sábado, 21 de agosto de 2021

Comércio Internacional português no sector "Agro-alimentar" (2019-2020)

 

Comércio Internacional português
no sector
"Agro-alimentar"
(2019-2020)

                                                       (disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

Os produtos do sector “Agro-alimentar” encontram-se repartidos por um elevado número de tipos de produtos no contexto da agricultura, de outros produtos alimentares e de indústrias transformadoras alimentares.

Neste trabalho vamos analisar a evolução das importações e das exportações dos produtos que integram os Capítulos 01 a 24 da “Nomenclatura Combinada” de mercadorias da União Europeia, que designamos por Grupo de Produtos “Agro-alimentares”, por sua vez desagregados em sete subgrupos (ver conteúdo em Anexo), para os anos de 2019 e 2020.

São aqui utilizados dados estatísticos do “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva para 2019 e ainda preliminar para 2020.

No último quinquénio, entre 2016 e 2019 o ritmo de ‘crescimento’ das importações de produtos “Agro-alimentares” manteve-se acima do das exportações, tendo-se invertido este comportamento em 2020, face a uma desaceleração do ritmo das importações. 

2 – Balança Comercial

A Balança Comercial dos produtos “Agro-alimentares” foi deficitária ao longo dos últimos cinco anos, com saldos de -4,0 milhões de Euros em 2019 e -3,3 milhões em 2020.

Em 2020, face ao ano anterior, as exportações cresceram em valor +2,5%, com o das importações a decair -4,2%.

Em volume, a taxa de variação anual homóloga das exportações foi de +4,2% e de -3,2% a das importações, com o preço (índices de Paasche) das exportações a descer -1,7% e o das importações -1,0%.


Em 2020, o grupo de produtos “Agro-alimentares” ocupou a 3ª posição no “ranking” dos onze grupos habitualmente considerados em ambas as vertentes comerciais, com um peso de 16,6% do Total nas importações e de 13,9% nas exportações

3 – Importações por Subgrupos de produtos

Entre os sete subgrupos destacaram-se pelo seu peso, em 2020, as importações de “Outros agro-alimentares” (25,7% do Total).

Seguiram-se as “Conservas e preparações alimentares” (16,2%), os “Produtos da pesca” (15,4%), as “Carnes e lacticínios” (14,4%), as “Oleaginosas, gorduras e óleos” (12,9%), as “Frutas e hortícolas” (12,1%) e as “Bebidas alcoólicas” (3,2%).

Os maiores decréscimos, em Euros, verificaram-se nas importações de “Produtos da pesca” (‑273 milhões) e “Carne e lacticínios” (-187 milhões), seguidos dos “Outros agro-alimentares” (‑92 milhões), das “Bebidas alcoólicas” (-36 milhões) e das “Conservas e preparações alimentares” (-14 milhões).

Verificaram-se acréscimos nas importações de “Frutas e hortícolas” (+75 milhões de Euros) e de “Oleaginosas, gorduras e óleos” (+54 milhões).

3.1 – Principais produtos importados

3.2 – Mercados de origem das importações

Em 2020 o espaço intracomunitário foi a origem de 78,1% das importações portuguesas de “Agro-alimentares”.

Ao longo dos últimos cinco anos as importações foram tendencialmente crescentes entre 2016 e 2019, tanto no espaço Intra como no Extracomunitário, tendo desacelerado em 2020.

Em 2020 os principais mercados de origem das importações do conjunto dos produtos “Agro-alimentares” foram a Espanha (45,9% do Total), a França (6,5%), os Países Baixos (6,3%) e a Alemanha (6,2%). Seguiram-se o Brasil (4,2%), a Itália (2,7%), a Suécia (2,4%), a Bélgica e o Reino Unido (1,8% cada), os EUA e a Polónia (1,7% cada) e a África do Sul (1,5%).

Com pesos decrescentes entre 1,5% e 0,6%, alinharam-se a Ucrânia, a Dinamarca, a China, o Canadá, a Roménia, a Irlanda, a Costa Rica e a Rússia.


4 – Exportações por Subgrupos de produtos

Entre os sete subgrupos destacaram-se, em 2020, pelo seu peso, as exportações de “Outros agro-alimentares” (24,6% do Total), seguidas das de “Conservas e preparações alimentares” (18,5%), de “Frutas e hortícolas” (14,9%), de “Bebidas alcoólicas” (13,9%), de “Oleaginosas, gorduras e óleos” (12,3%), de “Produtos da pesca” (8,5%) e de “Carnes e lacticínios” (7,4%).

O maior acréscimo, em Euros, verificou-se nas exportações de “Outros agro-alimentares” (+144 milhões de Euros), com principaL incidência no tabaco e seus sucedâneos, em animais vivos das espécies bovina e suína e em açúcar e bagaço de soja.

Aumentaram também, em termos homólogos, as exportações de “Oleaginosas, gorduras e óleos” (+71 milhões de Euros), de “Frutas e hortícolas” (+53 milhões) e de “Produtos da pesca” (+27 milhões de Euros).

O único decréscimo ocorreu no subgrupo “Produtos da pesca” (-193 milhões de Euros), principalmente no peixe fresco e congelado e nos moluscos e crustáceos.

4.1 – Principais produtos exportados

4.2 – Mercados de destino das exportações

Em 2020 o espaço intracomunitário foi o destino de 68,7% das exportações portuguesas de “Agro-alimentares”, cabendo os restantes 31,3% ao conjunto dos Países Terceiros.

Ao longo dos últimos cinco anos o ritmo de ‘crescimento’ do valor das exportações com destino aos parceiros comunitários foi sustentadamente crescente, situando-se em 121,1% em 2020 face a 2016 (2016=100). Por sua vez, as exportações para o espaço Extracomunitário, após terem crescido para 110,7% em 2017, mantiveram-se numa faixa entre 107,0% e 110,7% até 2020.

Em 2020 o principal mercado de destino das exportações do conjunto dos produtos “Agro-alimentares” foi a Espanha, com mais de 1/3 do Total (34,5%).

Seguiram-se a França (10,8%), a Itália (6,7%), o Brasil (5,7%), o Reino Unido (5,4%), os Países Baixos (4,4%), a Alemanha (3,6%), Angola (2,7%) e os EUA (2,6%). Com pesos inferiores a 2,5% alinharam-se depois a Bélgica, Israel, Polónia, Suíça, China, Canadá, Cabo Verde, Rússia, Suécia, Japão e Luxemburgo.




Alcochete, 7 de Agosto de 2021.


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