Comércio internacional de mercadoriasTaxas de variação homólogaem Valor, Volume e Preçopor Grupos e Subgrupos de produtos(Janeiro-Junho 2021/2020)
( disponível para download >> aqui )
1 - Nota introdutória
Apresentam-se neste
trabalho indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das
exportações portuguesas de mercadorias no primeiro semestre de 2021 face ao
semestre homólogo de 2020.
Para o cálculo dos índices
de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas
às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram
agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos afins (ver Anexo).
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o
cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de
dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística
(INE) em versões preliminares para os dois anos, com última actualização em
9 de Agosto de 2021.
2 – Nota
metodológica
O método utilizado para o
cálculo dos índices de preço de Paasche
aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do
comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados
para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua
vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes
comerciais.
Os índices de preço de cada
subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com
base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações
pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um
intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise
crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas
que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de
um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode
vir a ser incluído na amostra. Mais frequentemente procede-se à desagregação por
mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se
encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do
conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do
intervalo previamente encontrado.
Também produtos dominantes
incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados
e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem
encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.
3 – Balança
Comercial
De acordo com os dados disponíveis,
no 1º Semestre de 2021 o défice da balança comercial de mercadorias decresceu -8,5%
face ao período homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações
pelas exportações a aumentar de 76,7% para 81,7%.
As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do
espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um
acréscimo em valor de +16,6%, terão registado um aumento em volume de +14,6% e um
acréscimo em preço de +1,7%. Por sua vez, o aumento em valor de +24,2% verificado
nas exportações (somatório das ‘expedições’
intracomunitárias com as exportações para os países terceiros) terá resultado
de um acréscimo em volume de +21,0%, com o preço a crescer +2,6%.
Excluindo os produtos “Energéticos”
do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em
2021 ter-se-á situado em -5,1 mil milhões de Euros, contra -7,0 mil milhões em termos
globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações sobe
de 81,7%, em termos globais, para 85,3%. De acordo com os dados disponíveis as importações, excluindo os produtos “Energéticos”,
terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente
de +16,6%, +15,2% e +1,2%. Por sua
vez, as exportações terão averbado
um acréscimo em valor de +23,3%, em resultado um aumento em volume de +21,6%,
com o preço a aumentar +1,4%.
Em 2021, o saldo da balança comercial foi positivo em cinco dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 42,1% das exportações e 26,6% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”, “Material de transporte terrestre e partes” e “Produtos acabados diversos”.
4 –
Importações
Em 2021 os grupos de
produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Químicos”
(19,4%), “Máquinas, aparelhos e partes”
(19,0%), “Agro-alimentares” (14,8%) e
“Material de transporte terrestre e
partes” (10,6%). Seguiram-se os grupos “Energéticos”
e ”Minérios e metais” (9,7% cada), “Produtos
acabados diversos” (6,3%), “Têxteis e vestuário” (5,0%), “Madeira,
cortiça e papel” (3,1%), “Calçado, peles e couros” (1,6%) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,8%).
O
grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados
índices de preço e de volume, foi o único, entre os onze grupos, que em 2021 registou
uma taxa de variação homóloga em Valor negativa (-36,2%).
Foram positivas em todos
os dez grupos as taxas de variação em Volume, ocorrendo os maiores acréscimos
nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+25,9%), “Produtos
acabados diversos” (+22,5%), “Minérios e metais” (+20,5%), “Material
de transporte terrestre e partes” (+19,2%%) e “Químicos” (+15,4%).
Na óptica do preço verificaram-se
crescimentos em quatro dos grupos: “Minérios e metais” (+11,4%), “Energéticos”
(+6,7%), “Químicos” (+4,4%) e “Agro-alimentares” (+1,3%).
Entre os decréscimos destacaram-se os verificados nos grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (-2,9%) e “Calçado, peles e couros” (-2,5%).
5 –
Exportações
Em 2021 os grupos de produtos
com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas aparelhos e partes” (14,7%), “Químicos” (13,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,6%), “Agro-alimentares” (12,5%) e “Minérios
e metais” (10,5%)
Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7%), “Têxteis e vestuário” (8,6%), “Madeira, cortiça e papel” (7,3%), “Energéticos” (5,8%), “Calçado, peles e couros” (2,9%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6%).
Em 2021 verificaram-se
acréscimos em valor em todos os grupos de produtos, tendo incidido os maiores nos grupos “Energéticos” (+38,9%), “Minérios e metais” (+37,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (+29,9%), “Máquinas, aparelhos e partes”
e “Químicos” (+27,8% cada), e “Produtos acabados diversos”
(+26.6%).
No grupo “Aeronaves,
embarcações e partes”, não constante dos gráficos seguintes por não ser, à
semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, verificou-se
um acréscimo em valor de +2,1%.
Em volume, verificaram-se igualmente acréscimos em todos os grupos
de produtos, com destaque para “Produtos acabados diversos” (+33,8%), “Máquinas,
aparelhos e partes” (+31,4%), “Material de transporte terrestre e partes”
(+27,9%), “Minérios e metais” (+22,9%), “Químicos” (+21,0%) e “Têxteis
e vestuário” (+20,3%).
No âmbito do preço verificaram-se acréscimos nas
exportações em sete dos grupos de produtos, com destaque para “Energéticos” (+25,7%), “Minérios e metais” (+12,0%) e “Químicos”
(+5,6%). Ocorreram decréscimos em “Produtos acabados diversos” (-5,4%),
“Máquinas, aparelhos e partes” (-2,8%)
e “Têxteis e vestuário” (-1,1%).
6 –
Representatividade das amostras
Como se pode observar no
quadro seguinte, a representatividade das amostras globais em cada uma das
vertentes comerciais, que serviram de base ao cálculo dos índices de preço de
Paasche, foi superior a 87% nas Importações e a 88% nas Exportações.
Alcochete, 24 de Agosto de 2021.
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