1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Outubro de 2021 e definitivos para 2020, com última actualização em 10 de Dezembro de 2021, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +17,9% (+7936 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +18,1% (+10196 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +18,8% ao situar-se em -14264
milhões de Euros (superior em 2260 milhões ao do ano anterior), a que
correspondeu um agravamento de 1859 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo
de 401 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura
(Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 78,7%, em 2020, para 78,6%,
em 2021.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos
primeiros dez meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2020, de 300 para 417 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a
cotação de Novembro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
11,4% no total das importações no período de Janeiro-Outubro de 2021 e 5,9% do
lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
sobe de 78,6%, no comércio global, para 83,4%.
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro a Outubro de 2021, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,1% do Total, cresceram +17,2%, contribuindo com +12,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +17,9%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,9% do Total), cresceram +19,8%, contribuindo com +5,6 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os
principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a
Espanha (26,4%), a França (13,2%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,7%), o Reino
Unido incl. Irlanda NT (5,3%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a
Bélgica (2,5%), Marrocos e Angola (1,5% cada), a Polónia (1,4%), a Suécia (1,2%),
o Brasil e a China (1,1% cada), destinos que representaram 80,2% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos
EUA, registou no período em análise um aumento de 3,8% nas nossas exportações (+24,6
milhões de Euros), envolvendo os acréscimos 9 dos 11 grupos de produtos: “Máquinas,
aparelhos e partes” (+38,2 milhões), “Produtos acabados diversos” (+7,6
milhões), Químicos (+6,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+5,2
milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+3,4 milhões), “Minérios e metais” (+2,9 milhões), e “Material
de transporte terrestre e partes“ (+1,7 milhões), “Calçado, peles e
couros” (+32 mil Euros) e “Têxteis e vestuário” (+20 mil Euros).
As excepções incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-26,2 milhões de Euros) e “Energéticos” (-869 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+20,1%) pertenceram a Espanha (+6,4 p.p.), à França
(+2,1 p.p.), aos EUA (+1,7 p.p.), à Alemanha (+1,2 p.p.), à Itália (+1,1 p.p.),
aos Países Baixos (+0,9%), a Marrocos (+0,8 p.p.) e ao Reino Unido (+0,7 p.p.).
Os maiores contributos negativos couberam às Provisões de Bordo para
países comunitários (-0,2 p.p.), à Irlanda e à Áustria (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, França, Itália, Alemanha, Países Baixos, Bélgica,
Polónia, Suécia, Finlândia, Rep. Checa e Hungria. Os maiores decréscimos
couberam à Irlanda, às Provisões de Bordo, à à Roménia e à Áustria.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores
acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Marrocos, o Reino Unido, Gibraltar,
a China, o México, a Noruega, Israel, a Austrália, a Turquia, as Provisões de
Bordo, a África do Sul, e a Tunísia.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Taiwan, da Suíça e da Coreia
do Sul.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Outubro de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 73,7% do total, registaram um acréscimo de +17,5% e
contribuíram com +13,0 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +18,1%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +19,8%, representando 26,3% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +5,1 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,7% do Total) e a Alemanha (12,8%). Seguiram-se a França (6,7%) os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), o Brasil e a Bélgica (3,2% cada), os EUA (2,2%), a Nigéria e a Polónia (1,9% cada). Estes países representaram, no seu conjunto, 79,5% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de
Janeiro a Outubro de 2021 (+18,1%) destacou-se o da Espanha, (+6,7 p.p.),
seguida da Alemanha (+1,6 p.p.), do Brasil (+1,3 p.p), da Itália, dos Países
Baixos e da Bélgica (+0,9 p.p. cada), dos EUA (+0,8 p.p.), da Turquia e da
Rússia (+0,7 p.p. cada). Os principais contributos negativos incidiram
no Reino Unido (-1,4 p.p.), em Angola (‑0,6 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,3
p.p.), na Dinamarca, Arábia Saudita e Argélia (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros entre o período em análise de 2021 e o período homólogo do ano anterior.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período acumulado de Janeiro a Outubro de 2021, os maiores saldos
positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2424 milhões
de Euros) e ao Reino Unido (+1939 milhões). Seguiram-se os EUA (+1460 milhões),
Angola (+687 milhões) e Marrocos (+561 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-8003 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-2714 milhões), da China (‑2375 milhões), dos Países Baixos (‑1551 milhões) e do Brasil (-1510 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Todos os
grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (-124 milhões de
Euros) registaram em 2021 acréscimos nas exportações face ao período homólogo
de 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do Total e +1122 milhões de
Euros), “Químicos” (13,8% e +1364 milhões), “Agro-alimentares” (13,0% e +633 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e +375 milhões),
“Minérios e metais” (10,9% e +1567 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,5% e +561 milhões), “Têxteis
e vestuário” (8,7% e +606 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,4%
e +562 milhões), “Energéticos” (5,9% e +1094 milhões) e “Calçado,
peles e couros” (3,3% e +174 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Também
nas importações o único grupo de produtos em que se registou um decréscimo em
valor nos dez primeiros meses de 2021 foi “Aeronaves, embarcações e partes”,
com um peso de 0,8% na estrutura, (‑424 milhões de Euros).
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(19,0% e +2340 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (18,2% e +1414 milhões), “Agro-alimentares” (14,7% e +756 milhões), “Energéticos” (11,4% e +2506 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,7% e +504 milhões),
“Minérios e metais” (9,9% e +1970 milhões).
Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,3% e +498 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,2% e +228 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +345 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,6% e +58 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 26,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida do Reino Unido, da França, do Brasil e da Roménia.
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,2%), a
Alemanha (11,0%), os EUA (5,7%), o Reino Unido (5,3%), a Itália (4,5%), os Países
Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%) e Angola (1,5%).
Estes dez países representaram 75,3% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,7% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, da Alemanha, dos EUA e
das Ilhas Virgens Britânicas).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (12,8%), a
França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), o
Brasil (3,2%), a Bélgica (3,2%), os EUA (2,2%) e a Nigéria (1,9%).
Estes dez países cobriram 77,6% das importações totais.
Alcochete, 12 de Dezembro de 2021.
ANEXO
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