terça-feira, 24 de agosto de 2021

Índices do Comércio Internacional - Janeiro a Junho 2021/2020

 

Comércio internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga
em Valor, Volume e Preço
por Grupos e Subgrupos de produtos
(Janeiro-Junho 2021/2020)

                                                    ( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória

Apresentam-se neste trabalho indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no primeiro semestre de 2021 face ao semestre homólogo de 2020.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos afins (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística (INE) em versões preliminares para os dois anos, com última actualização em 9 de Agosto de 2021.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra. Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados disponíveis, no 1º Semestre de 2021 o défice da balança comercial de mercadorias decresceu -8,5% face ao período homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a aumentar de 76,7% para 81,7%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +16,6%, terão registado um aumento em volume de +14,6% e um acréscimo em preço de +1,7%. Por sua vez, o aumento em valor de +24,2% verificado nas exportações (somatório das ‘expedições’ intracomunitárias com as exportações para os países terceiros) terá resultado de um acréscimo em volume de +21,0%, com o preço a crescer +2,6%.

Excluindo os produtos “Energéticos do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2021 ter-se-á situado em -5,1 mil milhões de Euros, contra -7,0 mil milhões em termos globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações sobe de 81,7%, em termos globais, para 85,3%. De acordo com os dados disponíveis as importações, excluindo  os produtos “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +16,6%, +15,2% e +1,2%. Por sua vez, as exportações terão averbado um acréscimo em valor de +23,3%, em resultado um aumento em volume de +21,6%, com o preço a aumentar +1,4%.

Em 2021, o saldo da balança comercial foi positivo em cinco dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 42,1% das exportações e 26,6% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”, “Material de transporte terrestre e partes” e “Produtos acabados diversos”.

4 – Importações

Em 2021 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Químicos” (19,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (19,0%), “Agro-alimentares” (14,8%) e “Material de transporte terrestre e partes” (10,6%). Seguiram-se os grupos “Energéticos” e ”Minérios e metais” (9,7% cada), “Produtos acabados diversos” (6,3%), “Têxteis e vestuário” (5,0%), “Madeira, cortiça e papel” (3,1%), “Calçado, peles e couros” (1,6%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8%).



O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados índices de preço e de volume, foi o único, entre os onze grupos, que em 2021 registou uma taxa de variação homóloga em Valor negativa (-36,2%). 

Foram positivas em todos os dez grupos as taxas de variação em Volume, ocorrendo os maiores acréscimos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+25,9%), “Produtos acabados diversos” (+22,5%), “Minérios e metais” (+20,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (+19,2%%) e “Químicos” (+15,4%).

Na óptica do preço verificaram-se crescimentos em quatro dos grupos: “Minérios e metais” (+11,4%), “Energéticos” (+6,7%), “Químicos” (+4,4%) e “Agro-alimentares” (+1,3%).

Entre os decréscimos destacaram-se os verificados nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,9%) e “Calçado, peles e couros” (-2,5%).

5 – Exportações

Em 2021 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas aparelhos e partes” (14,7%), “Químicos” (13,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,6%), “Agro-alimentares” (12,5%) e “Minérios e metais” (10,5%)

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7%), “Têxteis e vestuário” (8,6%), “Madeira, cortiça e papel” (7,3%), “Energéticos” (5,8%), “Calçado, peles e couros” (2,9%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6%).



Em 2021 verificaram-se acréscimos em valor em todos os grupos de produtos, tendo incidido os maiores nos grupos “Energéticos” (+38,9%), “Minérios e metais” (+37,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (+29,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” e “Químicos” (+27,8% cada), e “Produtos acabados diversos” (+26.6%).

No grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, não constante dos gráficos seguintes por não ser, à semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, verificou-se um acréscimo em valor de +2,1%.

Em volume, verificaram-se igualmente acréscimos em todos os grupos de produtos, com destaque para “Produtos acabados diversos” (+33,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+31,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (+27,9%), “Minérios e metais” (+22,9%), “Químicos” (+21,0%) e “Têxteis e vestuário” (+20,3%). 

No âmbito do preço verificaram-se acréscimos nas exportações em sete dos grupos de produtos, com destaque para “Energéticos” (+25,7%), “Minérios e metais” (+12,0%) e “Químicos” (+5,6%). Ocorreram decréscimos em “Produtos acabados diversos” (-5,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,8%) e “Têxteis e vestuário” (-1,1%).

6 – Representatividade das amostras

Como se pode observar no quadro seguinte, a representatividade das amostras globais em cada uma das vertentes comerciais, que serviram de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche, foi superior a 87% nas Importações e a 88% nas Exportações.


Alcochete, 24 de Agosto de 2021.  





sábado, 21 de agosto de 2021

Comércio Internacional português no sector "Agro-alimentar" (2019-2020)

 

Comércio Internacional português
no sector
"Agro-alimentar"
(2019-2020)

                                                       (disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

Os produtos do sector “Agro-alimentar” encontram-se repartidos por um elevado número de tipos de produtos no contexto da agricultura, de outros produtos alimentares e de indústrias transformadoras alimentares.

Neste trabalho vamos analisar a evolução das importações e das exportações dos produtos que integram os Capítulos 01 a 24 da “Nomenclatura Combinada” de mercadorias da União Europeia, que designamos por Grupo de Produtos “Agro-alimentares”, por sua vez desagregados em sete subgrupos (ver conteúdo em Anexo), para os anos de 2019 e 2020.

São aqui utilizados dados estatísticos do “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva para 2019 e ainda preliminar para 2020.

No último quinquénio, entre 2016 e 2019 o ritmo de ‘crescimento’ das importações de produtos “Agro-alimentares” manteve-se acima do das exportações, tendo-se invertido este comportamento em 2020, face a uma desaceleração do ritmo das importações. 

2 – Balança Comercial

A Balança Comercial dos produtos “Agro-alimentares” foi deficitária ao longo dos últimos cinco anos, com saldos de -4,0 milhões de Euros em 2019 e -3,3 milhões em 2020.

Em 2020, face ao ano anterior, as exportações cresceram em valor +2,5%, com o das importações a decair -4,2%.

Em volume, a taxa de variação anual homóloga das exportações foi de +4,2% e de -3,2% a das importações, com o preço (índices de Paasche) das exportações a descer -1,7% e o das importações -1,0%.


Em 2020, o grupo de produtos “Agro-alimentares” ocupou a 3ª posição no “ranking” dos onze grupos habitualmente considerados em ambas as vertentes comerciais, com um peso de 16,6% do Total nas importações e de 13,9% nas exportações

3 – Importações por Subgrupos de produtos

Entre os sete subgrupos destacaram-se pelo seu peso, em 2020, as importações de “Outros agro-alimentares” (25,7% do Total).

Seguiram-se as “Conservas e preparações alimentares” (16,2%), os “Produtos da pesca” (15,4%), as “Carnes e lacticínios” (14,4%), as “Oleaginosas, gorduras e óleos” (12,9%), as “Frutas e hortícolas” (12,1%) e as “Bebidas alcoólicas” (3,2%).

Os maiores decréscimos, em Euros, verificaram-se nas importações de “Produtos da pesca” (‑273 milhões) e “Carne e lacticínios” (-187 milhões), seguidos dos “Outros agro-alimentares” (‑92 milhões), das “Bebidas alcoólicas” (-36 milhões) e das “Conservas e preparações alimentares” (-14 milhões).

Verificaram-se acréscimos nas importações de “Frutas e hortícolas” (+75 milhões de Euros) e de “Oleaginosas, gorduras e óleos” (+54 milhões).

3.1 – Principais produtos importados

3.2 – Mercados de origem das importações

Em 2020 o espaço intracomunitário foi a origem de 78,1% das importações portuguesas de “Agro-alimentares”.

Ao longo dos últimos cinco anos as importações foram tendencialmente crescentes entre 2016 e 2019, tanto no espaço Intra como no Extracomunitário, tendo desacelerado em 2020.

Em 2020 os principais mercados de origem das importações do conjunto dos produtos “Agro-alimentares” foram a Espanha (45,9% do Total), a França (6,5%), os Países Baixos (6,3%) e a Alemanha (6,2%). Seguiram-se o Brasil (4,2%), a Itália (2,7%), a Suécia (2,4%), a Bélgica e o Reino Unido (1,8% cada), os EUA e a Polónia (1,7% cada) e a África do Sul (1,5%).

Com pesos decrescentes entre 1,5% e 0,6%, alinharam-se a Ucrânia, a Dinamarca, a China, o Canadá, a Roménia, a Irlanda, a Costa Rica e a Rússia.


4 – Exportações por Subgrupos de produtos

Entre os sete subgrupos destacaram-se, em 2020, pelo seu peso, as exportações de “Outros agro-alimentares” (24,6% do Total), seguidas das de “Conservas e preparações alimentares” (18,5%), de “Frutas e hortícolas” (14,9%), de “Bebidas alcoólicas” (13,9%), de “Oleaginosas, gorduras e óleos” (12,3%), de “Produtos da pesca” (8,5%) e de “Carnes e lacticínios” (7,4%).

O maior acréscimo, em Euros, verificou-se nas exportações de “Outros agro-alimentares” (+144 milhões de Euros), com principaL incidência no tabaco e seus sucedâneos, em animais vivos das espécies bovina e suína e em açúcar e bagaço de soja.

Aumentaram também, em termos homólogos, as exportações de “Oleaginosas, gorduras e óleos” (+71 milhões de Euros), de “Frutas e hortícolas” (+53 milhões) e de “Produtos da pesca” (+27 milhões de Euros).

O único decréscimo ocorreu no subgrupo “Produtos da pesca” (-193 milhões de Euros), principalmente no peixe fresco e congelado e nos moluscos e crustáceos.

4.1 – Principais produtos exportados

4.2 – Mercados de destino das exportações

Em 2020 o espaço intracomunitário foi o destino de 68,7% das exportações portuguesas de “Agro-alimentares”, cabendo os restantes 31,3% ao conjunto dos Países Terceiros.

Ao longo dos últimos cinco anos o ritmo de ‘crescimento’ do valor das exportações com destino aos parceiros comunitários foi sustentadamente crescente, situando-se em 121,1% em 2020 face a 2016 (2016=100). Por sua vez, as exportações para o espaço Extracomunitário, após terem crescido para 110,7% em 2017, mantiveram-se numa faixa entre 107,0% e 110,7% até 2020.

Em 2020 o principal mercado de destino das exportações do conjunto dos produtos “Agro-alimentares” foi a Espanha, com mais de 1/3 do Total (34,5%).

Seguiram-se a França (10,8%), a Itália (6,7%), o Brasil (5,7%), o Reino Unido (5,4%), os Países Baixos (4,4%), a Alemanha (3,6%), Angola (2,7%) e os EUA (2,6%). Com pesos inferiores a 2,5% alinharam-se depois a Bélgica, Israel, Polónia, Suíça, China, Canadá, Cabo Verde, Rússia, Suécia, Japão e Luxemburgo.




Alcochete, 7 de Agosto de 2021.


segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Acréscimos e decréscimos das exportações - Junho 2021 - Produtos e mercados

 

Acréscimos e Decréscimos
das Exportações
por Produtos e Mercados
Evolução Mensal - Junho de 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória

Analisa-se neste trabalho onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos das exportações portuguesas de mercadorias, por produtos e por mercados, no período acumulado de Janeiro a Junho e mês autónomo de Junho, de 2021, face a 2020, bem como a evolução mensal comparada das exportações por grupos de produtos em 2020 e 2021. São para este efeito utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versões preliminares para os dois anos, com última actualização em 9 de Agosto de 2021.

2 – Exportações no período acumulado de Janeiro a Junho de 2020-2021

No primeiro semestre de 2021 as exportações de mercadorias cresceram em valor +24,2% face a 2020 (+6,1 mil milhões de Euros). Registaram-se acréscimos nos onze grupos de produtos considerados (definição do conteúdo dos grupos em Anexo), cabendo os de maior monta aos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+996 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+979 milhões), “Químicos” (+930 milhões), “Minérios e metais” (+898 milhões), “Produtos acabados diversos” (+638 milhões) e “Energéticos” (+506 milhões). Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (+424 milhões), “Agro-alimentares” (+319 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+258 milhões), “Calçado, peles e couros” (+113 milhões), e “Aeronaves, embarcações e partes” (+4 milhões de Euros).

Considerando a partição entre espaço Intra UE-27 (Reino Unido e Irlanda NT, excluído) e Extra-UE, verifica-se que neste período, no seio da Comunidade, as exportações (expedições), que representaram 71,6% do Total em 2021, cresceram +24,5% face ao ano anterior (+4,4 mil milhões de Euros). Por sua vez, para fora da Comunidade as exportações registaram um aumento de +23,2 (+1,7 mil milhões de Euros).

O Total para o espaço Intracomunitário foi aqui calculado, para ambos os anos, por somatório dos valores dos actuais parceiros de Portugal, acrescido das provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade, quando atribuídos à União Europeia.

Em termos globais, os maiores acréscimos couberam a Espanha (+1,9 mil milhões de Euros) e à França (+820 milhões). Seguiram-se a Alemanha (+458 milhões), a Itália (+304 milhões), Os EUA (330 milhões), a Itália (304 milhões), Marrocos (+258 milhões), os Países Baixos (+244 milhões), o Reino Unido (+222 milhões), a Bélgica (+193 milhões), Gibraltar (+191 milhões), a China (+129 milhões) e a Polónia (102 milhões)..

Os principais decréscimos ocorreram nas exportações de Provisões de Bordo, tanto Intra-UE (-116 milhões de Euros) como Extra-UE (-54 milhões). Seguiram-se Taiwan (-38 milhões), Países da EU n.e. (-19 milhões), Irlanda (-13 milhões), Angola (-12 milhões) e Cabo Verde (-11 milhões).

3 – Exportações no mês de Junho de 2021 (não acumulado) face a 2020,                        por Grupos de Produtos

Os grupos de produtos com maior peso nas exportações portuguesas no mês de Junho de 2021, não acumulado, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,8%), “Químicos” (14,6%), “Agro-alimentares” (12,8 %), %), “Minérios e metais” (11,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,2%) e “Produtos acabados diversos” (10,1%).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (8,5%), “Madeira, cortiça e papel” (8,0%), “Energéticos” (5,7%), “Calçado, peles e couros” (3,3%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,4%).

Registaram-se acréscimos nas exportações de nove dos onze grupos de produtos, com destaque para “Minérios e metais” (+192 milhões), “Químicos” (+179 milhões), “Energéticos” (+173 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+130 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+127 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (+79 milhões), “Produtos acabados diversos” (+65 milhões), “Agro-alimentares” (+62 milhões) e “Calçado, Peles e couros” (+29 milhões de Euros). Os decréscimos incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-120 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (-11 milhões de Euros).

No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos de produtos, os maiores acréscimos e decréscimos verificados nas exportações dos principais tipos de produtos, definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-2).

O grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, o grupo com maior peso no mês de Junho (14,8%), engloba máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos muito diversificados. No quadro seguinte encontram-se, desagregados a um nível mais fino (NC-4), os principais produtos exportados em 2021 e respectivos acréscimos e decréscimos.

4 – Evolução mensal comparada das exportações                                                              em 2020 e 2021, por grupos de produtos

Nos gráficos seguintes pode observar-se a evolução comparada do valor das exportações por meses não acumulados, por grupos de produtos, no período de Janeiro de 2020 a Junho de 2021.

Como se pode observar, verificaram-se acréscimos nas exportações efectuadas no mês de Junho de 2021, face ano anterior, em 9 dos 11 grupos de produtos, sendo as excepções os grupos “Material de Transporte terrestre e partes” e  “Aeronaves, embarcações e partes”.



ANEXO

Alcochete, 12 de Agosto de 2021.


quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Série mensal - Janeiro a Junho de 2021 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Junho de 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Junho de 2021 e também ainda preliminares para 2020, com última actualização em 9 de Agosto de 2021, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +24,2% (+6066 milhões de Euros), a par de uma subida nas importações de +16,6% (+5417 milhões). 

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido incluindo a Irlanda do Norte, excluído), registaram no 1º semestre de 2021 um acréscimo de +23,2% (+4399 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +22,1% (+1667 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +19,4% (+4630 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +8,9% (+787 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -8,5% ao situar-se em -6963 milhões de Euros (inferior em 649 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 231 milhões no comércio intracomunitário e um decréscimo de 880 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 76,7%, em 2020, para 81,7%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros seis meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 313 para 382 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a cotação de Julho).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,7% no total das importações no período de Janeiro-Junho de 2021 e 5,8% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 81,7%, no comércio global, para 85,3%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,6% do total (71,4% em 2020), cresceram +24,5%, contribuindo com +17,5 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +24,2%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,4% do total em Janeiro-Junho de 2021 e 28,6% em 2020), cresceram +23,2%, contribuindo com +6,64 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações nos primeiros cinco meses de 2021 foram a Espanha (26,2%), a França (13,6%), a Alemanha (11,1%), os EUA e o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,2% cada), a Itália (4,6%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,6%), Marrocos (1,6%), a Polónia (1,4%), Angola (1,3%), China, Suécia e Brasil (1,1% cada), destinos que representaram 80,0% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise uma quebra nas exportações de -2,8% (‑12,2 milhões de Euros), envolvendo 5 dos 11 grupos de produtos, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+18,8 milhões), “Minérios e metais” (+2,0 milhões) “Material de transporte terrestre“ (+2,0 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (+875 mil Euros) e Químicos (+692 mil).

A principal descida nas exportações portuguesas para Angola incidiu no grupo de produtos “Agro-alimentares” (-33,6 milhões de Euros), seguido da “Madeira, cortiça e papel” (-1,6 milhões), “Energéticos” (-1,5 milhões), “Produtos acabados diversos” (-1,0 milhão) e “Calçado, peles e couros” (-756 mil Euos).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+24,2%) pertenceram a Espanha (+7,7 p.p.), à França (+3,3 p.p.), à Alemanha (+1,8 p.p.), aos EUA (+1,3 p.p.), à Itália (+1,2 p.p.), a Marrocos e  Países Baixos (+1,0% cada). Os maiores contributos negativos couberam às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,5 p.p.) e também para países terceiros (-0,2 p.p), e à Irlanda (-0,1 p.p.).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Bélgica, Polónia e Rep. Checa. Os maiores decréscimos couberam às Provisões de Bordo.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Marrocos, Reino Unido, Gibraltar, China, Japão, Turquia, Austrália, Israel, África do Sul, Vietname, Noruega e México. Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Provisões de Bordo e de Taiwan.  

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Junho de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,8% do total (73,0% em 2020), registaram um acréscimo de +19,4% e contribuíram com +14,1 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +16,6%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +8,9%, representando 25,2% do total em 2021 (27,0% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’ global de +2,4 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,4% do Total) e a Alemanha (13,5%). Seguiram-se a França (7,0%) os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,2%), a China (4,3%), o Brasil e a Bélgica (3,1% cada), a Polónia (2,1%), os EUA (2,0%) e a Nigéria (1,8%). Estes países representaram, no seu conjunto, 79,9% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de Janeiro a Junho de 2021 (+16,6%) destacaram-se os da Espanha, (+6,4 p.p.) e da Alemanha (+2,6 p.p.), seguidos dos Países Baixos (+1,0 p.p.) e do Brasil, Itália,  Polónia e França (+0,9 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,3 p.p.), em Angola (‑0,7 p.p.), na Guiné Equatorial e Argélia (-0,3 p.p. cada), e na Arábia Saudita (-0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos países terceiros entre 2020 e 2021.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período acumulado de Janeiro a Junho de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1573 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+1164 milhões). Seguiram-se os EUA (+869 milhões), Marrocos (+381 milhões) e Angola (+352 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4170 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-1684 milhões), da China (‑1292 milhões), dos Países Baixos (‑885 milhões) e do Brasil (-837 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Todos os grupos registaram acréscimos nas exportações face ao 1º semestre de 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% do Total e +996 milhões de Euros), “Químicos” (13,7% e 930 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,6% e 979 milhões), “Agro-alimentares” (12,5% e +319 milhões), “Minérios e metais” (10,5% e 898 milhões), “Produtos acabados diversos” (9,7% e 638 milhões). Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (8,6% e 424 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,3% e 258 milhões), “Energéticos” (5,8% e +506 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,9% e +113 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e +4 milhões de Euros).

5.2 – Importações

O único grupo de produtos em que se registou um decréscimo no valor das importações no 1º semestre de 2021 foi “Aeronaves, embarcações e partes”, com um peso de apenas 0,8% na estrutura (‑180 milhões de Euros).

Os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Químicos” (19,4% e +1260 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (19,0% e +1323 milhões), “Agro-alimentares” (14,8% e +395 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (10,6% e +598 milhões), “Energéticos” (9,7% e +519 milhões) e “Minérios e metais” (9,7% e +944 milhões). 

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,3% e +423 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e +45 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (3,1% e +92 milhões).

No grupo “Calçado, Peles e couros”, com um peso de 1,6% no Total, verificou-se nos dois semestres exactamente o mesmo valor nas importações.

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,2% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, precedida da França, do Reino Unido, do Brasil da Roménia e da Suíça.

Seguiram-se no “ranking” a França (13,6%), a Alemanha (11,1%), os EUA e o Reino Unido (5,2% cada), a Itália (4,6%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,6%), Marrocos (1,6%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países representaram 75,3% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,4% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida do Brasil e da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Alemanha e EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,5%), a França (7,0%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,2%), a China (4,3%), o Brasil e a Bélgica (3,1% cada), a Polónia (2,1%) e os EUA (2,0%). Estes dez países cobriram 78,1% das importações totais.


Alcochete, 11 de Agosto de 2021.

                                                             ANEXO