhões de Euros), aos EUA (+376 milhões) e ao Reino
Unido (+291 milhões). Seguiram-se a Turquia (+139 milhões) e Marrocos (+100
milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-2074 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑857 milhões), da
China (-616 milhões), dos Países Baixos (-407 milhões) e do Brasil (-406
milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso
nas exportações em 2020, representando 54,1% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes”
(14,8% e TVH -12,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do total e TVH +0,5%), “Agro-alimentares” (12,5% e +3,7%) e
“Químicos” (12,5% e -3,0%).
Registaram-se
decréscimos, face a 2019, nas exportações de 8 dos onze grupos de produtos. Os
maiores contributos para o decréscimo global (-453 milhões de Euros), couberam
aos grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (-318
milhões de Euros) e “Minérios e metais” (-135 milhões).
O maior acréscimo
incidiu no grupo “Energéticos” (+210 milhões de Euros).ç
5.2 – Importações
Em 2020,
os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,5% do total, foram “Químicos”
(17,6% do total e TVH +2,8%), “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,2% e -7,2%), “Agro-alimentares” (14,2% e TVH +3,1%), “Material de transporte terrestre e partes”
(12,5% e TVH -5,6%) e “Energéticos” (12,0% e TVH +3,1%).
Verificaram-se
decréscimos nas importações em 8 dos 11 grupos de produtos, num total de
-798 milhões de Euros, cabendo os maiores aos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (‑331 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (-255 milhões), “Minérios e metais”
(-142 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes”
(-141 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-108 milhões).
Os acréscimos
incidiram nos grupos “Químicos” (+91 milhões de Euros),
“Agro-alimentares” (+82 milhões) e “Energéticos” (+70 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 25,5% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª
posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,3%), a
Alemanha (11,7%), o Reino Unido (5,8%), os EUA (5,4%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,5%) e Brasil (1,5%). Estes
dez países representaram 75,5% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 30,1% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida do
Brasil e Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois
da França, Alemanha e EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,4%), a
França (8,0%), os Países Baixos (5,0%), a Itália (4,8%), a China (3,8%), o
Brasil (3,2%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,9%) e os EUA (2,1%).
Estes dez
países cobriram 76,2% das importações totais.
Alcochete, 11 de Maio de 2020.
ANEXO
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