Comércio Internacional português
no sector "Agro-alimentar"
(2019-2020)
(disponível para download >> aqui )
1 – Nota
introdutória
Os produtos do sector “Agro-alimentar”
encontram-se repartidos por um elevado número de tipos de produtos no contexto
da agricultura, de outros produtos alimentares e de indústrias transformadoras alimentares.
Neste trabalho vamos analisar a
evolução das importações e das exportações dos produtos que integram os Capítulos
01 a 24 da “Nomenclatura Combinada” de mercadorias da União Europeia, que
designamos por Grupo de Produtos “Agro-alimentares”, por sua vez
desagregados em sete subgrupos (ver conteúdo em Anexo), para os anos de
2019 e 2020.
São aqui utilizados dados estatísticos
do “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão
definitiva para 2019 e ainda preliminar para 2020.
No último quinquénio, entre 2016 e
2019 o ritmo de ‘crescimento’ das importações de produtos “Agro-alimentares”
manteve-se acima do das exportações, tendo-se invertido este comportamento
em 2020, face a uma desaceleração do ritmo das importações.
2 – Balança
Comercial
A Balança Comercial dos produtos “Agro-alimentares”
foi deficitária ao longo dos últimos cinco anos, com saldos de -4,0 milhões de
Euros em 2019 e -3,3 milhões em 2020.
Em 2020, face ao ano anterior, as
exportações cresceram em valor +2,5%, com o das importações a decair -4,2%.
Em volume, a taxa de variação anual homóloga das exportações foi de +4,2% e de -3,2% a das importações, com o preço (índices de Paasche) das exportações a descer -1,7% e o das importações -1,0%.
3 – Importações por
Subgrupos de produtos
Entre os sete subgrupos destacaram-se pelo seu peso,
em 2020, as importações de “Outros agro-alimentares” (25,7%
do Total).
Seguiram-se as “Conservas e
preparações alimentares” (16,2%), os “Produtos da pesca” (15,4%), as
“Carnes e lacticínios” (14,4%), as “Oleaginosas, gorduras e óleos”
(12,9%), as “Frutas e hortícolas” (12,1%) e as “Bebidas alcoólicas”
(3,2%).
Os maiores decréscimos, em Euros, verificaram-se
nas importações de “Produtos da pesca” (‑273 milhões) e “Carne e
lacticínios” (-187 milhões), seguidos dos “Outros agro-alimentares” (‑92
milhões), das “Bebidas alcoólicas” (-36 milhões) e das “Conservas e
preparações alimentares” (-14 milhões).
Verificaram-se acréscimos nas importações de “Frutas e hortícolas” (+75 milhões de Euros) e de “Oleaginosas, gorduras e óleos” (+54 milhões).
3.1 – Principais produtos importados
3.2 – Mercados de origem das importações
Em 2020 o espaço intracomunitário foi a
origem de 78,1% das importações portuguesas de “Agro-alimentares”.
Ao longo dos últimos cinco anos as
importações foram tendencialmente crescentes entre 2016 e 2019, tanto no espaço Intra como no
Extracomunitário, tendo desacelerado em 2020.
Em 2020 os principais mercados de
origem das importações do conjunto dos produtos “Agro-alimentares” foram
a Espanha (45,9% do Total), a França (6,5%), os Países Baixos (6,3%) e a
Alemanha (6,2%). Seguiram-se o Brasil (4,2%), a Itália (2,7%), a Suécia (2,4%), a Bélgica e o Reino
Unido (1,8% cada), os EUA e a Polónia (1,7% cada) e a África do Sul (1,5%).
Com pesos decrescentes entre 1,5% e
0,6%, alinharam-se a Ucrânia, a Dinamarca, a China, o Canadá, a Roménia, a
Irlanda, a Costa Rica e a Rússia.
4 – Exportações por
Subgrupos de produtos
Entre os sete subgrupos destacaram-se,
em 2020, pelo seu peso, as exportações de “Outros agro-alimentares” (24,6%
do Total), seguidas das de “Conservas e preparações alimentares” (18,5%), de
“Frutas e hortícolas” (14,9%), de “Bebidas alcoólicas” (13,9%), de
“Oleaginosas, gorduras e óleos” (12,3%), de “Produtos da pesca”
(8,5%) e de “Carnes e lacticínios” (7,4%).
O maior acréscimo, em Euros, verificou-se
nas exportações de “Outros agro-alimentares” (+144 milhões de Euros), com
principaL incidência no tabaco e seus sucedâneos, em animais vivos das espécies
bovina e suína e em açúcar e bagaço de
soja.
Aumentaram também, em termos
homólogos, as exportações de “Oleaginosas, gorduras e óleos” (+71
milhões de Euros), de “Frutas e hortícolas” (+53 milhões) e de “Produtos
da pesca” (+27 milhões de Euros).
O único decréscimo ocorreu no subgrupo
“Produtos da pesca” (-193 milhões de Euros), principalmente no peixe
fresco e congelado e nos moluscos e crustáceos.
4.1 – Principais produtos exportados
4.2 – Mercados de destino das exportações
Em 2020 o espaço intracomunitário foi o
destino de 68,7% das exportações portuguesas de “Agro-alimentares”, cabendo
os restantes 31,3% ao conjunto dos Países Terceiros.
Ao longo dos últimos cinco anos o
ritmo de ‘crescimento’ do valor das exportações com destino aos parceiros comunitários
foi sustentadamente crescente, situando-se em 121,1% em 2020 face a 2016 (2016=100).
Por sua vez, as exportações para o espaço Extracomunitário, após terem crescido
para 110,7% em 2017, mantiveram-se numa faixa entre 107,0% e 110,7% até 2020.
Em 2020 o principal mercado de destino
das exportações do conjunto dos produtos “Agro-alimentares” foi a Espanha,
com mais de 1/3 do Total (34,5%).
Seguiram-se a França (10,8%), a Itália
(6,7%), o Brasil (5,7%), o Reino Unido (5,4%), os Países Baixos (4,4%), a Alemanha
(3,6%), Angola (2,7%) e os EUA (2,6%). Com pesos inferiores a 2,5% alinharam-se
depois a Bélgica, Israel, Polónia, Suíça, China, Canadá, Cabo Verde, Rússia,
Suécia, Japão e Luxemburgo.
Alcochete,
7 de Agosto de 2021.
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