domingo, 12 de dezembro de 2021

Série mensal - Janeiro a Outubro 2021 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Outubro de 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Outubro de 2021 e definitivos para 2020, com última actualização em 10 de Dezembro de 2021, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +17,9% (+7936 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +18,1% (+10196 milhões).

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Outubro de 2021 um acréscimo de +17,2% (+5446 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +19,8% (+2490 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +17,5% (+7305 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +19,8% (+2891 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +18,8% ao situar-se em -14264 milhões de Euros (superior em 2260 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 1859 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo de 401 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 78,7%, em 2020, para 78,6%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros dez meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 300 para 417 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a cotação de Novembro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,4% no total das importações no período de Janeiro-Outubro de 2021 e 5,9% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 78,6%, no comércio global, para 83,4%.


2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período de Janeiro a Outubro de 2021, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,1% do Total, cresceram +17,2%, contribuindo com +12,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +17,9%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,9% do Total), cresceram +19,8%, contribuindo com +5,6 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a Espanha (26,4%), a França (13,2%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,7%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,3%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Marrocos e Angola (1,5% cada), a Polónia (1,4%), a Suécia (1,2%), o Brasil e a China (1,1% cada), destinos que representaram 80,2% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise um aumento de 3,8% nas nossas exportações (+24,6 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos 9 dos 11 grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+38,2 milhões), “Produtos acabados diversos” (+7,6 milhões), Químicos (+6,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+5,2 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+3,4 milhões),  “Minérios e metais” (+2,9 milhões), e “Material de transporte terrestre e partes“ (+1,7 milhões), “Calçado, peles e couros” (+32 mil Euros) e “Têxteis e vestuário” (+20 mil Euros).

As excepções incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-26,2 milhões de Euros) e “Energéticos” (-869 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+20,1%) pertenceram a Espanha (+6,4 p.p.), à França (+2,1 p.p.), aos EUA (+1,7 p.p.), à Alemanha (+1,2 p.p.), à Itália (+1,1 p.p.), aos Países Baixos (+0,9%), a Marrocos (+0,8 p.p.) e ao Reino Unido (+0,7 p.p.). Os maiores contributos negativos couberam às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,2 p.p.), à Irlanda e à Áustria (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, França, Itália, Alemanha, Países Baixos, Bélgica, Polónia, Suécia, Finlândia, Rep. Checa e Hungria. Os maiores decréscimos couberam à Irlanda, às Provisões de Bordo, à à Roménia e à Áustria.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Marrocos, o Reino Unido, Gibraltar, a China, o México, a Noruega, Israel, a Austrália, a Turquia, as Provisões de Bordo, a África do Sul, e a Tunísia.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Taiwan, da Suíça e da Coreia do Sul. 

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Outubro de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,7% do total, registaram um acréscimo de +17,5% e contribuíram com +13,0 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +18,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +19,8%, representando 26,3% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +5,1 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,7% do Total) e a Alemanha (12,8%). Seguiram-se a França (6,7%) os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), o Brasil e a Bélgica (3,2% cada), os EUA (2,2%), a Nigéria e a Polónia (1,9% cada). Estes países representaram, no seu conjunto, 79,5% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de Janeiro a Outubro de 2021 (+18,1%) destacou-se o da Espanha, (+6,7 p.p.), seguida da Alemanha (+1,6 p.p.), do Brasil (+1,3 p.p), da Itália, dos Países Baixos e da Bélgica (+0,9 p.p. cada), dos EUA (+0,8 p.p.), da Turquia e da Rússia (+0,7 p.p. cada). Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,4 p.p.), em Angola (‑0,6 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,3 p.p.), na Dinamarca, Arábia Saudita e Argélia (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros entre o período em análise  de 2021 e o período homólogo do ano anterior.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período acumulado de Janeiro a Outubro de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2424 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+1939 milhões). Seguiram-se os EUA (+1460 milhões), Angola (+687 milhões) e Marrocos (+561 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-8003 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-2714 milhões), da China (‑2375 milhões), dos Países Baixos (‑1551 milhões) e do Brasil (-1510 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Todos os grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (-124 milhões de Euros) registaram em 2021 acréscimos nas exportações face ao período homólogo de 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do Total e +1122 milhões de Euros), “Químicos” (13,8% e +1364 milhões), “Agro-alimentares” (13,0% e +633 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e +375 milhões), “Minérios e metais” (10,9% e +1567 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,5% e +561 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,7% e +606 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,4% e +562 milhões), “Energéticos” (5,9% e +1094 milhões) e “Calçado, peles e couros” (3,3% e +174 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Também nas importações o único grupo de produtos em que se registou um decréscimo em valor nos dez primeiros meses de 2021 foi “Aeronaves, embarcações e partes”, com um peso de 0,8% na estrutura, (‑424 milhões de Euros).

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (19,0% e +2340 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,2% e +1414 milhões), “Agro-alimentares” (14,7% e +756 milhões), “Energéticos” (11,4% e +2506 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,7% e +504 milhões), “Minérios e metais” (9,9% e +1970 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,3% e +498 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,2% e +228 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +345 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,6% e +58 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Reino Unido, da França, do Brasil e da Roménia.

Seguiram-se no “ranking” a França (13,2%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,7%), o Reino Unido (5,3%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%) e Angola (1,5%).

Estes dez países representaram 75,3% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,7% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, da Alemanha, dos EUA e das Ilhas Virgens Britânicas).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (12,8%), a França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), o Brasil (3,2%), a Bélgica (3,2%), os EUA (2,2%) e a Nigéria (1,9%).

Estes dez países cobriram 77,6% das importações totais.


Alcochete, 12 de Dezembro de 2021.

 ANEXO



Sem comentários:

Enviar um comentário