terça-feira, 24 de agosto de 2021

Índices do Comércio Internacional - Janeiro a Junho 2021/2020

 

Comércio internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga
em Valor, Volume e Preço
por Grupos e Subgrupos de produtos
(Janeiro-Junho 2021/2020)

                                                    ( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória

Apresentam-se neste trabalho indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no primeiro semestre de 2021 face ao semestre homólogo de 2020.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos afins (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística (INE) em versões preliminares para os dois anos, com última actualização em 9 de Agosto de 2021.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra. Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados disponíveis, no 1º Semestre de 2021 o défice da balança comercial de mercadorias decresceu -8,5% face ao período homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a aumentar de 76,7% para 81,7%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +16,6%, terão registado um aumento em volume de +14,6% e um acréscimo em preço de +1,7%. Por sua vez, o aumento em valor de +24,2% verificado nas exportações (somatório das ‘expedições’ intracomunitárias com as exportações para os países terceiros) terá resultado de um acréscimo em volume de +21,0%, com o preço a crescer +2,6%.

Excluindo os produtos “Energéticos do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2021 ter-se-á situado em -5,1 mil milhões de Euros, contra -7,0 mil milhões em termos globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações sobe de 81,7%, em termos globais, para 85,3%. De acordo com os dados disponíveis as importações, excluindo  os produtos “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +16,6%, +15,2% e +1,2%. Por sua vez, as exportações terão averbado um acréscimo em valor de +23,3%, em resultado um aumento em volume de +21,6%, com o preço a aumentar +1,4%.

Em 2021, o saldo da balança comercial foi positivo em cinco dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 42,1% das exportações e 26,6% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”, “Material de transporte terrestre e partes” e “Produtos acabados diversos”.

4 – Importações

Em 2021 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Químicos” (19,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (19,0%), “Agro-alimentares” (14,8%) e “Material de transporte terrestre e partes” (10,6%). Seguiram-se os grupos “Energéticos” e ”Minérios e metais” (9,7% cada), “Produtos acabados diversos” (6,3%), “Têxteis e vestuário” (5,0%), “Madeira, cortiça e papel” (3,1%), “Calçado, peles e couros” (1,6%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8%).



O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados índices de preço e de volume, foi o único, entre os onze grupos, que em 2021 registou uma taxa de variação homóloga em Valor negativa (-36,2%). 

Foram positivas em todos os dez grupos as taxas de variação em Volume, ocorrendo os maiores acréscimos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+25,9%), “Produtos acabados diversos” (+22,5%), “Minérios e metais” (+20,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (+19,2%%) e “Químicos” (+15,4%).

Na óptica do preço verificaram-se crescimentos em quatro dos grupos: “Minérios e metais” (+11,4%), “Energéticos” (+6,7%), “Químicos” (+4,4%) e “Agro-alimentares” (+1,3%).

Entre os decréscimos destacaram-se os verificados nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,9%) e “Calçado, peles e couros” (-2,5%).

5 – Exportações

Em 2021 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas aparelhos e partes” (14,7%), “Químicos” (13,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,6%), “Agro-alimentares” (12,5%) e “Minérios e metais” (10,5%)

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7%), “Têxteis e vestuário” (8,6%), “Madeira, cortiça e papel” (7,3%), “Energéticos” (5,8%), “Calçado, peles e couros” (2,9%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6%).



Em 2021 verificaram-se acréscimos em valor em todos os grupos de produtos, tendo incidido os maiores nos grupos “Energéticos” (+38,9%), “Minérios e metais” (+37,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (+29,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” e “Químicos” (+27,8% cada), e “Produtos acabados diversos” (+26.6%).

No grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, não constante dos gráficos seguintes por não ser, à semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, verificou-se um acréscimo em valor de +2,1%.

Em volume, verificaram-se igualmente acréscimos em todos os grupos de produtos, com destaque para “Produtos acabados diversos” (+33,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+31,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (+27,9%), “Minérios e metais” (+22,9%), “Químicos” (+21,0%) e “Têxteis e vestuário” (+20,3%). 

No âmbito do preço verificaram-se acréscimos nas exportações em sete dos grupos de produtos, com destaque para “Energéticos” (+25,7%), “Minérios e metais” (+12,0%) e “Químicos” (+5,6%). Ocorreram decréscimos em “Produtos acabados diversos” (-5,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,8%) e “Têxteis e vestuário” (-1,1%).

6 – Representatividade das amostras

Como se pode observar no quadro seguinte, a representatividade das amostras globais em cada uma das vertentes comerciais, que serviram de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche, foi superior a 87% nas Importações e a 88% nas Exportações.


Alcochete, 24 de Agosto de 2021.  





Sem comentários:

Enviar um comentário